Ficha do Proponente
Proponente
- Giovana Vernilo Mendes (UAM)
Minicurrículo
- Doutoranda em Comunicação- Audiovisual pela universidade Anhembi Morumbi, Mestre em Comunicação e graduada em Comunicação Social – Rádio, TV e Internet ambos pela mesma instituição.
Ficha do Trabalho
Título
- Narrativas de Medo e Resistência: O Cinema de Horror Negro através de
Formato
- Presencial
Resumo
- Este estudo explora a contribuição de Jordan Peele ao cinema de horror, misturando crítica social e racial através de filmes como “Corra!”, “Nós”, e “Não. Não Olhe.”, e produções como “A Lenda de Candyman”. Ao analisar a obra de Peele, a pesquisa visa entender como ele constrói sua identididade no gênero horror, destacando questões de raça e violência, e entendendo sobre seu impacto no horror negro contempôraneo.
Resumo expandido
- Esta pesquisa busca analisar a obra de horror do diretor, roteirista e produtor Jordan Peele. Peele é um cineasta americano cuja influência no cinema de horror contemporâneo supera as expectativas tradicionais do gênero, reformulando-o com uma perspicaz crítica social e racial. Peele, inicialmente reconhecido por seu trabalho como comediante na série “Key & Peele”(2012-2015), surpreendeu o público e a crítica com seu primeiro longa-metragem “Corra!” (“Get Out”, 2017) filme que venceu o oscar de melhor roteiro original, sendo a primeira vez que uma pessoa preta ganhou a categoria.
Após o sucesso estrondoso de “Corra!”, Jordan Peele solidificou seu lugar no cinema de horror, e fundou a MonkeyPaw Productions. A Monkeypaw Productions tornou-se o veículo pelo qual Peele busca amplificar sua visão única, produzindo obras que se destacam tanto pelo entretenimento quanto pelo significado sociopolítico, misturando o gênero de horror e comédia. A produtora rapidamente estabeleceu um portfólio impressionante, não apenas com filmes dirigidos por Peele, mas também apoiando projetos que compartilham de sua visão, como “A Lenda de Candyman” (“Candyman”, Nia DaCosta, 2021), uma reimaginação contemporânea do clássico filme de horror de 1992 que aprofunda as discussões sobre raça e violência. A analisa os filmes: “Corra!”, “Nós”(“Us”, 2019) e “Não. Não Olhe”(“NOPE”, 2022) e filmes que ele possa lançar durante a pesquisa. Também pretende se estender para os filmes que ele produziu como “A Lenda de Candyman”.
O potencial do cinema como meio de explorar e compreender aspectos históricos é notável, especialmente dentro do gênero de horror, onde essa capacidade é amplificada. Barry Keith, argumenta que os filmes têm a habilidade de espelhar as tendências políticas, sociais e culturais de sua época, uma característica particularmente pronunciada nos filmes de gênero. Esta reflexão é ecoada por Brigid Brigid Cherry (2009), que salienta que os subtextos ideológicos presentes nos filmes estão intrinsecamente ligados ao período e ao contexto em que foram criados. No universo do cinema de horror, onde o medo é um elemento central, as inquietações sociais — seja o temor diante de catástrofes naturais ou provocadas pelo homem, conflitos armados, criminalidade ou violência — servem como matéria-prima na concepção dessas obras. Assim, os horrores e ansiedades vivenciados por uma sociedade em um determinado momento cultural não apenas influenciam a criação de filmes de horror, mas também contribuem para a evolução do próprio gênero.
Peele, com seu filme “Corra!”, trouxe uma nova perspectiva para o cinema de horror, integrando questões raciais de uma forma que gerou uma vasta gama de artigos e documentários. No entendo, embora “Corra!” tenha sido amplamente estudado, existe uma lacuna significativa na pesquisa sobre o conjunto da obra de Peele, especialmente considerando “Nós” e “Não. Não Olhe.”, assim como sua influência no cinema de horror negro através de suas produções.
O trabalho expande o estudo que inclui a representação de raças e o impacto cultural do cinema de horror negro. A importância de discutir esses filmes e suas contribuições para o gênero de horror e para as conversas sociais mais amplas é evidente, dada a relevância cultural e o sucesso de crítica das obras de Peele.
Bibliografia
- BORDWELL, D.; THOMPSON, K. Film Art: An Introduction. [S.l.]: McGraw-Hill Education,
1979. ISBN 0073535109.
CHERRY, B. Horror. [S.l.]: Routledge, 2009.
CLOVER, C. J. Men, Women, and Chain Saws: Gender in the Modern Horror Film. [S.l.]:
Princeton University Press, 1992.
COLEMAN, R. R. M. Horror Noire: A Representação Negra no Cinema de Terror. 1ª edição.
ed. [S.l.]: DarkSide, 2019. 464 p.
CREED, B. The Monstrous Feminine: Film, Feminism, Psychoanalysis. Londres e Nova
Iorque: Routledge, 1992.
GRANT, B. K. Experience and meaning in Genre Films. Austin: University of Texas Press,
1986