Ficha do Proponente
Proponente
- Izabel de Fátima Cruz Melo (UNEB)
Minicurrículo
- Doutora em Meios e Processos Audiovisuais, pela ECA/USP. É professora do DCH I e do PPGH da UNEB. Integrante dos Grupos de Pesquisa “História e Audiovisual: circularidades e formas de comunicação” (ECA/USP) e “Festivais de cinema e audiovisual – histórias, políticas e práticas” (UFF). É autora dos livros Cinemas, circuitos culturais e espaços formativos: novas sociabilidades e ambiências na Bahia (1968-1978) (BA,”Cinema é mais que filme”: uma história das Jornadas de Cinema da Bahia (1972-1978).
Ficha do Trabalho
Título
- Uma Jornada afro-latino americana
Seminário
- Festivais e mostras de cinema e audiovisual
Formato
- Presencial
Resumo
- Retornamos a trajetória da Jornada de Cinema da Bahia, desta vez, na década de 1980. Neste período, é possível observar as transformações nos campos cultural e político, tanto no que diz respeito ao final das ditaduras e seus desdobramentos no Brasil, em outros países latino-americanos, bem como a continuidade das lutas de independência e emancipação no continente africanos. Assim, nessa perspectiva investigamos o impacto destas modificações na programação deste festival.
Resumo expandido
- Considerando os festivais e mostras de cinema e audiovisual como espaços de
centralidade da circulação de cinemas não hegemônicos, retornamos a trajetória da
Jornada de Cinema da Bahia, desta vez, na década de 1980. Neste período, é possível
observar as transformações nos campos cultural e político, tanto no que diz respeito ao
final das ditaduras e seus desdobramentos no Brasil, como também em outros países
latino-americanos, bem como a continuidade das lutas de independência e emancipação
no continente africano e as modificações tecnológicas que significam a emergência do
vídeo e o ocaso da bitola super-8, que implicaram em novas tensões e acomodações,
refletidas nos temas e programas deste momento.
A partir deste viés, observamos o aumento significativo dos filmes latino-americanos e
africanos não apenas nas mostras informativas e paralelas, mas também nas
competitivas, apontando, na nossa perspectiva para uma maior possibilidade de
realização e circulação para além dos seus países de origem. Além disso, pensando na
estrutura e organização da própria Jornada, indica a manutenção de antigas redes de
apoio, tais como o Goethe- Institut, as Cinematecas do MAM/RJ e Brasileira além do
surgimento de outras parcerias como o FESTRIO e a OCIC, por exemplo, que
permitiam a chegada dos filmes ao Brasil.
Os filmes programados apontam para um desejo ambivalente de manter a atualidade nos
debates e questões então contemporâneas, dando espaço para novas formas e
abordagens, contudo, com uma ancoragem muito forte no cinema político, que naquele
momento perdia espaço em outros festivais, mas que não apenas se manteve como
fortaleceu uma marca fundamental da Jornada dos anos 1980 em diante, apesar dos
percalços que este perfil traria para a sua continuidade em um campo cinematográfico
que se voltava cada vez mais intensamente para as questões e dilemas do mercado
Bibliografia
- ABREU, Nuno Cesar (org) Golpe de vista: cinema e ditadura militar na América do Sul. São Paulo: Alameda, 2018.
ALENCAR, M. O cinema em festivais e os caminhos do curta-metragem no Brasil. Rio de Janeiro: Artenova, 1978.
GUSMÃO, Milene de Cássia Silveira. Dinâmicas do cinema no Brasil e na Bahia: trajetórias e práticas do século XX ao XXI.
Tese de Doutorado. Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais: Salvador, 2007.
MELO, Izabel de Fátima Cruz. “Cinema é mais que filme”: uma história das Jornadas de Cinema da Bahia (1972-1978).
Salvador: EDUNEB. 2016.
MELO, Izabel de Fátima Cruz. Cinema, circuitos culturais e espaços formativos: sociabilidades e ambiência na Bahia
(1968-1978). Salvador: EDUNEB. 2022.
MESTMAN, Mariano. (org) Las rupturas del 68 en el cine de América Latina. Buenos Aires:Ediciones Akal, 2016.
NAPOLITANO, Marcos. Coração Civil: a vida cultural brasileira sob o regime militar (1964-1985) –