Ficha do Proponente
Proponente
- Roselita Lopes de Almeida Freitas (ESPM/SP)
Minicurrículo
- Roselita L. A. Freitas em arte, ROSE FIGUEIREDO, é cineasta, cantora, atriz, docente e pesquisadora de Cultura Brasileira, Arte e Sustentabilidade como elemento de inserção social. Pós doutora pela PUC – Cogeae; Doutora e Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA / USP. É colaboradora direta no Museum I D C. da Universidade Complutense de Madrid/Espanha. Membro da European Network for Cinema and Media Studies; Júri Festival de Cinema de Avanca (Portugal). Diretora do Festival Kinomania.
Ficha do Trabalho
Título
- A FOTOGRAFIA POÉTICA DE ZÉ MEDEIROS
Formato
- Presencial
Resumo
- José Medeiros (1921-1990) conhecido como “O Poeta da Luz” nasceu em Teresina – Piauí/Brasil. Em 1939 foi para o Rio de Janeiro e montou um pequeno estúdio, começando como freelancer nas revistas Tabu e Rio, onde conheceu Jean Manzon – fotógrafo francês radicado no Brasil, que o convidou em 1946 para trabalhar em O Cruzeiro. Iniciou sua carreira cinematográfica em 1965 , com o filme “A Falecida” com direção de Leon Hirszman.
Resumo expandido
- José Medeiros (1921-1990) conhecido como “O Poeta da Luz” nasceu em Teresina – Piauí/Brasil e aos 10 anos ganhou sua primeira câmera. Em 1939 foi para o Rio de Janeiro e montou um pequeno estúdio, iniciando como freelancer nas revistas Tabú e Rio, onde conheceu Jean Manzon – fotógrafo francês radicado no Brasil que o convidou em 1946, a trabalhar em “O Cruzeiro”- a revista de maior vendagem brasileira na época e para a qual, a fotografia era um suporte da mais alta importância; lá permaneceu por cerca de 15 anos. Ambos tendo como referência revistas internacionais com a Life (americana) e a Paris match (francesa) introduzem o conceito de fotorreportagem na imprensa nacional. Trabalhando com closes, pontos de vista novos e inusitados, enquadramentos geométricos e sequência de fotografias.
O Cruzeiro trabalhava editorialmente no sentido de mostrar o Brasil como um país progressista e moderno, motivo pelo qual suas pautas incluírem personalidades políticas e artísticas, praia, futebol e carnaval, arte, ciência e cenas das cidades como sinônimo de progresso emergente; mas havia espaço também para os crimes, o exótico e a diversidade cultural do país.
Com o sucesso da revista, liberdade para propor pautas e boas condições de trabalho, Medeiros viajava constantemente, trabalhando reportagens com seus temas prediletos: cultura negra, a vida dos índios, prostitutas e cultura brasileira, talvez como uma forma de questionar o establishment.
Também nos procedimentos práticos da profissão, percebia-se sua inventividade. Medeiros achava a câmera Rolleiflex utilizada pela revista pouco ágil, dessa forma substituía a Rolleiflex de filme médio, por uma Leica com filmes 35 mm, entregando as ampliações no formato quadrado da anterior.
Em 1949 integra a Expedição Roncador–Xingu, material que seria usado numa reportagem da revista americana Time, aparecendo com dois indígenas. Posteriormente, o fotógrafo documenta o primeiro contato oficial com os Xavantes. A partir de então, a questão indígena se tornou então tema bastante recorrente em sua obra, sempre acompanhado pelos textos do seu parceiro Arlindo Silva.
Iniciou sua carreira cinematográfica dentro do que foi chamado de “O Novo Cinema” em 1965 , com o filme “A Falecida” com direção de Leon Hirszman. Na década de 1980, lecionou fotografia e cinema em Santo Antonio de Los Baños, Havana/Cuba. Em cerca de quarenta filmes, participando de grandes clássicos do cinema nacional. Medeiros criou conceitos fotográficos econômicos no uso de luz artificial e ricos em luz natural, criando uma atmosfera realista. Medeiros foi considerado pelo ícone do Cinema Novo Brasileiro – Glauber Rocha – como “aquele que sabe fazer uma luz brasileira. Coerente com seu jeito naturalista de fazer fotografia impressa, a intenção em cinema permanece. Pensando em cada filme como uma entidade inteiramente separada da outra. Medeiros afirmava que o fotógrafo tem que usar muito a sua criatividade, pois a experiência do filme anterior não serve para o próximo. Experimentou diversas formas de exposição e rebatimentos de luz, sempre priorizando a pouca luz, transmitindo ao público situações em que os atores se pareçam com pessoas “de verdade”, em situações “de verdade”.
Tendo fotografado seu último filme em 1979, no qual foi também diretor, Medeiros concluiu uma fase do cinema brasileiro que passou por momentos muito diferentes, indo do absolutamente ao inexperiente e sem recurso, até chegar ao filme comercial, ainda que com temas e narrativas de gosto duvidoso. Analisando a fotografia cinematográfica de Medeiros, percebe-se que ele usava pouca luz artificial, tentando não artificializar demais a cena. Em entrevista a Sérvulo Siqueira, Medeiros fala sobre suas experiências: …´ E acontece de haver uma cena, em que havia uma luzinha lá adiante e que tinha uma continuidade, e essa luzinha, na hora de rodar, o eletricista se esqueceu de acender; aí no copião você vê que está faltando a luz numa cena….Enfim, é como pintar com luz.
Bibliografia
- Entrevista publicada na revista Filme Cultura, nº 38/39, ago-nov1981
http://www.guesaaudiovisual.com/CinemaFilosofiaLiteratura/EntrevReport/JoseMedeirosfotografo.html acesso em 15 de janeiro de 2023
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2320&cd_item=1&cd_idioma=28555 acesso em 12 de fevereiro de 2023
http://veja.abril.com.br/blog/sobre-imagens/brasileiros/jose-medeiros/http://www.studium.iar.unicamp.br/sete/4.html acesso em 01 de fevereiro de 2023
http://www2.metodista.br/unesco/1_Regiocom%202009/arquivos/trabalhos acesso em 10 de junho de 2023
http://www.intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2012/resumos acesso em 10 de junho de 2023