Ficha do Proponente
Proponente
- ROGÉRIO ZAGALLO CAMARGO (UFSCAR)
Minicurrículo
- Graduado em RTV pela ECA-USP, mestrando em Imagem e Som do PPGIS-UFSCar na linha de pesquisa História e Políticas do Audiovisual, orientado pelo Prof. Dr. Arthur Autran Franco de Sá Neto. Participante do grupo de pesquisa Cinema e Audiovisual na América Latina: Economia e Estética. Sócio-diretor da Oka Comunicações, produtor do longa de ficção Meio Irmão e diretor/produtor dos longas documentários Segundo Tempo, Sinfonia Paulistana, Um Novo Olhar e da série Vou Viver de HQ, original
Ficha do Trabalho
Título
- FAÇA VOCÊ MESMO, UM OLHAR SOBRE A AUTODISTRIBUIÇÃO NO BRASIL
Seminário
- Políticas, economias e culturas do cinema e do audiovisual no Brasil.
Formato
- Presencial
Resumo
- “Faça você mesmo”, a autodistribuição: Escolha ou falta de opção? Solução ou sinal de um problema? Um olhar sobre a autodistribuição, quando a produtora vira distribuidora de seu próprio filme, analisando os lançamentos de longas nacionais em sala de cinema de 2009 até 2019. Período marcado por um número crescente de emissões de CPB e lançamentos de filmes brasileiros que partiram de 84 filmes e 163 CPB emitidos, em 2009, chegando até 182 filmes e 387 CPB emitidos, em 2018.
Resumo expandido
- O “Faça você mesmo”, a autodistribuição, seria uma escolha ou uma falta de opção? Uma solução ou apenas o sinal de um problema do nosso mercado audiovisual? Este trabalho direciona seu olhar para a autodistribuição cinematográfica, quando a produtora vira distribuidora de seu próprio filme, apresentando uma análise dos filmes e suas produtoras que trilharam este caminho.
Para esta análise focamos nos lançamentos de filmes de longa-metragem nacionais que chegaram as salas comerciais de cinema entre 2009 e 2019. A escolha desse recorte temporal parte da ideia da pesquisa de investigar os caminhos possíveis da distribuição audiovisual num período de funcionamento “regular” do mercado de distribuição encerrando a pesquisa em 2019, ano anterior ao fechamento forçado das salas de cinema pela pandemia de Covid-19 que coincindiram com a paralisação dos incentivos públicos por parte do governo federal.
Este período foi marcado por um número crescente de emissões de CPB (Certificado de Produtos Brasileiros) e lançamentos comerciais de filmes brasileiros que partiram de 84 filmes e 163 CPB emitidos, em 2009, chegando ao ápice de 182 filmes e 387 CPB emitidos, em 2018. Outro diferencial deste período foi o nascimento de uma nova geração de distribuidoras nacionais, em sua maioria focadas inicialmente no lançamento de filmes brasileiros que ampliaram bastante as opções de distribuidoras no mercado, como Vitrine Filmes (2010), Elo Company (2012), H2O Films (2012), Lume (2011), Tucumán (2011), Arthouse (2012), Bretz Filmes (2012), Lança Filmes (2012), Livres Filmes (2012), O2 Play (2013), Inquieta (2015), Pagu Pictures (2016), Olhar Distribuidora (2017), Descoloniza Filmes (2017), Embaúba Filmes (2018), Taturana (2018/ Taturana Mobilização Social desde 2013), que chegaram ao mercado para se somar a outras distribuidoras consolidadas como as longevas Paris Filmes (1960), Pandora (1989), Europa (1990), Espaço Filmes (1993), Imagem (1998), entre outras, destacando-se a “caçula” Downtown (2006), única distribuidora exclusivamente de filmes nacionais.
Nesta pesquisa abordamos a relação destes fatos com o que podemos chamar de condições de “temperatura e pressão” do período (2009/2019). Nela apresentamos as principais ações de política pública e as mudanças legislativas e tecnológicas que agiram sobre o mercado audiovisual neste período. Partimos da apresentaçãos das primeiras linhas de incentivo à distribuição, passando pela legislação e o ambiente regulatório, chegando até às mudanças tecnológicas, onde destacamos a chegada e consolidação das plataformas digitais.
A pesquisa analisa as autodistribuições através da base de dados históricos utilizando como principal referência a trajetória de lançamentos de filmes de longa-metragens em salas de cinema. Para isso o levantamento de dados e a análise do período pesquisado foi feita utilizando como fonte primária principal a “Listagem de Filmes Brasileiros Lançados entre 1995-2022”, arquivo elaborado pela Coordenação de Gestão das Informações Regulatórias – CGI/SRG da ANCINE, publicada em 07/08/2023 no portal da OCA, Observatório de Cinema e Audiovisual. Os dados dessa listagem foram cruzados com os dados e resultados das Chamadas Públicas e Relatórios de Gestão do FSA fornecidos por seu agente finaceiro, no caso deste período, o Banco Regional de Desenvolvimento – BRDE.
Este trabalho está relacionado a pesquisa de mestrado, em andamento, do autor que estuda os caminhos e possibilidades da distribuição audiovisual contemporânea, através de um estudo de caso da distribuidora O2 Play.
Bibliografia
- AUTRAN, Arthur. O pensamento industrial cinematográfico brasileiro. São Paulo, Hucitec. Editora, 2013.
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