Trabalhos aprovados 2024

Ficha do Proponente

Proponente

    Caio Victor da Silva Brito (UFCE)

Minicurrículo

    Caio Victor Brito é bacharel em Cinema e Audiovisual e mestre em Arte pelo Programa de Pós Graduação em Artes, ambos pela UFC. Montador, Artista Multimídia e membro do Coletivo #ir. cvb.cine@alu.ufc.br

Ficha do Trabalho

Título

    Os Gestos de Montagem Queer em Obras de Realidade Virtual

Mesa

    Montagem 24: entre Almodóvar, Inteligência Artificial e Queer VR

Formato

    Presencial

Resumo

    Ao explorar como artistas queers utilizam a realidade virtual (VR) para desafiar e expandir as fronteiras da narrativa e da representação, foca-se na montagem de obras imersivas questionando as normas convencionais e promovendo uma poética queer através da VR, redefinindo o seu potencial como espaço de experimentação. Analisa-se o processo do filme autoral “Queer AI Has No Imagination” como mote à contribuição dessa pesquisa para um panorama audiovisual mais inclusivo e diversificado.

Resumo expandido

    Situando-se na interseção da realidade virtual (VR) enquanto nova mídia audiovisual e das questões de identidade e de produção artística queer, a presente proposta ao XXVII Encontro SOCINE busca evidenciar como artistas queers trabalham a montagem de suas obras imersivas em realidade virtual desafiando e expandindo as fronteiras da narrativa e da representação dentro desses ambientes virtuais. Questiona-se as normas convencionais e estimula-se a expressão de identidades e de experiências queer através das possibilidades interativas e imersivas da VR, contribuindo para o diálogo em torno da tecnologia e das identidades de gênero, também redefinindo o potencial da VR como um espaço de inclusão, experimentação e exploração das multifacetadas expressões de uma poética queer.

    Propõe-se uma expansão do campo de estudo ao tratar a realidade virtual queer não apenas como um espaço de representação, mas como um ecossistema rico para a proliferação de questionamentos críticos e para a realização de experimentações poéticas. O cerne desse projeto se baseia na realização autoral do filme VR “Queer AI Has No Imagination” como parte da pesquisa de mestrado ao PPGARTES/UFC “Arte da montagem espacial em obras de realidade virtual”. No filme, interroga-se aas capacidades de uma inteligência artificial (IA) que se identifica como queer, mas que, paradoxalmente, é descrita como desprovida de imaginação. Essa contradição fundamental serve como um estímulo para questionar e desconstruir as narrativas e representações que se tornaram normativas no contexto da realidade virtual (VR).

    Explorando as potencialidades dessa IA queer, confrontamos diretamente as limitações impostas pelas narrativas convencionais dentro do universo do VR. Essa abordagem não apenas desafia as fronteiras tradicionais da representação e expressão no espaço virtual, mas também instiga a criação de narrativas que refletem a diversidade e complexidade das experiências queer. Ao fazer isso, empurramos as barreiras da montagem e da narrativa em VR, propondo novos métodos e técnicas que são desenvolvidos por uma poética queer de artistas como Lui Avallos (2023), Anna Fries (2021), Malu Peeters (2021) e Antonia Forster (2023).

    Além disso, ao focalizar nas identidades e expressões queer dentro do contexto da VR, estamos contribuindo para a construção de um panorama audiovisual que é mais inclusivo e representativo da vasta gama de experiências humanas. Isso implica não apenas na inclusão de conteúdos que abordam temas queer de forma explícita, mas também na incorporação de estratégias de design e de narrativa que são sensíveis às nuances da experiência queer, criando assim espaços virtuais onde a diversidade e a pluralidade são não apenas aceitas, mas celebradas.

    Esta proposta, portanto, não se limita a uma simples inclusão de narrativas queer no espaço do VR; ele se propõe a reimaginar o que a realidade virtual pode ser enquanto meio apropriado por perspectivas de criação queer. Isso envolve uma reconsideração crítica de como a tecnologia VR é desenvolvida, de como as histórias são contadas nesses espaços e de como os espectadores interagem com esses ambientes virtuais. Através dessa abordagem, pondera-se sobre como as tecnologias emergentes podem ser moldadas por, e moldar, nossas compreensões de identidade, de expressão e de comunidade.

Bibliografia

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