Trabalhos aprovados 2024

Ficha do Proponente

Proponente

    Kamilla Medeiros do Nascimento (UFRJ)

Minicurrículo

    Doutoranda em Comunicação e Cultura pelo PPG da UFRJ. É mestre pelo mesmo programa, onde defendeu a dissertação “O Fim e o Princípio: o reencontro de Eduardo Coutinho com o Nordeste”. Como pesquisadora, organiza livros e publica artigos sobre o cinema/audiovisual brasileiro. Atua como cineclubista, curadora de mostras e festivais de cinema, produtora cultural e realizadora audiovisual. Eleita representante discente no Conselho Deliberativo da SOCINE nas gestões 2021/2023 e 2023/2025.

Ficha do Trabalho

Título

    Buscas pela brasilidade através do Nordeste no Globo Repórter (1970)

Formato

    Presencial

Resumo

    O presente trabalho faz parte de pesquisa de tese em desenvolvimento sobre a importância da região Nordeste na trajetória do cineasta Eduardo Coutinho. Para fins de análises dos processos fílmicos, esta comunicação pretende abordar outros diretores brasileiros que na década de 1970 migraram do cinema para a televisão. Que tipos de identidades nacionais o audiovisual estava buscando na época e por que o Nordeste, sobretudo, o sertão, continuava a habitar esse imaginário?

Resumo expandido

    Apesar de estarmos tratando do Globo Repórter, programa de televisão criado no início dos anos 1970, seu centro criativo foi, na verdade, cinematográfico. Este trabalho, por sua vez, reunirá alguns diretores que na época buscavam espaço para sua expressão em meio às tantas crises políticas e sociais vividas em plena ditadura militar. Para Heidy Vargas (2009), o Nordeste povoava a televisão e o cinema como um espaço simbólico para discutir a realidade social do país naquele momento. Quer dizer, historicamente, desde muito tempo, se pegarmos o exemplo da literatura, esse exercício é praticado de forma a suscitar debates até os dias de hoje. Cineastas como Eduardo Coutinho e Maurice Capovilla, apenas para citar alguns, produziram durante os anos de 1970 obras que refletiam o estado das coisas e buscavam inspiração nas mitologias sertanejas para tentar encontrar identidades de força criadora e autêntica no país. A linguagem do cinema aliada às possibilidades de produção e grande alcance de distribuição da televisão são de enorme importância para este trabalho. Sendo assim, serão analisados aspectos de alguns programas veiculados no Globo Repórter e suas forças de contato entre si para indagarmos que tipos de identidades nacionais o audiovisual estava buscando na época e por que o Nordeste, sobretudo, o sertão, continuava a habitar esse imaginário?

Bibliografia

    CHIARIONI, Bruno; SACRAMENTO, Igor. O repórter na TV: uma história dos programas de grande reportagem no Brasil. São Paulo: Pimenta Cultural, 2022.

    FORMAGGINI, Beth. Cinema na TV. Globo-Shell Especial e Globo Repórter (1971–1979). É Tudo Verdade/It´s All True 2002. Catálogo. p. 92-104.

    LINS, Consuelo; MESQUITA, Cláudia. Filmar o real: sobre documentário brasileiro
    contemporâneo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2008.

    MATTOS, Carlos Alberto. Sete faces de Eduardo Coutinho. São Paulo: Boitempo: Itaú Cultural : Instituto Moreira Salles, 2019.

    ____________________. Maurice Capovilla: a imagem crítica. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.

    VARGAS, Heidy. Globo-Shell Especial e Globo Repórter (1971-1983): as imagens documentárias na televisão brasileira. 2009. 266 p Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, Campinas, SP.

    VIANY, Alex. O processo do cinema novo. Rio de Janeiro: Aeroplano, 1999.