Ficha do Proponente
Proponente
- Gerson Rios Leme (UFPel)
Minicurrículo
- Gerson Rios Leme. Doutor em Educação pela Universidade Federal de Pelotas, mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria e graduado em Música – Licenciatura Plena pela Universidade Federal de Santa Maria (2003). Professor de som para audiovisual nos cursos de Cinema da Universidade Federal de Pelotas. Com experiência nas áreas de Educação; Música e Tecnologia; Educação a Distância; Som e Música para audiovisual, Teatro e Dança. Gosto de tocar guitarra e de compor minhas músicas!
Ficha do Trabalho
Título
- Paisagem Sonora e efeitos sonoros em audiovisual.
Formato
- Presencial
Resumo
- Este artigo propõe um caminho metodológico inicial para a criação de efeitos sonoros para filmes ligado ao campo da paisagem sonora, potencializando a força narrativa do áudio, a partir de aportes teóricos (Chion, 2011; Beauchamp, 2013) e a adaptação de práticas da educação sonora (Schafer, 2009), elucidando particularidades do material sonoro para, posteriormente, enriquecer a relação deste com a parte visual.
Palavras-chave: filmes; paisagem sonora; efeitos sonoros
Resumo expandido
- O presente artigo teve como origem as práticas educativas do autor como professor da área de som para audiovisual nos cursos de graduação de cinema da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), relacionadas ao ensino e à aprendizagem ligadas à produção sonora no âmbito local de curtas universitários, trazendo alguns dos procedimentos propostos em sala de aula com o objetivo de estimular a abordagem criativa e diversificada do material de áudio como auxílio à construção da narrativa de material fílmico.
Tais procedimentos têm como base teórica a relação das obras de Schafer (2001; 2009), Krause (2013), Chion (2011) e Beauchamp (2013), visando a aproximação entre as áreas de pesquisa da paisagem sonora e do som para cinema, fundamentada no entendimento e transposição de elementos significativos da primeira para a estruturação do material sonoro utilizado na segunda.
Assim, com o objetivo de emergir a potência criativa do som, além da abordagem usual de conceitos técnicos teóricos e práticos ligados ao áudio, como operação de equipamentos, boletim de som, processadores de frequência, processadores de dinâmica, reverberação, sample rate, gravação, edição, mixagem e finalização de conteúdo sonoro, dentre outros, ocorre a inserção temática da Paisagem Sonora e seu conteúdo, buscando a ampliação do repertório imaginativo dos alunos, com apontamentos que auxiliam na implementação de dinâmica alternativa na construção das camada de efeitos sonoros em específico, percorrendo, inicialmente, um caminho metodológico que desvincula o áudio do visual e sugere uma abordagem menos subjetiva em relação ao som, apoiando-se nos temas paisagem sonora; Hi-Fi e Lo-Fi, esquizofonia (Schafer, 2001); antrofonia, biofonia e geofonia (Krause, 2013); como questões que conduzam à formação de possíveis procedimentos que respaldam a criação sonora na produção de filmes desde o roteiro ou até antes mesmo da sua elaboração, oportunizando criar a criação de filmes para som (Thom, 1999) e não apenas com som.
Tais temáticas, portanto, ajudam a emergir os atributos sonoros pertinentes para cada cena, personagem, ambiente e objetos que serão utilizados nos produtos fílmicos, estimulando e potencializando a criatividade no emprego do sonoro, aliado ao visual, na criação de paisagens sonoras planejadas especificamente.
O texto desenvolvido aqui traz mais uma opção criativa no âmbito da camada de efeitos sonoros para cinema, de modo que, o emprego prático e sistematizado do material aqui apresentado não substitui as abordagens mais usuais desta camada, pelo contrário, soma-se a elas.
Assim, se aceitarmos o roteiro, o animatic e o storyboard, por exemplo, como uma manifestação organizada do filme que se imagina previamente, partimos do princípio que o filme, enquanto ideia, já apresenta concepções de todas as áreas que o compõem, incluindo o áudio..
Portanto, entende-se que o emprego destes conceitos a partir da pré-produção de um filme viabiliza e otimiza a produção e a pós-produção de áudio para a paisagem sonora em um projeto audiovisual, visto que, o direcionamento do material sonoro definido na pré-produção, com base no roteiro ou na criação do mesmo, acaba servindo para traçar um panorama do que é viável de ser bem realizado, do que deve ser adaptado ou mudado, além de prever variáveis que são refletidas em custos do projeto, formação de equipe e problemas da produção sonora, dentre outros.
Bibliografia
- BEAUCHAMP, Robin S. Designing Sound for Animation. 2nd ed. Focal Press. EUA. 2013.
CHION, Michel. A Audiovisão: som e imagem no cinema. Texto e grafia, Portugal, 2011.
KRAUSE. Bernie. A grande orquestra da natureza: descobrindo as origens da música no mundo selvagem. Zahar. Rio de Janeiro, 2013.
LEME, Gerson Rios. Pensando a trilha sonora para audiovisual. Revista Orson, p. 88 – 95. Pelotas, 2011.
SCHAFER, R. Murray. Afinação do mundo: uma exploração pioneira pela história passada e pelo atual estado. São Paulo: UNESP, 2001.
___. Educação sonora: 100 exercícios de escuta e criação de sons. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2009.
___. O ouvido pensante. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1991.
SILVA, Márcia Carvalho da. De olhos e ouvidos bem abertos: uma classificação dos sons do cinema. 2008. Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/. Acesso em: 22/03/2024.
THOM, Randy. Designing a movie for sound. 1999.