Trabalhos aprovados 2024

Ficha do Proponente

Proponente

    Manoela Veloso Passos (UFS)

Minicurrículo

    Nascida e criada em Aracaju, pesquiso cinema sergipano a partir de uma perspectiva feminista. Atuo em diversas áreas do audiovisual, como produção, pós-produção e pesquisa; coordeno a Mostra Maternidade Real desde 2021, também porque desde 2016 minha forma de atuar muda com o nascimento de minha filha e seu diagnóstico de fibrose cística, com que aprendo diariamente novas formas de lidar comigo, com o audiovisual e com o mundo.

Ficha do Trabalho

Título

    Participação de mulheres nos festivais de cinema em Sergipe

Seminário

    Festivais e mostras de cinema e audiovisual

Formato

    Presencial

Resumo

    A partir de uma perspectiva feminista de análise do cinema, analisamos os principais festivais e mostra audiovisuais realizados em Sergipe – FENACA, Curta-SE, Sercine, EGBÉ e FestCine. Nossa análise abrange a participação do cinema sergipano em relação as categorias em que suas obras participam, informações sobre categorias, aprimoramentos e estratégias encontradas pelos eventos em relação a produção local.

Resumo expandido

    Os festivais demonstram ser de grande valor para estimular a produção cinematográfica, por serem uma possibilidade de janela para exibição e potencializarem a carreira dos filmes com suas premiações. Outra propriedade desses eventos com continuidade é a de contribuir com a preservação audiovisual, pela capacidade de registro e de memória da produção. Por termos, em Sergipe, uma produção quase exclusiva de filmes no formato de curtametragem, os festivais se tornam ainda mais relevantes, pois estes são a maior janela de exibição desse formato.

    Analisaremos neste trabalho quatro festivais que são realizados anualmente no estado, o Curta-SE – Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe, realizado desde 2001, o Sercine – Festival Audiovisual de Sergipe, realizado desde 2011, a Mostra de Cinema Negro – EGBÉ, que teve sua primeira edição em 2016, e o FestCine – Itabaiana Int’l Film Festival, que inagura em 2019, além destes também abordaremos o Festival Nacional de Cinema Amador – FENACA (1972–1981). Os festivais estudados nesta pesquisa foram fontes de informação para dissertação, Passos (2023), sobre filmes dirigidos por mulheres em Sergipe.

    Mesmo com os desafios experimentados para a realização cinematográfica em geral em Sergipe, as mulheres são atravessadas por outras barreiras para trabalhar no audiovisual, por isso partimos de uma análise feminista do cinema para destacar a participação de filmes com direção de mulheres e, ainda, outras cineasta que desempenham funções técnicas premiadas nos festivais analisados. A partir da leitura de Pereira (2016), podemos perceber que muitas vezes filmes dirigidos por mulheres não são selecionados em festivais sem recorte de gênero. Portanto, é indispensável verificarmos a presença desses filmes nos festivais que são realizados em Sergipe.

    Estes festivais tem características muito contrastantes entre si, e para entender melhor suas funções sociais, os analisaremos de acordo com as categorias proposta por Mattos (2013). Da mesma forma que a autora, entendemos que as categorias não contemplam a totalidade de cada festival, pois um só festival pode reunir as especificidades de todas as categorias propostas, mas ainda assim é útil refletir sobre seus objetivos, seus produtores ou idealizadores, as atividades que realizam e como e quais filmes seleciona para sua programação.

    Nesta pesquisa, queremos perceber o impacto desses eventos para o cinema sergipano, além de analisar a presença e premiação de filmes dirigidos por mulheres. Para tanto, apresentamos dados dos filmes sergipanos selecionados para cada edição dos festivais, bem como da proporção de filmes com direção de homens e mulheres por edição, ou seja, quantos filmes sergipanos participaram da programação e qual gênero das pessoas que assinavam as direções dos filmes exibidos.

Bibliografia

    MATTOS, Tetê. Festivais pra quê? Um estudo crítica sobre festivais audiovisuais brasileiros. IN BAMBA, Mahomed (org.) A recepção cinematográfica: teoria e estudos de casos. Salvador: ADUFBA, 2013. p. 117 – 131

    PASSOS, M. V. (2023) Cinema de mulheres em Sergipe: um mapeamento de filmes e trajetórias de cineastas (1974 – 2023). (Dissertação) Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Cinema – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão-SE

    PEREIRA, A. C. (2016) A mulher cineasta: Da arte pela arte a uma estética da diferenciação. Covilhã-Portugal: LabCom.IFP.