Ficha do Proponente
Proponente
- VIRGÍNIA DE OLIVEIRA SILVA (UFPB)
Minicurrículo
- Possui Pós-Doutorado em Educação (UERJ). Doutora (Uff) e Mestre (UFRJ) em Educação; Especialista em Teoria Literária (UFRJ); Licenciada em Letras (UFRJ) e em Cinema (Uff); Graduada em Comunicação (UFPB) e em Design Gráfico (IFPB). Prof.ª Associada do CE/UFPB, coordena o Projeto Cinestésico. Membro dos GPs “Culturas e Identidades no Cotidiano” (UERJ) e “Economia Política do Audiovisual” – EPA! (UFRN) e líder do “Grupo de Pesquisa em Educação e Cinema – PEDCINE (UFPB). Diretora e roteirista.
Ficha do Trabalho
Título
- Memória, Educação e Cinema na Paraíba
Formato
- Presencial
Resumo
- Pesquisamos três ações envolvendo Memória, Educação e Cinema na Paraíba, debruçando-nos, mais detalhadamente, sobre um deles: “Cinema Paraibano: Memória e Preservação – CP:MP”, visando destacar seus efeitos positivos, ou seja, a democratização da acessibilidade a bens culturais cinematográficos paraibanos, realizados nas décadas de 1970 e 1980, a partir da digitalização e posterior disponibilização desse material que se encontrava inacessível para o público em geral, desde o final dos anos 1980.
Resumo expandido
- A ação educativa do presente está em permanente débito com o passado e inegavelmente comprometida com o futuro. Assim, este trabalho, envolve memória, cinema e educação na Paraíba, dada a importância que todo processo educacional comumente deposita sobre a socialização do conhecimento sistematizado historicamente no pretérito para poder compreender o momento presente e projetar o mundo por vir de modo diferente e (de preferência) melhor. Ao refletirmos sobre o vigor do processo de formação, envolvendo o cinema, pensamos também, nestes tempos de obsolescência frenética, na necessidade da preservação material de nossa cinematografia – a experiência de se vislumbrar o contexto e a forma de filmes antigos é também a de viajar no tempo e espaço, mesmo que aparentemente não tenhamos saído de nosso momento e lugar. Dentre outras possibilidades, testemunhamos, projetadas na luz e trazidas pelos sons, além das diferentes narrativas fílmicas, as variadas culturas, arquiteturas, vestimentas, maneiras e expressões de sujeitos de espaços e tempos diversos. Ou seja, os filmes podem ser considerados, ao mesmo tempo, bens materiais (pela sua concretude em forma de película, por exemplo) e imateriais (sobretudo pela sua força de registro de épocas distintas, em infinitas camadas).
Em ordem cronológica de surgimento, citamos 3 projetos que pesquisamos por, de alguma forma, alinharem-se aos nossos objetivos: o Pontão de Cultura “Rede Nordestina Audiovisual”; o Projeto “Cinema Paraibano: Memória e Preservação – CP:MP”; e o “Indie Cine – Curta em qualquer lugar”.
Aqui, focamos nossas reflexões sobre a temática “memória, educação e cinema na Paraíba”, sobretudo, no Projeto “CP:MP”, no qual, para além da simples percepção de possíveis equívocos e acertos, destacamos os desdobramentos positivos: a democratização da acessibilidade a bens culturais cinematográficos paraibanos, produzidos das décadas de 1970 e 1980, a partir da digitalização e posterior disponibilização na internet desse material que se encontrava inacessível ao público em geral, desde o final dos anos de 1980, fosse por não haver em funcionamento projetores adequados ao formato dessas películas que permitissem a sua exibição, dada a obsolescência tecnológica que campeia os tempos atuais, fosse pelo grave estado de conservação em que se encontravam as próprias películas nas prateleiras do Núcleo de Documentação Cinematográfica da Universidade Federal da Paraíba – NUDOC/UFPB. Agora tais filmes, apesar de não estarem mais na internet, encontram-se em formato digital disponíveis à apreciação geral, à exibição e debate em cineclubes, e para os estudos de pesquisadores, historiadores, educadores e realizadores que se interessem pelo tema, como nós.
Pesquisamos 3 ações de universidades públicas da Paraíba, voltadas, em todo ou em parte, para a preservação, reunião e circulação de audiovisuais paraibanos na internet, que contemplavam, de alguma forma, nossos objetivos, e, dentre elas, escolhemos a que nos debruçaríamos com maior profundidade, para levantarmos e tabularmos o ano de produção, algumas características da obra, a quantidade, os títulos e os(as) cineastas contemplados(as) pelas atividades do projeto, bem como os seus sujeitos agentes, patrocinadores e possíveis matérias em jornais da época da realização do projeto; levantamos referências bibliográficas sobre a temática; e produzimos um questionário sobre os percursos técnicos do projeto.
Detivemo-nos mais sobre o “CP:MP”, enviamos questionário a 3 de seus participantes e obtivemos a resposta do assistente técnico Francisco Sales. Verificamos que Roberto Buzzini, da RB Movie House em Itu/SP, telecinou 90 filmes paraibanos (1970-1980), alguns inéditos. Dos 90, 87 eram em Super-8, e 3, em 16mm. Tal projeto produziu a Mostra Cinema e Memória, em 2013, além do e-book e livro “Cinema e Memória – o Super-8 na Paraíba nos anos 1970 e 1980”, o blog http://blog.cinepbmemoria.com.br e o site http://cinepbmemoria.com.br, atualmente inativos.
Bibliografia
- AMORIM, L. e FALCONE, F. T. (Orgs.) Cinema e memória: o super-8 na Paraíba nos anos 1970 e 1980. João Pessoa: Editora da UFPB, 2013. 164p.
GOMES, J. de L. Cinema paraibano, um núcleo em vias de renovação e retomada. São Paulo: ECA/USP: Mimeo, 1991. Dissertação de Mestrado.
LIRA, B. “A Produção Cinematográfica superoitista em João Pessoa e a influência no contexto social/econômico/político e cultural em sua temática.” In: Cadernos de texto, 8, João Pessoa, CCHLA/UFPB, 1986, pp.5-12.
MARINHO, J. Dos homens e das pedras – o ciclo do Cinema Documentário Paraibano (1959/1979). Niterói, EDUFF, 1998.
NUNES, P. Violentação do Ritual Cinematográfico: Aspectos do cinema independente na Paraíba (1979-1983). Dissertação de Mestrado, S. Bernardo do Campo: UMSP, 1988.
REILLY, J. M. Guia do Image Permanence Institute para armazenamento de filmes de acetato. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos, 2001.