Trabalhos aprovados 2024

Ficha do Proponente

Proponente

    ARTHUR FELIPE DE OLIVEIRA FIEL (UFES)

Minicurrículo

    Roteirista e Produtor Audiovisual, é Professor Adjunto do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades (PÓSCOM) da Universidade Federal do Espírito Santo, onde coordena o Observatório do Cinema e Audiovisual Capixaba (OCAC). É também Doutor em Comunicação (PPGCom) e Mestre em Cinema e Audiovisual (PPGCine) pela Universidade Federal Fluminense. Temas de interesse e pesquisa: audiovisual infantil, políticas públicas e produção no audiovisual.

Ficha do Trabalho

Título

    OBSERVATÓRIOS DE CINEMA E AUDIOVISUAL: PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL

Seminário

    Políticas, economias e culturas do cinema e do audiovisual no Brasil.

Formato

    Presencial

Resumo

    Esta comunicação tem por objetivo apresentar um levantamento sistemático de dados acerca da existência de observatórios que se dedicam ao estudo e análise do setor audiovisual em território nacional. Com isso, busca-se reconhecer a importância dos observatórios como ferramentas democráticas de produção de conhecimento setorial para, ao fim, propor a integração dessas informações e saberes a partir da criação da Rede Brasileira de Observatórios de Cinema e Audiovisual (REBOCA).

Resumo expandido

    Inspirados nos observatórios de astronomia, nas últimas décadas pudemos acompanhar a formação de mecanismos como os Observatórios no campo das ciências sociais e humanas, entre outras áreas do conhecimento, para a observação e análise de diversos fenômenos que não aqueles exclusivamente naturais. Também nos é possível notar a ampliação da literatura acadêmica sobre este tema, tendo autores que se dedicam a traçar uma trajetória do surgimento desses organismos (ALBORNOZ; HERSCHMANN, 2006), a alguns trabalhos, mais alinhados ao setor da cultura, que buscam propor ferramentas para classificar os observatórios em distintas categorias e tipologias (SEMENSATO, 2015), além de muitos outros estudos que propõem um levantamento e revisão sobre o estado da arte, oriundos de diversas áreas do saber.

    Um ponto em comum encontrado nestes estudos diz respeito ao apontamento das funções e atividades a ser desempenhadas por esses organismos, das quais destacamos: a elaboração de uma base de dados sobre um determinado tema; a utilização de metodologias para sistematizar as informações analisadas; a conexão entre pessoas e instituições interessadas no desenvolvimento de um dado setor; além da difusão dos conhecimentos e informações a partir da publicação e publicização dos dados analisados.

    Ao compreender o cinema e audiovisual brasileiro como um conjunto de práticas, produções e atividades atravessadas por processos históricos e políticos, a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) criou, em dezembro de 2008, o Observatório do Cinema e Audiovisual (OCA), com objetivo de produzir e difundir dados qualificados sobre o setor, elaborados por agentes da própria instituição. A criação do OCA/ANCINE pode ser entendida como um marco inaugural nas ferramentas e mecanismos de observação do setor audiovisual brasileiro, inspirando o surgimento de alguns outros Observatórios com intuitos semelhantes espalhados por todo território nacional – a exemplo dos grupos de pesquisa e extensão como o Centro de Análise do Cinema e do Audiovisual (CENA/UFSCAR), do Observatório do Audiovisual Potiguar (OPA/UFRN), do Observatório do Cinema e Audiovisual Capixaba (OCAC/UFES), entre outros.

    Ao se debruçar sobre as ações, os discursos e as políticas do setor, a pesquisadora Lia Bahia (2012, p. 19) faz um apontamento contundente à esta proposta sobre a necessidade de “observar a cadeia produtiva – produção-distribuição-exibição – e suas mediações com as políticas públicas”, com o intuito de compreender o cinema nacional como indústria e mercado, a partir da observação e análises das interações entre os processos de idealização e execução do conjunto de políticas governamentais que os modulam. Assim, observar é, para a autora, palavra-chave para o desenvolvimento de tais análises, pois, a observação das interações que atravessam as vertentes políticas, culturais e econômicas do setor audiovisual, “é fundamental para detectar os aspectos simbólicos e mercadológicos do campo cinematográfico” (p. 23).

    Diante do exposto, esta comunicação tem por objetivo apresentar um levantamento sistemático acerca da existência de observatórios que se dedicam a análise do setor audiovisual em território nacional, além de expor algumas das atividades desenvolvidas no primeiro ano de existência do Observatório do Cinema e Audiovisual Capixaba (OCAC), sob minha coordenação. Com isso, pretende-se reconhecer a importância dos observatórios como ferramentas democráticas de produção de conhecimento setorial para, ao fim, propor a integração dessas informações e saberes a partir da criação da Rede Brasileira de Observatórios de Cinema e Audiovisual (REBOCA), unindo conhecimentos oriundos de agências de monitoramento aos trabalhos advindos das Instituições de ensino, pesquisa e extensão, que possibilitam o conhecimento do setor em uma ampla perspectiva territorial, fornecendo preciosas informações sobre a realidade e desenvolvimento do audiovisual brasileiro em escala local, regional e nacional.

Bibliografia

    AIRES, J. OBSERVATÓRIO DO AUDIOVISUAL POTIGUAR: DESAFIOS DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PARA O SETOR AUDIOVISUAL. Revista Extensão & Sociedade, [S. l.], v. 12, n. 2, 2021. DOI: 10.21680/2178-6054.2021v12n2ID24399. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/extensaoesociedade/article/view/24399. Acesso em: 26 mar. 2024.

    ALBORNOZ, L. A.; HERSCHMANN, M. Os observatórios ibero-americanos de informação, comunicação e cultura: balanço de uma breve trajetória. E-Compós, [S. l.], v. 7, 2006. DOI: 10.30962/ec.102. Disponível em: https://www.e-compos.org.br/e-compos/article/view/102. Acesso em: 20 mar. 2024.

    BAHIA, Lia. Discursos, políticas e ações: processos de industrialização do campo cinematográfico brasileiro. São Paulo, Itaú Cultural, 2012.

    SEMENSATO, C. G. O surgimento dos Observatórios de Cultura e de Políticas Culturais: reflexões inicias para construção de tipologias. PragMATIZES – Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura, n. 8, p. 55-66, 4 mar. 2015. Acesso em: 26 mar. 2024.