Trabalhos aprovados 2024

Ficha do Proponente

Proponente

    Nelson Agostinho Marques Araújo (CEAA/ESAP)

Minicurrículo

    Coordenou os livros: Manoel de Oliveira – Análise Estética de uma Matriz Cinematográfica (Edições 70, 2014), História do Cinema (Edições 70, 2021), Os 100 Melhores Planos do Cinema, 100 Autores, 100 Planos (Edições 70, 2023), publicou o livro: Cinema Português (Edições 70, 2016). É diretor da licenciatura de Cinema e Audiovisual na Escola Superior Artística do Porto. É investigador no CEAA e integra a comissão organizadora do Encontro Internacional O Cinema e as outras Artes.

Ficha do Trabalho

Título

    Formação de públicos infantil e juvenil: a experiência do projeto Kino

Formato

    Presencial

Resumo

    O Projeto KinoGame/KinoBox decorreu em nove escolas do ensino básico e secundário da zona Norte de Portugal. Teve o apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) no âmbito do programa Formação de Públicos Infantil e Juvenil. Pretende-se divulgar o trabalho desenvolvido como exemplo de uma prática que contribui para a literacia da imagem em movimento, num contexto de Educação Cultural e Educação para a Cidadania.

Resumo expandido

    O projeto KinoGame/KinoBox surgiu de uma vontade de contestar a distância entre o cinema português e o público e teve o apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA). Considerando que existem múltiplas e diferentes explicações, partimos da assunção de que existe, de facto, um distanciamento que potencia constrangimentos de produção e exibição. Esta periclitante relação do público com o cinema português configurou o nosso perímetro de trabalho ao nível da formação de públicos infantil e juvenil: procurando uma construção formativa que objetivasse a aproximação daquele público ao cinema português e ambicionasse a inversão do distanciamento do público, em geral, com os filmes portugueses.
    O projeto foi dividido em duas linhas: para o público infantil, designa-se KinoGame, dando guarida a uma formação eminentemente prática com a recriação de planos projetados e em que um grupo faz de conta que exerce as funções de uma equipa de cinema; para o público juvenil, designa-se KinoBox, enfatizando o caráter enigmático, mágico e artístico que é a “caixa” do cinema usando-se fragmentos fílmicos para se proceder à decomposição das estratégias da linguagem cinematográfica que aquela fração do filme transporta.
    A dinâmica do projeto permitiu o desdobramento da imagem cinematográfica em partituras da sua gramática, numa abordagem que estabeleceu diálogo com a cultura portuguesa e com a linguagem especifica do cinema. As atividades aconteceram em diversas escolas do Norte de Portugal e com ganhos na relação do público-alvo com o cinema em geral e o cinema português em particular. Pretende-se, nesta comunicação, dar destaque a esta experiência como exemplo de uma prática que contribui para a literacia da imagem em movimento, num contexto de Educação Cultural e Educação para a Cidadania, nomeadamente no alcance dos seguintes objetivos definidos:
    • Identificar a presença da gramática cinematográfica em momentos fílmicos do cinema português;
    • Valorizar o cinema português, extraindo dos seus filmes originalidades artísticas;
    • Sinalizar no cinema português a construção de uma memória coletiva;
    • Apresentar protagonistas do cinema português, nomeadamente realizadores e atores;
    • Explicar o trabalho de equipa no cinema através de exercícios práticos;
    • Identificar opções estéticas em múltiplos e diferentes filmes portugueses;
    • Contribuir para uma relação positiva entre o cinema português e o público;
    • Sublinhar filmes e momentos fílmicos do cinema português;
    • Despertar o público infantil para a metodologia de realização a partir de planos do cinema português;
    • Despertar o público juvenil para a gramática do cinema, a partir de filmes, sequências e planos do cinema português;
    • Sensibilizar o público infantil e juvenil para o cinema enquanto manifestação artística.

Bibliografia

    António, L. (1998). O Ensino, o Cinema e o Audiovisual. Porto: Porto Editora.
    Lemière, J. (2006). ‘“Um Centro na Margem”: o Caso do Cinema Português. Análise Social, 180, 731- 765.
    Lopes, J. T. (2014). Notas Conclusivas. In L. A. Alves, F. G. Garcia & P. Alves, (Coord.), Aprender del cine: narrativa y didáctica (pp. 219-224). Madrid: Icono14 Editorial
    Penafria, M. (2009). Análise de Filmes – conceitos e metodologia(s). Biblioteca on-line de Ciências da Comunicação. Retirado de http://www.bocc.ubi.pt/pag/bocc-penafria-analise.pdf.
    Pereira, S.; Pinto, M. & Pereira, L. (2012). Recursos para la alfabetización mediática: investigación y propuestas para niños. Comunicar, Revista Científica de Educomunicación, 39(XX), 91-99.
    Pina, L. de (1986). História do Cinema Português. Lisboa: Edições Europa-América.