Ficha do Proponente
Proponente
- Cecília Antakly de Mello (USP)
Minicurrículo
- Cecília Mello é Professora Livre-Docente na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Organizou, entre outros, os livros Realism and the Audiovisual Media, (com Lúcia Nagib, London: Palgrave, 2009), Realismo Fantasmagórico (Cinusp, São Paulo: 2015), e Chinese Film in the Twenty-First Century: Movements, Genres, Intermedia (com Corey Schultz, London: Routledge, 2024). É autora de The Cinema of Jia Zhangke: Realism and Memory in Chinese Film (London: Bloomsbury 2019).
Ficha do Trabalho
Título
- Espaço-temporalidades complexas no cinema chinês contemporâneo
Mesa
- Do “espaço negativo” ao “espaço sideral”
Formato
- Presencial
Resumo
- A intenção será investigar a relação complexa de espaço-temporalidades em filmes chineses recentes. A hipótese a ser explorada é a de que o cinema chinês realista do século XXI, tributário tanto do realismo Baziniano quanto de concepções estético-filosóficas chinesas tradicionais como o Taoísmo e o Confucionismo, assume com frequência uma dimensão que pode ser denominada ‘fantástica’ ou ‘fantasmagórica’, com sobretons de ficção científica.
Resumo expandido
- A intenção será investigar a relação complexa de espaço-temporalidades em filmes chineses recentes. A hipótese a ser explorada é a de que o cinema chinês realista do século XXI, tributário tanto do realismo Baziniano quanto de concepções estético-filosóficas chinesas tradicionais como o Taoísmo e o Confucionismo, assume com frequência uma dimensão que pode ser denominada ‘fantástica’ ou ‘fantasmagórica’, com sobretons de ficção científica. Para isso, serão analisados trechos de filmes como Suzhou River (Lou Ye, 2000), Em busca da vida (Jia Zhangke, 2006), Trap Street (Vivian Qu, 2013), Longa jornada noite adentro (Bi Gan, 2018) e A torre sem sombra (Zhang Lu, 2022), The Wild Goose Lake (Diao Yinan, 2019), entre outros, nos quais a ação no espaço-tempo presente assume dimensões ora fantasmagóricas, ora mágicas e ora futurísticas, complicando a relação indicial entre o meio cinematográfico e o real. Essas espaço-temporalidades complexas conectam-se a um desejo de articulação da contemporaneidade chinesa, em si mesma um complexo amálgama de camadas espaço-temporais em fluxo. Diante dessa complexidade, emerge cada vez mais um cinema autoral complexo, que se conecta com cidades reais e/ou imaginárias, em construção e/ou destruição, atravessando a geografia chinesa de norte a sul e nas quais se forjam sujeitos igualmente em fluxo, presos em um passado ou perdidos em um futuro indeterminado.
Bibliografia
- Berry, Chris (2007), “Haunted Realism: Postcoloniality and the cinema of Chang Tso-chi”, in Davis, Darrell Williams and Chen, Ru-shou Robert (eds.), Cinema Taiwan: Politics, popularity and stage of the arts. London, Routledge
Elsaesser, Thomas (2009), “World Cinema: Realism, Evidence, Presence”, in Nagib, Lúcia and Mello, Cecília (eds.), Realism and the Audiovisual Media. Basingstoke: Palgrave Macmillan
Gordon, Avery (1997), Ghostly Matters: Haunting and the Sociological Imagination. Minneapolis: University of Minnesota Press.
Mello, Cecília (2015), Realismo Fantasmagórico. São Paulo: Cinusp.
Mello, Cecília (2019), The Cinema of Jia Zhangke: Realism and Memory in Chinese Film. London: Bloomsbury.
Lim, Bliss Cua (2009), Translating Time: Cinema, the Fantastic, and Temporal Critique. Durham and London: Duke University Press.
Mei Gao (2020), “Between Ontology and Hauntology Magic Realism in Contemporary Chinese Cinema”, in Revista de Comunicação e Linguagens.