Ficha do Proponente
Proponente
- Ramiro Giroldo (UFMS)
Minicurrículo
- Ramiro Giroldo é professor da UFMS e atua na graduação e na pós-graduação. Mestre em Estudos de Linguagens pela mesma instituição e doutor em Literatura pela Universidade de São Paulo (USP), também atua como produtor e roteirista audiovisual. Autor de ensaios publicados em revistas acadêmicas, publicou os livros de não-ficção Ditadura do Prazer: sobre ficção científica e utopia, André Carneiro nos Quânticos da Incerteza: o Centenário e os romances Red Hookers e As Filhas do Além.
Ficha do Trabalho
Título
- O ESCORPIÃO ESCARLATE: MOLDURAS PARA A FICÇÃO DE GÊNERO
Formato
- Presencial
Resumo
- O trabalho discute de que maneira o filme de longa metragem O Escorpião Escarlate, de Ivan Cardoso, constrói uma rede intertextual genérica (relativa ao cinema, mas também aos quadrinhos, à literatura e ao rádio drama de gênero) por meio de molduras narrativas intercaladas e simultâneas. Tal procedimento é compreendido como parte da poética do roteirista do filme, R. F. Lucchetti, em seu costumeiro passeio por diversas mídias – portanto, o trabalho aborda ora o roteiro original, ora o longa.
Resumo expandido
- O trabalho faz parte do projeto de pesquisa “Fantástico no Brasil: Sistemas”, coordenado pelo proponente, e discute de que maneira o filme de longa metragem O Escorpião Escarlate (1990), de Ivan Cardoso, constrói uma rede intertextual genérica (relativa ao cinema, mas também aos quadrinhos, à literatura e ao rádio drama de gênero) por meio de molduras narrativas intercaladas e simultâneas. Tal procedimento é compreendido como parte da poética do roteirista do filme, R. F. Lucchetti, em seu costumeiro passeio por diversas mídias – portanto, o trabalho aborda ora o roteiro original, ora o longa de Cardoso. Em seu percurso teórico-crítico, servem de embasamento inicial: proposições de Umberto Eco acerca das molduras narrativas e suas implicações, conforme apresentadas em Seis passeios pelos bosques da ficção; de Gerard Genette, em Palimpsestos, sobre transtextualidade; e de Roberto de Sousa Causo acerca das particularidades da pulp era brasileira, em seu estudo Ficção científica, horror e fantasia no Brasil. Em contato com a materialidade do filme de Cardoso e do roteiro de Lucchetti, faz-se necessário ainda o instrumental específico para lidar ora com o cinema, ora com a palavra impressa que o possui em gestação. Dessa maneira, é possível observar como o uso sucessivo de molduras narrativas coloca em suspenso as relações entre o público e o criador, entre o registro mimético mais ou menos afastado do realista, entre o real e a ficção e, enfim, suspende as fronteiras entre gêneros como horror, mistério, suspense e ficção científica. Tais suspensões, é importante enfatizar, configuram a poética de Lucchetti como um todo e atravessam suas produções nos quadrinhos, na literatura, no cinema e no rádio drama, mas encontram um espaço privilegiado, esteticamente coeso, no longa de Cardoso.
Bibliografia
- O ESCORPIÃO ESCARLATE. Direção: Ivan Cardoso. Produção de Topázio Filmes. Brasil: Topázio Filmes, 1990.
CAUSO, Roberto de Sousa. Ficção científica, horror e fantasia no Brasil – 1875 a 1950. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
ECO, Umberto. Seis passeios pelos bosques da ficção. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
GENETTE, Gerard. Palimpsestos. Belo Horizonte: Edições Viva Voz, 2010.
LUCCHETTI, R. F. O escorpião escarlate. São Paulo: Editora Laços, 2015.