Ficha do Proponente
Proponente
- Ester Marçal Fér (UNICAMP / UNILA)
Minicurrículo
- Doutoranda em Multimeios na UNICAMP, onde desenvolve pesquisa sobre processos de criação do roteiro no cinema brasileiro contemporâneo. Mestra em Comunicação pela Cásper Líbero e bacharela em Imagem e Som pela UFSCar. É docente no curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Possui experiência na gestão de políticas públicas, curadoria de mostras e realização audiovisual.
Ficha do Trabalho
Título
- Desenvolvimento de roteiro de cinema no Brasil: discursos de qualidade
Seminário
- Estudos de Roteiro e Escrita Audiovisual
Formato
- Presencial
Resumo
- Esta comunicação pretende observar quais são os discursos de qualidade e os seus devidos marcadores utilizados nas práticas de desenvolvimento de roteiro cinematográfico de ficção no Brasil. Para isso, lança mão dos conceitos formulados por Batty & Taylor (2021) e do cotejo entre os documentos das Linhas de Desenvolvimento da ANCINE e documentos de processo (SALLES, 2016) tais como sinopses e tratamentos de roteiro de filmes que transitaram por dois laboratórios de roteiro nacionais.
Resumo expandido
- Apesar de historicamente excluído do financiamento na cadeia produtiva cinematográfica no Brasil (COLLAZZI, 2014), o roteiro e seu respectivo desenvolvimento tem sido, na última década, alvo de maior atenção por parte de políticas públicas de fomento, bem como de ações de agentes da indústria que visam dar suporte a esta etapa criativa tão importante e ao mesmo tempo complexa dos filmes.
Com o advento de laboratórios de desenvolvimento de roteiro, como o BrLab e o Sesc Novas Histórias entre outros; e de políticas como as Linhas de Desenvolvimento da ANCINE [PRODAV 3 (Núcleos Criativos), PRODAV 4 (Laboratórios de Desenvolvimento) e PRODAV 5 (Desenvolvimento de Projetos)] entre outras, é possível sugerir que tais movimentos têm colaborado, ainda que de forma intermitente, para a criação de uma cultura do desenvolvimento do roteiro cinematográfico no país.
Durante o mesmo período, o desenvolvimento do roteiro tem sido objeto da pesquisa acadêmica, com importantes contribuições de autores como Batty & Taylor (2021a, 2021b), Price (2017) e Nash (2013), que com suas investigações, têm construído um ferramental teórico capaz de auxiliar novas pesquisas que tentam dar conta do “problema perverso” que é o desenvolvimento do roteiro (BATTY et al, 2017).
A partir dessa fundamentação teórica e dos dados encontrados nos documentos da Agência Nacional de Cinema, bem como no cotejo de roteiros e sinopses de filmes que transitaram pelos laboratórios de roteiro citados acima, propomos observar quais são os discursos de qualidade e os seus devidos marcadores utilizados nas práticas de desenvolvimento de roteiro cinematográfico no Brasil.
Bibliografia
- BATTY, C; TAYLOR, S. Room for Improvement: Discourses of Quality and Betterment in Script Development. Script Development. Critical Approaches, Creative Practices, International Perspectives.Palgrave Macmillan, 2021a.
______________________. The Palgrave Handbook of Script Development. Palgrave Macmillan, 2021b.
BATTY, C., O’Meara, R., Taylor, S., Joyce, H., Burne, P., Maloney, N., Poole, M., and Tofler, M. Script development as a “wicked problem”, Journal of Screenwriting 9:2, pp. 153–74, 2018.
COLLAZZI, A.M. A exclusão do roteiro no financiamento da cadeia produtiva do filme no Brasil. Dissertação de Mestrado, USP, 2014.
NASH, M. Unknown spaces and uncertainty in film development. Journal of Screenwriting, 4:2, pp. 149-162, 2013.
PRICE, S. Script development and academic research. Journal of Screenwriting, 8:3, pp. 319-333, 2017.
SALLES, Cecília Almeida. A complexidade dos processos de criação em equipe: Uma reflexão sobre a produção audiovisual. Universidade de São Paulo, 2016.