Ficha do Proponente
Proponente
- Marília Xavier de Lima (UAM)
Minicurrículo
- Doutora em Comunicação (2021) pela Universidade Anhembi Morumbi. Mestre (2012) e graduada (2009) em Comunicação Social (2012) pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Realizou estágio pós-doutoral (2023) no PPGCOM da Universidade Anhembi Morumbi.
Ficha do Trabalho
Título
- Primeiro Plano: estudo do impacto do festival na produção audiovisual
Formato
- Presencial
Resumo
- Essa comunicação busca realizar um estudo sobre o Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades com intuito de compreender seu impacto no campo da realização e formação de um ambiente audiovisual na cidade de Juiz de Fora e região da Zona da Mata e Vertentes. Criado em 2002, o festival é o mais longevo da região, mobilizando a circulação e produção de filmes na cidade, no estado e no país.
Resumo expandido
- O estudo sobre festival de cinema traz elementos importantes para a história do cinema brasileiro uma vez que impacta a produção audiovisual no âmbito regional, nacional e internacional. A partir dos anos 1990 houve um crescimento da realização de festivais de cinema no Brasil, no entanto, segundo Mattos, Muylaert e Melo (2021), foi a partir dos anos 2000 que se iniciou uma pesquisa mais sistemática sobre os festivais e mostras de cinema. Essa comunicação parte do estudo do festival de cinema “Primeiro Plano” buscando, inicialmente, investigar sua história, seus modos de financiamento, realização, formato, propostas curatoriais e iniciativas de formação pedagógica para o público e profissionais da área do audiovisual. Complementarmente, busca entender o impacto do evento na realização regional e nacional de filmes, por meio da análise do crescimento da mostra regional ao longo dos anos, tanto em relação ao número de filmes inscritos como de curtas exibidos. Com isso, investigaremos como o festival influencia a criação de ciclos de produção cinematográfica local.
O Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades teve sua primeira edição em 2002. O festival é voltado para diretores e diretoras estreantes na categorias de direção, sendo o único no país com essa proposta curatorial. Em 2022, foi realizada a vigésima primeira edição, tendo, portanto, edições ininterruptas desde sua criação. Na cidade de Juiz de Fora, é o festival mais longevo e apresenta um formato que se mantém desde a primeira edição. A história do festival foi se moldando a partir das articulações e aproximações do Brasil com os países sul-americanos e também de Juiz de Fora que fazia parte da Rede das Mercocidades. Em 2008, o festival realizou sua primeira mostra itinerante em Buenos Aires e passou a incorporar o termo Mercocidades em seu nome.
O formato do festival traz duas mostras competitivas de curtas-metragens: uma voltada para curtas da região da Zona da Mata e Vertentes; e outra que, inicialmente, era restrita a filmes brasileiros e, em 2014, tornou-se internacional, abrindo inscrições para curtas de países da América do Sul. Além disso, apresenta sessões não competitivas de longas-metragens de diretores estreantes e de filmes para o público infantil. Também oferece oficinas gratuitas de formação em audiovisual, tanto cursos práticos como teóricos, e promove debates entre os realizadores e o público. O Primeiro Plano, nesse sentido, é um festival amplo que agrega tanto a esfera da circulação de filmes, como também a formação de público para o cinema brasileiro e da América do Sul.
Nesta comunicação, apresentaremos o festival de cinema Primeiro Plano como um objeto de estudo, caracterizando e classificando seu formato e sua distinção em relação a outros eventos como mostras, cineclubes e outras sessões de filmes. E traremos os primeiros resultados da pesquisa acerca do impacto do festival na região mineira da Zona da Mata e Vertentes como um agente de formação e difusor do cinema nacional e da América do Sul e como um criador de uma cultura cinematográfica na cidade de Juiz de Fora.
Bibliografia
- BRUM, Alessandra, MELO, Luís Alberto Rocha e PUCCINI, Sérgio (orgs). Cinema em Juiz de Fora. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2017.
CESAR, Amaranta et al. (Org.) Desaguar em cinema: documentário, memória e ação com o CachoeiraDoc. Salvador: Edufba, 2020.
CRUZ MELO, I & MUYLAERT, J e MATTOS, T. (Orgs). Festivais e Mostras Audiovisuais: olhares e perspectivas. Florianópolis: Rebeca, v. 10, n 1, 2021.
LEÃO, Tânia; VALLEJO, Aida. (Org.) “Festivais de cinema e os seus contextos socioculturais”. Aniki. v. 8. n. 1. 2021.
MATTOS, Tetê. “Festivais pra quê? Um estudo crítico sobre festivais audiovisuais brasileiros”. In: BAMBA, Mahomed. A recepção cinematográfica: teoria e estudos de caso. Salvador: EDUFBA, 2013. p. 117-131.