Trabalhos aprovados 2023

Ficha do Proponente

Proponente

    Karla Holanda (UFF)

Minicurrículo

    Professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual (PPGCine) e do Departamento de Cinema e Vídeo, da Universidade Federal Fluminense, é pesquisadora Jovem Cientista do Nosso Estado/Faperj. É organizadora do livro “Mulheres de cinema” (Numa, 2019) e coorganizadora de “Feminino e Plural: mulheres no cinema brasileiro” (Papirus, 2017), dentre outras publicações. É também cineasta, tendo dirigido, dentre outros filmes, “Kátia” (2012).

Ficha do Trabalho

Título

    Estratégias da extrema direita no audiovisual brasileiro

Formato

    Presencial

Resumo

    Embora não sejam novidade na história brasileira, produções audiovisuais alinhadas à extrema direita têm se proliferado nos últimos anos. Compreendendo que é fundamental conhecer aspectos dessas obras para uma sociedade minimamente saudável, esta comunicação investiga algumas de suas características, identificando como elas buscam se legitimar e quais estratégias usam para propagar seus ideários, em especial os antifeministas.

Resumo expandido

    O projeto fascista, que tivemos a dor de experimentá-lo muito proximamente entre 2019 e 2022 no Brasil, é de tal maneira nefasto que para falar de seu alcance, desdobramentos e intenções, me sinto impelida a iniciar justificando a escolha de assunto tão aflitivo, que são as obras audiovisuais alinhadas à extrema direita. É o que farei, mesmo brevemente, para os propósitos desta comunicação para que, em seguida, possa me ater às características de tais produções. Acredito que ter esse assunto vivo initerruptamente parece fundamental na área de comunicação – em especial, no cinema e audiovisual. É o que tantos eventos que têm emergido na atualidade parecem nos dizer, ao reacenderem suas chamas autoritárias. Dessa forma, conhecer e discernir as características das ações da extrema direita no audiovisual parece determinante para nosso futuro.
    Sabe-se que a promoção do anti-intelectualismo, o delineamento minucioso de inimigos, a crença em teorias conspiratórias, invocação a um passado mítico e glorioso, admiração pelo autoritarismo e a caricata delimitação de papeis de gênero são importantes premissas da política fascista. Tais premissas estão refletidas nessas obras audiovisuais. Assim, nesta apresentação, pretendo destacar, sobretudo, os carcomidos papeis de gênero que são delineados na estruturação dessas obras, bem como a construção do discurso antifeminista, ao mesmo tempo em que busco identificar as estratégias e os efeitos usados por elas para se legitimarem.

Bibliografia

    BALESTRO, Mayara; PEREIRA, Eduardo. Brasil Paralelo: atuação, dinâmica e operação a serviço da extrema-direita (2016-2020). In: BALESTRO, Mayara; MIRANDA, João E. Borges (orgs). Nova direita, Bolsonarismo e Fascismo: Reflexões sobre o Brasil contemporâneo. Ponta Grossa: Texto e Contexto, 2020. Pp. 326-354.

    CASTRO ROCHA, João Cezar. Guerra cultural e retórica do ódio: crônicas de um Brasil pós-político. Goiânia: Caminhos, 2021.

    STANLEY, Jason. Como funciona o fascismo: a política do “nós” e “eles”. Porto Alegre: L&PM, 2020.

    STARLING, Heloísa; LAO, Miguel; BIGNOTTO, Newton. Linguagem da destruição: a democracia brasileira em crise. São Paulo: Cia das Letras, 2022.

    TIBURI, Marcia. Como conversar com um fascista: reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 2015.