Trabalhos aprovados 2023

Ficha do Proponente

Proponente

    Ana Paula Melo Sylvestre (ENAP)

Minicurrículo

    Doutoranda em Políticas Públicas pela Escola Nacional de Administração Pública – ENAP. Mestra em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB), na linha de “Linguagem e Sociedade”. Servidora Pública Federal do Ministério da Cultura desde 2010, tendo atuado como Diretora de Políticas Audiovisuais da Secretaria do Audiovisual (SAv/MinC) entre 2017 a 2019. Atualmente ocupa a função de Chefe da Divisão de Acompanhamento de Difusão de Conteúdo em TVs e Streaming Públicos na SAv/MinC.

Ficha do Trabalho

Título

    Panorama da Política Pública Afirmativa para o Audiovisual no Brasil

Formato

    Presencial

Resumo

    A pesquisa consolida um panorama dos instrumentos de política pública afirmativa para o audiovisual no Brasil mobilizados em âmbito federal nos dez anos pós-implementação do Edital Curta Afirmativo (2012-2022). A análise, mediada pelas lentes teóricas da interseccionalidade, evidencia características de gradual remodelagem da política afirmativa para o campo no período e a necessidade de aprimoramento no seu desenho, mediante o endereçamento objetivo da perspectiva interseccional.

Resumo expandido

    O trabalho “Panorama da Política Pública Afirmativa para o Audiovisual no Brasil: 10 anos do Edital Curta Afirmativo (2012-2022)” foi aprovado para publicação no v. 12 n. 1 jan.-jun. 2023 da Rebeca – Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual.

    A pesquisa parte da compreensão do desenvolvimento de políticas públicas afirmativas como mecanismo de correção de assimetrias de ações, recursos e oportunidades em determinado campo. Nesse sentido, o enfrentamento à desproporção na participação de negros e negras nos papéis de direção e roteiro no cinema brasileiro resultou no primeiro instrumento de política pública afirmativa de fomento audiovisual no Brasil: o Edital Curta Afirmativo, implementado pelo Ministério da Cultura em novembro de 2012. A iniciativa foi questionada judicialmente, porém obteve sentença favorável, estabelecendo referenciais da legitimidade da política afirmativa para o audiovisual no Brasil.

    Nos dez anos subsequentes, outros instrumentos e ações foram implementados e arenas mobilizadas em torno da questão. O objetivo da pesquisa foi, à luz do conceito teórico da interseccionalidade, apresentar um panorama dos instrumentos de política pública afirmativa para o cinema e audiovisual no Brasil nos dez anos pós-implementação do Edital Curta Afirmativo (2012-2022).

    A pesquisa traça uma linha temporal dos instrumentos mobilizados em âmbito federal, evidenciando características de uma gradual remodelagem da política pública afirmativa para o campo. Embora tenha sido possível constatar contribuições significativas para a correção das assimetrias de gênero e raça no audiovisual, a análise, mediada pelas lentes teóricas da interseccionalidade, evidenciou que o desenho da política produziu certas distorções em seus resultados, no comparativo com os objetivos pretendidos.

    Dessa maneira, os achados encaminharam à conclusão da necessidade de aprimoramento no desenho da política pública afirmativa para o audiovisual, mediante o endereçamento objetivo da perspectiva interseccional, no que concerne à sobreposição dos recortes de gênero e raça.

    Nesse contexto, a submissão da pesquisa ao Seminário Temático de “Políticas, economias e culturas do cinema e do audiovisual no Brasil” visa apresentar os resultados que integram o Panorama à comunidade acadêmica, recebendo contribuições para a ampliação da pesquisa quanto aos tradeoffs inerentes às diferentes modelagens afirmativas e às ações desenvolvidas pelos entes subnacionais. Objetiva-se, ainda, trazer para o debate as perspectivas de desenvolvimento de novos instrumentos de política pública afirmativa no contexto político atual, mais favorável às pauta culturais e afirmativas.

Bibliografia

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    CRENSHAW, K. Documento sobre a Interseccionalidade na Discriminação de Raça e Gênero. 2012. p.7-16. Acesso em: 28 jan. 2023

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    GEMAA. Boletim 2: Raça e Gênero no Cinema Brasileiro (1970-2016), 2017.

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