Ficha do Proponente
Proponente
- Lorena Duarte de Oliveira (ECA-USP)
Minicurrículo
- Lorena é mestra pelo PPGMPA/ECA-USP, sob orientação do Prof. Dr. Rubens Machado; e bacharela em Audiovisual pela ECA-USP.
Foi produtora e curadora da mostra Três Dias com Carlos Reichenbach, no Centro Maria Antônia da USP (2019).
Atua como realizadora de filmes, nas áreas de direção e montagem.
Seu primeiro curta, “Feriado em Iporanga” (2016), foi exibido em festivais nacionais e internacionais, com destaque para o 15th ISFVF em Beijing, China.
Ficha do Trabalho
Título
- Carlos Reichenbach e o cinema de sentimentos de Valerio Zurlini
Formato
- Presencial
Resumo
- A proposta é a análise do filme Falsa Loura (2008), de Carlos Reichenbach, comparado ao filme A Moça com A Valise (1961), de Valerio Zurlini. Inspiração para o brasileiro, o cinema de Zurlini nos permite ver caminhos que Carlão buscou trilhar historicamente em sua obra, algo que ele chamou de “cinema de sentimentos”. Como complemento, convocamos também seus filmes Dois Córregos (1999) e Garotas do ABC (2003). Brevemente, traremos ainda o filme Tudo que o céu permite (1955), de Douglas Sirk.
Resumo expandido
- A proposta deste trabalho é a análise do filme Falsa Loura (2008), de Carlos Reichenbach, comparado ao filme A Moça com A Valise (La Ragazza con la Valigia, 1961), do italiano Valerio Zurlini. Tendo servido de inspiração manifesta para o diretor brasileiro, o filme de Zurlini nos permite ver caminhos estilísticos que Carlão buscou trilhar em sua obra. O diretor depurou na sua experiência o que ele mesmo chamou de “cinema de sentimentos” (REICHENBACH, 1999). Alguns elementos que despontam em nossa análise são o uso da música diegética, a escolha das lentes e dos enquadramentos e a construção do roteiro. Para identificar esse desenvolvimento temporal de seu estilo, convocamos também seu filme Dois Córregos: verdades submersas no tempo (1999), em que a referência zurliniana já estava pacificamente declarada e também Garotas do ABC: Aurélia Schwarzenega (2003), que, como contraponto, demonstra uma vereda que o diretor abandonou, de cunho mais sociológico, pictórico, e com uma dramaturgia baseada em um narrador onisciente. Brevemente, traremos ainda o filme Tudo que o céu permite (All that Heaven Allows, 1955), do germano-americano Douglas Sirk, sob a análise de Laura Mulvey, para investigar uma hipótese levantada pelo próprio Reichenbach (1999): a de que o gênero melodramático, que tem Sirk como expoente, conteria em suas formas e convenções aquilo que o interessava no “cinema de sentimentos” de Zurlini.
Bibliografia
- BROOKS, P. The Melodramatic Imagination. NH: YU Press, 1996.
DOSSIÊ C. Reichenbach. Revista Zingu!, 15/10/2007.
HASKELL, M. From Reverence to Rape. Chicago: UC Press, 2016.
MACHADO JR., R. (Ed.) Seção Fora de Quadro. REBECA, SP, v. 1, n. 2, 2012.
MULVEY, L. “Notes on Sirk and Melodrama”. In: GLEDHILL, C. (org). Home is where the heart is. Londres: BFI, 1987. p.75-79
OLIVEIRA, R. Tiradentes até os olhos. Contracampo, n. 90, 2008a.
REICHENBACH, C. ABC Clube Democrático. SBC: MP, 2008b.
______. Dois Córregos: argumento e roteiro. SP: Imp Oficial, 2004.
______. Entrevista com C. Reichenbach. Contracampo, 1999. Entr. R. Gardnier e D. Caetano.
______. O legado de Zurlini. In: Notizie d’Italia.
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