Ficha do Proponente
Proponente
- Vicente Reis de Souza Farias (USP | UFRB)
Minicurrículo
- Professor no Centro de Cultura Linguages e tecnologias Aplicadas – UFRB, na Area de Música e Cultura. Doutorando em Música pela USP. Pesquisador na área de áudio para games.
Ficha do Trabalho
Título
- Reflexões sobre a produção musical em games no Brasil
Seminário
- Estilo e som no audiovisual
Formato
- Presencial
Resumo
- A partir de entrevistas com algumas pessoas que são profissionais na área de criação sonora para games no Brasil, faço uma reflexão sobre estilos musicais em games, tendo como foco a utilização de elementos musicais locais e ou representativos de determinado grupo cultural ou social. O quanto a música para games feita no Brasil expressam elementos musicais tipicamente brasileiros?
Resumo expandido
- A partir de entrevistas com algumas pessoas que são profissionais na área de criação sonora para games no Brasil, faço uma reflexão sobre estilos musicais em games, tendo como foco a utilização de elementos musicais locais e ou representativos de determinado grupo cultural ou social. O quanto a música para games feita no Brasil expressam elementos musicais tipicamente brasileiros?
A produção de games brasileira segue as covenções estebelecidas historicamente no mercado de games internacional. O que faz com que a maior parte da produção seja voltada para temáticas já establecidas, como jogos de plataforma com referências a jogos antigos, jogos com temáticas medievais, de fantasia futuristas, entre outros. Por vezes, há algumas produções que evocam ou fazem referências a aspectos culturais ou regioais específicos, como é o caso de Árida – Backlands Awakened (AOCA GamesLab) e Dandara (Long Hat House).
Considerando que os jogos são um produto audiovisual que compartilha alguns aspectos estéticos do cinema, o som do game possui forte relação com suas narrativas. Nesse caso, os estilos musicais utilizados costumam seguir os padrões estéticos convencionais. No entanto, qual seria o impeditivo para que houvesse uma ruptura dessas convenções musicais para a inserção de elementos mais característicos de culturas e regiões brasileiras? Quando os jogos possuem essa temática voltada para aspectos locais, a música sempre segue o mesmo caminho ou por vezes toma outros rumos?
Através de entrevistas com profissinais de áudio para games brasileiras, foi possível estabelecer que alguns aspectos ligados à relação de trabalho entre os desenvolvedoras de jogos e as profissionais de som podem dar luz às escolhas musicais. Muitas vezes as profissionais de som são membros externos à equipe de desenvolvimento, são contratadas especificamente para um determinado projeto e a demanda das desevolvedoras limita a possibilidade de seguir outros caminhos criativos fora do convencional. A própria escolha temática dos jogos já é um limitador. Além disso, a expectativa das jogadoras é muito considerada pelas pessoas que trabalham com o som, o que também orienta fortemente a criação. Outros aspectos como referências e gostos pessoais parecem ser um fator crucial nas escolhas musicais. A formação profissional e educacional dessas pessoas, no entanto, parecem ser menos relevantes.
Além das entrevistas, a análise de alguns jogos auxiliam essa discussão que é parte da minha pesquisa de doutorado. Essas análises funcionam como uma referência para compreender melhor as respostas dadas pelas pessoas entrevistadas. Esta pesquisa busca trazer reflexões sobre conservação e rupturas de padrões e de que forma o ambiente universitário pode auxiliar na pesquisa e produção de áudio para games de forma crítica.
Bibliografia
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