Trabalhos Aprovados 2022

Ficha do Proponente

Proponente

    Yasmin Brigato de Angelis (UAM)

Minicurrículo

    Em 2012 obtive o título de Técnica em Design de Interiores pelo SENAC de São José do Rio Preto/SP. Conquistei a graduação em 2016, como Bacharela em Arquitetura e Urbanismo pela UNIFEV, na cidade de Votuporanga/SP. Em 2020 obtive o título de Mestra, pela UNESP de Bauru. Atualmente trabalho em um escritório de Arquitetura e me dedico ao Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi.

Ficha do Trabalho

Título

    A Mise-en-Scène e o Cinema do Vazio de Yasujiro Ozu

Formato

    Presencial

Resumo

    Propomos compor a análise dos planos vazios na obra do cineasta japonês Yasujiro Ozu, retratados por espaços vazios, objetos e naturezas-mortas, que compõe um papel importante na narrativa, chegando a durar segundos na tela. São imagens que produzem ambiguidades e alteram o fluxo de continuidade na narrativa. Para ilustrar a análise, utiliza-se o filme Pai e Filha (1949).

Resumo expandido

    O presente trabalho propõe a análise da mise-en-scène na obra do cineasta japonês Yasujiro Ozu, conhecido por criar narrativas entre mise-en-scène de equilíbrio e espaços vazios, que se consolidam na transição de tempos onde, teoricamente, nada – ou quase nada – acontece. Porém, é nessa transição que ocorre uma pluralidade de significados, simbologias e a materialização de espacializações. Dessa forma, abrimos espaço para discutir a encenação ensaiada que vai preenchendo e completando os espaços vazios propostos em seus filmes, sugerindo o debate dialético entre as estruturas que Ozu apresenta em sua mise-en-scène. Outras características marcantes encontradas em seus filmes são os múltiplos enquadramentos, se aproveitando da arquitetura japonesa clássica; o cineasta enquadra “quadrados” (no sentido de moldura) que produzem uma profundidade de campo, e dos espaços vazios consolidados na tela, os personagens vão entrando em cena e ocupando o primeiro, segundo ou terceiro plano. Propomos também discutir o posicionamento de câmera e como o mesmo se aproxima da cultura japonesa. Por exemplo, quando Ozu escolhe o posicionamento da câmera próximo ao chão, que equivale à forma como os japoneses se sentam ao redor da mesa. Não somente em relação a isso, mas Ozu também propõe contar histórias familiares da família tradicional japonesa, abrindo espaço para uma reflexão sobre o tradicional e o moderno. A transição entre um Japão clássico e um Japão moderno traz um embate sobre o conflito de gerações. Nesse embate, a estrutura fílmica se estabelece em termos de conteúdo que gera ritmo para seus filmes. As ferramentas de análises circulam sob interpretação dos enquadramentos, posicionamento e movimento de câmera, bem como a encenação das personagens. Como corpus de análise utilizaremos o filme “Pai e filha” (1949).

Bibliografia

    BERNARDET, Jean-Claude. O que é Cinema. São Paulo.Ed. Brasiliense. 2000.

    BORDWELL, David e THOMPSON, Kristin. Espaço e Narrativa nos filmes de Ozu. 1976. Vol.17. Tradução de Regina Baptista. In NAGIB, Lúcia; PARENTE, André (org) Ozu o Extraordinário Cineasta do Cotidiano. São Paulo. Marco Zero. 1990.

    BORDWELL, David. Figuras Traçadas na Luz. A Encenação no Cinema. Papirus. 2009

    BORWELL, David. Tokyo Story. 2003. In Criterion. Disponível em .

    JULLIER, Laurent; MARIE, Michel. Lendo as imagens do cinema. São Paulo, Editora Senac, 2009.