Ficha do Proponente
Proponente
- Naiara Leonardo Araujo (UFSC)
Minicurrículo
- Graduada em História pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), mestre em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutoranda em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora temporária no curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Estadual do Ceará, desde o ano de 2019. Coordenadora do Projeto de Iniciação Artística “As Artes Visuais no Cinema: uma proposta de Cine clube e grupo de estudos cinematográficos”.
Ficha do Trabalho
Título
- O “DESTINO” (2003) DE DALÍ E DISNEY E SEUS USOS NA EDUCAÇÃO
Formato
- Presencial
Resumo
- O artigo pretende analisar as imagens do curta “Destino” (2003), dirigido por Monfery Dominique, a relação da estética de Salvador Dalí e Walt Disney e suas possibilidades de usos pedagógicos na Educação. Suas imagens entrelaçam signos da estética daliniana, da Walt Disney e de personagens da Mitologia Greco-romana que nos permite analisá-las de maneira interdisciplinar. Assim, investigamos desde seu contexto de produção, suas imagens e possibilidades de usos nas aulas de História e Artes.
Resumo expandido
- O presente artigo pretende analisar as imagens do curta-metragem “Destino” (2003), dirigido por Monfery Dominique, a relação da estética das pinturas do artista espanhol Salvador Dalí com o universo animado de Walt Disney e suas possibilidades de usos pedagógicos para as aulas de História e Artes na Educação Básica. Essa pesquisa parte do desenvolvimento do Projeto de Iniciação Artística do curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Estadual do Ceará (UECE) intitulado “As Artes Visuais no Cinema: uma proposta de Cine clube e grupo de estudos cinematográficos”, no qual estudamos obras fílmicas que abordam temas e assuntos das Artes Visuais para a realização de cine-aulas nas escolas públicas de Ensino Fundamental do município de Mombaça e sessões abertas ao público acadêmico e comunidade. “Destino”, obra que teve sua produção iniciada em 1945 numa proposta de longa-metragem colaborativo entre Salvador Dalí e Walt Disney, foi o curta-metragem selecionado para as cine-aulas. Com duração de 7 minutos, o curta, que foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Curta-metragem de Animação no ano de 2003, apresenta imagens ricas em signos da iconografia daliniana e do movimento surrealista – referências ao relógio, aos números, aos rostos elásticos, etc – entrelaçando-se aos signos da Disney – os estereótipos príncipe/ princesa dos personagens homem e mulher além do entendimento da narrativa como um romance entre eles, por exemplo. Nessas imagens, associam-se ainda a essas composições, elementos de uma mitologia greco-romana – as representações da Medusa, de Zeus, dentre outros, – que nos permite analisá-las perpassando algumas áreas de conhecimento – do Cinema, das Artes Visuais, da História à Educação.Assim, propomos um percurso de análise que parte inicialmente da investigação acerca do projeto iniciado na década de 1940, a fim de tentar compreender quais motivos levaram a não conclusão do filme, traçando uma ponte com os anos 2000 e as condições que viabilizaram o lançamento na forma de curta-metragem. Em seguida, olhamos para a obra fílmica, destacando frames que nos permitam observar como os signos dos dois artistas conversam entre si nessas imagens e quais significações possíveis emergem dessa relação. Por fim, a partir das experiências com as cine-aulas realizadas no exercício do Projeto de Iniciação Artística, buscamos refletir sobre as possibilidades de ensino-aprendizagem, de maneira interdisciplinar, por meio dessas imagens animadas e da narrativa que se constrói em sua diegese. Para tal itinerário, nos amparados em autores como Roland Barthes e seus estudos semiológicos, Georges Didi-Huberman, com seu livro “Povo em Lágrimas, Povo em Armas”(2021), nos processos de montagem de Sergei Eisenstein em “Notas para uma História Geral do Cinema” (2014), além da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e do clássico “Como Usar o Cinema na Sala de Aula”, de Marcos Napolitano.
Bibliografia
- DIDI-HUBERMAN, Georges. Povo em Lágrimas, Povo em Armas. Trad. Hortência Lencastre. São Paulo, SP: N-1 edições, 2021.
EISENSTEIN, Sergei. Notas para uma História Geral do Cinema. Trad. Lúcia Ramos Monteiro e Sonia Branco. Rio de Janeiro: Azougue, 2014.
BARTHES, Roland. Elementos de Semiologia. Trad. Izidoro Blikstein. 19 ed. São Paulo: Cultrix, 2012.
____. Mitologias. Trad. Rita Boungermino, Pedro de Souza e Rejane Janowitzer. 6 ª ed. Rio de Janeiro.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.
AUMONT, Jacques. Dicionário teórico e crítico de cinema. Trad. Eloisa Araújo Ribeiro. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.
FERREIRA, Marieta de Moraes; OLIVEIRA, Margarida Marias Dias de (org). Dicionário de ensino de história. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2019.
PEREIRA, Katia Helena. Como usar as Artes Visuais na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007.