Ficha do Proponente
Proponente
- Luciane Carvalho (UFPR)
Minicurrículo
- Doutoranda do Programa de Pós Graduação em História (UFPR), sob orientação do Prof. Dr. Pedro Plaza Pinto. Mestra pelo mesmo programa (2018). Bacharela em História, Memória e Imagem (UFPR, 2013) e em Cinema e Audiovisual (UNESPAR, 2022). Bolsista CAPES, pesquisa atualmente sobre a formação de cineastas e a produção filmográfica a partir da Cinemateca do Museu Guido Viaro entre 1975 e 1985.
Ficha do Trabalho
Título
- A nova geração: o cinema curitibano segundo Francisco Alves dos Santos
Seminário
- Cinema no Brasil: a história, a escrita da história e as estratégias de sobrevivência
Formato
- Presencial
Resumo
- Ao buscar na imprensa diária curitibana a Geração Cinemateca, notamos o empenho de Francisco Alves dos Santos em narrar o caminhar de jovens cineastas ligados à Cinemateca do Museu Guido Viaro, a partir de 1975. Chico, como se tornou conhecido, além de contribuir com os jornais curitibanos, foi secretário e coordenador da Cinemateca entre 1975 e 1990. Propomos analisar seus textos e de que forma eles se articulavam com a divulgação das ações da Cinemateca e daqueles jovens cineastas.
Resumo expandido
- Propomos nesta comunicação a análise de uma seleção de textos de autoria de Francisco Alves dos Santos publicados na imprensa diária curitibana entre 1975 e 1985. Tais textos versam sobre a produção de jovens cineastas locais formados a partir da Cinemateca do Museu Guido Viaro e suas ações de apoio à chamada Geração Cinemateca. Chico, como também era chamado, foi secretário da Cinemateca durante a primeira gestão, de Valêncio Xavier, entre 1975 e 1982, e tornou-se ele próprio sucessor de Xavier, numa gestão que durou entre 1983 e 1990. Seu trabalho nos jornais destacou-se pelo empenho em promover a Cinemateca e a cinematografia que emergia entre os cursos e promoções daquela instituição municipal. Chico marcou presença como correspondente em diversos festivais brasileiros, bem como integrou por muitas vezes o corpo de jurados, acompanhando de perto novos filmes, tendências e talentos. Tal atividade lhe permitiu discorrer em sua crônica sobre o lugar da Geração Cinemateca em relação ao cinema nacional, apontando seu desempenho, falhas e pontos fortes. Com os pontos observados nesta pesquisa, buscamos um diálogo com a historiografia do cinema paranaense, que vem buscando suprir as grandes lacunas da historiografia tradicional do cinema brasileiro. Notamos que o trabalho de Francisco Alves dos Santos era voltado para uma certa comparação entre a produção curitibana e a nacional, numa tarefa de justificar o empenho da Cinemateca em uma busca pela cinematografia curitibana e paranaense não apenas voltada para o passado, por meio da constituição de um acervo, mas também para o futuro, incentivando o surgimento de talentos num local em que muito se consumia cinema, mas pouco o produzia. De fato, tais esforços consolidaram-se na Geração Cinemateca como possivelmente o primeiro momento em que a filmografia paranaense avoluma-se coordenadamente, abrindo caminho para outras experiências e gerações.
Bibliografia
- BERNARDET, Jean-Claude. Cinema brasileiro: propostas para uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
_____. Historiografia clássica do cinema brasileiro. São Paulo: Annablume, 2008.
ALLEN, Robert Clyde; GOMERY, Douglas. Film History. Theory and Practice. Nova Iorque: Alfred A. Knopf, 1985.
FRANÇA, Ana Claudia Camila Veiga de. Mulheres no circuito de cinema em Curitiba entre 1976 e 1989. Tese. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba. 2021.
LAGNY, Michèle. Cine e historia: problemas y métodos en la investigación cinematográfica. Barcelona: Bosch Casa Editorial, 1997.
RAMOS, Fernão; SCHWARZMAN, Sheila. Nova História do Cinema Brasileiro, vols. 1 e 2. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2018.