Ficha do Proponente
Proponente
- THIAGO MENDONCA (ECA-USP (PPGMPA))
Minicurrículo
- Diretor de cinema e roteirista, pós-graduando na ECA. Entre seus curtas estão “Minami em Close-up”, “A Guerra dos Gibis”, “Piove, il Film di Pio”, “Entremundo”, “Procura-se Irenice” e “Belos Carnavais”. Entre seus longas, “Jovens Infelizes”, “Um Filme de Cinema e “Curtas Jornadas Noite Adentro”. Trabalha como roteirista para importantes diretores da nova geração. Coordena junto à Rede Emancipa o Cinemancipa, escola popular de cinema. Colabora com diversas publicações como crítico de cinema.
Ficha do Trabalho
Título
- Samba, a memória de um futuro
Seminário
- Cinema no Brasil: a história, a escrita da história e as estratégias de sobrevivência
Formato
- Presencial
Resumo
- A comunicação “Samba, a memória de um futuro” discutirá a presença marcante em filmes do cinema de invenção como Sem essa aranha (1974) e Tabu (1982), de sambistas que tiveram entre as décadas de 1930 e 1960 os seus anos áureos. A representação do samba como imagem nostálgica de um país que se perdeu após o golpe de 1964, mas também como a verdade de um Brasil a ser reencontrado no porvir.
Resumo expandido
- A comunicação “Samba, a memória de um futuro” discutirá a presença marcante em filmes do cinema de invenção como Sem essa aranha (1974) e Tabu (1982), de sambistas que tiveram entre as décadas de 1930 e 1960 os seus anos áureos. A representação do samba como imagem nostálgica de um país que se perdeu após o golpe de 1964, mas também como a verdade de um Brasil a ser reencontrado no porvir.
A hipótese a ser desenvolvida é que o samba e a época áurea do rádio nestes filmes aparecem nos filmes como símbolos de uma construção interrompida pelo golpe civil-militar de 1964. Os primeiros anos da ditadura também correspondem ao período de ascensão a indústria cultural moderna, compreendida por grande parte dos autores do cinema de invenção como propulsora do mal gosto característico da elite brasileira, identificada com a ditadura. Se por um lado este cinema responde a esta elite com uma estética de agressão, por outro, constrói a imagem de uma história interrompida a partir das memórias do samba e de um passado a ser redescoberto.
Bibliografia
- BERNARDET, Jean-Claude. Cinema brasileiro: propostas para uma história. São Paulo, Companhia das Letras, 2009.
Bressane, Julio. Alguns. Rio de Janeiro, Imago, 1996.
____________. Fotodrama. Rio de Janeiro, Imago, 2005.
FERREIRA, Jairo. Cinema de invenção. São Paulo, Editora Limiar, 2000.
GALVÃO, M. BERNARDET, J. Cinema, repercussões em caixa ideológica. S. Paulo, Brasiliense, 1983
GOMES, Paulo Emílio Salles. Uma situação colonial? São Paulo, Cia. Das letras, 2016.
MELO, Luís Rocha. “Historiografia Audiovisual: a história escrita pelos filmes”. Revista ARS. v. 14, nº 28. São Paulo: 2016, pp. 221-245.
RAMOS, Fernão, SCHVARZMAN, Sheila (orgs.) Nova História do Cinema Brasileiro vol.1 e 2. São Paulo: Editora Sesc, 2018SGANZERLA, Rogério. Edifício Sganzerla. Florianópolis, Editora UFSC, 2010
XAVIER, Ismail. O cinema brasileiro moderno. São Paulo, Paz e Terra, 2001
______________. Roteiro de Júlio Bressane: apresentação de uma poética. Alceu, Rio de Janeiro, v. 6, n. 12, p. 5-26, 2006.