Ficha do Proponente
Proponente
- ARTHUR FELIPE DE OLIVEIRA FIEL (UFF)
Minicurrículo
- Roteirista e Produtor Audiovisual, Doutorando em Comunicação (PPGCom) e Mestre em Cinema e Audiovisual (PPGCine) pela Universidade Federal Fluminense. Suas atuais pesquisas se dedicam à história, política e economia dos conteúdos infantis, bem como às suas transformações estético-narrativas, além de temas relacionados às políticas públicas e produção audiovisual. É colaborador do grupo Janela Animada, do Labvídeo/DepCom, na Universidade Federal do Espírito Santo.
Ficha do Trabalho
Título
- Jungaré – uma aventura imunizante: animação na extensão universitária
Mesa
- Animação, suas interfaces e processos
Formato
- Presencial
Resumo
- Esta comunicação tem por objetivo apresentar e expor o processo de criação do curta animado Jungaré – uma aventura imunizante, realizado pelo Núcleo de Produção Janela Audiovisual, vinculado ao Laboratório de Vídeo do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo. Nesta produção, o grupo encontra na animação experimental, dedicada ao público infantil, a precisa potência para se opor à onda de desinformação e fake news que diante da atual pandemia atingiu o Brasil.
Resumo expandido
- Esta comunicação tem por objetivo expor e apresentar o processo de criação do curta animado Jungaré – uma aventura imunizante, realizado pelo Núcleo de Produção Janela Audiovisual, vinculado ao Laboratório de Vídeo do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo. Nesta produção, o grupo encontra na animação experimental, dedicada ao público infantil, a precisa potência para se opor à onda de desinformação e fake news que atingiu o Brasil diante da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Formado durante a segunda quinzena do mês de abril de 2020, já em contexto de trabalho remoto, sob a Coordenação Geral da Prof. Drª Patrícia Cardoso D’Abreu, o Labvídeo deu início a “Ação Coronavídeo”, com o intuito de produzir conteúdos acerca das vivências infantis perante a pandemia. Assim, neste primeiro momento, foi produzida uma trilogia de vídeos dedicada a explorar essas vivências, sob os títulos: Distanciamento e Afetividade, protagonizado por Duda, uma criança sem gênero definido; Alimentação e Imunidade, cuja protagonista tem o nome de Anahí e é uma indígena menina bastante presente nas redes sociais; e, por fim, o Rap da Quarentena, estrelado pelo jovem MC Cuida, que, neste videoclipe, vocifera sobre a violência sofrida pela população negra dentro e fora do contexto pandêmico (FIEL; D’ABREU, 2021).
Após o sucesso do primeiro ano da Ação Coronavídeo, o grupo, agora autointitulado de Janela Animada se expandiu e passou a contar com mais de trinta pessoas, dentre professores internos e externos, profissionais do mercado, técnicos audiovisuais e discentes também oriundos de outros cursos. Enquanto no primeiro ano o material produzido pelo grupo tratava da forma como a pandemia afetou a vida das crianças e de suas famílias, ficou definido para o ano de 2021, dentre outras coisas, o desenvolvimento de um curta animado acerca da importância da vacinação.
O público-alvo desta nova produção continuou sendo o infantil, pois, como apontam Gotz (2014) e também Pereira e Peruzzo (2020), em contato com peças que lhe despertam interesse, as crianças se tornam um público ativo e multiplicador dos discursos com os quais tem contato. Esse caráter multiplicador é apresentado por Lopes (2004) como essencial à ideia de ludicidade, por sua vez, residente, sobretudo, nos processos relacionais e interacionais. Dessa forma, ao pautar uma discussão acerca da vacinação a partir do público infantil pelo viés da ludicidade, estamos também a pautando dentro de seus lares.
A opção do grupo pela técnica da animação foi adotada também pela opacidade de suas imagens e, assim, pela oposição ao regime da transparência que busca simular e se passar por imagem-verdade, mesmo que fabricadas e/ou manipuladas, como ocorre com a fabricação fake news sustentadas e promovidas por materiais audiovisuais. Diante deste cenário, a animação, enquanto técnica e linguagem com potencialidade lúdica intrínseca a ela, preserva-se e enuncia-se enquanto imagem, apresentando-se, nesta obra, também como combatente na disputa pelos sentidos da consciência e da verdade.
Bibliografia
- FIEL, Arthur Felipe De O.; D’ABREU, Patrícia Cardoso. Animação experimental e conscientização sobre o novo coronavírus: a potencialidade da imagem opaca audiovisual para o público infantil. AVANCA | CINEMA, p. 507-514, 2021.
GOTZ, Maya. TV- Hero(in)es of Boys and Girls: reception studies of favourite characters. Frankfurt: Peter Lang, 2014.
KAKUTANI, Michiko. A morte da verdade – notas sobre a mentira na era Trump. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018.
LOPES, M.C. Ludicidade humana: contributos para a busca dos sentidos do humano. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2004.
PEREIRA, I. dos S.; PERUZZO, C. M. K. O corpo brincante, o brinquedo corpo que fala: desenhos animados, comunicação e imaginário no desenvolvimento infantil. Comunicação & Educação, [S. l.], v. 25, n. 1, p. 7-17, 2020.
WELLS, Paul. Understanding animation. New York: Routledge, 1998.
WOLFF, Francis. Por trás do espetáculo – O poder das imagens. In. Novaes Adauto (org.). Muito além do espetáculo. São Paulo: Senac, 2005.