Ficha do Proponente
Proponente
- RENATO TREVIZANO DOS SANTOS (USP)
Minicurrículo
- Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA-ECA-USP, 2022), com pesquisa sobre Cinema/Literatura Queer e representações do corpo de Cristo e de santos. Bacharel pelo Curso Superior do Audiovisual (CTR-ECA-USP, 2018), com dissertação sobre queerness e religiosidades em Apichatpong Weerasethakul e Tsai Ming-Liang. Curador de mostras no CINUSP entre 2016 e 2018, incluindo Monstra: Cinema Queer (2016) e Novíssimo Cinema Brasileiro (2016/2018).
Ficha do Trabalho
Título
- Acenos para depois do cinema: The Deserted e Days, de Tsai Ming-Liang
Formato
- Presencial
Resumo
- O trabalho aborda The Deserted (2017) e Days (2020), de Tsai Ming-Liang: em ambos, o protagonista Hsiao Kang é observado de perto, detidamente. The Deserted, sendo um experimento em VR, levanta questionamentos sobre os limites das mídias e, como propõe Tsai, sobre o futuro do cinema. Days, como outros filmes de Tsai que contestam as fronteiras entre o espaço do cinema e o da galeria de arte, por exemplo, é ralentado, contemplativo e atmosférico, também expandindo o que o cinema pode ser.
Resumo expandido
- O trabalho investiga duas obras de Tsai Ming-Liang: The Deserted — VR (2017), experimento em realidade virtual, e Days (2020), último longa-metragem do diretor até o momento. Ambos trazem elementos recorrentes da filmografia de Tsai, como o chamado “realismo fantasmagórico” (MELLO, 2015) de caráter queer e, notadamente, o protagonista Hsiao Kang (Lee Kang-sheng), alter ego do cineasta interpretado por seu ator-fetiche, cujo corpo acompanhamos ao longo dos anos em seus processos de transformação — amadurecimento, envelhecimento, adoecimentos, curas etc. Em The Deserted e Days, Hsiao Kang passa por processos curativos — seja em seu isolamento povoado por lembranças de fantasmas no primeiro, seja nas intervenções de fato sobre seu corpo em tratamentos terapêuticos no último. Além disso, The Deserted, por tratar-se de um experimento em VR, levanta questionamentos sobre os limites das mídias e, como conscientemente propõe Tsai, sobre o futuro do próprio cinema. Também Days, como outros filmes de Tsai que contestam as fronteiras entre o espaço do cinema e o da galeria de arte, por exemplo, traz uma narrativa ralentada, marcada por contemplação e criação de atmosferas/ambientes, expandindo igualmente o que o cinema pode ser.
Bibliografia
- BUCHAN, N. “Interview: Film’s death and ressurection”. Taipei Times, 2010.
DE LUCA, T. “Sensory everyday: Space materiality and the body in the films of Tsai Ming-Liang”. 2011.
GORFINKEL, E. “‘To extend into the beyond’: on Tsai Ming-liang’s late digital style”. Sight & Sound, 2019.
LIM, S. H. “You must believe there is an author behind every film: An interview with Tsai Ming-Liang”. 2011.
MARTIN, F. “Introduction: Tsai Ming-Liang’s intimate public worlds”. Journals of Chinese Cinema, 2007.
______. “The European Undead: Tsai Ming-liang’s Temporal Dysphoria”. Senses of Cinema, 2003.
MELLO, C. “Permanência e Desaparecimento: A Cidade e o Cinema de Tsai Ming-liang”. Rebeca, 2013a.
______. “Entrevista com Tsai Ming-liang”. Rebeca, 2013b.
______. (Org.). Realismo Fantasmagórico. São Paulo: Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária – USP, 2015.
SU, Z.-N. “Tsai Ming-liang on Confronting Death in ‘The Deserted’ and the Future of Virtual Reality”. The Film Stage, 2017.