Ficha do Proponente
Proponente
- Natália Stadler Luiz (UFF)
Minicurrículo
- Natália Stadler Luiz é mestranda em Cinema e Audiovisual no PPGCine-UFF, graduada pela ESPM Rio, membro do Grupo de Pesquisa Modos de Ver (ESPM-UFF/CNPq) e da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA). Possui pesquisa sobre salas de cinema de Petrópolis, RJ, e foi assistente de pesquisa no curta-metragem Cinema é drops (2021, dir. Aline Castella).
Ficha do Trabalho
Título
- Exibições cinematográficas em Petrópolis (RJ) entre 1929 e 1934
Seminário
- Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil
Formato
- Presencial
Resumo
- Este trabalho trata da criação de um banco de dados referente às exibições que ocorreram na cidade de Petrópolis, RJ, durante os anos de 1929 a 1934. Será elaborado um dashboard no Microsoft Power BI, facilitando a interpretação dos dados, com uma análise personalizada através de gráficos responsivos, tornando possível utilizá-lo como fonte para outras pesquisas. Será possível analisar o cenário exibidor da época e compará-lo com os de outras cidades que possuam bases de dados semelhantes.
Resumo expandido
- Inspirado nas pesquisas realizadas acerca das salas de cinema do Rio de Janeiro (GONZAGA, 1996) e Niterói (FREIRE, 2012), nas bases de dados desenvolvidas por José Inácio de Melo Souza, relativas aos filmes exibidos em São Paulo e no Rio de Janeiro, e nos projetos Cinema Context e Cinema Belgica, desenvolvidos no contexto europeu, o presente trabalho objetiva a criação de uma base de dados a respeito dos filmes exibidos entre 1929 e 1934, na cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Situa-se no campo de estudos historiográficos a respeito da distribuição e exibição fílmica, propondo uma análise transdisciplinar, através de contextos socioculturais, políticos, econômicos, espaciais e urbanos, como é comum aos estudos da New Cinema History e que no Brasil tem sido chamado de uma “estratégia metodológica” (VIEIRA, 2021): histórias de cinemas. A existência desse banco de dados auxiliará no desenvolvimento de outras pesquisas, como a pretendida pela autora no âmbito do mestrado, analisando especificamente as exibições de filmes da produtora alemã UFA, que ocorreram em Petrópolis nesse período.
Afirmando que muitos estudos situados na New Cinema History tendem a ser microhistórias, Biltereyst e Meers (2016), sugerem análises comparativas para dar novas finalidades aos projetos, auxiliando a entender tendências e proporcionando um conhecimento mais amplo e complexo. Para que essa interoperabilidade ocorra, defendem a padronização em todos os estágios, desde coleta, passando por processamento e análise de dados. Assim, destacam projetos em andamento em outros países, inclusive no Sul Global, com bases metodológicas desenvolvidas na Bélgica. A esse respeito, é importante jogar luz sobre a questão da mineração de dados e do colonialismo digital, como faz Freire (2022) ao citar pesquisas comparativas que colocam o Sul num lugar subalterno como fornecedor de dados para bases oriundas do Norte. Por essas razões, essa comunicação traz como proposta tal elaboração no Microsoft Power BI, software gratuito de usabilidade amigável, no qual o próprio pesquisador pode desenvolver sua análise visual, personalizada através de gráficos responsivos a seu critério.
Serão coletadas informações sobre todas as sessões realizadas nos cinemas em funcionamento durante o período. Dentre elas: origem do filme, diretor, ano de (re)lançamento e (re)exibição, produtora, distribuidora, valor dos ingressos, endereço do cinema, capacidade e gerentes, além de algumas palavras-chaves a respeito das sessões (destaques à projeção, à limpeza ou ao próprio filme).
Essa iniciativa salvaguarda, ainda uma pequena parte neste momento, informações sobre o contexto cinematográfico local que não podem ser obtidas de outra forma, senão através da consulta a jornais que atualmente não se encontram digitalizados. Após as chuvas de fevereiro de 2022, que inclusive atingiram o prédio onde fica o Arquivo Histórico, intensificou-se essa urgência por outras maneiras de preservação.
Bibliografia
- BILTEREYST, Daniel; MEERS, Philippe Meers. New Cinema History and the Comparative Mode: Reflections on Comparing Historical Cinema Cultures. Alphaville: Journal of Film and Screen Media, 11, 2016.
GONZAGA, Alice. Palácios e poeiras: 100 anos de cinemas no Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro: Record, 1996. 351 p .
FREIRE, Rafael de Luna. Cinematographo em Nictheroy: história das salas de cinema de
Niterói. Niterói: Niterói Livros, 2012. 264 p.
FREIRE, Rafael de Luna. Colegas norte-americanos e europeus: o que não é novo na New Cinema History de um ponto de vista que não é o seu? (no prelo)
VIEIRA, João Luiz. Prefácio. In: BRUM, Alessandra; BRANDÃO, Ryan (orgs.). Histórias de cinemas de rua em Minas Gerais. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2021. Disponível em: https://www2.ufjf.br/editora/wp-content/uploads/sites/113/2021/12/HISTORIA-DE-CINEMA.pdf