Trabalhos Aprovados 2022

Ficha do Proponente

Proponente

    Jorge Luiz Cruz (UERJ)

Minicurrículo

    Doutor (Puc-SP, 2002), pós-doutor (UFF, 2017). Prof. do PPGArtes-UERJ. Bolsas Prociência e Jovem Cientista. Investigador Integrado do Grupo Correntes Artísticas e Movimentos Intelectuais – CEIS20/Universidade de Coimbra. Organizou o livro “Gilles Deleuze: sentidos e expressões” (2006). Escreveu “1970-1979: o cinema na transição democrática”, em “Cinema português: um guia essencial” (2013) e “O filme de família nos últimos anos da Angola colonial”, em “Angola, o nascimento de uma nação” (2013).

Ficha do Trabalho

Título

    O cinema relacional alternativo como verdade e relação aberta

Mesa

    Outros cinemas

Formato

    Presencial

Resumo

    Ao propor o entendimento sobre o movimento de produção de cinema na Zona Oeste do Estado do Rio de Janeiro (que abrange diversos bairros) com uma população de 2.371.135, e como o seu uso pode estabelecer uma realidade, tentamos chamar a atenção para os artistas que encaram as suas limitações e constroem outras conexões, e proponham outros circuitos de realização e de exibição.

Resumo expandido

    Ao propor o entendimento sobre o movimento de produção de cinema na Zona Oeste do Estado do Rio de Janeiro (que abrange os bairros de Bangu, Barra de Guaratiba, Barra da Tijuca, Camorim, Campo Grande, Campo dos Afonsos, Cosmos, Deodoro, Gericinó, Grtumari, Guaratiba, Inhoaíba, Itanhangá, Ilha de Guaratiba, Jacarepaguá, Jardim Sulacap, Joá, Magalhães Bastos, Paciência, Padre Miguel, Pedra de Guaratiba, Realengo, Recreio dos Bandeirantes, Santa Cruz, Santíssimo, Senador Camará, Senador Vasconcelos, Sepetiba, Vargem Grande, Vargem Pequena, Vila Militar, Vila Valqueire e Vila Kennedy) com uma população de 2.371.135 pessoas em 2010, e como o seu uso pode estabelecer uma realidade, tentamos chamar a atenção para os artistas que encaram as suas limitações e constroem outras conexões. E que, neste sentido, constroem relações e parcerias que deslocam fronteiras, portanto eles acabam por propor circuitos de realização e de exibição. No sentido que, como coloca HB, são as “mesmas periferias [que] têm gerado soluções originais, criativas, sustentáveis e autônomas” (HB, 2013). E esta experiência de narrar o funcionamento e a organização social das atividades na zona oeste apresenta e representa, primeiro, a ocupação do espaço com a imaginação através do cinema como forma de acessibilidade e democratização; e depois, em segundo, a elaboração e a formação do conhecimento de caráter popular e alternativo como forma de condução de vidas públicas e privadas.
    Concordamos com Rolnik quando afirma que periferia corresponde àquela parcela da população privada das “condições básicas de urbanidade e de inserção efetiva à cidade […] e que é marcada muito mais pela precariedade e pela falta de assistência e de recursos do que pela localização” (Rolnik, 2010), e é no contexto desta ocupação do espaço que são criadas as conexões que tratamos neste texto.

Bibliografia

    HB, Heraldo. O cerol fininho da baixada. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2013.
    FAUSTINI, Marcos Vinicius. Guia afetivo da periferia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2009.
    ROLNIK, Raquel. Entrevista: O que é periferia, 2010. Em O que é periferia? Entrevista para a edição de junho da Revista Continuum /Itaú Cultural | blog da Raquel Rolnik (wordpress.com), acesso em 18/05/2022.
    RODRIGUES, Carla Regina Vasconcelos. A Zona Oeste afetiva e singular: O cinema relacional como imaginação radical e imagem técnica. Rio de Janeiro: Uerj, 2021. Tese.