Ficha do Proponente
Proponente
- Antonio Carlos Tunico Amancio da Silva (UFF)
Minicurrículo
- Tunico Amancio, doutor em Comunicação e Artes pela USP,foi Professor Titular aposentado do Curso de Cinema da UFF, onde ensinou roteiro e cinema latino-americano,, ligado ao PPGCINE e à Plataforma de Reflexão sobre o Audiovisual Latino-Americano. Publicou O Brasil dos Gringos e Artes e manhas da EMBRAFILME, organizou Brasil/México: aproximações cinematográficas e Argentina-Brasil no cinema: diálogos, publicou em revistas e livros. É roteirista, curta-metragista e foi vice presidente da SOCINE.
Ficha do Trabalho
Título
- Muitas glorias e algumas aleluias
Formato
- Presencial
Resumo
- A partir de representações das “Glorias” nos filmes, tais como a “Gloria” de Cassavetes, a refilmagem de Lumet e aquela de “A Glória e a Graça”, de Tambellini, investigaremos recorrências e rupturas. Há mais: a “Gloria” de Lelio e seu remake “Gloria Bell” e ainda a “Gloria, Diva suprema”, de Keller, a de “Praça Paris”, de Murat, e a Verônica, de Maurício Farias, baseada no original americano. Mulheres insubmissas a um destino traçado pelo patriarcadoismo, com rara determinação e coragem.
Resumo expandido
- Gloria é um nome próprio feminino com um forte componente autoexplicativo, de raízes religiosas, associadas à Virgem Maria. Seus significado se estende para honra e brilho, distinção, alta reputação e nobreza. Diz-se que o antropônimo chegou aos falantes de língua inglesa em 1891, sendo popularizado pela escritora americana Emma Dorothy Eliza Nevette Southworth, ou EDEN Southworth em uma novela com o mesmo nome. Isto nos interessa porque EDEN ficou conhecida por suas mulheres fortes, cheias de virtude e inteligência, aventureiras e rebeldes, aptas a lidar com qualquer situação. E também porque tais atributos nos levam a pensar em algumas representações das “Glorias” no cinema, personagens com enorme capacidade de enfrentar as vicissitudes de um mundo machista e hostil. Assim, de “Gloria” de John Cassavetes (1980) e sua refilmagem em 1999 por Sidney Lumet, filmes de diferentes recepções críticas, a “A Glória e a Graça”, de Flavio Ramos Tambellini, de 2017, vamos investigar recorrências e rupturas na construção dessas figuras femininas, postas em situação dramática em contextos distintos. Há neste intervalo outras aparições, não menos ricas de apontamentos para reflexão: a “Gloria” do chileno Sebastian Lelio de 2014 e seu remake “Gloria Bell”, feito pelo próprio realizador, agora com a chancela americana, em 2018. Fazem parte desta galeria também as personagens do mexicano “Gloria, Diva suprema”(2015), de Christian Keller, sobre um dos ícones pops nacionais, a personagem Gloria do filme “Praça Paris”, de Lucia Murat, (2017) e Verônica ( 2008), na obra homônima de Maurício Farias, esta francamente inspirada no original norte-americano de 1980. São variadas interpretações de mulheres insubmissas a um destino traçado pelas tradições patriarcais, articuladas dramaticamente na valorização da figura feminina demarcada por uma dose de coragem e determinação raras no cinema. A serem observadas as reiterações trágicas que caracterizam o universo ético, social e afetivo dessas figuras da ficção contemporânea.
Bibliografia
- FEMININO E PLURAL: MULHERES NO CINEMA BRASILEIRO – organizador: Karla Holanda | Marina Cavalcanti Tedesco – editora: Papirus, 2017
Kaplan, A.E. A mulher e o cinema: os dois lados da câmara. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
Mulvey, L. “Prazer visual e cinema narrativo (1975)”. in: Xavier, I.(org.). A experiência do cinema. 4° ed. Rio de Janeiro: Edições Graal Embrafilme, 1983.
NEIFERT, Agustín. Intolerancia Y Discriminación Social en el Cine Contemporâneo. Buenos Aires: Fabro, 2001.
https://www.geledes.org.br/cinema-e-representacao-teoria-feminista-do-cinema/
http://www.orson.ufpel.edu.br/content/06/artigos/primeiro_olhar_especial/01_ivonetepinto.pdf