Ficha do Proponente
Proponente
- Lucas Ravazzano de Mattos Batista (UNIFTC)
Minicurrículo
- Graduado em Relações Públicas e Marketing pela Universidade Católica do Salvador, Mestre e Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pelo POSCOM/UFBA, professor dos cursos de Comunicação da UNIFTC Salvador e pesquisador do Laboratório de Análise Fílmica da UFBA
Ficha do Trabalho
Título
- Que venham os palhaços: Canção popular e caos social em Coringa
Formato
- Remoto
Resumo
- O presente trabalho visa analisar o uso da canção Send in the Clowns em uma cena do filme Coringa (2019). O trabalho irá partir de considerações de autores como Piedras e Dufays (2018) ou Depetris-Chauvin (2016) da capacidade da canção popular, em seu uso no cinema, de poder expressar pontos de vista de um determinado personagem, mudar nossa percepção da cena, além de criar relações intertextuais entre o filme no qual estão sendo usadas e o contexto receptivo construído ao redor da canção.
Resumo expandido
- Compreendendo a força e a capacidade expressiva da canção popular quando usada em um produto audiovisual, o presente trabalho tem o objetivo de analisar uma cena do filme Coringa (2019) a partir da presença diegética da canção Send in the Clowns na referida cena. O trabalho parte de referenciais teóricos como Piedras e Dufays (2018) ou Depetris-Chauvin (2016) que se referem a capacidade da canção popular, quando usada no cinema, em expressar pontos de vista de um determinado personagem, mudar nossa percepção da cena, além de criar relações intertextuais entre o filme no qual estão sendo usadas e o contexto receptivo construído ao redor da canção. Além disso, a pesquisa vai se valer de considerações de Michel Chion (2011) a respeito do valor acrescentado do som e como os elementos sonoros adicionam valor expressivo, bem como noções de Claudia Gorbman (1987) sobre as funções que a música pode desempenhar em um filme, desde significar emoções, até ser usada para marcar tempos e lugares. Para fazer isso, a pesquisa primeiramente irá mapear o contexto original da canção e sua trajetória. A pesquisa parte da composição da canção por Stephen Sondheim para o espetáculo da Broadway A Little Night Music em 1973 e como a letra constrói metáforas com o papel dos palhaços no teatro de variedades, normalmente inseridos entre números que deram errado, para falar de desilusões amorosas, também mapeando a longeva trajetória da canção e suas múltiplas versões e regravações por nomes como Frank Sinatra e Barbra Streisand. O passo seguinte é partir para o filme Coringa (2019) e a análise propriamente dita da cena em que a canção aparece diegeticamente e representa um ponto de virada para a trama. A análise parte de modelos analíticos de cinema e canção popular como o de Maia et al. (2021). O esforço da análise proposta neste trabalho é articular a presença da canção com os eventos que ocorrem em cena, buscando demonstrar como a cena e os eventos nela contidos estabelecem relações entre a trajetória do protagonista e a letra da canção. Desta maneira, servindo como uma metáfora para o caos social que emerge das ações do personagem principal, tendo a figura do palhaço, tanto na canção quanto na caracterização do protagonista, o elemento que revela que há algo errado naquela sociedade. A análise também busca articular a trajetória da canção e seu uso no filme como um meio de demarcar o período de época no qual a narrativa se passa e como a canção é usada para refletir o clima e a paisagem cultural da época retratada.
Bibliografia
- CHION, Michel. A audiovisão: som e imagem no cinema. Lisboa: Texto & Grafia, 2011.
DEPETRIS-CHAUVIN, I. “Ter saudade até que é bom. Música y afectividad en dos documentales brasileños recientes”. In: 452ºF, nº 14, Jan. 2016, p. 45-68.
GORBMAN, Claudia. Unheard Melodies: Narrative Film Music. Bloomington: Indiana University Press. 1987
Maia, . G., Ravazzano, . L., & Woodside, J. De pasión mortal: un himno al mal de amores en obras audiovisuales contemporáneas. Imagofagia, (24), 243–267. 2021
PIEDRAS, P. e DUFAYS, S. Conozco la canción: melodias populares en los cines posclásicos de América Latina y Europa. Buenos Aires: Libraria, 2018.