Ficha do Proponente
Proponente
- Alexandre Teixeira Dias (UAM)
Minicurrículo
- Sou jornalista graduado pela PUC-SP e mestrando no PPGCOM da Universidade Anhembi Morumbi. Meu TCC foi uma monografia sobre as salas de cinema de rua de São Paulo, enquanto minha atual pesquisa para a dissertação é focada na adaptação de “Duna”, de 1984, dirigida por David Lynch.
Atualmente trabalho como redator na agência de assessoria de imprensa Motim. Também já trabalhei em diversas outras redações, como CNN, Cineclick, Metro Jornal e Record TV, além de estagiar na TV universitária da PUC.
Ficha do Trabalho
Título
- Os aspectos representantes do real em Duna de David Lynch
Formato
- Remoto
Resumo
- O artigo tem o objetivo de analisar a relação do filme Duna, dirigido por David Lynch, com o real. A adaptação do romance de mesmo nome, de Frank Herbert, traz aspectos representantes da nossa realidade por meio da própria mídia a qual está inserida — o cinema —, pelo período histórico a qual se localiza — década de 1980 — e devido ao gênero que faz parte — ficção científica. A pesquisa tem a finalidade de compreender o contexto do longa e a sua conexão com os dias atuais.
Resumo expandido
- Duna, adaptação do romance de Frank Herbert dirigida por David Lynch, lançada 1984, pode ser definida como a maior representante do real da obra original. O motivo é justamente por ser o primeiro exemplo de migração da mídia escrita para a visual — em movimento — nesta que viria a se tornar uma grande franquia. A tradução da narrativa em palavras para a imagem estabeleceu um instante contínuo na história da saga de ficção científica, com a representação viva do ser humano e da própria arte cinematográfica.
Um espectador não é necessariamente um leitor, e vice-versa. Independentemente dos aspectos fiéis do longa-metragem ao trabalho do autor norte-americano, o filme carrega características diretamente ligadas ao real. Obviamente, Herbert também utilizou referências — algumas muito explícitas — do que ele observava e consumia, o que foi igualmente relevante para a concepção do projeto conduzido por Lynch. Essa junção fez Duna, em certo sentido, ser perene no mundo do sci-fi como um todo pelo seu hibridismo; não à toa uma nova adaptação foi lançada em 2021, com um orçamento de US$ 165 milhões e planos para mais duas sequências — sendo uma já confirmada .
Tal diferença midiática e também atributos pós-modernistas permitiram um outro entendimento de alguns pontos já conhecidos do romance. Um deles é o próprio gênero em questão. O livro foi publicado inicialmente em 1965, ou seja, quase 20 anos antes do lançamento do filme. A ficção científica já havia passado por diversas mudanças, assim como o processo de adaptação de Duna a ser realizado para as telonas, o que culminou em escolhas de bastidores determinantes no que foi visto nos cinemas na década de 1980; ou seja, para a representação do real primordial, por meio da sétima arte, do que é o universo de Arrakis.
Bibliografia
- BAZIN, André. O Cinema: Ensaios. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1991.
COOK, David. A History of Narrative Film. 3 ed. Nova York: W. W. Norton & Company, 1996.
HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 2008.
HUGHES, David. The greatest sci-fi movies never made. Chicago: A Capella Books, 2001.
KALETA, Kenneth C..Twayne’s Filmmakers Series: David Lynch. Nova York: Twayne Publishers, 1993.
LYNCH, David. Em Águas Profundas: Criatividade e Meditação. 2d. Rio de Janeiro: Gryphus Editora, 2015.
NAHA, Ed. The Making of Dune. Londres: Target Book, 1984.
PUCCI JR., Renato Luiz. Cinema Pós-Moderno. In: MASCARELLO, Fernando (org.). História do Cinema Mundial. Campinas-SP: Papirus Editora, 2006.
SINGER, Ben. Modernidade, hiperestímulo e o início do sensacionalismo. In. CHARNEY, Leo; SCHWARTZ, Vanessa. O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2001.