Ficha do Proponente
Proponente
- Paola Barreto Leblanc (UFBA)
Minicurrículo
- Paola Barreto é Professora de Artes, Estéticas e Materialidades no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos na UFBA. Graduada em Cinema (UFF) e Mestre em Tecnologia e Estéticas (PPGCOM/ UFRJ), é Doutora em Poéticas Interdisciplinares (PPGAV/ UFRJ). Sua produção prática e teórica envolve processos de autoria coletiva e desdobra-se entre filmes, instalações e performances, explorando através da materialidade dos suportes as relações entre corpo, cidade e imagem.
Ficha do Trabalho
Título
- Tecnologias Impossíveis
Seminário
- Cinemas pós-coloniais e periféricos
Resumo
- Associando saberes e práticas de campos interdisciplinares, incluindo filosofia da técnica, antropologia e arqueologia de mídias, proponho essa comunicação sobre as condições de possibilidade para o surgimento de tecnologias de registro como a fotografia, o fonógrafo e o cinema, e sua inscrição em um projeto de expansão e domínio colonial. Por fim trago exemplos de reapropriação dessas tecnologias por sujeitos e grupos marginalizados e ou subalternizados no Brasil ao longo dos últimos 40 anos.
Resumo expandido
- Associando saberes e práticas de campos interdisciplinares, incluindo filosofia da técnica, antropologia e arqueologia de mídias, proponho essa comunicação que parte das condições de possibilidade para o surgimento de tecnologias de registro como a fotografia, o fonógrafo e o cinema, pensando sua inscrição em um projeto de expansão e domínio colonial. Por fim trago exemplos de reapropriação dessas tecnologias por sujeitos e grupos marginalizados e ou subalternizados no Brasil ao longo dos últimos 40 anos.
Ao analisar o advento das tecnologias audiovisuais como agenda da colonialidade / modernidade (e do capitalismo), pretendo expor complexidades de dispositivos e infra-estruturas, inseridos em um discurso que enaltece o progresso civilizatório, mas é indissociável da exploração de povos e territórios.
Pretendo assim analisar alguns exemplos onde tecnologias de comunicação e informação historicamente constituídas como instrumentos de vigilância, controle e assujeitamento são (re)apropriadas em narrativas desobedientes nas artes e no audiovisual por minorias políticas, localizando produções e processos que subvertem conceitos e formatos tradicionais de mídia e tecnologia em seus modos de criação ou narrativas. Para tanto busco exemplos através da história das artes e de seus processos criativos, entendidos como lugares de produção de novas imaginações políticas e novos modelos tecnológicos.
Proponho a reflexão sobre como distintas concepções de arte podem nos orientar em direção a uma perspectiva tecnodiversa. Trata-se de uma abordagem que parte de um pensamento da técnica que não se apresenta “neutro”, mas situado, e que procura incorporar subjetividades habitualmente identificadas como não pertencentes ao campo da tecnologia como produtoras de inovação. Diante dos retrocessos que o país vive, precisamos reinventar a tecnologia, as interfaces e a história do conhecimento.
Bibliografia
- BARROS, Laan Mendes de; FREITAS, Kênia. Experiência estética, alteridade e fabulação no cinema negro. Revista Eco-Pós, [S.L.], v. 21, n. 3, p. 97-121, 26 dez. 2018. Revista ECO-Pós.
MOMBAÇA, Jota. Rumo à uma redistribuição desobediente de gênero e anticolonial da violência. São Paulo: Fundação Bienal (32a. Bienal de São Paulo – Incerteza Viva) e OIP – oficina imaginação política, 2017.
NASCIMENTO, Abdias. O Quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2019. 390 p.
SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, Quilombos, Modos e Significações. Brasília: INCTI/UnB, 2015.
SILVA, Tarcizio (Org.). Comunidades, algoritmos e ativismos digitais: Olhares afrodiaspóricos. LiteraRUA: São Paulo, 2020.
XAKRIABÁ, Célia Nunes Correia. O Barro, o Jenipapo e o Giz no fazer epistemológico de Autoria Xacriabá: reativação da memória por uma educação territorializada. Dissertação (Mestrado Profissional Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais) – UNB,