Ficha do Proponente
Proponente
- Aline Maria Dias (UFES)
Minicurrículo
- Aline Dias é artista e pesquisadora. Desde 2016, é professora no Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo. Coordena o projeto de extensão Escrita em Artes e o projeto de pesquisa Montagens nos espaços expositivo, fílmico e impresso. É Doutora em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, Mestre em Poéticas Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Bacharel em Artes Plásticas pela UDESC.
Ficha do Trabalho
Título
- “Montagens de um casamento”
Mesa
- Temporalidades: imagens em Tempo de Ruínas e Refúgios do Captoloceno
Resumo
- “Montagens de um casamento” apresenta o processo de “O Casamento de Clarice e Bataille”, filme e instalação desenvolvidos por Aline Dias e Julia Amaral, abordado especificamente a partir da dilatação temporal de suas imagens e das passagens entre as formas de exposição.
Resumo expandido
- “Montagens de um casamento” apresenta o processo de “O Casamento de Clarice e Bataille”, filme e instalação desenvolvidos por Aline Dias e Julia Amaral. O trabalho foi apresentado em cinemas (incluindo performance sonora em tempo real), exposições com instalação de uma (66o Salão Paranaense do Museu de Arte Contemporânea do Paraná) e duas salas (I Programa de Exposições 2017 do Centro Cultural São Paulo e) e veiculado como radionovela (programa Radiofonias, Radio UDESC). A comunicação aborda “O Casamento” especificamente a partir da dilatação temporal de suas imagens e das passagens entre as formas de exposição, dialogando com o pensamento de autores como Phillippe Dubois, Erika Balsom e Georges Didi-Huberman.
Situado no espaço interior da casa, o filme foi obstinadamente construído de modo a evitar qualquer encontro visual, tátil ou discursivo em cena. Embora habitem os mesmos espaços, os protagonistas não contracenam, de forma que o desencontro e os indícios da presença do outro complexificam o termo que o intitula. O casamento aqui excede o contrato social, a relação amorosa ou o contato físico, mas é pensado como experiência literária compartilhada (ou melhor, como o desejo de partilha que funda essa experiência e tudo o que ela implica de insubordinável ao discurso). Além da ausência de contato físico entre o par, a partir de dois escritores, o filme é realizado também sem texto, sem diálogos. Este casamento como silêncio marca o embate entre o desejo de enunciação e seu fracasso, o que é explorado na obra literária de ambos. Articulado no espaço lacunar da montagem, o encontro – interditado, colocado em tensão – se faz nas operações fílmicas, instalativas, sonoras no espaço associativo do espectador.
Bibliografia
- Balsom, Erika. Irreprodutível: cinema como evento. In.: Menotti, Gabriel; Bastos, Marcos; Moran, Patrícia. Cinema apesar da imagem. São Paulo: Intermeios, 2016.
Didi-Huberman, Georges. Atlas ou A Gaia Ciencia Inquieta (Lisboa: KKYM+EAUM, 2013).
Didi-Huberman, Georges. Remontagens do tempo sofrido. Belo Horizonte: UFMG, 2018.
Dubois, Phillippe. A questão da “forma-tela”: espaço, luz, Narração, espectador. In.: Gonçalves, Osmar (org.) Narrativas Sensoriais. Rio de Janeiro: Editora Circuito, 2014.