Trabalhos Aprovados 2021

Ficha do Proponente

Proponente

    Francisco Elinaldo Teixeira (UNICAMP)

Minicurrículo

    Francisco E. Teixeira é professor livre docente do Instituto de Artes da Unicamp (Midialogia/História do cinema e PPG-Multimeios/Cinemas experimental,. documentário, filme-ensaio). Autor, entre outros, de Cinemas ‘não narrativos: Documentário e experimental – Passagens: São Paulo: Alameda, 2012; O ensaio no cinema: formação de um quarto domínio das imagens na cultura audiovisual contemporânea. São Paulo: Hucitec, 2015.

Ficha do Trabalho

Título

    Do experimental ao filme-ensaio: passagens

Seminário

    Cinema experimental: histórias, teorias e poéticas

Resumo

    Na noção de passagem estão implicadas abertura, transição, deslocamento, criação de linhas de fuga. O propósito dessa comunicação é centrar em dois territórios do cinema-audiovisual, o experimental e o ensaio, para pensar em convergências, afinidades, passagens, dissimetrias, diferenças entre eles.

Resumo expandido

    O experimental é um território do cinema, uma concepção dele (também presente em outras artes), firmado no período clássico junto com a noção de vanguarda. Por muito tempo situado como diferença em relação ao “outro cinema” (industrial), o domínio construiu um repertório fílmico e teórico com uma dinâmica de transformações ao longo de sua história, inclusive, tal como ocorreu com o documentário, com problematizações sobre a própria categoria e proposições de outros termos, particularmente nos anos de 1980 (cinema poético, marginal, de invenção etc). O filme-ensaio, ou o ensaístico no cinema, teve sua gênese a partir do período moderno, mas só adquiriu um relevo mais recentemente, a partir de várias mudanças no regime da imagem que vão da mudança de suporte, com a irrupção da imagem-vídeo, à imagem digital atual. Como territórios-concepções distintos, ambos estão implicados de várias maneiras, com trocas intensas, afinidades, diferenças. O filme ensaio, de certa maneira, trouxe a categoria de experimental de volta ao campo do cinema-audiovisual, depois de um tempo em que se manteve num canto do palco num relativo esquecimento e até recusa, por razões diversas. A partir de uma proposição de Hélio Oiticica sobre possibilidades abertas contemporaneamente, a de se “experimentar o experimental”, portanto, levando em conta seu lastro constituído historicamente, meu propósito será o de cotejar ambos, com base na análise de elementos que o filme-ensaio retoma e incorpora do filme experimental. Nessa relação, meu ponto de partida será a proposição de que “todo filme-ensaio é experimental, mas nem todo experimental é ensaístico”.

Bibliografia

    ALBERA, François. Modernidade e vanguarda no cinema. Rio de Janeiro: Azougue, 2012.
    ________. Los formalistas rusos y el cinema. La poética del filme. Barcelona: Paidós, 1998.
    ARNHEIM, Rudolf. A arte do cinema. Lisboa: Editorial Aster, 1960.
    CORRIGAN, TImothy. O filme ensaio – Desde Montaigne e depois de Marker. Campinas: Papirus, 2015
    DELEUZE, Gilles. Cinema 2: A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 1990.
    OITICICA, Hélio. “Experimentar o experimental”. São Paulo: Arte em Revista, , no. 5, 1980.
    TEIXEIRA, F. E. Cinemas ‘não narrativos’: Documentário e experimental – Passagens. São Paulo: Alameda, 2012.
    __________. O ensaio no cinema: formação de um quarto domínio das imagens na cultura audiovisual contemporânea. São Paulo: Hucitec, 2015.
    __________. O terceiro olho: ensaios de cinema e vídeo (Mário Peixoto, Glauber Rocha e Júlio Bressane). São Paulo; Perspectiva, 2003.
    __________. O cineasta celerado: a arte de se ver fora de si no cinema poético de Júlio Bressane. São Paulo: Anna Blu