Ficha do Proponente
Proponente
- Maysa Santos da Silva (UFS)
Minicurrículo
- Mestra em Cinema e Narrativas do Contemporâneo no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Cinema da UFS onde pesquisa a realização feminina no cinema do Nordeste. Formada em Comunicação Social com habilitações em Relações Públicas e Jornalismo pela UFAL. Realizadora audiovisual na direção, produção, roteiro e continuidade. Produz a Mostra Sururu de Cinema Alagoano desde 2017. Curadora no Circuito Penedo de Cinema. Integrante do Fórum Setorial do Audiovisual Alagoano.
Ficha do Trabalho
Título
- Cinema de Alagoas: panorama da última década
Resumo
- Esta publicação tem como intuito reconhecer e registrar o desenvolvimento do cinema realizado em Alagoas na última década. Partindo de um breve histórico, vamos apresentar e analisar os momentos e as frentes que promoverão a realização audiovisual no estado. Entre elas estão os editais e os subsídios públicos, os festivais e as mostras de cinema, as oficinas de formação, as entidades de representação setorial e as iniciativas que operam em prol do registro e da memória do cinema alagoano.
Resumo expandido
- O artigo tem como objetivo registrar o cinema realizado em Alagoas nos estudos do cinema brasileiro contemporâneo. Visto que, existem poucos registros do audiovisual alagoano na esfera acadêmica e a produção do estado vive um momento de ebulição fruto de vários aspectos que são sociais, políticos e econômicos. Ampliando a discussão sobre o que é o cinema brasileiro contemporâneo, vamos abordar o desenvolvimento do cinema do Nordeste promovido por um importante movimento de descentralização da produção ocasionado por meio do políticas públicas para o audiovisual a partir de 2003. Como salienta Eduardo (2018):
O cinema de prestígio perdeu o centro no Sudeste em parte por conta de editais locais, em parte por efeito de uma política de regionalização da cultura pelo governo federal, em parte por iniciativas próprias dos realizadores, cansados de aguardar o dia da vitória em um concurso de roteiro para acessar o dinheiro da realização. (EDUARDO, 2018, p. 581)
Nosso intuito é focar a discussão no cinema realizado em Alagoas. O segundo menor estado brasileiro, e também do Nordeste, que não tem até o momento uma produção cinematográfica marcante nos livros de história mas que caminha em passos possíveis para um futuro promissor. Que neste momento segue ameaçado, como todo o cinema nacional, mas ainda sim, colhe os frutos de ações que foram realizadas nos últimos anos. Por exemplo, a somatória de R milhões de reais aplicados ao audiovisual, se tornando o maior investimento público direcionado a um setor cultural no estado.
Para tanto vamos refletir sobre o início das políticas públicas federais, estaduais e municipais voltadas ao audiovisual e que foram implantadas em Alagoas a partir dos anos 2010. Aqui, já podemos constatar que o estado foi um dos últimos a acessar as verbas públicas para produção cinematográfica tanto por uma execução das gestões e da política pública que por muito tempo foi negligente como também por um setor desarticulado.
A partir de 2003, com a fundação da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas de Alagoas, essa situação começou a mudar com a mobilização dos profissionais em várias frentes, principalmente a política. Outras questões foram igualmente importantes para o desenvolvimento do setor, entre elas as oficinas e formações rápidas em audiovisual promovidas por diversas instituições públicas e privadas que possibilitaram a formação técnica dos profissionais. Além das mostras e festivais de cinema que atuaram como importantes vetores de distribuição e exibição do audiovisual como também espaços de formação de públicos e de realizadores.
Todas essas frentes alinhadas formam o que é o cinema de Alagoas atualmente. Inclusive as batalhas que foram travadas enquanto movimento político cultural. O audiovisual passou, nos últimos anos, por vários momentos de representação setorial em coletivos e grupos formados por realizadores que foram determinantes em debates ferrenhos com a gestão pública e caminharam para o cenário atual de subsídios e relevância cultural. Por estes motivos, pretendemos com esta análise entender o desenvolvimento do cinema alagoano e também registrar de maneira acadêmica este percurso.
Bibliografia
- A JANELA DO AUDIOVISUAL ALAGOANO. Alagoar. Disponível em: . Acesso em 05 de maio de 2019.
BARROS, E. Panorama do cinema alagoano. 2. ed. rev. e ampl. Maceió: EDUFAL, 2010.
ALBUQUERQUE JR, D. M. Nordestino: uma invenção do falo – uma história do gênero masculino (Nordeste – 1920/1940). Maceió: Edições Catavento, 2003.
EDUARDO, C. Continuidade expandida e o novo cinema autoral (2005 – 2016). In RAMOS, F. P; SCHVARZMAN, S. Nova história do cinema brasileiro, volume 2. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2018, p. 566-595.
RAMOS, F. P; SCHVARZMAN, S. Nova história do cinema brasileiro. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2018. v.2.
SILVA, L. A. O homem comum na produção documentária alagoana contemporânea. 2018. 139 f. (Mestrado Interdisciplinar em Cinema e Narrativas Sociais) – Universidade Federal de Sergipe.
SCHVARZMAN, S. Escrever a história do cinema brasileiro no século XXI: desconstruir a história no singular e escrever a história no plural. RuMoRes, v. 11, n. 21, p. 132-150, 13 jul.