Ficha do Proponente
Proponente
- Cauê Costa Soares (PPGCOM – UAM)
Minicurrículo
- Cauê Soares possui Bacharelado e Licenciatura em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Estudou com os cineastas José Mojica Marins e Vicentini Gomez. E também, com o Artista Plástico Carlos Fajardo, e com o Teatrólogo Márcio Abreu da Cia Brasileira de Teatro. Atualmente, é Mestrando em Comunicação Audiovisual pela Universidade Anhembi Morumbi sob a Orientação do Professor Dr. Fábio Raddi Uchôa.
Ficha do Trabalho
Título
- Filme Demência, cidade, subjetividade e alegoria.
Resumo
- Nesta pesquisa pretendemos analisar a obra Filme Demência de Carlos Reichenbach. Principalmente, tendo em vista a questão da experiência do personagem com relação a cidade de São Paulo. E se podemos enxergar esta obra como uma alegoria do período histórico dos anos 80 e do cinema paulista.
Resumo expandido
- O cinema sempre teve fortes relações com a questão do impacto da vida nas cidades sobre a subjetividade de seus cidadãos. É fato que temos desde o começo do cinema filmes como Berlim – Sinfonia da Metrópole de Ruttman, ou ainda, a presença dessa temática nos filmes brasileiros, que será o nosso foco. No cinema brasileiro temos amplos pontos de vista sobre esse tema. Desde filmes como São Paulo – Sinfonia da Metrópole que já tem algo de positivista ao contrário do filme de Ruttman. E também, o filme de José Medina chamado Fragmentos da Vida que já relata algo da experiência urbana sobre o indivíduo. Ou ainda, partindo dos estudos sobre a experiência contemporânea da metrópole desde os teóricos como Benjamim e filmes como Metrópolis de Fritz Lang. E também, chegando ao filme São Paulo S.A de Luís Sérgio Person que revela ainda um forte impacto sobre o estado emocional do personagem e sua relação com a cidade de São Paulo. Logo, partindo destas análises de filmes e livros que tratam do tema da cidade e subjetividade, faremos uma recapitulação disso tudo, e buscaremos avaliar como se dá a experiência do personagem com relação à cidade em Filme Demência de Carlos Reichenbach. Logo, pretendemos realizar uma análise fílmica da obra em questão e avaliar se a sua concepção visual pode ser tomada enquanto uma expressão de seu tempo. Com as imagens de uma metrópole cinzenta e que inviabiliza um outro tipo de experiência mais selvagem ou libertária talvez. Assim, tentaremos estabelecer se é possível enxergar nesta obra uma alegoria de seu tempo pautado pelo avanço da política neoliberal e uma virada para um cinema puramente comercial sem tantas pretensões culturais. Enfim, se podemos enxergar uma mudança do tipo de experiência cultural que aponta para outras formas de relação com a arte do cinema. Talvez, com um comportamento e uma postura em consonância como o avanço das forças políticas da época. Logo, pretendemos também contextualizar o filme dentro da produção cinematográfica do período dos anos 80. E para a nossa metodologia buscaremos bases teóricas em autores como Jean Claude Bernardet no que diz respeito a esse período do cinema. E ainda, textos como os de Ismail Xavier sobre o sentido do conceito de alegoria, na simbologia do período histórico. E finalmente, usaremos as obras de Jacques Aumont como A Imagem, A Análise do Filme e Estética do Filme. Isso tudo para os procedimentos de análise fílmica que procuramos realizar para atingir nossos objetivos.
Bibliografia
- Aumont, Jacques. A Estética do Filme. Campinas: Papirus, 1995.
_______. A imagem. Campinas: Papirus, 1993.
_______. Marie, Michel. A Análise do Filme. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2010
Bernardet J-C. Os jovens paulistas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; 1985.
Lottelli, Bruno Vieira. Por um cinema corsário: rotas cinematográficas de Carlos Reichenbach. Tese de Mestrado. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2018
Lyra, Marcelo. Carlos Reichenbach – O Cinema como razão de viver. São Paulo: Imprensa Oficial, 2004.
Machado Jr, Rubens. Imagens brasileiras da metrópole: a presença da cidade de São Paulo na história do cinema. Tese Livre Docência. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2007.
Xavier, Ismail. A alegoria Histórica. In. RAMOS, Fernão (org.). Teoria contemporânea do cinema. Vol. 1. São Paulo, 2005