Ficha do Proponente
Proponente
- ARTHUR FELIPE DE OLIVEIRA FIEL (UFF)
Minicurrículo
- Roteirista e Produtor Audiovisual, Doutorando em Comunicação (PPGCom) e Mestre em Cinema e Audiovisual (PPGCine) pela Universidade Federal Fluminense. Suas atuais pesquisas se dedicam à história, política e economia dos conteúdos infantis, bem como às transformações estético-narrativas que afetaram tais produtos e a forma de conceber e produzir audiovisual para crianças. Além disso, dedica-se também a temas relacionados às políticas públicas e ao desenvolvimento do mercado audiovisual nacional.
Ficha do Trabalho
Título
- Do Menino Maluquinho a um novo modelo narrativo no Cinema Infantil
Seminário
- Estudos de Roteiro e Escrita Audiovisual
Resumo
- O objetivo central desta comunicação é realizar uma análise de algumas das características presentes no longa-metragem O Menino Maluquinho (1995), de Helvécio Ratton, que vão ecoar em obras posteriores e pautar um novo modelo de construção narrativa para o cinema infantil brasileiro. Para isso, revisitaremos também algumas outras obras de curta e longa-metragem lançadas ao longo dos anos 2000 e 2010s, a fim de tornar evidente este novo paradigma e apontar suas principais características.
Resumo expandido
- A proposta da comunicação diz respeito à pesquisa que atualmente desenvolvo, a qual tem como objetivo analisar as transformações estético-narrativas dos conteúdos audiovisuais dirigidos ao público infantil. Na tese em desenvolvimento é dada atenção especial aos conteúdos infantis que ocuparam e ocupam espaço em nossa programação televisiva. Aqui, no entanto, são as obras cinematográficas os objetos centrais da análise em proposição.
O ponto a partir do qual se desenvolve esta análise é o filme de longa-metragem O Menino Maluquinho (1995), dirigido por Helvécio Ratton, no qual se encontram elementos específicos que se tornariam presentes em diversas produções que, a partir dali, se dirigiriam às crianças. O Menino Maluquinho também está localizado num período do tempo no qual ainda era vigente uma outra lógica de construção narrativa para os conteúdos infantis que chegavam às salas de cinema em nosso país e que, neste quesito, se diferenciava do modelo de construção narrativa de nossas produções televisivas.
Neste sentido, cabe ressaltar que ainda naquele período, meados dos anos 1990, grande parte dos conteúdos infantis eram protagonizados por figuras adultas que possuíam o status de amigos, tio ou “rainha dos baixinhos”. De forma geral, boa parte dos conteúdos produzidos para as crianças naquele momento, e também prévios a ele, elencavam esses adultos como protagonistas e deixavam na mão deles a capacidade de resolução do conflito narrativo, algo que, desde então, passou por uma notória mutação. Valente (2000), ao criticar algumas obras cinematográficas destinadas às crianças, lançadas no verão de 1999, chama nossa atenção para algumas das características que deixaram de ser comuns nas narrativas infantis, que são revisitadas e ampliadas em outras recentes pesquisas (FIEL, 2020).
Diante disso, o objetivo geral desta comunicação é realizar uma análise de algumas das características presentes no longa-metragem de Helvécio Ratton, que vão ecoar em obras posteriores a ela e pautar um novo modelo de construção narrativa para o nosso cinema infantil. Para este fim, revisitaremos também algumas outras obras brasileiras de curta e longa-metragem lançadas ao longo dos anos 2000 e 2010s, a fim de tornar evidente este novo paradigma, elencando suas principais características, que se pautam, entre outras coisas, no protagonismo infantil, na autonomia da criança para resolver o conflito da trama e na pluralidade da infância e das vivências infantis.
Bibliografia
- COHN, Clarice. Antropologia da Criança. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
CORSARO, W. A. Sociologia da infância. Porto Alegre: Artmed, 2011
FIEL, Arthur. Notas sobre o conteúdo audiovisual infantil e novas formas de se produzir para crianças. IN: Marina Cavalcanti Tedesco; Márcio Brito Net. (Org.). Outras pontes: abordagens e objetos emergentes no cinema e audiovisual. 1.ed. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2020, p. 203-224.
FUENZALIDA, Valerio. La nueva televisión infantil. Chile: FCE, 2016.
MELO, João Batista. Lanterna Mágica: infância e cinema infantil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
VALENTE, Eduardo. Noções de Infância e Educação: filmes infantis. Revista Contracampo. 2000. Disponível em: . Acesso em: 16 mar. 2021.