Ficha do Proponente
Proponente
- Hadija Chalupe da Silva (UFF/ESPM)
Minicurrículo
- Doutora e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação (UFF), é professora das cadeiras de produção e distribuição audiovisuais na UFF e na ESPM-RJ. Seus principais temas de pesquisa são produção audiovisual, difusão de longas-metragens e coprodução internacional. Desde setembro de 2018 desenvolvendo pesquisa pós-doutoral pela Oxford Brookes University sobre Distribuição de Filmes Brasileiros no Reino Unido.
Ficha do Trabalho
Título
- Pra ingles ver: a distribuição de filmes brasileiros no Reino Unido
Mesa
- Políticas e Mercado do Audiovisual Contemporâneo: ações e impactos.
Resumo
- Ao analisarmos o desempenho comercial de filmes nos diversos segmentos de exibição, vemos que os desafios para atrair novos públicos estão ligados tanto às mudanças dos hábitos de consumo audiovisual, quanto às dificuldades que indústrias emergentes enfrentam, com a falta de continuidade de políticas de incentivo ao setor. Desse modo, este trabalho tem como intenção apresentar os dados iniciais do processo investigatório do desempenho e alcance de filmes brasileiros em territórios estrangeiros.
Resumo expandido
- As mudanças ocorridas nos últimos 25 anos no cinema brasileiro são resultado da constante manutenção das políticas públicas regulatórias para o setor audiovisual. Esse avanço tem sido feito por meio de diferentes ações, desde as mais diretas (cotas de tela, anúncios de patrocínios, prêmios para performances comerciais ou em festivais) ou mais indiretamente (leis de captação de recursos e acordos internacionais).
Analisando o setor de produção, vemos um aumento constante no número de filmes exibidos nos cinemas (34 nos anos 2000 para 160 longas em 2017). Entretanto, quando olhamos para o desempenho comercial dos filmes brasileiros, percebemos que ainda temos desafios a enfrentar. O maior market share foi de 19% em 2010 (25,7 milhões de espectadores), depois disso a audiência nos cinemas flutuou muito – fechando o ano de 2017 com uma queda considerável para 9,6%. Além disso, há uma concentração e grande assimetria dessa receita em poucos títulos. Por exemplo, em 2017, 22 títulos ficaram com 89% do total de arrecadação de bilheterias do ano (R$ 147 milhões), enquanto que 138 longas dividiram os 11% restantes da arrecadação (média R4 mil por título). (OCA/Ancine, 2019)
Ao analisarmos o desempenho comercial de filmes nos diversos segmentos de exibição vemos que os desafios para atrair novos públicos estão ligados às mudanças nos hábitos de consumo audiovisual (multiplicação de telas e disseminação da receita), além das dificuldades que as indústrias emergentes enfrentam, com a falta de continuidade de políticas públicas relevantes em função das mudanças de governo.Vide as últimas deliberações do governo federal de extinção do MinC e de paralisação de parte das atividades da Ancine.
Em contraponto aos interesses e jogos políticos percebemos um movimento dos realizadores (Produtoras) em busca de formas de diversificação de suas atividades em duas frentes. Uma dedicada a uma formulação cada mais diversificada do Plano de financiamento (composição dos recursos necessários para viabilização das filmagens até a conclusão da obra final) e um entendimento mais abrangente da relação que se estabelece entre a obra e as múltiplas janela de exibição que irão acolhê-la. Com isso, vemos um crescimento na busca de novas fontes de financiamento por meio de coproduções internacionais e na busca de espaços internacionais para a difusão e comercialização desses filmes. Este fato dá suporte a um dos principais argumentos desta pesquisa, a produção e difusão estão simbioticamente conectados e o entendimento dessa relação é salutar para a economia do setor.
Em tese, a busca de financiamentos e parceiros em outros países possibilitaria a criação de uma obra que possui e compartilha tanto elementos práticos quanto identitários mais convidativos para circular internacionalmente elementos que ampliariam as possibilidades de difusão das obras. No entanto, a confirmação dessa hipótese só é possível através de um estudo da difusão dessas obras.
Dessa forma, esta pesquisa tem o objetivo o início de um mapeamento do desempenho comercial de filmes brasileiros em território estrangeiro (distribuição e exibição). Nesse primeiro momento, demos a atenção inicial para o Reino Unido, pois este foi o último país a ratificar um tratado de coprodução de filmes e TV com o Brasil (março de 2017).
Essa primeira identificação terá como norte as seguintes questões: Identificar a existência de longas-metragens brasileiros lançados em salas de cinema comerciais; as/os realizadores que conseguiram construir uma carreira internacional; as Distribuidoras que investem na comercialização desses filmes; quais complexos exibidores acolhem tais produções; existência de outros segmentos com produções brasileiras no catálogo. Além disso intencionamos analisar o impacto comercial e imaterial dessas produções, se impulsionam outros lançamentos, ou geraram oportunidades de coprodução ou troca de profissionais.
Bibliografia
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