Trabalhos Aprovados 2019

Ficha do Proponente

Proponente

    Rodrigo Terplak (UAM)

Minicurrículo

    Doutorando em Comunicação na Universidade Anhembi Morumbi (bolsa institucional por Mérito Acadêmico), com a pesquisa As Variações Narrativas na Série Cinematográfica Atividade Paranormal, sob a orientação do prof. Dr. Rogério Ferraraz. Mestre em Comunicação (2014) e Especialista em Cinema, Vídeo e Fotografia (2011) pela UAM. É docente no curso de Publicidade e Propaganda e Líder do Estúdio de Comunicação da UAM, que presta atendimento aos cursos de Jornalismo, PP, RP e Produção Editorial.

Coautor

    Rogério Ferraraz (UAM)

Ficha do Trabalho

Título

    O plano sequência diegético e o horror em Atividade Paranormal

Mesa

    História (s) do horror mundial: estética, tecnologia e convergências

Resumo

    A pesquisa geral propõe um estudo da série cinematográfica Atividade paranormal (2009-2015), conjunto de filmes ao estilo found footage, uma hibridização das estruturas narrativas do documentário e da ficção. Observando o found footage de horror, com características que imitam certa estilística amadora, pretende-se analisar os artifícios utilizados na construção dessas obras. Neste paper, será analisado especialmente o uso do plano sequência diegético e suas implicações em relação ao gênero.

Resumo expandido

    No cinema de ficção, vários recursos utilizados, tanto técnicos, como o uso de câmeras portáteis, quanto dramatúrgicos, como atuação de não atores e improvisação, vêm do documentário. Os filmes realizados ao estilo simulado de found footage, ou das “gravações encontradas”, fazem parte desse universo de obras construídas a partir da hibridização das estruturas narrativas e estilísticas do cinema documentário e de ficção. Neste sentido, apresentou-se no Encontro da Socine de 2017 uma análise geral da franquia Atividade paranormal com relação a estilística do falso found footage de horror, que apresenta características que imitam gravações caseiras e amadoras. Propôs-se naquela oportunidade um estudo dos filmes que compõem a série cinematográfica Atividade paranormal (2009-2015) – a saber: Atividade paranormal (2009), Atividade paranormal 2 (2010), Atividade paranormal 3 (2011), Atividade paranormal 4 (2012), Atividade paranormal: Marcados pelo mal (2014) e Atividade paranormal: Dimensão fantasma (2015), com o foco da análise nos artifícios utilizados na construção narrativa das obras, especialmente a câmera diegética subjetiva, além da variação dos parâmetros estilísticos da imagem através dos vários tipos de câmeras que foram utilizados durante os filmes, tais como: daddy-cam, inclusive com visão noturna; câmera de sistema de vigilância; câmera VHS; câmera de celular e computador; entre outros. O que se pretende no Encontro da Socine de 2019, dando continuidade àquela pesquisa, é analisar o uso específico do plano-sequência através dessas câmeras subjetivas e câmeras de segurança. Buscar-se-á verificar (e diferenciar) se são planos-sequência de fato ou se são apenas planos longos, e determinar a importância de tais planos para o horror, se eles intensificam ou prejudicam os efeitos e sentidos característicos do gênero. A partir do diálogo com autores que escreveram sobre estética, narração fílmica e técnicas de filmagem (AUMONT, 1995; MASCELLI, 2010), sobre documentário, ficção e não-ficção (NICHOLS, 2008; CARROLL, 2005), sobre o cinema de horror contemporâneo (CÁNEPA, FERRARAZ, 2013) e sobre o próprio fenômeno Atividade Paranormal e o uso de câmeras diegéticas (BORDWELL, 2012; CARREIRO, 2013), este trabalho pretende colaborar para o avanço dos estudos sobre gêneros cinematográficos, particularmente o horror, e sobre questões narrativas e estilísticas em geral.

Bibliografia

    AUMONT, J. A estética do filme. Campinas: Papirus, 1995.
    BORDWELL, D. “Return to Paranormalcy”. Observation on film art. 2012. [http://www.davidbordwell.net/blog/2012/11/13/return-to-paranormalcy/].
    CÁNEPA, L; FERRARAZ, R. “Fantasmagorias das imagens cotidianas: o estranho e a emulação do registro videográfico doméstico no cinema de horror contemporâneo”. Visualidades hoje. Org. de A. Brasil; E. Morettin; M. Lissovsky. Salvador: EDUFBA, 2013.
    CARREIRO, R. “A câmera diegética: legibilidade narrativa e verossimilhança documental em falsos found footage de horror”. Significação. v. 40. SP: USP, 2013. [http://www.revistas.usp.br/significacao/article/view/71683/74799].
    CARROLL, N. “Ficção, não-ficção e o cinema da asserção pressuposta”. Teoria contemporânea do cinema: Vol.II. Org. de F. Ramos. SP: Senac, 2005.
    MASCELLI, Joseph V. Os cinco Cs da cinematografia. SP: Summus Editorial, 2010.
    NICHOLS, B. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus, 2008.