Trabalhos Aprovados 2019

Ficha do Proponente

Proponente

    Sofia Carolina da Silva (UNICAMP)

Minicurrículo

    Sofia Silva é jornalista, com atuação no mercado em jornalismo cultural, atualmente, desenvolve sua pesquisa de mestrado refletindo sobre o cinema brasileiro contemporâneo.

Ficha do Trabalho

Título

    TEIA: uma análise da produção Pré TEIA, TEIA e Pós TEIA

Resumo

    A comunicação se debruça na produção do grupo TEIA, o qual foi composto por 6 diretores. A pesquisa corre o percurso temporal de 1998 até 2019 mapeando e analisando as obras desse grupo, as quais foram organizadas em fases, sendo elas: fase pré TEIA, TEIA e pós TEIA.
    Este resumo passa brevemente pelo primeiro capítulo da dissertação, em andamento, o qual pensa a produção do grupo: tipo de filmes, duração dos filmes, fonte de orçamento, a partir dessas três fases.

Resumo expandido

    A pesquisa investiga seis diretores (Clarissa Campolina, Helvécio Marins Júnior, Leonardo Barcelos, Marília Rocha, Pablo Lobato e Sérgio Borges) os quais, em certo momento, se juntaram compondo o grupo TEIA e que existiu entre os anos de 2002 até 2014. A estratégia de união foi confundida com a de coletivo cultural, contudo, esta pesquisa os classificam como ‘proto produtora’, pois a dinâmica de trabalho se aproxima bem mais de uma produtora que a de coletivos culturais. Esta comunicação analisa a produção de 1998 até 2019 e que foi organizada por fases, nomeadas como fase: Pré TEIA (1998-2001), fase TEIA (2002-2014) e fase Pós TEIA (2014 – 2019).

    Analise inicial da Produção do grupo TEIA

    O inventário de produção do grupo TEIA está em torno de 58 obras entre as quais são distribuídas entre Curtas-metragens, Médias-metragens, Longas-metragens e Outras obras. Esta comunicação debruçará sobre análise da produção, exclusivamente, fílmica. Passaremos pelas conclusões relacionadas à duração dos filmes, formato dos filmes e fonte de orçamento, porém, a pesquisa segue analisando a última etapa de produção – a distribuição.
    Podemos desenhar o seguinte perfil do grupo: no total de 43 obras fílmicas, temos o curta-metragem como tamanho predominante, sendo que isso pode indicar um grupo que sente o impacto econômico e que trabalha no baixo orçamento . Dessa forma, dos 43 filmes realizados, 27 são curtas – metragens (63%), 1 média-metragem e 15 longas-metragens, o que indica um pouco mais da metade dos filmes realizados pelo grupo TEIA como sendo curtas-metragens.
    Isso pode demonstrar que realizar filme autoral na duração de longa-metragem traz desafios, facilitando em contra partida a produção dos curtas, que são mais baratos. Porém, na fase TEIA, há predominância dos editais, concursos e incentivos culturais diretos ou indiretos como fontes orçamentária, além de, também combinar com recursos internacionais – demonstrando uma fase áurea na produção audiovisual autoral desses diretores.
    Também, ao longo do percurso desses realizadores, a tendência não parece ser continuar produzindo curtas-metragens, com a análise das fases do grupo TEIA, é possível notar como em dez anos o cenário sofre leve mudança. Na fase Pós TEIA, a quantidade de longas aumenta para 5 longas em 5 anos contra 9 longas entre os 12 anos de atividade da fase TEIA com a combinação conjunta da diminuição de curtas-metragens na fase Pós-TEIA.
    Nota-se, também, que a migração para o formato digital é quase que absoluta com exceção de dois filmes em 16 mm, os quais significam 5% do total. Nota-se, também, a finalização dupla em formato digital e em película 35 mm para 5 desses filmes entre os 43 de total, uma baixa porcentagem, mas que ainda pode apontar certo resquício da necessidade de se adaptar aos festivais e aos formatos comerciais das salas de cinema – quando o filme é pensado para o circuito comercial.
    Dessa forma, a partir do domínio do formato digital, podemos apontar que a etapa de gravação e edição não tem sido um problema de custo para os filmes de baixo orçamento, pois essa questão tem se deslocado para a etapa de distribuição. A partir disso, notamos que a tendência, entre os filmes de baixo orçamento, é de se reafirmar no formato digital e deixar o formato 35 mm para quando a necessidade exigir.
    A partir disso, temos que a experiência conjunta de proto produtora colocada em prática por esses seis diretores foi, de certa forma, enriquecedora. Mesmo com o grupo desmembrado, a produção desses diretores segue sendo, ainda que de filmes de baixo orçamento, filmes de longa-metragem com tendência orçamentária a aumentar. Válido também, pontuar que esse cenário é flexível a mudanças e que essa tendência pode ser comprometida com o cenário político, social e econômico do Brasil.

Bibliografia

    BARCELOS, Leonardo. Entrevista concedida a Sofia Silva. Belo Horizonte, 02 Mar. 2018.

    BORGES, Sérgio. Entrevista concedida a Sofia Silva. Belo Horizonte, 21 Nov. 2018.

    CAMPOLINA, Clarissa. Entrevista concedida a Sofia Silva. Belo Horizonte, 14 Dez. 2017.

    MARINS JÚNIOR, Helvécio. Entrevista concedida a Sofia Silva. Belo Horizonte, 28 Fev. 2018.

    MELGAÇO, Luana. Entrevista concedida a Sofia Silva. Belo Horizonte, 29 Jun. 2018.

    MIGLIORIN, Cezar. O que é um Coletivo. In: Teia 2002-2012. Belo Horizonte: Editora Teia, 2012.

    PORTUGAL, Aline. Documentário recente brasileiro e a política das imagens. In: Ensaios no real. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2010. p. 9-25.

    TEIA 2002 – 2012. Organização de: André Brasil,Marília Rocha, Sérgio Borges. Belo Horizonte, 2012.