Trabalhos Aprovados 2018

Ficha do Proponente

Proponente

    leandro pimentel abreu (UERJ)

Minicurrículo

    Professor adjunto da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e coordenador do Lab Foto UERJ. Doutor em Tecnologias da Comunicação e Estéticas pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFRJ e Pós-doutorado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Realizou estágio no grupo de pesquisa Aiac /Arts des images & Art Contemporain, na Universidade Paris 8. Possui especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil pela PUC do Rio de

Ficha do Trabalho

Título

    Inserções clandestinas nas mídias: em busca da imagem que falta

Seminário

    Interseções Cinema e Arte

Resumo

    No contexto brasileiro, as intervenções clandestinas na mídia ganharam potência durante a ditadura militar, quando os meios de comunicação passaram a sofrer um maior controle do Estado. Tendo como paradigma a série Inserções em Circuitos Ideológicos, buscamos analisar a presença parasitária de imagens em espaços midiáticos não destinados à cultura e à arte. Nessas ações, a discussão sobre o processo de produção aparece como um dos elementos fundamentais a serem destacados.

Resumo expandido

    O controle sobre a produção midiática feita pelos monopólios de comunicação é um fenômeno especialmente perverso no contexto brasileiro. Por meio de diferentes táticas, artistas e organizações sociais atentas aos regimes de invisibilidade impostos pelos meios hegemônicos buscaram quebrar o bloqueio para apresentar questões relevantes que ficaram excluídas desse espaço comum. Ao contrário do que se observa no campo da arte e do cinema documental, onde a exposição do processo se evidenciou como uma importante tendência para se pensar a representação e suas diversas nuances, na grande midia o dispositivo de produção permanence obscuro na maior parte das vezes.
    No decorrer da pesquisa, distinguimos dois eixos principais para pensar essa produção: de um lado a busca por revelar as falácias presentes na produção jornalística e do outro o esforço de percepção de fenômenos sociais tornados invisíveis. Ao inserir de forma parasitária elementos alienígenas ao direcionamento econômico e ideológico que orienta a produção dos veículos de comunicação, essas inserções causam uma espécie de curto circuito que acabam reverberando para além do ambiente midiático, se espalhando nas redes sociais e se enraizando de modo menos efêmero no campo da arte. Interessa-nos refletir sobre o modo como esses trabalhos constróem um território onde se evidencia o dissenso e as diferentes forças que agem na construção de um espaço comum.
    No contexto brasileiro, as intervenções clandestinas na mídia ganharam potência durante a ditadura militar, quando os meios de comunicação passaram a sofrer um maior controle do Estado. Tendo como paradigma a série Inserções em Circuitos Ideológicos, produzida pelo artista Cildo Meirelles durante a ditadura militar brasileira, em que frases de questionamento politico foram impressas em garrafas de coca-cola e carimbadas em notas de dinheiro para posteriormente serem novamente colocadas em circulação, buscamos analisar alguns casos em que se buscou provocar a presença parasitária de imagens em espaços midiáticos não destinados à cultura e à arte. Nessas ações, a discussão sobre o processo de produção aparece como um dos elementos fundamentais a serem destacados.

Bibliografia

    MAIA, Ana Maria. Arte-veículo: intervenções na midia de massa brasileira. Recife: Editora Aplicação, 2015.
    MONDZAIN, Marie José. L’image peut-elle tuer? Paris: Bayard Éditions, 2015.
    Magnoli, Paolo. Documents of Utopia: the politics of experimental documentary. Londres: Wallflower press, 2015.
    MELLO, James Guterres de; CONTER, Marcelo Bergamin (orgs.) A(na)rqueologias das mídias. Curitiba: Appris, 2017.
    RANCIÈRE, Jacques. O destino das imagens. Rio de Janeiro, Contraponto, 2012.