Trabalhos Aprovados 2018

Ficha do Proponente

Proponente

    Antonio Carlos Tunico Amancio da Silva (UFF)

Minicurrículo

    Antonio Carlos (Tunico) Amancio. Professor Titular do Curso de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense, Professor do Quadro Permanente ligado ao PPGCINE (Programa de Pós-Graduação em Cinema e Vídeo) da mesma Universidade. Ex- vice Presidente da SOCINE, Vice-Coordenador do Curso de Cinema e Video/UFF. Interessado em políticas públicas e representações do Brasil no audiovisual, além de uma permanente curiosidade sobre o cinema latino-americano. Curta-metragista e roteirista bissexto.

Ficha do Trabalho

Título

    Escapando da Colonia: Zama e Joaquim

Seminário

    Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados

Resumo

    Dois filmes latino-americanos contemporâneos, Zama e Joaquim, têm muito a dizer sobre suas sociedades ( argentina e brasileira) e sobre o modo como está sendo reescrita a história por suas cinematografias, tanto enquanto modalidade retórica quanto re-escritura política.

Resumo expandido

    Duas releituras contemporâneas dos faustosos tempos da colonização da Coroa de Castela e do Reino de Portugal no Novo Mundo. Duas viagens imaginárias sobre o cotidiano de dois personagens ligados pela subserviência a seus soberanos – Diego de Zama na Argentina, inspetor que fiscaliza em nome do poder real, pretendendo mudar de ares e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, um segundo-tenente brasileiro que decide se rebelar contra os ditames da Coroa Portuguesa. A uni-los, a servidão a seus senhores e o contato com um mundo em que alteridade é o norte, índios, negros, fugitivos e foras da lei. Centradas em uma representação em tom baixo do século XVIII, ambos os filmes – Zama, de Lucrécia Martel ( Argentina, 2017) e Joaquim ( Marcelo Gomes, 2017) – desheroicizam seus personagens, desglamurizam a vida na colônia e apresentam nuances que os filmes de fundo histórico resistem em apresentar: tempos mortos, intrigas vagas, reforço do extra-quadro.
    É sobre as similitudes e desarranjos entre as duas narrativas que vamos buscar os dados de uma nova historiografia cinematográfica latino-americana, pondo em xeque algumas temporalidades absolutizadas no imaginário popular, algumas simplificações e estereotipizações convenientes ao discurso oficial, alguns traços de uma mise-en-scène conservadora e dramaticamente improdutiva. Um olhar que talvez seja propiciado pelas vagas políticas contemporâneas dos dois países produtores.

Bibliografia

    CAPELATO, Maria Helena; MORETTIN, Eduardo; NAPOLITANO, Marcos; SALIBA, Elias Thomé (Orgs). História e Cinema: dimensões históricas do audiovisual. São Paulo: Alameda, 2011.
    FEIGELSON, Kristian; FRESSATO, Soleni Biscouto; NOVOA, Jorge (Org.). Cinematógrafo: um olhar sobre a história. São Paulo: Ed. Unesp; Salvador: Ed. UFBA, 2009
    ROSENSTONE, Robert. A história nos filmes, os filmes na história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010, p.54.
    FERRO, Marc. Cinema e História. São Paulo: Paz e Terra, 1992.