Ficha do Proponente
Proponente
- Ivan Amaral dos Reis (ECA/USP)
Minicurrículo
- Ivan Amaral é cineasta e pesquisador de cinema. Graduado em Bacharelado em Audiovisual pelo Senac, desde 2011, é mestrando pelo programa de Pós-graduacão em Meios e Processos Audiovisuais da ECA/USP. Como pesquisador, se interessa pelo cinema experimental e pela vanguarda norte-americana do cinema, investigando as questões imanentes da temporalidade do filme, os meios discursivos da forma, a relação entre o cinema e outras artes. Atualmente, pesquisa o cinema de Marie Menken (1909-1970).
Ficha do Trabalho
Título
- O duelo de Marie Menken e Andy Warhol: por uma arte anti-romântica?
Resumo
- Marie Menken (1909-1970), cineasta e artista plástica, nascida em Nova York, é considerada por amigos próximos, como Stan Brakhage, influência definitiva para muitos cineastas da vanguarda norte-americana do cinema. A teoria e a crítica acerca de sua obra, ao reconhecer tal influência, no entanto, a inscreve em tradições de realização como as do filme lírico e do filme-diário, sem perceber que a proposição formal de Menken a afasta, substancialmente, de qualquer espécie de estética romântica.
Resumo expandido
- Marie Menken (1909-1970), cineasta e artista plástica, nascida em Nova York e filha de imigrantes lituanos, é considerada por amigos próximos, como Stan Brakhage, como uma influência definitiva para muitos cineastas da vanguarda norte-americana do cinema. A teoria e a crítica acerca de sua obra, ao reconhecer tal influência, no entanto, a inscreve em tradições de realização como a do filme lírico e a do filme-diário, sem perceber que a proposição formal de Menken a afasta substancialmente de qualquer espécie de estética romântica. Tomando como exemplo um found-footage em 16mm, exibido pela primeira vez por meio do filme Notes em Marie Menken, de Martina Kudlaceck, sem data ou títulos precisos, nunca exibido em nenhum circuito ou ciclo de filmes, degradado pela má conservação, no qual Andy Warhol e Marie Menken encenam um duelo de câmeras Bolexes 16mm, podemos investigar mais a fundo a proposta cinematográfica de Marie Menken. Valendo-se da análise da forma de seus filmes, do uso do single-frame, da montagem na própria câmera, e da descontinuidade, a proposta é situar o horizonte estético de realização de Marie Menken em sintonia com a proposição de Melissa Ragona, a primeira a sugerir um distanciamento da realizadora em relação à alocação de sua obra como resultado do filme-lírico e do filme-diário, ocasionada por meio dos escritos de P. Adams Sitney e David E. James, respectivamente. Também nos valemos da teoria de Vilém Flusser acerca do aparato fotográfico para contrapor a proposição mais recente de P. Adams Sitney, do livro Eyes Upside Down, que classifica o cinema de Menken como resultado do que chama de “câmera-somática”.
Bibliografia
- BRAKHAGE, Stan. Film at Wit’s End. Eight Avant-Garde Filmmakers. New York: McPherson, 1991.
FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta. São Paulo: Annablume, 2011.
MOURÃO, Patrícia. A invenção de uma tradição: caminhos da autobiografia no cinema experimental. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, Escola de Comunicações e Artes, Programa em Meios e Processos Audiovisuais, 2016.
RAGONA, Melissa. “Swing and Sway. Marie Menken’s Filmic Events”. In: BLAETZ, Robin (org.). Women’s Experimental Cinema. Critical Frameworks. Durhan e Londres: Duke University Press, 2007.
SITNEY, P. Adams. Eyes Upside Down. Visionary Filmmakers and the Heritage of Emerson. New York: Oxford University Press, 2008.
__________________. Visionary Film. The American Avant-Garde 1943-2000. New York: Oxford University Press, 2002.