Seminários Temáticos para o biênio 2009-2011

Cinema, transculturalidade, globalização

Resumo

    Como proposta de seminário temático, temos interesse em comunicações, análises e discussões que se relacionem a este tema nas suas diferentes abordagens e campos zeóricos. As propostas individuais devem contemplar a diversidade de termos implicados no tema como: nomadismo, transnacionalidade, fronteira, hibridismo, diáspora, etc, sob um enfoque teórico, comparativo e ou analítico. Pensamos em questões tais como: De que modo os processos de globalização das economias, o progresso e a expansão das tecnologias da comunicação, a intensificação do fenômeno da hibridação cultural, o questionamento dos centros hegemônicos (Ocidente, EUA), o enfraquecimento das fronteiras nacionais, têm afetado os produtos e obras audiovisuais? É ainda possível falarmos em cinemas nacionais? Como o local e os espaços de intimidade são redefinidos? A transnacionalização do capital, da produção audiovisual e da audiência auxiliam na elaboração de novas propostas estéticas ou tendem a consolidar produtos homogeneizados? Como as migrações e a mídia (cinema, tv, internet, celular, etc ) repercutem nesse quadro? Quando o cinema contemporâneo consegue romper com a lógica estetizante produzida pelas atuais condições de vida e de convivência mediadas e constituídas pela imagem? É possível detectar processos singularizantes capazes de funcionar – no cinema, na videoarte, na Internet – como resistência num contexto de homogenização? Como as novas cinematografias (Ásia, Europa do Leste, África, etc) têm afetado e redefinido o pensamento e a prática do cinema e do audiovisual contemporâneo?

    Parte da proposta deste seminário é também repensar a pertinência de uma discussão ainda calcada nos “cinemas nacionais”, tema caro ao contexto social, político e estético dos anos 60, quando os filmes remetiam a uma experiência história, cultural e geográfica específica, desse modo também reavaliando a usabilidade de um termo como “Terceiro Cinema” para se referir ao cinema dos países não-desenvolvidos ou ao cinema feito às margens da estética hollywoodiana. Convivemos hoje com filmes e experiências audiovisuais que estilhaçam a imagem de uma construção identitária unificada assim como promovem uma outra apreensão sensível do mundo, permeada por universos de sentido que conformam experiências outras, de estrangeiridade, ambivalência, estranhamento, nomadismo, desenraizamento. Estas imagens, expressas nos seus mais variados suportes, não são somente discursos culturais contextualizados ou signos abstratos, mas também práticas sociais, se levarmos em conta que os efeitos de seus discursos só adquirem realidade porque encontram elementos concretos para sua efetivação social, tais como lugares de exibição (salas de cinema, Internet, tv), de circulação(os festivais de cinema, as críticas impressas e eletrônicas) e por fim os leitores/espectadores. Nesta perspectiva específica, as imagens transculturais, mais do que um reservatório de significações fixas, são também forças que agem no campo das subjetividades, no seio mesmo da experiência cotidiana.

Coordenadores

    Denilson Lopes Silva
    Ramayana Lira de Sousa
    Anelise Reich Corseuil