Programação completa de trabalhos 2022

 
 

09/11


CI 29 – Mulheres insubmissas

09/11 às 9h30 – Presencial
Muitas glorias e algumas aleluias
Antonio Carlos Tunico Amancio da Silva (UFF)
A partir de representações das “Glorias” nos filmes, tais como a “Gloria” de Cassavetes, a refilmagem de Lumet e aquela de “A Glória e a Graça”, de Tambellini, investigaremos recorrências e rupturas. Há mais: a “Gloria” de Lelio e seu remake “Gloria Bell” e ainda a “Gloria, Diva suprema”, de Keller, a de “Praça Paris”, de Murat, e a Verônica, de Maurício Farias, baseada no original americano. Mulheres insubmissas a um destino traçado pelo patriarcadoismo, com rara determinação e coragem.
Escritoras en el cine mexicano de la modernidad
Francisco Javier Ramírez Miranda (UNAM)
En el medio siglo mexicano un número significativo de escritoras realizaron su obra, las oportunidades en el cine fueron significativamente menores que para los hombres. Su trabajo, no obstante, deja constancia de una visión diferente sobre problemas nuevos, ampliamente planteados por sus pares varones: la visión de la familia, la soledad o temas tabú como la homosexualidad o el suicidio. Esta ponencia explora la integración del trabajo de estas autoras al cine y el peso de su aportación.
O discurso feminista e o glamour da bruxa de Charmed: Nova Geração
Juliana Soares Mendes (PPGCine-UFF)
A bruxa empata Maggie é personagem da série Charmed: Nova Geração (2018-atual). Entre as protagonistas, ela tem mais características convencionalmente femininas, sendo vista como infantil por seu glamour (MOSELEY, 2022). Negocia sua feminilidade com girl power, se desenvolvendo como uma personagem forte, inclusive após sobreviver a relacionamento abusivo. Sua magia conectada a emoções ajuda no combate a vilões que personificam opressões de gênero, como ocorre no Feminismo Mágico (WELLS, 2007).

CI 7 – Som

09/11 às 9h30 – Presencial
Kubrick com Ravel: a valsa como signo de uma impossibilidade
IVAN CAPELLER (UFRJ)
Enquanto o poema sinfônico La Valse, de Ravel, apresenta a impossibilidade estrutural inerente à valsa como uma forma musical regular, três filmes de Kubrick evocam a impossibilidade presente na valsa como o índice sonoro de uma regularidade impossível: impossível regularidade da tecnologia e da linguagem, em 2001 – uma Odisséia no Espaço; impossível regularidade do estado e da sociedade n’A Laranja Mecânica; impossível regularidade das noções de subjetividade e de sexualidade em Eyes Wide Shut.
Representações Cinematográficas de Gravações Musicais em Estúdio
Fabrizio Di Sarno (FATEC/CEUNSP)
A representação cinematográfica da situação de gravação no ambiente do estúdio fonográfico apresenta diversos desafios audiovisuais. O presente trabalho realiza um estudo de certas cenas que contém este tipo de cenário de modo a analisar quais foram as principais soluções apresentadas para os desafios que possuem em termos de som. Para tanto, a pesquisa elabora um estudo sobre as características sonoras de cenas dos filmes Ray (Taylor Hackford, 2004) e Apenas uma Vez (Once, John Carney, 2007).
Trilhas, vozes e construção sonora em Vidas Secas (1963)
Raphaela Benetello (UFMG)
Análise das sonoridades presentes em Vidas Secas, por meio da interação entre trilha musical, ruídos, vozes e efeitos sonoros. O trabalho de Geraldo José, responsável pela criação sonora, é analisado no sentido de como o som do carro de boi aparece como trilha musical e como efeito sonoro. A conclusão é que a construção sonora do filme foi crucial na caracterização de um meio opressivo e letal, assim como a fotografia superexposta, o enredo cíclico e a direção de Nelson Pereira dos Santos.

ST Cinemas negros: estéticas, narrativas e políticas audiovisuais na África e nas afrodiásporas. – Sessão 1 – Cinemas Africanos

09/11 às 9h30 – Presencial
“Inxeba” e as feridas abertas pela masculinidade tóxica
Everaldo Asevedo Mattos (Poscom/UFBA)
Adotando-se, como objeto de estudo, o filme “Inxeba” (2017), de John Trengove, propõe-se, neste trabalho, a análise de questões relacionadas à masculinidade em África e às feridas, físicas e emocionais, sofridas pelas novas gerações, que confrontam com novas configurações de gênero e sexualidade os modelos tradicionais normalmente impostos.
West Indies (1979):uma comédia musical política de múltiplos trânsitos
Jusciele Conceição Almeida de Oliveira (CIAC/UAGL-PT)
West Indies (Med Hondo, 1979) cruza passado e presente numa irônica narrativa política teatral e musical de múltiplos trânsitos, deslocamentos e trocas, para contar histórias de travessias do Atlântico. Diante desta obra múltipla de temáticas, estéticas, temporalidades, políticas, identidades e gêneros, a apresentação propõe refletir sobre como o cineasta se apropria, desloca, criouliza, transcultura e interseciona estas e outras questões no filme.

CI 3 – Horror

09/11 às 9h30 – Presencial
O horror no feminino: histeria, abjeção e dança em Suspiria (2018).
Juliana Froehlich (Autônomo)
Em muitos filmes de horror, as mulheres e o feminino aparecem como algo repulsivo e amedrontador em monstros, possessões e bruxas. O filme Suspiria (2018) parece combinar essas figuras com a abjeção e gestos da conversão histérica como potência. A dança teria um papel fundamental em expressar gestualmente a ambiguidade entre dor e desejo. Nesse sentido, essa apresentação se dedica a analisar os gestos, a abjeção e a dança no filme à luz da psicanálise, do grotesco e de outras obras visuais.
O HUMOR E O TRÁGICO NA TRILOGIA DOS VIVOS, DE ROY ANDERSSON
Lucas Soares de Souza (UTP)
A presente comunicação investiga os tensionamentos entre o humor e o trágico na “Trilogia dos Vivos”, do cineasta sueco Roy Andersson. Em diálogo com a psicanálise e com uma contextualização histórica e conceitual da tragédia e da comédia, analisamos fragmentos selecionados dos filmes pensando em como o diretor constrói o humor a partir de temáticas como o erro, a angústia, a crise existencial e relacional na contemporaneidade.
A vez dos sádicos: necropoder em Bacurau e O clube dos canibais
Leon Orlanno Lôbo Sampaio (UFPE)
O trabalho aborda questões relativas à representação da violência nos longas Bacurau (2019) e O clube dos canibais (2019). Nas obras vemos muitos personagens sádicos, tomados por uma excitação diante do sofrimento e da morte do outro. Como estes filmes encenam o horror? Através de uma distância crítica ou sob uma espécie de atração? O espectador é estimulado a sentir prazer diante das cenas de violência? Em suma, a comunicação discute até que ponto os filmes promovem uma experiência sádica.

ST Estética e plasticidade da direção de fotografia – Abertura

09/11 às 9h30 – Presencial

MESA O cinema como dispositivo de produção de memória

09/11 às 9h30 – Presencial
Falhas, fraturas e ruínas nas imagens do elevado da Perimetral
Arthur Ribeiro Frazão (UFRJ)
A partir da análise das operações estéticas da videoinstalação “Cinema-lascado / Perimetral” e do curta metragem “ExPerimetral”, olhamos para o passado recente da cidade do Rio de Janeiro para refletir sobre um ideal de progresso fracassado. Os trabalhos, que abordam de maneiras distintas as falhas, fraturas e escombros do elevado da Perimetral, se apresentam como imagens premonitórias de uma nova fase de decadência do Rio de Janeiro e evocam a memória de outras ruínas da história da cidade.
Imagens da redemocratização: aproximações entre filmes do ano 1984
Mili Bursztyn de Oliveira Santos (UFF)
Investigaremos a produção de memória sobre a ditadura militar e a redemocratização brasileira a partir das imagens do cinema nacional que circularam no contexto histórico do ano de 1984. Para isso, será realizada a análise comparativa dos filmes “Evangelho segundo Teotônio” (1984), de Vladimir Carvalho, e “Verdes Anos” (1984), de Carlos Gerbase e Giba Assis Brasil. Examinaremos como os filmes aportam ou interrogam a concepção de um pacto nacional e os projetos de futuro que permeiam as obras.
O cinema como dispositivo de produção de memória
Mônica Mourão Pereira (UFRN)
Será analisado o documentário “Um domingo para nunca mais” (2022), que ouve mulheres militantes sobre como se lembram do resultado das eleições presidenciais de 2018. O documentário foi montado a partir de imagens dos lugares onde aconteceram as narrativas captadas em áudio, sem compromisso realista na forma de mostrá-los. Algumas imagens são aceleradas e borradas, para dar um tom de sonho (ou pesadelo) à narrativa, presente nas memórias compartilhadas pelas entrevistadas.

PA 6 – Decolonialidade em processo: o cinema atuante na educação – Coordenação: Sonia Maria Santos Pereira da Rocha

09/11 às 9h30 – Presencial
A condição desviante e decolonial do programa Imagens em Movimento
Gisella Cardoso Franco (UFF)
O projeto Imagens em Movimento parece se conectar com uma postura decolonial que assume a condição desviante de se estar na escola e dialoga com o desejo de caminhos alternativos para que jovens dêem outras respostas ao mundo e possam gerir diferentes formas de habitar. Refletir sobre como o programa coloca em prática uma ruptura em relação ao clássico modelo de prática educacional, trazendo uma postura que assume fragilidades e incertezas, mas que proporciona encontros, afetos e descobertas.
Espaços de formação para atuação no campo audiovisual: o caso do CAV
Denise Szabo (UAM)
Este trabalho discute o papel do Estado na formação de mão de obra para atuação no campo audiovisual, destacando a experiência do Centro de Audiovisual de São Bernardo do Campo (CAV), uma escola pública de audiovisual da região do ABC paulista. Por meio de observação participante e entrevistas, a pesquisa busca compreender como o CAV tem impactado histórias de vida de alunos e professores, evidenciando seu papel na formação de redes profissionais e criativas democratização do campo.
Puy ta Cuxlejaltic: entrar no cinema ao lado d@s zapatistas
Juliana Esquenazi Muniz (USP)
O nome escolhido para chamar o festival de cinema zapatista, cuja primeira edição se deu em 2018 em Chiapas, no México, oferece uma oportunidade de pensar o cinema não apenas como ‘O caracol de nossas vidas’, como diz a tradução literal do nome em tzotzil Puy ta Cuxlejaltic. Este trabalho busca refletir através da análise do nome repleto de significados para cultura maia e para o EZLN, uma relação com o cinema que fortalece seus sentidos comunitários, críticos e anti-hegemônicos.
Maracatu, meu Amor: processo de construção de roteiro cinematográfico
Renata de Andrade Ribeiro (UFRJ)
Relato de pesquisa em desenvolvimento junto ao PPGAC/UFRJ que investiga um processo de criação coletiva de um roteiro cinematográfico ficcional. Inspirado em vivências de um grupo de colaboradores formado por integrantes de Nações de Maracatu de Baque Virado, o roteiro se constrói e é documentado através de encontros geridos pela pedagogia do dispositivo.

ST Estudos de Roteiro e Escrita Audiovisual – Arqueologia especulativa: as provocações dos roteiros não filmados (palestra com Pablo Gonçalo)

09/11 às 9h30 – Presencial

CI 24 – Queer

09/11 às 9h30 – Presencial
Rosa Azul de Novalis: Das telas para a página do jornal
Gilmar Adolfo Hermes (UFPel)
Um filme audacioso com a temática LGBTQIA+ do ano de 2019 foi Rosa Azul de Novalis. No texto “Gustavo Vinagre e a misteriosa rosa azul”, o crítico Luiz Carlos Merten trata desta produção no jornal O Estado de São Paulo, desafiando o ambiente de repressão vivido hoje no País. Este artigo destaca os signos usados neste texto e observa-se como este trabalho jornalístico faz parte do dispositivo cinematográfico, tratando dos aspectos que constituem esta narrativa fílmica e sua produção.
A sensibilidade queer de Blackstar – autobiography of a close friend
Haroldo Ferreira Lima (USP)
A apresentação toma as estratégias enunciativas do documentário autobiográfico Blackstar – autobiography of a close friend (Tom Joslin, 1977), em especial o comentário autoirônico das cartelas e sua trilha musical, para deixar ver como o filme traça uma sensibilidade queer comprometida com a construção da identidade gay entre o dissenso familiar e a nova possibilidade de viver a dois fora do armário.
Alegres, apesar de tudo: estéticas queer no audiovisual contemporâneo
Luiz Fernando Wlian (UNESP)
O audiovisual queer demonstra profícua ascensão no cenário artístico brasileiro, bem como experiências estéticas críticas à sociedade contemporânea. Que espectros de sensibilidade podemos observar nessa produção? Partindo de teorias queer (EDELMAN, 2004; HALBERSTAM, 2011; MUÑOZ, 2009), propomos uma análise de filmes do realizador Sosha para empreender uma possível chave de leitura estética baseada na ideia de “alegria”. Inspiramo-nos, sobretudo, na “regência da alegria” em Muniz Sodré (2006).

ST Cinema no Brasil: a história, a escrita da história e as estratégias de sobrevivência – Sessão 1 – Abertura

09/11 às 9h30 – Presencial
Avanços e precarização: o mundo do trabalho no audiovisual (2002-2022)
Bruno Casalotti Camillo Teixeira (Unicamp)Thiago Siqueira Venanzoni (FIAM-FAAM)
Esta apresentação tem como contexto o mundo do trabalho no audiovisual brasileiro nas duas últimas décadas, de 2002 a 2022. Em análise, os avanços ocorridos na formalização dos profissionais do audiovisual a partir da construção do Fundo Setorial do Audiovisual, desde 2006, e da consolidação da Lei do SeAC de 2011; os retrocessos decorrentes da Reforma Trabalhista de 2017 e, por fim, a dimensão da plataformização do audiovisual e seu impacto no campo do cinema e do audiovisual.
O Streaming como salvador da pátria
Sheila Schvarzman (UAM)
O streaming, dizem profissionais da área, está salvando a indústria audiovisual brasileira. diante da crise da produção devido à pandemia, ao corte das políticas públicas federais e da crise econômica do país. Ao acompanhar a produção de filmes brasileiros de grande público, é necessário migrar o olhar nessa direção. Procuramos aqui observar características marcantes de produções, gêneros, e hibridações com outras mídias, tão fortes na atualidade, e definidoras de grande parte dessa produção.
Tempestade perfeita, margens e vazantes, faróis desregulados
Daniel P. V. Caetano (IHS/UFF)
No ensaio “Uma situação colonial”, Paulo Emilio Salles Gomes apontava a mediocridade como denominador comum das atividades relacionadas a cinema no Brasil. Motivada por uma observação participante realizada junto a uma associação do setor de produção, a comunicação aqui proposta pretende analisar a crise de rumos do atual cenário à luz de um retorno às reflexões de Salles Gomes, relacionando as tendências estilísticas das últimas décadas àquelas do momento em que o referido ensaio foi escrito.

ST Teoria de Cineastas – Sessão 1 – Cinema de/por mulheres

09/11 às 9h30 – Presencial
Entre biografias e a história: o cinema de Margarethe Von Trotta
Patricia de Oliveira Iuva (UFSC)
O trabalho discute os gestos de criação no cinema de Margarethe Von Trotta através de entrevistas da cineasta e dos filmes Rosa Luxemburgo (1986) e Hannah Arendt (2012). Conjugamos um pensamento semiótico, com elementos da crítica de processo e da teoria de cineastas, no intuito de desvelar a cine-escritura de Von Trotta como um ato teórico diagramático que evidencia uma fronteira estética e discursiva entre o biográfico e o histórico, ou seja, filmes que articulam memórias de vida e históricas.
À margem do sentido: vagando em busca de Barbara Loden
Vicente Nunes Moreno (UNISINOS)
Propõe-se aqui uma investigação do pensamento de Barbara Loden, latente em seu único longa-metragem Wanda (1970). A trajetória de Wanda se assemelha a da cineasta Barbara, em um cinema que experimenta, que deambula sem destino definido, escapando a um projeto por demais teleológico. Em suas falas e em seu fazer, Loden tece uma crítica à eficiência, à perfeição, à palavra, e um elogio a um cinema de arestas, de imperfeições, onde o não-dito preserva a ambiguidade e a complexidade do real.
Teorias de cineastas peruanas e o pensamento feminista decolonial
Carla Daniela Rabelo Rodrigues (UNIPAMPA)
O trabalho propõe a articulação entre mulheres cineastas do Peru, suas obras e a investigadora-espectadora evocando algumas abordagens da Teoria de Cineastas (LEITES et al, 2020; PENAFRIA et al, 2017). Parte-se de entrevistas realizadas com as diretoras peruanas Rossana Díaz, Malena Martinez Cabrera, Melina León, Ana Caridad Sanchéz e Nora de Izcue, considerando seus pensamentos-fazeres e os relacionando posteriormente a elementos das reflexões decoloniais contemporâneas.

ST Cinema experimental: histórias, teorias e poéticas – Sessão 1

09/11 às 9h30 – Presencial
1973: um ano chave para as imagens em movimento nas artes brasileira
Mario Caillaux Oliveira (PPGAV UnB)
Nosso objetivo é demostrar que o ano de 1973 foi um ano chave no desenvolvimento das imagens em movimento no Brasil. A partir de alguns exemplos como a Expo Projeção 73 organizada por Aracy Amaral, o vídeo M3X3 de Analívia Cordeiro, o filme Loucura & Cultura de Antonio Manuel e a criação das Cosmococas por Hélio Oiticica e Neville d’Almeida, problematizaremos como esse período foi importante para expandir não apenas os limites das artes visuais, mas também do próprio cinema experimental
O estranho vale de Edgard Navarro e Artur Barrio
Frederico Franco (UNESPAR)
O trabalho pretende discutir a relação estético-política entre “O Rei do Cagaço”, de Edgard Navarro, e três obras do artista Artur Barrio. Lendo pressupostos acerca de uma nova vanguarda brasileira, com destaque para Hélio Oiticica, Rogério Sganzerla e Frederico Morais, e ligando tais conceitos ao vale da estranheza, ideia oriunda da robótica, mas adaptada à estética, busca-se compreender como ambos artistas trabalham o corpo humano através da repulsa e do visceral.
Brasília, Pape, Papa, Pátio
Patrícia Mourão de Andrade (USP)
Em 1959, Lygia Pape elaborou um roteiro para um filme abstrato sobre a construção de Brasília. O filme não foi realizado, e a estreia de Pape no cinema ainda levaria oito anos. Propõe-se aqui o filme não realizado como fio condutor para a trajetória de Pape com o cinema e como marco simbólico para uma história das incursões de artistas com a imagem em movimento no Brasil.

CI 31 – Projeções de futuro

09/11 às 9h30 – Presencial
Epifanias e outras revelações
Luiz Antonio Mousinho (UFPB)
O tema da epifania e sua expressão em discurso cinematográfico será observado nos curtas-metragens 14º arrondissement (Paris te amo, 2007), dirigido por Alexander Payne; Três minutos (1999), dirigido por Ana Luíza Azevedo e no longa Arábia (2017), de Affonso Uchôa e João Dumans. Daremos especial atenção aos momentos epifânicos que se relacionam com as representações das questões familiares e amorosas.
Horizonte de expectativas ao final de Cabra marcado e Peões.
Marco Escrivão (ECA – USP)
Uma análise sobre os horizontes de expectativas abertos ao final de Cabra marcado para morrer (1984) e Peões (2004), de Eduardo Coutinho, e a escolha do diretor por terminar os filmes não com triunfalismo mas sim em uma anticlímax reflexivo, apontando que apesar da euforia que tomava conta dos momentos históricos em que os filmes foram feitos.
Interior sin exterior: el encierro en el Cine Ibérico de la Austeridad
Xosé Iván Villarmea Álvarez (UC (Portugal))
Muchos títulos del Cine Ibérico de la Austeridad muestran el encierro doméstico de sus personajes durante la Gran Recesión, un encierro por causas económicas que anticipa el posterior encierro por causas sanitarias que se produjo en todo el mundo durante la pandemia de COVID-19. El propósito de esta comunicación sería identificar y analizar estas representaciones con el objetivo de reflexionar sobre la capacidad de las artes para capturar el presente histórico y prefigurar su futuro inmediato.

ST Montagem Audiovisual: Reflexões e Experiências – Abertura – Homenagem à Vânia Debs

09/11 às 9h30 – Presencial

MESA A corrente do streaming: questionamentos e reflexões em fluxo

09/11 às 11h30 – Presencial
A corrente do streaming: questionamentos e reflexões em fluxo
Lia Bahia (UFF)
O “streaming” representa mais uma etapa no longo processo de digitalização da ampla e complexa cadeia do audiovisual e traz as mudanças mais profundas na produção, circulação e recepção das obras. Nesse contexto, faz-se urgente refletir sobre a organização do setor, que atravessa um momento de mudança de paradigma, redistribuição de poderes e capitais e fortes disputas por reorganizações de hegemonias. A sessão se propõe, então, a ampliar o debate no fluxo desse processo cheio de ambivalências.
A corrente do streaming: questionamentos e reflexões em fluxo
Pedro Butcher (ESPM-RJ)
O “streaming” representa mais uma etapa no longo processo de digitalização da ampla e complexa cadeia do audiovisual e traz as mudanças mais profundas na produção, circulação e recepção das obras. Nesse contexto, faz-se urgente refletir sobre a organização do setor, que atravessa um momento de mudança de paradigma, redistribuição de poderes e capitais e fortes disputas por reorganizações de hegemonias. A sessão se propõe, então, a ampliar o debate no fluxo desse processo cheio de ambivalências.
A corrente do streaming: questionamentos e reflexões em fluxo
Pedro Peixoto Curi (ESPM Rio)
O “streaming” representa mais uma etapa no longo processo de digitalização da ampla e complexa cadeia do audiovisual e traz as mudanças mais profundas na produção, circulação e recepção das obras. Nesse contexto, faz-se urgente refletir sobre a organização do setor, que atravessa um momento de mudança de paradigma, redistribuição de poderes e capitais e fortes disputas por reorganizações de hegemonias. A sessão se propõe, então, a ampliar o debate no fluxo desse processo cheio de ambivalências.

CI 5 – Documentários

09/11 às 11h30 – Presencial
Entre o passado e o futuro: o cinema de Adam Curtis
Fabio Silvestre Cardoso (UAM)
Doutor em América Latina pela Universidade de São Paulo, mestre em Comunicação Contemporânea pela Universidade Anhembi Morumbi, jornalista de formação pela Universidade Anhembi Morumbi. Autor do livro “Capanema” (Record, 2019). No mestrado, estudou a obra do cineasta Sergio Bianchi; no doutorado, o conceito de periferia, segundo os autores Beatriz Sarlo e Roberto Schwarz.
CONTRA O APAGAMENTO: O CINEMA DE NÃO-FICÇÃO DE UGO GIORGETTI
Liniane Haag Brum (UNICAMP)
A comunicação apresentará o resultado processual da pesquisa de pós-doutorado “Contra o apagamento, o cinema de não-ficççao de Ugo Giorgetti”, – toma-se a série O Cinema Sonhado (2019) como marco diacrônico e ponto de partida. Trata-se de estabelecer articulações e interesecções entre produções documentais de Giorgetti, rumo a uma lógica sitematizadora da obra de não ficção, em que se privilegia a questão do não apagamento da memória social e do arquivamento como gesto primevo do documentarista.
“Organização mental do que foi visto”: Dziga Viértov na Crimeia, 1925.
Luis Felipe Gurgel Ribeiro Labaki (PPGMPA-ECA-USP)
Em agosto de 1925, Dziga Viértov produziu um relato manuscrito a respeito de uma visita de três dias à Crimeia. Esse documento inédito nos permite acompanhar uma etapa de seu processo criativo definida como “Montagem após a observação – organização mental do que foi visto”, revelando os múltiplos interesses em jogo durante a produção de “A sexta parte do mundo” (1926): da propaganda da rede comercial do Gostorg ao estudo etnográfico da região, com atenção especial a suas tradições religiosas.

ST Cinemas negros: estéticas, narrativas e políticas audiovisuais na África e nas afrodiásporas. – Sessão 2 – Perspectivas dos Cinemas Negros Brasileiro

09/11 às 11h30 – Presencial
Medida Provisória: cinema negro de mercado como produção de hegemonias
Juliano Gomes (Sem vínculo)
A proposta deste trabalho consiste em analisar o exemplo do filme Medida Provisória (Lázaro Ramos, 2022) como elemento chave de uma movimentação política e estética em direção a consolidação de um cinema negro “de mercado”, que enfatiza sua face de mercadoria. Nos interessa aqui tanto o filme como forma expressiva quanto como produto cultural e acontecimento social.
Figuras do coletivo nos cinemas negros
Edson Pereira da Costa Júnior (Unicamp)
A proposta da comunicação é analisar as estratégias políticas e os meios formais mobilizados pelos cinemas negros brasileiros da década de 2010 a fim de propor um liame entre a experiência de um indivíduo e a histórico-social de um grupo. Identifica-se tal configuração em filmes que exploram os eventos e as sequelas das afrodiásporas a partir do investimento numa dimensão corpóreo-subjetiva dos sujeitos em cena, em vez de recorrer, como no cinema moderno, às personificações alegóricas.
Políticas para diversidade no audiovisual: avanços e retrocessos
Gledson Merces dos Santos (UFF)
A Medida Provisória 2228-1/01 estabelece princípios gerais da Política Nacional do Cinema, cria a Ancine e Conselho Superior do Cinema e dá outras providências. Com isso, fica estabelecido o que passou a se chamar de “Tripé da política audiovisual”, formado pelo CSC, Ancine e SaV. Essa estrutura traz em seus normativos a obrigação de pautar a diversidade no audiovisual. No entanto, apesar do arcabouço legal, poucas ações foram efetivadas em prol da equidade.

MESA Estudos do horror contemporâneo

09/11 às 11h30 – Presencial
Sensorialidade, vazio e fantástico no horror nórdico contemporâneo
Rodrigo Carreiro (UFPE)Laura Loguercio Cánepa (UAM)
O trabalho analisa três longas de horror nórdico (o sueco Border, de 2018; o islandês Lamb, de 2021; o norueguês The Innocents, de 2021), destacando a inserção de elementos do imaginário fantástico na construção de paisagens audiovisuais que priorizam atmosferas de contemplação e vazio. Os filmes formulam um recorte relevante da forma como o gênero horror articula ideias, valores e tensões sociais, explorando toda a superfície sensória do corpo do espectador.
Imagens do Brasil em latência no filme Os Jovens Baumann
Ana Maria Acker (ULBRA / Uniasselvi)
A proposta investiga o filme Os Jovens Baumann (2018), de Bruna Carvalho Almeida, por meio da relação entre found footage, memória (HUYSSEN, 2014) e aparatos antigos de captação de imagens. Partimos do pressuposto que tais elementos narrativos e estéticos deslocam a obra, que se passa em 1992, para uma discussão política acerca do Brasil contemporâneo, a percepção de um país em latência (GUMBRECHT, 2014) cujas cicatrizes do passado emergem em espectros difusos, envoltos em glitches de VHS.
O retorno do reprimido como horror inquietante em Trabalhar cansa
Rogério Ferraraz (UAM)
Através da análise de Trabalhar cansa (2011), de Juliana Rojas e Marco Dutra, pretendemos demonstrar como os elementos de horror presentes no filme podem ser vistos como sintomas das angústias sociopolíticas essenciais para se compreender a posterior ascensão do bolsonarismo no Brasil. Serão abordados elementos de horror relacionados ao conceito freudiano de Das Unheimliche (o inquietante ou o infamiliar), segundo o qual o estranho é algo reprimido que deveria permanecer oculto, mas (re)emerge.

ST Estética e plasticidade da direção de fotografia – Sessão 1 – Cinematografia: o corpo, a personagem e o espaço

09/11 às 11h30 – Presencial
Paisagem e personagem no quadro cinematográfico:novas sínteses visuais
Francieli Rebelatto (UNILA)
Este ensaio se propõe a analisar filmes realizados na fronteira entre a Argentina, Brasil e Paraguai que acionam em suas narrativas a centralidade da relação entre natureza e personagem nesses territórios. É no quadro cinematográfico e, a partir da expressão criativa da direção de fotografia, que a palheta de cores marcada pelo verde da Selva Missioneira, a presença dos grandes rios e a terra vermelha convoca as personagens a diversas travessias afetivas.
Deslizamentos do corpo-imagem e o trabalho do espectador
João Vitor Resende Leal (Unicamp)
A partir da aproximação de Untitled Film Stills (Cindy Sherman, 1977-1980) e Screen Tests (Andy Warhol, 1964-1966) – duas séries que, pela tensão entre fotografia e cinema, insinuam a existência de filmes que não existem –, este trabalho pretende discutir as relações entre corpo, imagem e espectador. Examinaremos como cada série modula a imagem do corpo, elaborando um corpo-imagem que oscila entre os extremos de um “efeito de personagem” e um “efeito de presença”.
Construção visual de personagens em Garrincha,alegria do povo e Heleno
Maria Fernanda Riscali de Lima Moraes (ESPM SP)
Pesquisa sobre a construção visual dos personagens Garrincha e Heleno de Freitas em Garrincha, alegria do povo (1962), de Joaquim Pedro de Andrade, e Heleno (2012), de José Henrique Fonseca. A partir da análise dos elementos plásticos e técnicos utilizados pelos diretores de fotografia Mário Carneiro e Walter Carvalho, são apontadas as relações entre mito/homem nas proximidades e distanciamentos da construção imagética desses dois ídolos do futebol brasileiro nos filmes analisados.

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Abertura

09/11 às 11h30 – Presencial

PA 2 – Estudos sobre cinema, encenação e artes visuais em uma perspectiva transmídia – Coordenação: Ana Paula Veras Camurça Vieira

09/11 às 11h30 – Presencial
A emergência das plataformas on-line como espaço de encenação
Welton Florentino Paranhos da Silva (ECA/USP)
Esta comunicação apresenta um estudo do espetáculo teatral A última cena [epitáfios] (2021) dirigido por Flávia Melman, realizado em plataforma on-line no contexto de pandemia. A proposta de encenação em plataforma on-line é objeto de reflexão a partir de teorias próprias dos dois campos de trabalho – o presencial e o on-line. A discussão destaca as mudanças paradigmáticas no campo das artes cênicas que impactaram a arte de encenar.
O audiovisual imersivo nas obras “The Visitor” e “Figuras na Paisagem”
Silas Seabra de Sousa (UNICAMP)
Considerando a expansão do cinema por meio de novas formas de interação com o público, em espaços como museus e galerias, a presente proposta de pesquisa analisa duas obras em que há hibridização do cinema com outras linguagens artísticas. Para tanto, procede-se à revisão bibliográfica de autores como Cesar Baio, Natalia Aly e Phillipe Dubois. Desse modo, observa-se as novas formas estéticas e a interatividade com o espectador advindas da imersão virtual a partir de aparatos tecnológicos.
Análise do filme “Laurence Anyways” na perspectiva do transcineclipe
Leandro Gantois Luna (UFSCar)
O trabalho visa refletir e analisar a obra “Laurence Anyways” do cineasta canadense Xavier Dolan através do conceito de transcineclipe do pesquisador Rodrigo Oliva. O método de análise fílmica proposto por Agnes Petho será utilizado para entender a relação entre as fronteiras do cinema e do videoclipe. As teorias de montagem de Eisenstein e de som de Michel Chion também nortearão o desenvolvimento do pensamento sobre a obra de Xavier Dolan.
Os documentários de Agnès Varda em diálogo com as artes visuais
Carolina Ribeiro Rodrigues (UFF)
Agnès Varda possui uma linguagem artística própria, criada a partir de sua montagem, à qual ela mesma chama de “cinescrita”, que dialoga com o campo da arte contemporânea. A partir da análise do documentário “Os Catadores e Eu” este trabalho busca identificar os procedimentos estéticos de montagem na obra de Varda, fazendo um paralelo com a sua produção artística em museus de arte e as teorias do cinema expandido.

ST Estudos de Roteiro e Escrita Audiovisual – Desejo e escrita da cena

09/11 às 11h30 – Presencial
Imagens de desejo: a escrita de Retrato de Uma Jovem em Chamas
Éri Ramos Sarmet dos Santos (USP)
Nesta apresentação proponho uma análise de trechos do roteiro de Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019, Céline Sciamma), buscando identificar estratégias narrativas e estéticas de apelo ao corpo e aos sentidos, que caracterizariam o que venho denominando de escrita improdutiva ou inútil. Meu objetivo é refletir sobre os modos de construção de sensação no roteiro audiovisual e compreender como o projeto político-estético do filme escoa por meio dessa fenda aberta para a sensorialidade.
Céline Sciamma: o desejo e a relação direta com as imagens
Rossana Elisa Foglia (ECA USP)
A comunicação pretende através da analise de duas obras da diretora e roterista francesa Céline Sciamma investigar o processo de criação da autora no qual ela separa as imagens da estrutura do filme seja esta entendida como montagem, roteiro ou dramaturgia. O trabalho investiga como as imagens vetores diluem o conflito entre personagens, elemento fundante da dramatúrgica clássica e como a proeminência das imagens acontece dentro da estrutura do filme deslocando-o para o campo político do desejo
A construção de um “espaço íntimo” em narrativas audiovisuais
CAROLINA OLIVEIRA DO AMARAL (UFF)
Esta comunicação analisa a criação do “espaço íntimo”: quando a trama de romance, através da intimidade do casal, cria um espaço outro na história, por meio de elementos cênicos e dramáticos. Enfatizarei, sobretudo, a construção de espaço, em termos de roteiro, a partir do desenho de cena. Como a cena, enquanto unidade espaço-temporal da trama, cria um espaço protegido para o casal principal através de ações, endereçamento de olhares, movimentação de corpos e viradas narrativas.

MESA Filmando sonhos & desejos: uma conversa com o Surto & Deslumbramento

09/11 às 11h30 – Presencial
Filmando sonhos & desejos: uma conversa com o Surto & Deslumbramento
Rodrigo Almeida Ferreira (UFRN)
Em 2022, o coletivo Surto & Deslumbramento completa 10 anos com três filmes novos: os médias “Sonhos”, de Chico Lacerda e “Vênus de Nyke”, de André Antônio e o curta “O Nascimento de Helena”, de Rodrigo Almeida. Propomos compartilhar os processos estéticos e técnicos das produções, suas especificidades, diálogos e diferenças, retomando temas já presentes em outras obras do coletivo: o interesse por experiências fora do realismo, por uma sexualidade perversa e pela ressignificação de imagens.
Filmando sonhos & desejos: uma conversa com o Surto & Deslumbramento
Fabio Allan Mendes Ramalho (UNILA)
Em 2022, o coletivo Surto & Deslumbramento completa 10 anos com três filmes novos: os médias “Sonhos”, de Chico Lacerda e “Vênus de Nyke”, de André Antônio e o curta “O Nascimento de Helena”, de Rodrigo Almeida. Propomos compartilhar os processos estéticos e técnicos das produções, suas especificidades, diálogos e diferenças, retomando temas já presentes em outras obras do coletivo: o interesse por experiências fora do realismo, por uma sexualidade perversa e pela ressignificação de imagens.
Filmando sonhos & desejos: uma conversa com o Surto & Deslumbramento
André Antônio Barbosa (UFPE)
Em 2022, o coletivo Surto & Deslumbramento completa 10 anos com três filmes novos: os médias “Sonhos”, de Chico Lacerda e “Vênus de Nyke”, de André Antônio e o curta “O Nascimento de Helena”, de Rodrigo Almeida. Propomos compartilhar os processos estéticos e técnicos das produções, suas especificidades, diálogos e diferenças, retomando temas já presentes em outras obras do coletivo: o interesse por experiências fora do realismo, por uma sexualidade perversa e pela ressignificação de imagens.

ST Cinema no Brasil: a história, a escrita da história e as estratégias de sobrevivência – Sessão 2

09/11 às 11h30 – Presencial
Cota de tela e seu impacto no cinema paulista (1950-1954)
Gabriel Henrique de Paula Carneiro (Unicamp)
Em 1951, o Decreto nº 30.179 instituiu que cada cinema deveria exibir longas nacionais na proporção mínima de um nacional para oito estrangeiros, aumentando a cota de tela para o cinema brasileiro. Nesse momento a produção paulista de longa se recuperava, com os estúdios Vera Cruz e Maristela a frente, e uma insistente produção paralela. Até que ponto, tal decreto poderia, portanto, realmente beneficiar os pequenos produtores, frente aos grandes estúdios e à já tradicional produção carioca?
A nova geração: o cinema curitibano segundo Francisco Alves dos Santos
Luciane Carvalho (UFPR)
Ao buscar na imprensa diária curitibana a Geração Cinemateca, notamos o empenho de Francisco Alves dos Santos em narrar o caminhar de jovens cineastas ligados à Cinemateca do Museu Guido Viaro, a partir de 1975. Chico, como se tornou conhecido, além de contribuir com os jornais curitibanos, foi secretário e coordenador da Cinemateca entre 1975 e 1990. Propomos analisar seus textos e de que forma eles se articulavam com a divulgação das ações da Cinemateca e daqueles jovens cineastas.
Coletivos e cinema de grupo: a organização do trabalho em rede no RS
Miriam de Souza Rossini (UFRGS)
A proposta desta apresentação é discutir sobre as formas de organização em rede das equipes cinematográficas, em especial as de baixo orçamento, usando o exemplo de equipes do Rio Grande do Sul, Brasil. E com isso perceber a criação de ambiências de cinema em várias cidades do Estado.

ST Teoria de Cineastas – Sessão 2 – Poéticas e processos do fazer cinematográfico

09/11 às 11h30 – Presencial
A poética do filme híbrido: métodos e ritualidades
CRISTIANE MOREIRA VENTURA (IFG)
Investigamos o processo de criação e produção de filmes híbridos (documentários ficcionais), por meio de etnografias de sets de filmagens e entrevistas com diretores e sua equipe, objetivamos entender as ritualidades, as estratégias criativas adotadas pelos diretores. Partindo da ideia de que a realização cinematográfica produz e reproduz conhecimento, pretendemos compreender como o acúmulo das experiências, esboça um modus operandi comum ou uma autoria.
Filmes em Primeira Pessoa: o que essas formas dizem sobre o cinema.
felipe maciel xavier diniz (UNIRITTER)
Essa apresentação coloca em jogo o cinema autobiográfico traduzido a partir da produção de imagens pessoais captadas pelos próprios diretores. Conhecidos como diários íntimos ou filmes pessoais, tais dispositivos encontram abrigo nas dimensões ensaísticas do cinema. Nosso objetivo é compreender como tais modos de enunciação pensam o cinema, como essas formas de produzir imagens, a partir da experiência íntima compartilhada, podem configurar teorias sobre o cinema.
Carlos Nader e o personagem como dispositivo
Daniel Mendonça Ribeiro Favaretto (UAM)
A comunicação pretende investigar o fazer documental como teoria do cinema a partir da obra do cineasta brasileiro Carlos Nader. Sob a luz dos conceitos de dispositivo, de Michel Foucault (1976) e Jean-Louis Comolli (2006), e auto-ficção, de Serge Doubrovsky (1977), é possível identificar que o documentarista Carlos Nader estrutura suas obras a partir de seu encontro com o retratado, articulando uma poética em conjunto que permite a confecção de um retrato a quatro mãos.

ST Cinema experimental: histórias, teorias e poéticas – Sessão 2

09/11 às 11h30 – Presencial
Do Pólo ao Equador, de Lucchi e Gianikian: A Violência das Esfinges
Ilma Carla Zarotti Guideroli (UNIFESP)
O trabalho analisará o filme Do Pólo ao Equador (1986) dos diretores Angela Ricci Lucchi e Yervant Gianikian, especificamente os blocos Esfinge Branca e Esfinge Negra do Barão Franchetti. São trechos dedicados respectivamente a caçadas de animais polares e aos safáris, quanto aos quais buscaremos sublinhar a atualidade de aspectos relacionados à violência colonial e à problematização natureza-cultura tendo em vista a condição de um cinema experimental alicerçado em uma montagem singular.
Plásticas negativas, montar o avesso das imagens
Alexandre Kenichi Gouin (UFRJ)
Partindo da análise do uso de negativos de imagens na prática de reelaboração fílmica dos cineastas italianos Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi, buscaremos evidenciar as forças desse tipo de imagem e os efeitos almejados pelos cineastas através do uso de técnicas de composições oferecidas pela câmera analítica – aparelho construído pelos cineastas. Assim mostraremos como, potencializando as características plásticas das imagens, aflore uma dimensão háptica – a sensação de tocar as imagens.
Suspensão: a microcena como repertório do audiovisual experimental
Marcus Vinicius Fainer Bastos (PUC-SP)
O texto propõe uma análise da performance audiovisual experimental Suspensão, de Luiz Duva, a partir de um debate sobre as micro-cenas, as microtemporalidades, o desmanche do corpo que são marcantes na obra. A reflexão propõe uma abordagem contemporânea para o audiovisual experimental, ampliando um mapeamento que o pesquisador vem fazendo em torno das linguagens que se desdobram do cinema experimental.

MESA Cosmopoiesis: Estratégias de Fazer Mundo no Audiovisual Contemporâneo

09/11 às 11h30 – Presencial
Emergência Audiovisual: A Casa, a Tela e a Virtualização da Vida
Ivana Bentes (UFRJ)
Uma análise da emergência audiovisual no período pós-pandêmico e seus imaginários quando vimos surgir uma produção audiovisual massiva nas redes e plataformas e pudemos entrar em mundos que não frequentávamos, descobrir novos sujeitos políticos que utilizam o audiovisual, o vídeo, os remixes, um regime de imagens em fluxo continuo e em recombinatória. Imagens-mundo que produzem uma “TV reversa”, em que pessoas comuns, influenciadores e celebridades protagonizam vidas-linguagens ,
Uma baía, perspectivismo ameríndio e experimentação sensorial imersiva
Denise Costa Lopes (PUC-Rio)
Uma baía, de Murilo Salles, adota o perspectivismo ameríndio para falar do homem-bicho que vive na e da Baía de Guanabara. Com um virtuoso trabalho experimental de som e imagem, o documentário engendra uma poderosa experiência sensorial imersiva que nos faz ver e sentir como os homens e os bichos que ali habitam, nos afastando do antropocentrismo, abolindo hierarquias ontológicas e abrindo possibilidades de construção de novos mundos e sentidos a partir uma visualidade marcada pela diversidade.
“Nenhum Brasil Existe”: Atmosferas Conspiratórias na Brasil Paralelo
Erick Felinto de Oliveira (UERJ)
Por meio da análise dos documentários da produtora Brasil Paralelo, particularmente da série “Pátria Educadora”, este trabalho pretende explicitar seus modos de constituir mundo e suas estratégias visuais e discursivas para desvelar o que se configura como uma natureza conspiratória do real. O pressuposto de fundo repousa na crença de que é necessário educar visualmente o espectador para a obtenção de uma percepção mais profunda e verdadeira da realidade que o cerca.

ST Montagem Audiovisual: Reflexões e Experiências – Sessão 1 – Arquivos: traumas, fantasmas e sobreviventes

09/11 às 11h30 – Presencial
A montagem dos arquivos em Apiyemiyekî?
Ana Carolina de Castro Galizia (UFRJ)
Essa proposta de comunicação pretende investigar as estratégias de montagem de um arquivo de desenhos feitos por indígenas da etnia Waimiri-Atroari no filme Apiyemiyekî? (Ana Vaz, 2019). O filme, cuja matriz poética busca redimensionar a história de expropriação de um território e extermínio de seu povo, utiliza imagens pré-existentes, imagens recentes e um desenho de som sensorial, dispondo os arquivos em um fluxo de camadas espaço-temporais.
O Uso de Material de Arquivo em Luz Obscura e Spell Reel
Rafael de Campos (UFRGS)
Este estudo propõe uma análise sobre do uso de materiais de arquivos nos filmes Luz Obscura, de Susana de Souza Dias, e Spell Reel, de Filipa César, a fim de compreender os modos pelos quais cada filme trabalha com a questão da memória social de eventos traumáticos por meio da montagem. O conceito de working through, de Traverso (2010), e o pensamento de Didi-Huberman (2012) auxiliarão na análise desses filmes como propostas de reflexão do uso de imagens de arquivo de episódios históricos.
Jingle Jangle: o arquivo-fantasma em Os famosos e os Duendes da Morte
Leonardo dos Santos Pinheiro (UFRJ)
A partir de duas sequências do filme Os Famosos e os Duendes da Morte de Esmir Filho o trabalho busca analisar como são utilizadas as imagens deixadas por Jingle Jangle em seu blog pessoal e como elas contribuem para a narrativa ao cruzarem-se com os planos subjetivos do protagonista quando disparadas em relação a figura físico-simbólica da ponte da cidade onde o filme se passa, criando assim uma atmosfera melancólica, com base nas apostas metodológicas de Aby Warburg.

ST Cinemas mundiais entre mulheres: feminismos contemporâneos em perspectiva – Sessão 1

09/11 às 14h30 – Presencial
Feminismo paralelo sob a linguagem da destruição
Karla Holanda (UFF)
O Brasil dos últimos anos tem revelado ideias extravagantes, desde contestação de saberes científicos consagrados a pedidos de volta da ditadura e revisões históricas, incluindo “revelações” inéditas acerca do feminismo. Nessa política da destruição, o audiovisual tem se tornado importante difusor desses propósitos – propomos conhecê-lo. Por que questões de gênero parecem tão centrais na construção desse novo mundo? O que dizem essas obras? Como dizem? Qual projeto sustentam?
Por uma política da aliança entre mulheres: Casa (2019)
Natália Marchiori da Silva (UFMG)
A comunicação pretende analisar o documentário Casa (2019), de Letícia Simões, observando como o filme proporciona a construção de uma aliança entre as três gerações de mulheres retratadas. Tais processos ocorrem a partir do tensionamento das memórias, que colocadas em cena pelo uso de imagens de arquivo, ou por cenas gravadas geralmente no ambiente doméstico, demonstram as fissuras de uma vida familiar que o filme como uma casa tenta abrigar.
Ser filha pelo cinema: o que se nomeará feminismo em Daughter Rite
Roberta Veiga (UFMG)
Indagamos o filme Daughter Rite, de Michelle Citron, em suas escolhas formais – uso de arquivos caseiros, entrevistas, off, e montagem -, buscando, de saída, nomear feminismo a relação mãe e filha. A hipótese é de que o cinema doméstico, na auto-inscrição da diretora que coloca a mãe em cena, elabora essa relação, e, assim, faz pensar o que pouco se enfrentou: que a feminilidade faz questão na experiência com a primeira mulher – a mãe – que vai se instaurar entre identificação-desidentificação.

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 1

09/11 às 14h30 – Presencial
A ruralidade nos cinemas de rua do oeste de Santa Catarina
Luís Eduardo Candeia (Udesc)Renata Rogowski Pozzo (UDESC)
A expansão dos cinemas em Santa Catarina é análoga à formação das diferentes regiões. Assim, chegam tardiamente no Oeste, território sob o qual ocorrem diversos conflitos ao longo do fim do século XIX e início do XX, e, quando finalmente são implantados, expressam uma dinâmica paradoxal entre o artefato moderno caracterizado pelo cinema, e o mundo rural em que este se insere. Desta forma, pretende-se discutir esta relação entre moderno e rural, permeando o desenvolvimento da região no século XX.
Cine Globo de Três Passos: a arquitetura projetando o futuro
Christian Jordino Antonio Ferreira Alves da Silva (PPGCine/UFF)
Este trabalho pretende refletir sobre os fatores que contribuíram para a longevidade do Cine Teatro Globo, única sala de exibição na cidade de Três Passos, interior do Rio Grande do Sul, tendo como foco o projeto arquitetônico, desenhado na década de 1950, e que já planejava diferentes usos para o edifício, possibilitando a diversificação comercial das atividades como um complemento à exibição cinematográfica. O Cine Globo segue em atividade até os dias atuais com projeção 2D e 3D.
Exibições cinematográficas em Petrópolis (RJ) entre 1929 e 1934
Natália Stadler Luiz (UFF)
Este trabalho trata da criação de um banco de dados referente às exibições que ocorreram na cidade de Petrópolis, RJ, durante os anos de 1929 a 1934. Será elaborado um dashboard no Microsoft Power BI, facilitando a interpretação dos dados, com uma análise personalizada através de gráficos responsivos, tornando possível utilizá-lo como fonte para outras pesquisas. Será possível analisar o cenário exibidor da época e compará-lo com os de outras cidades que possuam bases de dados semelhantes.

MESA Intertextualidades, Afetos e Infernos

09/11 às 14h30 – Presencial
“Fucking rich people”: necroliberalismo dos infernos!
Diego Paleólogo (UERJ)
“Fucking rich people!” é um desabafo de Grace em Casamento Sangrento, no momento em que tenta pedir ajuda e não consegue. Esse desabafo condensa a crescente insatisfação e precariedade de populações cada vez mais desamparadas financeiramente, enquanto uma parcela mínima detém as maiores fortunas do planeta. A cultura pop e o cinema mainstream são engenharias audiovisuais complexas nas quais, através de microfissuras, podemos vislumbrar a emergência dos efeitos radicais de políticas neoliberais.
A potência do reencontro nas adaptações audiovisuais contemporâneas
MARCELA DUTRA DE OLIVEIRA SOALHEIRO CRUZ (ESPM-Rio)
Este trabalho se dedica à análise da articulação espiralada da memória cultural de textos da literatura através dos seus deslizamentos intertextuais para o audiovisual, no cenário cultural e midiático convergente do final do século XX e início do XXI. Através da análise de Adoráveis Mulheres, romance de Louisa May Alcott (1869), e duas versões audiovisuais, de 1994 e de 2019, buscamos compreender as circunstâncias de reencontro, de memória e de afeto promovidas pela adaptação e pela recepção.
Desejo, Corpo e Dança: as intensidades incendiárias em Ema (2019)
Thalita Cruz Bastos (UFF)
“Ema” (2019) de Pablo Larraín narra a trajetória da bailarina Ema na cidade de Valparaíso (Chile) enquanto busca lidar com as desventuras causadas por uma adoção malsucedida, juntamente com seu marido e o coreógrafo Gastón. Nossa proposta é tratar das potências de desejo que emanam do corpo da protagonista através da dança popular periférica performada por um corpo feminino e para isso serão usados como referência Susan Paasonen, Silvia Fererici, Sara Ahmed e André Lepecki.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 1: Silêncios

09/11 às 14h30 – Presencial
Os silêncios ensaísticos em Elena e Coração de Cachorro
Ana Paula de Aquino Caixeta (UNICAMP)
Coração de Cachorro (Laurie Anderson, 2015) e Elena (Petra Costa, 2012) são filmes-ensaio que desenvolvem reflexões lutuosas a partir da morte de entes queridos. Visto que ambas as obras se amparam nas materialidades sonoras para se consolidar como um pensamento em fluxo, interessa-nos analisar os usos e influências dos silêncios nesta composição. Parte-se da hipótese de que os silêncios são múltiplos, capazes de significar e colaboram ativamente com aspectos do ensaio como forma cinematográfica
O “Ma”, e os silêncios absolutos nos filmes japoneses de fantasmas
Demian Albuquerque Garcia (UPJV – UNESPAR)
O compositor Toru Takemitsu incorporpou a importância dos silêncios em seu trabalho, aproximando essa ideia ao “Ma” – conceito japonês que pode significar “entre-espaços” ou “interstício”. O cinema japonês, principalmente o de fantasmas, nunca se constrangeu de utilizar o silêncio absoluto em seus filmes, o que geralmente é pouco aceito no cinema ocidental. As peculiaridades desse e de outros silêncios, assim como seu papel na construção de emoções, serão exploradas nesta comunicação.
Possibilidades de análise sonora do silencioso A filha do advogado
Cauê Ueda (ECA-USP)
Esta comunicação pretende debater a carência de uma metodologia específica para a análise de mecanismos que remetem ao som em filmes silenciosos. Para tanto, tomamos A filha do advogado (Jota Soares, 1926), importante exemplar da cinematografia pernambucana e um dos poucos registros nacionais preservados dessa época, para verificarmos que, ainda que inaudível, o fenômeno audiovisual se dá de forma visível e contundente.

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Sessão 1: História, Memória

09/11 às 14h30 – Presencial
A dobra da imagem e da história em O Recurso do Método
Marco Túlio de Sousa Ulhôa (PUC Minas)
O estudo analisa o filme, O Recurso do Método, de Miguel Littín, ao interpretar a dobra da imagem e da história promovida por sua narrativa, a partir das variações temporais no tratamento conferido ao enredo e do conceito de progresso que orienta a compreensão moderna da razão histórica. No nível da representação, a adaptação de Littín se vale desta dobra, por meio da qual, Alejo Carpentier, autor do romance original, ironiza a reincidência dos regimes ditatoriais na América Latina.
A fase brasiliense do cinema de Vladimir Carvalho
André Lima Monfrini (ECA USP)
A presente comunicação analisa três filmes do documentarista paraibano radicado em Brasília Vladimir Carvalho. São eles: os curtas Brasília segundo Feldman (1979) e Perseghini (1984), e o longa-metragem Conterrâneos Velhos de Guerra (1991). Tomados em conjunto, encaminham um projeto de história e memória de Brasília. Com esses filmes, Carvalho confronta a memória hegemônica construída sobretudo por agentes de caráter oficial ligados a circuitos do poder político e ao modernismo brasileiro.
Memórias tensionadas: quando arquivos sensíveis se tornam tóxicos
Patricia Cunegundes Guimaraes (PUC-Rio)
O artigo analisa sequência do filme Ejercícios de Memoria (Paraguai, 2016), de Paz Encina, em que estão em comunicação arquivos das vidas privada e pública de um dos maiores opositores da ditadura do general Alfredo Stroessner, o médico Agustín Goiburu, com o objetivo de compreender como esses arquivos se tornariam tóxicos, a partir do conceito de Thomas Elsaesser, ao entrarem em contato uns com os outros, ou se a toxidade lhes seria imanente.

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Sessão 1

09/11 às 14h30 – Presencial
Imagem-natureza(s): Assombro e sobrevivência na paisagem devastada
Roberto Robalinho Lima (UFF / Tübingen)
Esta proposta reflete as relações complexas entre imagem e antropoceno a partir de três acontecimentos no Sul Global: o rompimento da barragem de dejetos de Mariana em 2015, a destruição de uma árvore sagrada no norte da Austrália em 2013 e os incêndios na Austrália entre 2019 e 2020. Mais do que expor a destruição das catástrofes, as imagens interrompem uma ordem sensível revelando mundos e ontologias que sobrevivem ao massacre colonial produzindo aquilo que chamamos de uma “imagem-natureza(s)”
Reflexões sobre resistência no cinema indígena Mebêngôkre-Kayapó
Angela Nelly dos Santos Gomes (UFPA)
Neste trabalho propõe-se uma reflexão teórico-conceitual sobre resistência tendo como objeto empírico o cinema indígena Mebêngôkre Kayapó, do Pará. Para isso analiso trechos de filmes do coletivo Beture de cineastas indígenas Mebêngôkre Kayapó. Busco situar os sentidos do conceito de resistência em diálogo com a perspectiva decolonial e os estudos de cinema.
Yãmiyhex – a perspectiva ameríndia do fazer fílmico e a re-existência
Catarina Andrade (UFPE)Álvaro Renan José de Brito Alves (UFPE)
Partimos da impossibilidade (ou recusa) de tradução no filme Yãmiyhex – As Mulheres-Espírito (Sueli e Isael Maxakali, 2019), para pensar a perspectiva ameríndia do fazer fílmico – que parece deslocar formas de conhecimento e modos de fazer coloniais e imperialistas – e seus regimes de visualidade e de temporalidade, que propõem uma outra economia de ideias e imagens, constituindo uma ética singular e uma pedagogia do olhar que nos interpela a adotar abordagens de conhecimento não assimilativas.

ST Outros Filmes – Abertura – Palestra com Andréa França (PUC-Rio): “Imagens tóxicas, imagens pobres e o corpo confinado: cenas da pandemia”

Palestra com Raquel Scheffer (Université Sorbonne Nouvelle Paris III): “A função dos arquivos (públicos e familiares) na reelaboração da história, da memória, das formas visuais e dos paradigmas epistêmicos coloniais e anti-coloniais”

09/11 às 14h30 – Presencial

ST Estética e teoria da direção de arte audiovisual – Abertura

09/11 às 14h30 – Presencial
Fome de amor e as escritas da direção de arte
Benedito Ferreira dos Santos Neto (UERJ)
A proposta busca identificar as estratégias de fabricação da imagem de Fome de Amor (1968), filme dirigido por Nelson Pereira dos Santos e com direção de arte de Luiz Carlos Ripper. Ao perceber as oposições do roteiro, a direção de arte testa os “efeitos artísticos” da caracterização de espaços e personagens a fim de avaliar os “gestos de direção de arte” para além de suas atribuições e circuitos — eclosão de certa ideia de autoria, tão cara para o cinema moderno (BIETTE, 2000).
Direção de Arte: da técnica à tecnologia
Nívea Faria de Souza (FACHA/UCL/UNESA)
Desde o início do cinema, a direção de arte esteve presente, visto que sua função é construir e compor a cena para além do ator, iluminação e movimentação, no entanto, sua função esteve sempre mais atrelada e reconhecida pelo tecnicismo do que necessariamente ao processo criativo de desenvolvimento de uma obra cinematográfica. Esse trabalho tem por objetivo compreender o espaço da realização da direção de arte como construtora de mundos visuais, desde sua técnica (XX) à tecnologia (XXI) e o CGI.

ST Cinema e Educação – Cinema com mulheres na América Latina

09/11 às 14h30 – Presencial
Formação de público e o circuito de exibição de cinema em Misiones/Ar
Cíntia Langie Araujo (UFPel)
A pesquisa interessa-se pela relação entre cinematografias nacionais e seu público e, para tanto, investe em cartografar uma experiência de circulação de cinema na região de Misiones, na Argentina. O objetivo principal é olhar para o trabalho diferenciado que o Instituto de Artes Audiovisuais de Misiones vem realizando, no que se refere a circulação de obras e formação de público e aprender com a expertise dos hermanos para melhor entender a problemática de circulação do cinema brasileiro.
Violeta Parra: diálogos da sua filha Carmen Luisa com Ignacio Agüero
Adriana Mabel Fresquet (CINEAD/FE/UFRJ)
No Museu Violeta Parra, assistimos parte da obra desta artista chilena pelas lentes do documentarista Ignacio Agüero. A partir do registro de um diálogo entre ele e Carmen Luisa Arce, a filha mais velha de Violeta, aprendemos algo da sua poesia, música, pintura entre outras criações. Verdadeira embaixadora do seu país, levou suas imagens e sons para uma Europa que já estreava mini-saias ao som das música dos Beatles, criando questões com um gesto feminino e revolucionário impregnado de poesia.
Pedagogias de cineastas: mulheres, infância e educação no cinema
Fernanda Omelczuk Walter (UFSJ)
O texto analisa o lugar protagonizado, ou confiscado, das mulheres nos filmes Jonas e o circo sem lona de Paula Gomes e O garoto selvagem de Truffaut, destacando elementos que descrevam as pedagogias destes cineastas a partir de como cada um se afeta com as crianças de seus filmes. Tomo como referência o corpo vibrátil de Rolnik e risco do encontro entre quem filma e é filmado, de Comolli, buscando entender como este acontecimento cria um tipo de cinema, de conhecimento e uma pedagogia.

CI 15 – Atravessamentos políticos no cinema brasileiro

09/11 às 14h30 – Presencial
Fernando Spencer: um crítico em defesa do cinema pernambucano
Alexandre Figueirôa Ferreira (Unicap)
Durante os 40 anos de atividades como crítico do Diario de Pernambuco (1958-1998), o jornalista e cineasta Fernando Spencer lutou de forma incansável para Pernambuco se tornar um polo de produção cinematográfica. Desde o início de sua carreira apoiou e incentivou os realizadores pernambucanos, divulgando os seus projetos e apontando as possibilidades para eles conseguirem ter êxito nas suas empreitadas, além de cobrar, constantemente, do poder público, apoio para a produção local.
Arquivo “Aquarius”: a obliteração como afeto que serve à brancura
Pollyane Silva Belo (UERJ)
Em sua versão jovem, Clara, a protagonista de Aquarius (2016, Kleber Mendonça) é interpretada por Bárbara Colen, uma mulher autodeclarada negra, e, quando envelhece, é vivida por Sônia Braga, uma mulher autodeclarada branca. O texto apresenta a recusa dos traços racializados não-brancos e a conveniente mediação estética-ético-política entre a brancura e negrura como um afeto aglutinador que corta o tempo linear de concepção da obra.
Animação na reconstrução da memória política brasileira
Jennifer Jane Serra (ECA/USP)Rosana de Lima Soares (USP)
Esta comunicação busca refletir sobre o uso crescente de imagens animadas na representação de memórias de eventos políticos. Para tanto, serão analisados três filmes brasileiros de animação: os curta-metragens documentais Torre (Nádia Mangolini, 2017) e Cadê Heleny? (Esther Vital, 2022), e o longa-metragem de ficção Meu Tio José (Ducca Rios, 2021). Produzidas integralmente com imagens animadas, as obras estabelecem relações entre a produção audiovisual e o atual momento político brasileiro.

MESA Animação, linguagem e suas interfaces

09/11 às 14h30 – Presencial
O ensino de arte por meio do cinema de animação
Luciano Dantas Bugarin (UFF)
A leitura de filmes que recriam pinturas mescla elementos pictóricos a elementos fílmicos de forma sensível no aluno na aula de arte. Filmes de animação oferecem possibilidades mais amplas de ressignificação pois possuem uma gama de elementos visuais criados com mais liberdade artística e próximos à linguagem pictórica. O aspecto cativante e lúdico da animação pode contribuir, no ensino de arte, para uma experiência estética mais engajada em relação às imagens artísticas pelos alunos.
Animação como linguagem: elementos temporais e formais
Marcelus Gaio Silveira de Senna (UFRJ/UFF)
A animação se constitui como uma arte independente que constrói significados que lhe são intrínsecos, ou seja, que só podem ser construídos de uma determinada forma por meio das técnicas de animação. O objetivo deste trabalho é relacionar três elementos fundamentais na linguagem da animação – a construção do movimento, a temporização ou a organização minuciosa do tempo e a manipulação da forma –, e demonstrar algumas possibilidades de construção de significados que tais elementos proporcionam.
A animação para telas hemisféricas sob a perspectiva do live cinema.
Pedro Luis Alves de Souza Viana (UFF)
Pretendemos abordar os aspectos tecnológicos da animação desenvolvida para telas hemisféricas, levando em consideração as tensões sobre o conceito de pós no cinema, tendo como objetos obras operadas através da lógica da montagem ao vivo. Por tanto, colaboram com o tema, as problemáticas como a do distanciamento e sobrevivências entre o cinema e o pós-cinema, e de como a manipulação performática e as ferramentas tecnológicas induzem os desenvolvimentos estéticos e poéticos dessas práticas.

ST Cinema Comparado – Pasolini, o “cinema de poesia” e a noção de “subjetiva indireta livre” – Palestra de Ismail Xavier para a abertura do ST

09/11 às 14h30 – Presencial

CI 27 – Serialização

09/11 às 14h30 – Presencial
As séries de TV – a complexidade de uma nova narrativa
Lisandro Nogueira (ufg)Victor Hugo de Carvalho Caldas (UFG)
As series são a única contribuição da TV-Streaming para a arte ocidental? essa pergunta faz sentido a partir do momento em que as series passam a ocupar um espaço privilegiado na grade de programação com formatos variados. O objetivo da pesquisa é observar, no pêndulo entre seguir padrões narrativos dentro da indústria audiovisual e “criar” para além das normas impostas, se as series conseguem reunir características para obter um “estatuto de arte” – semelhante ao cinema moderno.
KondZilla cineasta: a noção de periferia em Sintonia
Guilherme Fumeo Almeida (UFRGS)Esther Hamburger (USP)
O trabalho problematiza o conceito de periferia construído por KondZilla no seriado Sintonia a partir do diálogo entre a análise da sua primeira temporada e de entrevistas concedidas pelo diretor. O marco teórico parte da Teoria de Cineastas, por Baggio, Graça e Penafria (2015), e pelas reflexões de Pinheiro-Machado (2019) e Schwarcz (2019) e Rocha (2006), a fim de construir aproximações entre os estudos de cinema e audiovisual e as pesquisas no âmbito das humanidades e das ciências sociais.
Mistura de gêneros em Sintonia: estratégias genéricas e streaming
Rodrigo Cazes Costa (UFF)
Sintonia é uma ficção seriada brasileira, exibida pelo streaming de vídeos Netflix. Nele a série é indexada aos seguintes gêneros: brasileiro; séries policiais; séries teen. Este trabalho tem por hipóteses: a mistura de gêneros narrativos existente em Sintonia assemelha-se àquela existente no cinema hollywoodiano desde a época áurea dos estúdios até hoje, a fim de atingir um escopo de público amplo; os streamings de vídeos por assinatura criam os seus próprios rótulos genéricos.

PA 7 – Revelações carnais: corpos que desejam, amedrontam e titubeiam – Coordenação: Érica Ramos Sarmet dos Santos

09/11 às 14h30 – Presencial
Documenting Desire: o antecampo como promessa ética na pornografia
Julia Dias Alimonda (UFF)
Esta comunicação tem como objetivo analisar a série de filmes pornográficos Documenting Desire (2018), da produtora AORTA Films, investigando como o antecampo é utilizado como uma formulação ética que pretende ser um elemento distintivo das produções mainstream. Recentemente, a utilização do conceito ética tem aparecido de forma recorrente no campo das pornografias feministas como uma forma de construir filmes que passam por relações distintas de trabalho e também de consumo.
O paradigma da máxima visibilidade em filmes sobre intersexualidade
Liana Salles Monteiro (UFRJ)
Nos longas de ficção “XXY” (2007) e “Arianna” (2015), cujas protagonistas são mulheres intersexo, é possível identificar reaparecimentos do “princípio da máxima visibilidade” (Williams, 1989) que rege tanto a produção das imagens em filmes pornô dos anos 1970 quanto a composição de fotografias de hermafroditas do século XIX. Esses reaparecimentos, no entanto, não são mera citação, mas tensionam as imagens “tradicionais” do hermafroditismo e abrem novas possibilidades para os corpos intersexo.
O primeiro plano frontal nos filmes de Helena Ignez
Daniela Pereira Strack (UFRGS)
Esta comunicação propõe uma aproximação entre o uso de primeiros planos frontais nos filmes dirigidos por Helena Ignez e nas produções da Belair, através da análise comparativa entre cenas de Ralé (2015), A Moça do Calendário (2018), A Família do Barulho (1970) e A Mulher de Todos (1969). Nesses filmes, o plano do rosto das personagens opera à serviço de uma “reviravolta performática” (ELSAESSER e HAGENER, 2018), cujo o efeito é a perturbação na distância segura entre filme e espectador.
A PELE QUE HABITO: MORADA MONSTRUOSA E OBJETO DE DESEJO
Ana Caroline Fogaça Barbosa (ESPM)
O presente trabalho pretende discutir aspectos sob os quais o feminino pode estar relacionado ao monstruoso no filme La piel que habito (2011), de Pedro Almodóvar. Partindo da construção histórica ocidental do conceito de monstro e sua relação com o feminino, será feita uma análise do filme demonstrando elementos estéticos que resgatam tais heranças históricas. O objetivo é apresentar tal correlação, questionar valores tidos como femininos e o quanto eles se modificam no decorrer do tempo.

ST Cinemas mundiais entre mulheres: feminismos contemporâneos em perspectiva – Sessão 2

09/11 às 16h30 – Presencial
Uma compositora em “O Filme da Minha Vida”: percursos e percalços
Suzana Reck Miranda (UFSCar)
Esta pesquisa investiga a presença de mulheres na autoria de trilhas musicais no cinema brasileiro e pretende dar visibilidade aos poucos nomes existentes – que praticamente permanecem apagados na bibliografia sobre música e cinema no Brasil. O recorte desta comunicação é sobre a trilha musical que Monique Aragão compôs para “O Filme da Minha Vida” (1991), de Alvarina Souza Silva, filme cujos rastros documentam as agruras de uma mulher pobre e periférica na realização de seu primeiro longa.
A VOZ FEMININA NEGRA EM ERA UMA VEZ BRASÍLIA: uma perspectiva
Carolina de Oliveira Silva (Unicamp)
Este artigo analisa a voz feminina negra no filme Era uma vez Brasília (2017), no qual a personagem de Andreia se sobressai ao compartilhar a sua história. A hipótese é de que o elemento da voz pode ser, diferentemente do que Mary Ann Doane (1983) afirma, um lugar particular ao feminismo. Assim, pretende-se utilizar autoras que dialoguem com o afrofuturismo (FREITAS; MESSIAS, 2018), a perspectiva parcial do conhecimento (HARAWAY, 1995) e a escuta em suas diversas possibilidades (FLÔRES, 2013).
Nascida em chamas e vozes narrativas: movimentos de uma fuga feminista
Larissa de Freitas Muniz (UFMG)
A partir do longa “Nascida em chamas”, de Lizzie Borden (EUA, 1983), pretendo pensar a montagem enquanto uma estratégia importante de enunciação feminista, a partir da articulação de diferentes vozes narrativas. Como as vozes das personagens aparecem no filme? Como a montagem dá a ver os conflitos e as cumplicidades entre as mulheres? Como a ficção, a partir da montagem, evoca demandas do movimento feminista, dialogando com a diferença e a multiplicidade feminina?

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 2

09/11 às 16h30 – Presencial
Cinemadroga
Tiago Bravo Pinheiro de Freitas Quintes (UFF)
A proposta do presente estudo é analisar a coluna Cinemadroga, publicada na Folha do Commercio, de Campos (RJ), entre os anos 1910 e 1911. A coluna abusa de um humor sarcástico e debochado, com textos tenazes, contendo humor e velocidade. Tudo isso assinado por ninguém menos que Max…Linder! A análise tem como objetivo compreender o significado do nítido trocadilho entre as palavras cinematógrafo, cinema, e droga, e elucidar como esta concepção permeia todo o estilo de escrita dos textos.
Compulsão ou morte! COVID-19, binge-watching e survivorship
Julio Bezerra (UFMS)
A proposta é propor uma reavaliação do chamado binge-watching. Se, por um lado, a vida em confinamento intensificou nosso apego às telas, por outro, ela nos faz repensar o status do binge-watching. Outrora vinculado à compulsão e sentimentos negativos, o binge-watching vem sendo associado às ideias de antídoto, comunidade, dever cívico e saúde mental. Esse é o nosso desafio: reavaliar a compulsão não mais exclusivamente como um modo de consumo excessivo ou incontrolável.
Sem acesso à acessibilidade nas salas de cinema
Andreson Silva de Carvalho (ESPM Rio)
Enquanto crescem reclamações de deficientes visuais sobre o serviço de AD prestado nas salas de cinema, um novo prazo é anunciado. 1º de janeiro de 2023 passa a ser a data limite para que 100% dos cinemas tenham condições de atender a todas as acessibilidades. Como acreditar nesta nova data se já é sua quarta prorrogação? O objetivo deste trabalho não é só o de atualizar a situação da AD no Brasil, como investigar casos que nos ajudem a entender o descaso sofrido pelos deficientes em nosso país.

CI 14 – Brasil e TV

09/11 às 16h30 – Presencial
Veias, serpentes e rios: a construção de mundo em Pantanal
Lucas Waltenberg (ESPM Rio)
A novela Pantanal (2022) possui um mundo rico e vasto, com elementos singulares. Partindo disso, usaremos a ideia de construção de mundo como ferramenta para investigar a lógica interna de funcionamento do mundo construído em Pantanal, especialmente no que diz respeito a sua consistência. Para além disso, traçando paralelos com o nosso mundo real, observamos como Pantanal oferece portas de entrada para tópicos de conversa, debates culturais e momentos de diversão que ultrapassam a novela.
O Brasil em série: a produção nacional do gênero em 4 tempos
Inara de Amorim Rosas (Unijorge)
Reconhecendo que os estudos sobre teledramaturgia no Brasil privilegiam a telenovela, este trabalho lança luz sobre a história das séries televisivas brasileiras, reconhecendo uma lacuna no campo que reflita sobre as diferentes produções e transformações na nossa cultura que culminam no contexto contemporâneo de produção de séries, onde se tem uma multiplicidade de canais e de plataformas de streaming produzindo e exibindo uma variedade deste produtos, com diferentes gêneros e formatos.
Os meninos também amam: paixonites na telenovela infantojuvenil
João Paulo Lopes de Meira Hergesel (PUC-Campinas)
Explorar o sentimentalismo é característica das telenovelas desde seus primórdios. Pensando especificamente na ficção televisiva brasileira infantojuvenil, este trabalho objetiva pensar a representação das emoções afetivo-amorosas em personagens pré-adolescentes do sexo masculino. Elegendo “Poliana Moça” (SBT, 2022) como objeto de estudo, adotou-se como metodologia a análise poética, com base nos estudos de Bordwell (2008), Bordwell e Thompson (2013) e Butler (2010; 2018).

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 2: Escutas e ambiências I

09/11 às 16h30 – Presencial
Ouvir o pornô: os sons e a experiência do corpo pornográfico
Gabriela Machado Ramos de Almeida (ESPM-SP)Thiago Soares (UFPE)
Apostamos em uma virada sônica dos estudos de pornografia, numa chave de gênero, para pensar o lugar da escuta nos processos de produção de sentidos e sensibilidades do pornô mainstream. Nos interessa ouvir e pensar sobre gemidos, respiração, palavras e a voz frágil e oscilante de mulheres na pornografia. Analisamos trechos de vídeos da atriz Patty UPP, nos quais a ambientação sonora produz uma ressonância subcultural em que sons são tão centrais quanto a visualidade na experiência pornográfica.
Memória. Tailândia, Colômbia, Escócia. Ponto de escuta e som ambiente
Fernando Morais da Costa (UFF)
Esta palestra tem por objetivo analisar a interação entre o conceito de ponto de escuta, ruídos e sons ambientes. Para tanto, teremos como centro da análise o longa-metragem Memória (Apichatpong Weerasethakul, 2021). Nos interessa demonstrar a interação possível entre a personagem principal e nós, como espectadores, pela partilha de um incerto ponto de escuta, que transita entre sonoridades subjetivas e objetivas.
Escuta, substantivo feminino:
Marina Mapurunga de Miranda Ferreira (USP/UFRB)CLOTILDE BORGES GUIMARÃRS (FAAP)
Adotando a conversa enquanto método da escuta de si (CAMPESATO; BONAFÉ, 2019), que se aproxima de uma epistemologia feminista, em que o subjetivo e o particular estão presentes, e coletando dados e relatos de 28 mulheres trabalhadoras do som no audiovisual brasileiro, discutimos temas como: a escuta; relações de trabalho; maternidade; machismo e assédio. Também levantamos as seguintes questões: Existe uma escuta feminina? Qual nossa relação com a escuta em nosso campo de trabalho?

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Sessão 2: Gênero e Sexualidade

09/11 às 16h30 – Presencial
La mancha de sangre: o cabaré, a prostituta, o sexo e o trabalho
Maurício de Bragança (UFF)
Esta comunicação pretende apresentar aspectos estéticos e narrativos do filme La mancha de sangre, de Adolfo Best Maugard (México, 1937), além de abordar sua recepção crítica à época do lançamento em 1942, tensionando o texto fílmico com o modelo paradigmático de filmes de cabaré instaurado por Santa, de Antonio Moreno (México, 1931).
Resistência feminina e especulação imobiliária
Marina Soler Jorge (UNIFESP)
Esta apresentação tem como objetivo comparar dois filmes contemporâneos, o brasileiro Aquarius (Kleber Mendonça Filho, 2016) e chinês Dead Pigs (Cathy Yan, 2018). Ambos os filmes apresentam o tema da especulação imobiliária e a resistência feminina à gentrificação e ao poder das grandes construtoras, ainda que sejam diferentes nos aspectos formais e no desfecho do impasse em relação à venda dos imóveis.
UM OLHAR SOBRE A REPRESENTAÇÃO DE GÊNERO NOS FILMES DE MARIANA RONDÓN
bianca grabaski accioly (UNESPAR – FAP)
A pesquisa tem a intenção de investigar a representação de masculinidade e feminilidade no cinema produzido pela diretora Mariana Rondón. A partir da análise fílmica do filme Pelo Malo (2013), serão levantadas as problemáticas de gênero apresentadas nas relações entre as personagens, procurando compreender as escolhas poéticas da diretora para tecer uma complexa hierarquia de poder, relacionando com a literatura feminista com autoras como Simone de Beauvoir, Laura Mulvey e Giselle Gubernikoff.

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Sessão 2

09/11 às 16h30 – Presencial
BaixadaCine: o cinema inventando territórios
Gabriela Rizo Ferreira (Catu Rizo) (UNESPAR)
Nesta proposta pretende-se adensar uma reflexão sobre a experiência de cinema que se constrói na Baixada Fluminense. A análise terá como foco a atuação do coletivo BaixadaCine, que articula formação, produção e exibição como um modo operante imbricado em seu fazer audiovisual. Compreendendo que o cinema pode ser uma experiência comunitária com potencial de reinvenção de imaginários, nos interessa interrogar como as narrativas periféricas rearticulam conceitos, como: periferia, centro e memória.
Ceilândia, Cidade Aberta
João Paulo De Freitas Campos (USP)
A tarefa deste ensaio é analisar a figuração do espaço urbano no filme A cidade é uma só? (2011), de Adirley Queirós. Partimos da hipótese de que a obra elabora um pensamento crítico sobre as cisuras do Distrito Federal. A análise destaca o motivo da perambulação de personagens subalternizados entre Brasília e Ceilândia. Concluímos que o filme figura a periferia brasiliense como uma “presença insurgente” (ADERALDO, 2018) capaz de subverter as “narrativas do progresso” (TSING, 2015) de Brasília.
Ensaísmo, subalternização e subjetivação política no cinema periférico
Camilla Vidal Shinoda (USP)
O artigo realiza uma análise fílmica do curta “História de Ceilândia contada por pioneiros”, de Gu da Cei, de modo a caracterizá-lo como um ensaio fílmico, explicitando a subjetividade periférica que elabora um pensamento sobre a história oficial de Brasília, e a buscar a compreensão de como uma leitura não subalternizada de um acervo faz emergir as subjetividades dos pioneiros. O diálogo entre as duas subjetividades subalternizadas presente no filme produz um processo de subjetivação política.

ST Outros Filmes – Sessão 1

09/11 às 16h30 – Presencial
“NÃO TEM NINGUÉM COM MEDO AQUI! 2013 E SUAS IMAGENS DESTITUINTES”
Julia Mariano de Lima Araújo (UFRJ)
A proposta é investigar os múltiplos pontos de vista possíveis de um mesmo acontecimento histórico através de diferentes arquivos e registros dos embates ocorridos em manifestações populares no ano de 2013 e que estão disponíveis na internet; com objetivo de refletir sobre os processos de subjetivação e legibilidade históricas, em cenários de acontecimentos hiper-filmados. Também nos interessa analisar o potencial arquivístico da internet como aglutinadora da produção de “outros filmes”.
Imagens indesejáveis: Água Prateada, um autorretrato da Síria
Mariana Teixeira Elias (UNICAMP)
A comunicação propõe a análise do documentário Água Prateada, um autorretrato da Síria (2014) de Wiam Bedirxan e Ossama Mohammed como ponto de partida para a discussão de um novo estilo cinematográfico no campo dos documentários, o de filmes com a temática do refúgio contemporâneo realizados pelos próprios refugiados, considerados “pessoas indesejáveis” no contexto geopolítico contemporâneo (AGIER, 2008).
A retomada dos filmes de Nahim Miana em produções contemporâneas
Vanessa Maria Rodrigues (UFF)
A proposta desta comunicação é analisar alguns filmes domésticos feitos pelo cineasta doméstico Nahim Miana e posteriormente reapropriados nos curtas Cemitério da Memória (Marcos Pimentel, 2003) e Jonathan (Mariana Musse, 2015). A intenção é também discutir quem é Nahim, os objetivos que orientam seus registros, as formas de reemprego das filmagens feitas por ele e as possíveis ressignificações que ganharam ao serem reincorporadas nas novas produções audiovisuais.

ST Estética e teoria da direção de arte audiovisual – Sessão 1

09/11 às 16h30 – Presencial
Reflexões sobre o espaço cênico cinematográfico.
TAINA XAVIER PEREIRA HUHOLD (UFF / ESPM)
Este texto propõe uma revisão bibliográfica da categoria espacial no cinema. Partindo das concepções de Serge Daney sobre cenografia se examinará as implicações da perspectiva baziniana para um novo estatuto espacial que a imagem cinematográfica inaugura no cinema moderno. Se recorrerá, ainda, a duas formulações distintas sobre imagem-espaço: a que Diogo Velasco propõe a partir de Deleuze e Massey e a proposta por Antoine Gaudin, que inclui o espaço inscrito no corpo fílmico.
O peso espacial: hipóteses acerca do problema ontológico da atmosfera
Mariana Dias Miranda (PPGCOM/UFRJ)
Ao realizar um apanhado geral da teorização do conceito de atmosfera na arte e suas aplicações no cinema, este trabalho tem por objetivo explorar as problemáticas que envolvem sua ontologia e localização. Neste sentido, partindo da identificação de contradições teóricas e generalidades que envolvem a noção de “experiência atmosférica”, proponho trazer para este arcabouço conceitual as contribuições da teoria afetiva de modo a fornecer especificidade analítico-formal para a noção de atmosfera.

ST Cinema e Educação – Cinema e singularidade

09/11 às 16h30 – Presencial
Oficina de cinema entre telas: formação como exercício estético de si
Karine Joulie Martins (UFSC)
Esta comunicação traz reflexões que emergiram na “Oficina entre telas” (UFSC, 2021), um projeto de pesquisa e extensão para docentes da educação básica inspirado nos cinensaios de Agnès Varda no sentido de rememorar, refletir e aprofundar discussões e práticas em torno da produção de imagens. As fotografias, ensaios audiovisuais e discursos produzidos ao longo dos encontros provocam/questionam o jogo de forças que atua sobre a construção das subjetividades docentes na contemporaneidade.
Narrativas e Testemunhos Visuais em Dispositivos Móveis
Silvia Helena Cardoso (UNIFESSPA)
A proposta da comunicação é refletir sobre os curtas-metragens – Testemunho Pandêmico e Mosaico Pandêmico – construídos a partir de narrativas e testemunhos visuais sobre o primeiro momento do isolamento social e a ideia do novo normal em função da Covid-19. A metodologia do filme carta foi o ponto de partida para os discentes escreverem sobre as suas próprias sensações, perspectivas, observações e subjetividades, e, posteriormente, as filmagens em dispositivo móvel.
Cinema Lascado: uma estratégia em Encontros
Álvaro André Zeini Cruz (SENAC; FIB)
Esta comunicação apresenta uma estratégia de ensino de cinema baseada na inevitabilidade do fragmento – ou melhor, da lasca – na relação de ensino-aprendizagem. Encontros do Cinema Lascado visa criar “mostrações” através de lascas cinematográficas recriadas em convergências denotativas. Dessas lascas escolhidas e organizadas pelo professor-mostrador, o trajeto pedagógico passa à partilha descritiva das experiências estéticas, buscando a autonomia e a afetividade dos alunos para com o cinema.

PA 9 – Drama coreografado: performar e representar os corpos em cena – Coordenação: Cristiane Moreira Ventura

09/11 às 16h30 – Presencial
A emergência do corpo: performance e teatralidade em Swinguerra (2019)
Beatriz Andrade Stefano (UFPE)
Esta pesquisa pretende analisar o curta-metragem Swinguerra (2019) utilizando dois conceitos como guias, teatralidade (FÉRAL, 2015) e performance (BRASIL, 2011) provocando uma discussão sobre os atravessamentos entre o real e o ficcional. A fim de entender as estratégias estéticas utilizadas pelos realizadores, Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, para mediar as corporalidades já apresentadas a eles, o trabalho divide os momentos do fora e dentro da coreografia presentes no filme.
A humanização dos corpos transgêneros no audiovisual pernambucano
Leandro Tabosa do Nascimento (Unicap)
Nos últimos dez anos alguns cineastas brasileiros têm trabalhado a representatividade, visibilidade e empregabilidade de pessoas transgêneros nas suas produções audiovisuais. No entanto, o transfake ainda é muito presente em algumas produções cinematográficas que além trazer a exclusão de pessoas trans, fortalece os estereótipos na arte. Diante desse contexto, interessa-me analisar a naturalização e humanização das identidades e presenças trans a partir do cinema pernambucano.
Perdi meu corpo: O uso de alegorias nas narrativas animadas.
Letícia Coelho Lenz Cesar (UFF)
Este trabalho realiza uma reflexão acerca da alegoria presente no cinema animado, aplicando-a na análise da narrativa do filme Perdi Meu Corpo, do diretor Jérémy Clapin. A pesquisa é executada a partir de uma revisão bibliográfica analítica concentrada no campo de estudo da animação, partindo da hipótese de que a animação é um campo fértil para trabalhar narrativas alegóricas. Conclui-se que a subversão da realidade e uso do fantástico favorecem o uso de alegorias no cinema animado.
Tensionar a representação: exercícios cênicos em Um filme de verão
Bernardo Tavares e Silva Costa (UFRJ)
A comunicação insere-se no ramo dos estudos atorais (GUIMARÃES, 2019), tendo como objetivo cartografar o trabalho cênico desenvolvido com os atores não profissionais que protagonizam Um filme de verão, de Jo Serfaty. A partir da noção de tensionamento do regime representativo (BRASIL 2010), buscou-se pensar a performance como recurso na construção de certa opacidade (MOMBAÇA, 2021), central para a proposta imagética presente no longa.

MESA Animação, suas interfaces e processos

09/11 às 16h30 – Presencial
Experiências animadas nas as formações dos cinemas negros no Brasil
Jamila Oliveira Terra (UFF)
O trabalho tem como objetivo analisar a carência de produções negras nos filmes nacionais de animação a partir dos curtas Òrun Àiyé (Cintia Maria, Jamile Coelho, 2016) e Òpárá de Òsùn (Pâmela Peregrino, 2018) agregando a conteúdos de outros países da diáspora africana, para engrandecer o estudo. Observando a direção ou animação realizadas por uma pessoa negra. A proposta é reivindicar nosso território, Brasil e América, nos apropriando do que a colonização europeia expropria.
A opressão das mulheres representada em três filmes de animação
India Mara Martins (UFF)
A proposta deste trabalho é evidenciar a potência da animação na representação de situações reais em filmes que abordam a vida de mulheres num contexto de fundamentalismo religioso. A partir de três filmes, que apresentam o cinema de animação em diferentes perspectivas, o documentário animado Onda Verde (2010 ), Teerã Tabu (2017) e A ganha-pão (2018) mostramos que o cinema de animação, por sua linguagem e plasticidade, se tornou uma forma de expressão privilegiada para tratar o irrepresentável.
Jungaré – uma aventura imunizante: animação na extensão universitária
ARTHUR FELIPE DE OLIVEIRA FIEL (UFF)
Esta comunicação tem por objetivo apresentar e expor o processo de criação do curta animado Jungaré – uma aventura imunizante, realizado pelo Núcleo de Produção Janela Audiovisual, vinculado ao Laboratório de Vídeo do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo. Nesta produção, o grupo encontra na animação experimental, dedicada ao público infantil, a precisa potência para se opor à onda de desinformação e fake news que diante da atual pandemia atingiu o Brasil.

ST Cinema Comparado – Sessão 1: Fronteiras do cinema com outras artes

09/11 às 16h30 – Presencial
Condensação e fragmentação
Luiz Carlos Oliveira Junior (UFJF)
Trabalharemos com um par conceitual que implica operações distintas com o espaço-tempo cinematográfico: de um lado, a condensação, que pressupõe uma saturação (temporal, espacial, estética, composicional) da imagem; do outro, a fragmentação, pautada na recusa da unidade e na valorização da autonomia do fragmento, rejeitando a ideia de continuidade em prol de um estilo disruptivo. O objetivo é pensar alguns regimes estéticos do cinema moderno e seus desdobramentos no audiovisual contemporâneo.
A expansão do teatro em Jacques Rivette e Andrea Tonacci
Maria Leite Chiaretti (ECA-USP)
Esta comunicação pretende comparar dois filmes: “Out 1: noli me tangere”, de Jacques Rivette (1970) e “Jouez encore, payez encore” (Interprete mais, pague mais), deAndrea Tonacci (1975 / 1995). Os dois filmes são registros singulares de um fazer teatral que estava em crise nos anos 1970, partindo de filmagens que acontecem no coração dos ensaios teatrais, ambos combinam uma concepção formal exigente e uma aposta no momento da filmagem como motor narrativo.
O coreocinema de Maya Deren e de Beau Travail
NICOLE DONATO PINTO MACHADO (UFS)
Este trabalho propõe traçar encontros entre o cinema de Maya Deren e o filme “Beau Travail”, da cineasta francesa Claire Denis, através de suas abordagens formais dos corpos. Fundamentada nos conceitos de metadança audiovisual e cinedança, a análise da forma fílmica consolidada por Deren e das imagens realizadas pela coreografia corpo-câmera no filme de Denis encaminham este estudo para a compreensão das obras como Coreocinema, uma forma de arte em que Cinema e Dança colaboram singularmente.

CI 30 – Sobre métodos

09/11 às 16h30 – Presencial
Mapeando Grande Otelo por 70 anos: na tela, no palco, no disco
Afrânio Mendes Catani (USP/UERJ)
Sebastião Bernardes de Souza Prata, Grande Otelo (1917-1993), trabalhou nas telas grandes e pequenas, palcos, estúdios de gravações musicais e rádios em 70 anos de carreira, caracterizada por altos e baixos, enfrentando manifestações de racismo,
alcoolismo, afetividade conturbada e constantes dificuldades financeiras. Seu inegável talento lhe permitiu fazer 120 filmes em várias fases do cinema nacional, 150 peças, shows e revistas, 50 registros em vinil, além de dezenas de composições musicais.
Cartografia e cinema: abordagens para a análise fílmica
Alexandre Nakahara (USP)
Este trabalho propõe analisar e colocar em perspectiva a comparação entre cartografia e cinema. Essa aproximação foi tratada especificamente por alguns autores da área de cinema, mas se levada adiante, ela também abre possibilidades de análise fílmica que ensaiam uma teoria mais abrangente. O objetivo é destacar alguns estudos que se dedicaram a essa comparação, demonstrar suas principais similaridades e diferenças e expandir outros aspectos pouco explorados na bibliografia existente.
Análise comparativa entre a obra de Howard Hawks e Wes Anderson
Henrique Bolzan Quaioti (USP)
O objetivo deste trabalho é mostrar o impacto das obras de Howard Hawks na cinematografia do diretor estadunidense Wes Anderson. Para isso, faz-se uma análise comparativa entre os filmes de Hawks – com especial atenção às comédias – e os de Anderson, sobretudo no que diz respeito à temática de seus filmes e à forma como são filmadas as ações e os diálogos.

CI 20 – Cinemas de gênero/cinemas de autor

09/11 às 16h30 – Presencial
PROCESSO CRIATIVO E AÇÃO POLÍTICA: MELODRAMA TROPICAL EM KARIM AÏNOUZ
Aline Vaz (UTP)Sandra Fischer (UTP)
O estudo identifica e analisa, a partir das ações criativas que envolvem a realização de A vida invisível (Karim Aïnouz; 2019), as linhas que se entrelaçam entre o cinema de autor e o cinema de gênero. As estratégias utilizadas na construção da mencionada obra fílmica viabilizam alcance ao grande público ao passo em que potencializam elementos da ordem do sensível como experiência política – indefinem-se e interpenetram-se, neste chamado melodrama tropical, fronteiras e elos comunicacionais.
Os ecos do maneirismo na Trilogia Taisho de Seijun Suzuki
Aloísio Corrêa de Araújo (UAM-PPGCOM)
A partir da análise de entrevistas com o realizador, artigos escritos por ele, críticas e filmes de outros diretores do período, do Japão e de outras nações, é possível vislumbrar como os filmes da Trilogia Taisho de Seijun Suzuki traduzem o cinema maneirista dos anos 80. Um escopo que revela a sua profunda compreensão de códigos do kabuki, da poesia haiku, e de cineastas japoneses e estrangeiros de períodos anteriores, assim como temas estéticos contemporâneos, nas imagens desses três filmes.
As marcas do cinema noir em Acossado
Alisson Gutemberg (Sem Vínculo)Alexandre Rossato Augusti (UNIPAMPA)
Na presente proposta, concentramo-nos na primeira das três fases que compõem a obra de Godard: o período da Nouvelle Vague, marcado pela defesa de um cinema de autor e pela construção de filmes narrativos, com apropriação de características de um cinema de gênero, mas ancorado pela ruptura com os códigos de linguagem que estruturam esses gêneros. Interessa-nos demonstrar como, em Acossado (1960), Godard se apropriou de códigos do noir, e, ao mesmo tempo construiu uma mise-en-scène singular

Lançamento de livros

09/11 às 18h30 – Presencial

VI Fórum de Discentes de Pós-Graduação da SOCINE – Passado, presente e futuro: memória, ação e esperança na construção de uma perspectiva coletiva

09/11 às 19h00 – Presencial

Exibição de Pasajeras (Fran Rebelatto, 2021) e Democracia e Amor (Rubens Rewald e Tales Ab’Saber, 2020), seguido de debate com os realizadores

09/11 às 19h00 – Presencial

 
 

10/11


CI 2 – Análises comparadas

10/11 às 9h30 – Presencial
O segredo das origens e a origem do segredo em O Sangue (1989)
Luiz Fernando Coutinho de Oliveira (UFMG)
O Sangue (1989), primeiro filme de Pedro Costa, é um filme cinéfilo que aciona a memória de diferentes obras do cinema. Ao mesmo tempo interessado em exumar os corpos fílmicos de certo cinema clássico e moderno, o filme, consumido por uma “angústia da influência”, também propõe o movimento contrário: enterrá-los, superá-los, traçar uma linha de fuga. O objetivo do trabalho é situar, no contexto de um exercício comparatista, a influência de O Mensageiro do Diabo (1955) sobre o filme de Costa.
Carlos Reichenbach e o cinema de sentimentos de Valerio Zurlini
Lorena Duarte de Oliveira (ECA-USP)
A proposta é a análise do filme Falsa Loura (2008), de Carlos Reichenbach, comparado ao filme A Moça com A Valise (1961), de Valerio Zurlini. Inspiração para o brasileiro, o cinema de Zurlini nos permite ver caminhos que Carlão buscou trilhar historicamente em sua obra, algo que ele chamou de “cinema de sentimentos”. Como complemento, convocamos também seus filmes Dois Córregos (1999) e Garotas do ABC (2003). Brevemente, traremos ainda o filme Tudo que o céu permite (1955), de Douglas Sirk.
O cinema na “virada da mobilidade”: devires fílmicos de La Salada
Caio Bortolotti Batista (UFRJ)
Procurando situar o cinema no contexto do “novo paradigma das mobilidades” (SHELLER; URRY, 2006), propõe-se aqui uma análise do longa-metragem de ficção La Salada (Juan Martin Hsu, 2014). O percurso exploratório mapeia movimentos e imobilidades tornados visíveis nas relações entre o espaço social e o espaço fílmico, e aponta para uma compreensão mais múltipla e aberta de um determinado processo urbano de migrações, visto aqui como um “plano de consistência” (DELEUZE; GUATTARI, 2000).

CI 4 – Virtualidades

10/11 às 9h30 – Presencial
Direção de atores em cenários virtuais
João Carlos Massarolo (UFSCar)
As tecnologias de produção virtual permitem ao diretor de cinema interagir em tempo real na construção de espaços narrativos em ambientações digitais, bem como para gerenciar interações físicas de personagens reais com elementos virtuais. Pretende-se assim, discutir os desafios para a direção de personagens em cenários virtuais na série “O Senhor dos Anéis” (Amazon Prime, 2022), de de John D. Payne e Patrick McKay, observando a movimentação das personagens pelos espaços narrativos híbridos.
Estilo em Realidade Virtual Cinemática: do tableau à decupagem
Marcelo Rodrigo Mingoti Müller (Unifor)
O trabalho procura identificar padrões de estilo cinematográfico nos filmes realizados em Realidade Virtual Cinemática, principalmente o uso da encenação em profundidade e da decupagem analítica. A abordagem poética parte da história do estilo cinematográfico para definir um repertório de opções estilísticas e narrativas, além de explorar as consequências de características específicas da realidade virtual cinemática, como a sensação de presença proporcionada ao espectador.
Awavena: cinema, mirações e cosmovisão em realidade virtual
tatiana giovannone travisani (UAM)marcella ferrari boscolo (UAM)
Propomos uma discussão sobre os efeitos que a ruptura do quadro monocular do cinema tradicional pela RV (realidade virtual) tem sob a linguagem do documentário a partir da análise do filme Awavena (Linette Wallsworth, 2018), potencializando seu risco de inscrição na realidade apontado por Comolli (2008), a partir do dispositivo fílmico de desbloqueio do sexto sentido pela incursão do público nas mirações da protagonista na dimensão espiritual da floresta, segundo a cosmovisão Yawanawa.

ST Cinemas negros: estéticas, narrativas e políticas audiovisuais na África e nas afrodiásporas. – Sessão 3 – Questões de Estética e de Curadoria

10/11 às 9h30 – Presencial
Notas sobre a imagem enquanto materialidade rasgável
Fabio Rodrigues da Silva Filho (UFMG)
Tomando como ponto de partida o trabalho que temos realizado, cuja investigação pode ser resumido como uma tentativa de forjar uma ferramenta capaz de operar o corte por justiça ao ator e a atriz negra, propomos uma comunicação em torno da ideia de “rasgos na imagem”. Analisando diferentes obras, buscamos rastrear os usos desse termo e refletir a respeito da possibilidade de uma pequena história do ator e da atriz negra no cinema brasileiro a partir da construção de sua presença.
Sobre Opacidade, Curadoria e Cultura Fílmica
Janaína Oliveira (IFRJ – FICINE)
Em julho de 2021 fiz a curadoria da 66ª edição do Robert Flaherty Film Seminar que acontece anualmente no estaod de Nova York. A partir das reflexões de Édouard Glissant sobre noção de “Opacidade”, elaborei proposta curatorial envolvendo as obras de dezesseis artistas de sete países. Para este trabalho me proponho a explorar algumas questões que permeiam o campo contemporâneo da curadoria em cinema e um debate sobre culturas fílmicas, a partir da experiência no Seminário e do tema da opacidade.
Corpo infinito em lampejo
LINA CIRINO ARAUJO OLIVEIRA DOS SANTOS (USP)
Corpus Infinitum (2020) é o título escolhido por Denise Ferreira da Silva para a fala-performance que realizou na abertura do IX Cachoeiradoc. O mesmo título já foi utilizado pela artista em outras ações. Em cada manifestação, um aspecto diferente é lançado sobre o seu ponto de vista: a imagem de um corpo infinito, inspirada no Plenum de Leibniz. Pretendo debater se Corpus Infinitum é um modo fragmentário e benjaminiano de “imagear” o corpo infinito sob diferentes modos de expressões artísticas.

MESA Mercado audiovisual: reflexões, balanços e perspectivas

10/11 às 9h30 – Presencial
Relações entre promoção e comercialização. Um estudo de caso.
Mannuela Ramos da Costa (UFPE)
Ao considerarmos as dificuldades para promover e distribuir filmes brasileiros no mercado nacional, as análises sobre as estratégias já desenvolvidas pelos agentes nesse setor tornam-se um norte para pensarmos um futuro em que a concorrência é intensificada e multilarealizada. O presente trabalho descreve um estudo com filmes pernambucanos lançados entre 2006 e 2017, considerando seus resultados (bilheteria e comercialização) e táticas promocionais.
Coprodução Int. de documentário – O processo de Maria Augusta Ramos
Hadija Chalupe da Silva (ESPM Rio / UFF)
Maria Augusta Ramos – através de sua produtora Nofocofilmes (RJ) – é a pessoa que mais esteve à frente da direção obras documentais realizadas através da modalidade de coprodução internacional. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo iniciar uma pesquisa em torno dos projetos de obras documentais realizados através da modalidade de coprodução internacional utilizando a obra O PROCESSO (2018), como objeto de estudo para esta investigação.
Laboratórios e seu impacto para documentários independentes
Teresa Noll Trindade (UNICAMP)
Nesta apresentação propomos analisar alguns laboratórios de mercado latino-americanos focados em documentário, buscando refletir sobre as estratégias de construção da carreira dos documentários independentes. Para tanto vamos estudar o desenvolvimento do filme Limiar (2020), dirigido por Coraci Ruiz, que passou pelo DOCSP, um desses espaços criativos na cidade de São Paulo.

ST Estética e plasticidade da direção de fotografia – Sessão 2 – A cinematografia e as dimensões históricas

10/11 às 9h30 – Presencial
“A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO PRETO E BRANCO NO CINEMA”
MARCIANE NOVAIS SOUSA (UFPA)
Ao falar de cinema preto e branco várias ideias vem à mente, desde filmes antigos até a representação de tempos passados. Essa é uma visão disseminada pela impopularizarão da técnica nas últimas décadas. Através de uma pesquisa histórica e analítica sobre os filmes monocromáticos ao longo dos anos, essa pesquisa estabelece o comportamento do preto e branco técnico imposto, para estético determinado por motivações.
Entre técnica e sensibilidade- Uma possível História da cinematografia
Camilo Soares (UFPE)
Como pensar a evolução da direção de fotografia tal qual uma extensão da história do cinema e, consequentemente, da história da arte? A observação do progresso técnico é inevitável, mas não pode restringir a compreensão da cinematografia apenas como fabricante maquinal de matéria bruta para filmes, sem avaliá-la também como artífice de valores e significados dados às imagens de uma época.

CI 6 – Políticas da espacialidade

10/11 às 9h30 – Presencial
Afetos desestabilizados e ruínas da intimidade em A Terra e a Sombra
Wendell Marcel Alves da Costa (USP)
Neste trabalho analiso como afetos desestabilizados são construídos na narrativa de A Terra e a Sombra (César Augusto Acevedo, 2015) a partir das ruínas da intimidade. Esta reflexão é parte de uma pesquisa socioantropológica filosófica que faz uma interpretação fílmica das imagens da poética dos espaços e das relações sociais. Para isso busco compreender signos alegóricos e códigos da intimidade na estrutura simbólica dos espaços da casa e do campo de A Terra e a Sombra.
Caminhadas Coletivas: Cidade e coreopolítica em Temporada (2018)
Samuel Alves Moreira Brasileiro (UNIFOR)
A presente comunicação se propõe em analisar a construção da cidade no filme “Temporada” (2018), dirigido por André Novais Oliveira, a partir das caminhadas coletivas realizadas pelos personagens pelas ruas de Contagem ao longo do filme. Em diálogo com os conceitos de caminhada como prática estética (CARERI, 2002; CHAUVIN, 2019), cidade (COMOLLI, 2015) e território (ZAN, 2020; SODRÉ, 2002), deseja-se analisar como o ato de caminhar do filme mineiro constitui uma coreopolítica (LEPECKI, 2012).
Disputar os espaços, (re)imaginar o tempo: notas para um emaranhado
ANA PAULA VERAS CAMURÇA VIEIRA (UFC)
Os filmes Boca de Loba (2018) e Espavento (2019) criam narrativas de tempos e espaços outros para interrogar conflitos políticos do presente, colaborando com o enfrentamento aos projetos hegemônicos de cidade e desestabilizando uma certa noção de tempo. Junto às cenas de resistência que habitam essa matéria fílmica, analisaremos, a partir do conceito de emaranhamento (FERREIRA DA SILVA, 2019), alguns acontecimentos imagéticos e as relações que se criam entre os sujeitos, as imagens e o mundo.

PA 3 – Marcharemos em nossa luta: militância e suas representações em diferentes experiências audiovisuais – Coordenação: Eduardo Paschoal de Sousa

10/11 às 9h30 – Presencial
A circulação do filme “Bicho de Sete Cabeças” e a luta antimanicomial
PATRICIA REGINA DOS SANTOS SANTINELLI (UAM)
Este trabalho discute a circulação do filme “Bicho de Sete Cabeças” (Laís Bodanzky, 2001), partindo, para tanto, da análise de textos midiáticos sobre a obra. Indagamos sobre de que modo as mediações estabelecidas em torno do longa mobilizam (e se mobilizam) discursos relacionados à luta antimanicomial, com destaque para possíveis relações estabelecidas entre a obra e a aprovação da Lei Paulo Delgado (Lei n° 10.216/01), cujo projeto tramitava no Congresso desde os anos 1980.
A voz no cinema militante do movimento estudantil
Antônio Burity Serpa (UFF)
A presente pesquisa tem como objetivo investigar as vozes do cinema militante estudantil. Essas vozes foram compreendidas aqui, simultaneamente, como discurso e efeito sonoro. Selecionamos assim, o longa Espero Tua Revolta (Eliza Capai, 2019), para estudo de caso. Este filme documenta a luta dos estudantes secundaristas contra a precarização do ensino público, através de ocupações. O estudo foi realizado por meio de uma análise do som do filme, embasada por teóricos das vozes no documentário.
A luta pela legalização do aborto no Brasil em dois filmes de mulheres
LARISSA SHAYANNA FERREIRA COSTA (UFMG)
Neste trabalho pretendemos refletir como dois vídeodocumentários, Lei Dentro, Lei Fora (Victoria Santos, 1985) e Aborto Não é Crime (Rita Moreira, 1995), que têm em comum o tema do aborto, elaboram e direcionam questões históricas e políticas para o movimento feminista do período e para a atualidade. Cada uma a seu modo, as produções parecem desvelar a hipocrisia e o conservadorismo da sociedade, além de marcar distinções de classe e raça das mulheres que recorrem ao aborto ilegal.
Autoencenações da juventude e o espaço social: MLB-MG e Caranguejo-PE
Rafael de Amorim Albuquerque e Mello (UFMG)
Olhando para gestos de juventudes em experiências audiovisuais do Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste, no Recife, e o MLB de Minas Gerais, indagamos como tais filmes constroem os espaços sociais destes sujeitos em suas autoencenações. Fazemos um cotejo com produções realizadas em diferentes contextos do cinema brasileiro moderno. A análise se desenvolve pelo arranjo cênico da Corrida, a exemplo de situações de fuga e deambulações reflexivas, que reverbera a relação dos jovens com o espaço.

ST Estudos de Roteiro e Escrita Audiovisual – Dispositivos contemporâneos de escrita do roteiro

10/11 às 9h30 – Presencial
Roteiro e escrita audiovisual em narrativas imersivas
Katia Augusta Maciel (UFRJ)
O artigo debate formas de criação e desafios da escrita audiovisual durante o processo criativo que antecede a materialização de obras em realidades estendidas (XR). O modelo de roteiro praticado na indústria do cinema e audiovisual não se aplica a demandas específicas das narrativas imersivas. E ainda não há um modelo estabelecido na indústria XR. Publicações em português sobre esse tema são inócuas. Objetiva-se contribuir para que aspectos dessa escrita sejam incluídos nos estudos de roteiro.
Pa_Terno – Das escritas sonoras de si em um podcast storytelling
Márcio Henrique Melo de Andrade (UERJ)
Este artigo analisa o processo de criação dos roteiros do podcast storytelling Pa_Terno, que aborda a relação entre o roteirista e seu pai, desde que este vem desenvolvendo sintomas de Alzheimer. Para pensar produção de roteiro nesse cenário, combinam-se autores que abordam podcasts narrativos (FERNANDES, 2019; LINDGREN, 2020), os filmes de família (ODIN, 1995; LINS, BLANK, 2012), as escritas documentárias de si (LANE, 2002; MACDONALD, 2013) e as poéticas na escrita audiovisual (JOHANN, 2015).
A Dramaturgia Dispositiva e Colaborativa em Democracia e Amor
Rubens Rewald (ECA / USP)
A comunicação relata o processo de realização do longa Democracia e Amor, dirigido por Tales Ab’Sáber e Rubens Rewald e realizado quase em sua totalidade com imagens de arquivo, de domínio público. A descrição busca dar conta do histórico do processo, das forças e objetivos estéticos e dramáticos implicados e do jogo de interações articulado entre os diretores.

CI 12 – Memória/Fabulação

10/11 às 9h30 – Presencial
Fabulário Tropical: o Cinema Super-8 de Geneton Moraes Neto
Amanda Mansur Custódio Nogueira (UFPE)
Geneton Moraes Neto (1956-2016) nasceu em Recife e ficou conhecido como um dos mais admiráveis jornalistas brasileiros. Em paralelo à sua carreira de jornalista, Geneton foi um dos cineastas experimentais mais criativos do país. Entre o anos de 1973 e 1983, realizou dezessete filmes nos formato Super-8. Seus filmes transitam no limiar da memória, da poesia e da sua capacidade de escrever o mundo. O objetivo desta comunicação é refletir sobre a relação entre a poesia e o cinema em sua obra.
Reinventar passados: imagem de arquivo e fabulação em Uma Longa Viagem
Carolina Goncalves pinto (ECA – USP)
Ao analisar Uma Longa Viagem (2011) de Lúcia Murat, pretende-se relacionar no corpo da obra o uso de imagens de arquivo com a fabulação, de Gilles Deleuze. A busca por memórias da realizadora e de seu irmão é ponto de partida para a criação de narrativas fabuladoras, confrontadas às cartas escritas. As imagens de arquivo não figuram como registros, mas criam uma dimensão onírica. O filme é uma despedida do terceiro irmão e também um acerto de contas com o passado pessoal e político do país.
A poética política de Henrique Dantas Munduruku
Marise Berta de Souza (UFBA)
Essa comunicação aborda os filmes “Sinais de Cinzas, A Peleja de Olney Contra o Dragão da Maldade” (2013) e “A noite escura da alma” (2016), de Henrique Dantas, cineasta que tem se ocupado em resgatar a memória do período ditatorial instaurado a partir do golpe civil militar de 1964, em que se apropria de materiais de arquivo, entrevistas e dialoga com a performance em arranjos renovados, demonstrações da sua inquietação e investimento na complexidade da estrutura do filme documentário.

ST Cinema no Brasil: a história, a escrita da história e as estratégias de sobrevivência – Sessão 3

10/11 às 9h30 – Presencial
Imaginar o primeiro cinema brasileiro
Carolina Azevedo Di Giacomo (USP)
Sô Lotero e nhá Ofrasia com seus productos na Exposição (Labanca, Leal e Cia., 1908) faz parte de um gênero popular no primeiro cinema, o dos filmes de caipira, que fazia graça do encontro entre personagens de origem rural e assuntos urbanos. Como o filme está perdido, faremos sugestões de como teriam sido suas personagens, seu roteiro, seus cenários etc., amparando-nos em materiais de época como fotografias, notícias de jornal, ilustrações, textos literários, filmes nacionais e estrangeiros.
Por uma história dos distribuidores no Brasil: Lebre e Labanca.
Rafael de Luna Freire (UFF)
Esta comunicação dedica-se a uma investigação preliminar sobre a história dos distribuidores cinematográficos em atuação no Brasil durante o cinema silencioso. Diferentemente de uma visão que identifica os pioneiros que exploraram o negócio do cinema como “aventureiros” (GOMES,1996]), pretendo mostrar perfis variados e complexos. Para tal, irei abordar em mais detalhes duas figuras pouco estudadas e bem distintas entre si: o francês Joseph Florentin Lebre e o italiano Guiseppe Labanca.
Lia Torá em Hollywood: atriz, argumentista, produtora
Luciana Corrêa de Araújo (UFSCar)
Esta comunicação irá abordar as relações transnacionais na carreira de Lia Torá em Hollywood, entre 1927 e 1931. Além de trabalhar como atriz, escreveu junto com o marido Julio de Moraes o argumento de “The Veiled Woman” (1929), no qual interpreta a protagonista, e formou com Moraes a Brazilian Southern Cross Productions, que produziu “The Soul of a Peasant”/“Alma camponesa” (1929), dirigido por Moraes e escrito e estrelado por Torá.

ST Teoria de Cineastas – Sessão 3 – O filme, a imagem e o conceito

10/11 às 9h30 – Presencial
A multidão: filme e conceito em “Entre nós talvez estejam multidões”
Bruno Leites (PPGCOM/UFRGS)
Nesta comunicação, o objetivo é investigar a relação entre um filme e um conceito. Trata-se do filme “Entre nós talvez estejam multidões” (2020), de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito, e do conceito de multidão que é proposto pelos cineastas desde o título do filme. As perguntas que vou enfrentar são as seguintes: Qual é a relevância do título para uma proposição conceitual a partir do filme? Como o conceito de multidão é materializado nas imagens do filme?
O pensamento de Marguerite Duras
Karol Souza Garcia (UFC)
Este trabalho propõe a análise do filme Agatha et les lectures illimitées (1981) e do romance L’Amant (1984), de Marguerite Duras, com o objetivo de traçar elementos de uma poética e de uma teoria própria à autora, no quadro dos domínios em que ela atua: o cinematográfico e o literário.
A imagem lacrimejante de Almodóvar traduzida em imagem conceitual
Fábio Sadao Nakagawa (FACOM/ UFBA)
A apresentação objetiva discutir como se constitui a imagem conceitual pelo texto fílmico com base na imagem lacrimejante do cinema de Almodóvar. A partir da ideia de imagem conceitual de Vilém Flusser e na noção de diagrama de Peirce, busca-se verificar a possibilidade da imagem lagrimejante, que surge em Kika e no cartaz de lançamento de Madres paralelas, ser traduzida como uma imagem da explicitação e explicação dos modos de compor e das interfaces com outros arranjos imersos na cultura.

ST Cinema experimental: histórias, teorias e poéticas – Sessão 3

10/11 às 9h30 – Presencial
Found Foliage: impressões botânicas no cinema experimental
PEDRO AUGUSTO SOUZA BEZERRA DE MELO (UFPE)
Esta comunicação parte da hipótese de que o cinema, através de alguns filmes, é capaz de ir além do antropocentrismo e da atitude epistêmica que ele supõe. Para tanto, proponho a possibilidade de um engajamento não-antropocêntrico a partir de uma perspectiva ecológica em filmes experimentais, refletindo sobre como imagens em movimento podem articular dimensões éticas e estéticas que habilitam a possibilidade da emergência de sensibilidades pertencentes a outros agentes além do humano.
Espectro Restauración: sonografias cosmopolíticas no Antropoceno
Felippe Schultz Mussel (PPGCA / UFF)
A partir da realização do filme Espectro Restauración, a pesquisa investiga as potências estéticas e cosmopolíticas das técnicas experimentais de sonografia nas artes audiovisuais. Através da escuta, da visualização e da intervenção artística em um incêndio no Pantanal, refletimos acerca da produção de imagens não-oculares a partir da banda sonora, bem como sobre as funcionalidades estéticas e cognitivas historicamente atribuídas ao som pelo cinema e por concepções antropocentradas de mundo.
Natureza expandida – rumos do cinema experimental etnográfico
Lucas de Castro Murari (UFRJ)
Uma das questões que tem marcado o cinema etnográfico contemporâneo diz respeito a ampliação da ideia de sujeito, estabelecendo alianças e intercessões com outros elementos do mundo. A natureza, nesse sentido, tem recebido um papel de destaque, sendo abordada como elemento ontológico e estético. Essa pesquisa busca enfatizar aspectos dessa produção, se concentrando mais especificamente no cinema experimental contemporâneo.

MESA Cultura Cinematográfica: Historiografia, Crítica, Política

10/11 às 9h30 – Presencial
História do Cinematógrafo (1925), de G. M. Coissac
Rafael Morato Zanatto (ECA-USP)
Na presente comunicação, analisarei o livro História do Cinematógrafo (1925), de Georges-Michel Coissac à luz do regime de historicidade, do campo de experiências e do horizonte de expectativas que seu autor compartilha com o grupo de industriais que apoiam suas iniciativas. Partindo dessas questões, demonstrarei como elas influem na elaboração de critérios, teorias e perspectivas que legitimam o cinematógrafo como uma invenção francesa de Louis Lumière em um contexto de disputas internacionais.
Celulóide com notícias do Brasil: cineclubismo, crítica, cinematecas
Pedro Plaza Pinto (UFPR)
O estudo da revista Celulóide em seus primeiros anos de publicação (1957-1961). O processo de modernização da crítica e do cineclubismo em Portugal incluiu o diálogo com o Brasil em artigos de críticos e notícias sobre a realização da I Convenção Nacional da Crítica Cinematográfica. Também apresenta a informação de referências sobre história e a outras revistas de cinema, calcadas no pressuposto de uma cinemateca conectada com o movimento dos cineclubes.
Cultura cinematográfica em cinejornais: História, Política, Cinemateca
Rodrigo Archangelo (ECA/USP)
Quantos cinejornais têm num cinejornal? A pergunta evoca camadas da relação História e Cinema para o entendimento dessa imprensa projetada nas filmografias nacionais, cinematecas e arquivos. Na Cinemateca Brasileira os fundos Canal 100 e Atlântida expõem essas historicidades: o papel dessa mídia em 1961/1962 para o cinema e a democracia; suas representações e ressignificações verificadas pela catalogação e análise fílmica; e as culturas políticas que os inserem em nossa cultura cinematográfica.

CI 13 – As narrativas e suas formas

10/11 às 9h30 – Presencial
Narrativas audiovisuais sobre a criação de espetáculos de dança
Sofia Franco Guilherme (USP)
O presente trabalho investiga as narrativas sobre o processo criativo da dança do Grupo Corpo por meio de seu registro audiovisual. Escolhemos analisar estrutura narrativa da série de vídeos “Espetáculo 2015”, publicada no canal oficial do Grupo no YouTube, entre fevereiro e outubro de 2015, para compreender a perspectiva teórica e prática da companhia sobre o fazer desta arte e como ela pode contar suas próprias histórias por meio de produções originais para as mídias digitais.
A solidão como forma narrativa em O homem das multidões
Guilherme Augusto Bonini (UNESP – FCL)
Nesta comunicação busca-se investigar o processo de transposição da escrita literária para a linguagem cinematográfica de O homem das multidões, de 2013, destacando a solidão como tema de significação na construção narrativa, o modo como os diretores Cao Guimarães e Marcelo Gomes potencializam a narratologia fílmica através do uso de recursos técnicos, propondo uma inventividade estética que dialoga com a modernidade social contemporânea e a obra clássica de Edgar Allan Poe do século XIX.
Duração e serialidade: os casos de La Flor e Twin Peaks – O Retorno
Milton do Prado Franco Neto (PUCRS)
A proposta deste trabalho é analisar os casos do filme La Flor (2018) e da série Twin Peaks – O Retorno (2017) como exemplos de produtos que pensam e desafiam os limites narrativos e expressivos de seus respectivos formatos. Para isso, nos apoiamos em recentes reflexões sobre as transformações recentes do cinema enquanto estética, dispositivo e instituição promovida por alguns autores na última década (ANDREW, 2010; BELLOUR, 2012; AUMONT, 2013; GAUDREAULT e MARION, 2016; DUBOIS, 2019).

ST Montagem Audiovisual: Reflexões e Experiências – Sessão 2 – Brasil na ilha edição

10/11 às 9h30 – Presencial
O estilo de Waldemar Noya: mais de 40 anos dedicados à montagem cinema
Elianne Ivo Barroso (UFF)
Este trabalho visa identificar as características da montagem de Waldemar Noya através da análise de quatro obras cinematográficas: Também somos irmãos (1949), Aviso aos navegantes (1950), Crônica da cidade amada (1965) e Aguenta coração (1984). A ideia é apontar gestos de montagem inovadores ou que se repitam buscando as marcas de Noya. Ele participou de mais de 90 filmes brasileiros e foi o principal montador da Atlântida até 1962 e prosseguindo depois de forma independente no cinema.
Bacurau fragmentado: transições visíveis como pontuadores da narrativa
Vinicius Augusto Carvalho (UFF)
A comunicação analisa as transições visíveis na montagem de Bacurau (2019). A busca por materialidades estéticas e estruturais na obra de Kleber Mendonça Filho é conduzida por meio de técnicas computacionais de “Visualização da Informação” (MANOVICH, 2013). O debate sobre relações morfológicas e cognitivas no uso das pontuações imagéticas emerge da aplicação do método “TEP” de fragmentação da narrativa de Cutting (2019) e do conceito de “enunciado” e junções “super significantes” de Metz (2014).
A construção da personagem Dilma Rousseff em Democracia em Vertigem
Juliano Vasconcelos Magalhães Tavares (Cefet-MG)
A proposta deste artigo é identificar e analisar sequências do filme Democracia em Vertigem, de Petra Costa, protagonizadas pela ex-presidente Dilma Rousseff. Embora a cineasta se utilize dos métodos observacional e interativo na fase da filmagem, a personagem chega ao público por meio de elementos do documentário tradicional. Isso ocorre em função do uso de recursos de montagem, entre eles, a narração. Com isso, Petra não permite que a mise-en-scène da ex-presidente apareça em primeiro plano.

CI 8 – Encenação e espaço

10/11 às 11h30 – Presencial
Espaço Físico e Lugar Dramático no Cinema: uma perspectiva comparada
Simplicio Neto Ramos de Sousa (ESPM-Rio)
Uma análise comparativa dos usos da dualidade Espaço Físico-Lugar Dramático. Em obras de autores, épocas e países diferentes, um mesmo esforço transfigura, por obra da narrativa e da mise-en-scéne, o espaço físico de fato, pró-fílmico. O mesmo espaço físico do Parque Lage no Rio, um dos exemplos analisados, sugere diferentes lugares dramáticos, de Terra em Transe (1967) e Macunaíma (1969), a experiências mais recentes como Mercenários 3 (2010) ou um clipe do rapper americano Snoop Dogg.
A Mise-en-Scène e o Cinema do Vazio de Yasujiro Ozu
Yasmin Brigato de Angelis (UAM)
Propomos compor a análise dos planos vazios na obra do cineasta japonês Yasujiro Ozu, retratados por espaços vazios, objetos e naturezas-mortas, que compõe um papel importante na narrativa, chegando a durar segundos na tela. São imagens que produzem ambiguidades e alteram o fluxo de continuidade na narrativa. Para ilustrar a análise, utiliza-se o filme Pai e Filha (1949).
A construção de um Espaço edênico em “Me chame pelo seu nome”
RODRIGO CORREA DA FONSECA (PPGCINE)
O presente trabalho tem como objetivo investigar a construção de um Espaço edênico no longa Me chame pelo seu nome (2017). Situando-o dentro do campo do estudos de presença, difundidos por Hans Ulrich Gumbrecht, como uma alternativa às práticas hermeneuticas, buscamos pensar o Espaço enquanto uma experiência sensorial que envolve o corpo do espectador durante o espaço-tempo do filme. Assim, o Espaço edênico é uma zona de conforto e liberdade através de um contato “corpo a corpo” com o mundo.

CI 9 – Conversas e testemunhos

10/11 às 11h30 – Presencial
Imagens do Outro: Imigrantes e Refugiados no Documentário e na Ficção
José Augusto Mendes Lobato (USJT)
Neste texto, propomos uma análise crítica de produções audiovisuais brasileiras que abordam os fluxos migratórios na perspectiva de refugiados. Para isso, resgatamos as características das narrativas de alteridade, seus procedimentos de representação e de que forma são interpretadas. Baseamos a discussão teórica e a análise de recepção – ancorada em entrevistas com dez refugiados e imigrantes de seis nacionalidades – nas teorias da imagem, na filosofia da linguagem e nos estudos culturais.
“A punição” (Jean Rouch, 1960) como batismo dos filmes de conversação
Alexandre Rafael Garcia (UFPR, Unespar)
Com o média-metragem ficcional A punição, gravado em 1960, Jean Rouch deu início a um novo estilo cinematográfico, que foi apropriado por outros cineastas e que hoje identificamos como “filme de conversação”. A partir do embate comparativo das tradições cinematográficas ficcionais e documentais, e das diferenças dos conceitos de diálogo e de conversa(ção), é apresentada uma análise de A punição como marco inaugural em um projeto de experimentação narrativa, estética e do modo de produzir.
Estereótipos na prostituição: reflexões sobre um documentário
Maria Neli Costa Neves (UNICAMP)
Esta apresentação busca refletir sobre o documentário “Cinderelas, lobos e um príncipe encantado” (2009), de Joel Zito Araújo. Analisa, em particular, dois elementos: o “engajamento participativo” (NICHOLS, 2012) do diretor ao longo do filme, entrelaçado aos depoimentos de jovens mulheres negras brasileiras que contam sobre sua experiência de vida dentro de um esquema de exploração pelo turismo sexual.

ST Cinemas negros: estéticas, narrativas e políticas audiovisuais na África e nas afrodiásporas. – Sessão 4 – Afro-fabulações

10/11 às 11h30 – Presencial
Afro-fabulação e bixaria negra no documentário de Marlon Riggs
Bruno F. Duarte (UFRJ)
O trabalho aproxima a análise do documentário “Línguas Desatadas” (Tongues Untied, Marlon Riggs, 1989) ao conceito de “afro-fabulação” desenvolvido pelo historiador, crítico cultural e estudioso da performance Tavia Nyong’o em “Afro-fabulations: The Queer Drama of Black Life” (2018). A dimensão coletiva, encantada e extemporânea do trabalho de produção de imagens por e sobre homens negros gays é apresentada enquanto um ato de “bixaria negra”.
Casa de Luiza: memória e afro-fabulação
Rodrigo Antonio Silva (UFPA)
Casa de Luiza: memória e afro-fabulação, é uma pesquisa-obra em Artes, que parte da reflexão e construção de narrativas visuais de famílias negras no cinema documentário, tendo o falecimento de minha avó como disparador do processo de coleta, colagem e diálogo de distintos vestígios de memória. Enquanto pesquisador-artista, adoto como base discursiva vozes-mulheres, a saber: Beatriz Nascimento (1989), Conceição Evaristo (2005) e Grada Kilomba (2019), num exercício de escrita das imagens.
SALVÍFICOS, MOVIMENTO #1 — ENSAIO MNEMôNICO
Eduardo Silva Salvino (ECA/USP-SP)
Refletir sobre raça tendo a mediação no contexto que envolve o mundo informacional é o que se pretende em “SALVÍFICOS, MOVIMENTO #1 ”, um estudo através de um trabalho poético, homônimo, de 2022 que envolve jogo e inteligência artificial; instalação interativa baseada em Arcade game. Com os banco de dados da Web, a obra problematiza a ideia de referencial imagético e padronagem, empregando a parametrização para refletir sobre o memoricídio ao convidar o público local para a interagir.

CI 33 – Construções de autores

10/11 às 11h30 – Presencial
Um passeio pela obra cinematográfica do pernambucano Fernando Spencer
Claudio Roberto de Araujo Bezerra (UNICAP)
Esta comunicação tem como objetivo apresentar uma visão geral da produção cinematográfica do cineasta Fernando Spencer, uma obra de curtas-metragens vasta e diversa em termos estéticos, narrativos e temáticos, que dialoga com diferentes campos da arte: a literatura, as artes plásticas, a música, a cultura popular e midiática e o próprio cinema. Trata-se, portanto, de uma obra de relevante importância histórica, social e cultural para o cinema de Pernambuco e do Brasil.
O cinema dos simulacros de Brian De Palma
Fernando Oriente (UAM)
Este trabalho pretende abordar a valorização da potência do simulacro no cinema, processo teorizado por Gilles Deleuze (2009) e retomado por Leyla Perrone-Moisés (2005), e a relação entre este conceito e o cinema de Brian de Palma, sobretudo no filme “Dublê de Corpo” (1984). Pretendemos, ainda, demonstrar de que forma a crítica cinematográfica pode ser compreendida como um modo de renovação das teorias do cinema.
Os olhos sem rosto: da rejeição à consagração como clássico cult
Beatriz Saldanha (UAM)
Em 1960, quando Georges Franju estreou Os olhos sem rosto, críticos acusaram a obra de sádica e indigna das possibilidades do diretor. O filme foi relançado em 1987 nos cinemas da França, com uma recepção unanimemente positiva da imprensa, o que mostra que de fato o filme se consagrou como um clássico do gênero, ganhando nacional e internacionalmente o status de filme cult. Interessa-nos neste trabalho nos debruçar sobre essa trajetória de filme rejeitado à sua consagração como clássico cult.

ST Estética e plasticidade da direção de fotografia – Sessão 3 – Cinematografia: entre tecnologia, estética e política

10/11 às 11h30 – Presencial
Visualidades em disputa: cinematografia e tecnologia.
Felipe Corrêa Bomfim (UFF)
Este estudo se apresenta como ferramenta para ampliar as reflexões sobre o campo de disputa das visualidades, com enfoque particular na cinematografia e as relações de poder norteadas por questões étnico-raciais. Para esta pesquisa, mobilizamos um conjunto de estudos a partir da ênfase no percurso do desenvolvimento de tecnologias fotográficas e cinematográficas que, de maneira recorrente, identificou seus usos alinhados ao processo de padronização de seus suportes, técnicas e procedimentos.
Diretoras de fotografia: difusão de dados e desigualdade de gênero
Marina Cavalcanti Tedesco (UFF)
A direção de fotografia é em vários países a função da realização fílmica onde as mulheres estão menos representadas. Em 2019, fotografaram apenas 10,4% dos longas-metragens de ficção brasileiros estreados comercialmente. Considerando que informação e visibilidade são fundamentais para a identificação e superação das desigualdades de gênero, temos construído um banco de dados sobre as fotógrafas dos longas-metragens nacionais. Nesta comunicação, abordaremos as etapas e desafios de tal processo.
O corte das “cores” na cinematografia de Vidas Cinzas
ALINE DE CALDAS COSTA DOS SANTOS (UFOB)Julianna Nascimento Torezani (UESC)
O estudo aborda as escolhas de cinematografia presentes no curta Vidas Cinzas (Martinelli, 2017), que apresenta o Rio de Janeiro em tons de preto e branco em função do corte das cores feito pela prefeitura. Trata-se de uma metáfora para analisar a corrente crise econômica e política nacional. A pesquisa documental é feita a partir de Moletta (2009), Brown (2012), Andrade (2013), Machado (2019), Carreiro (2021). O “corte” das cores evidencia os cortes que são feitos nos direitos das pessoas.

CI 11 – Cinema e educação

10/11 às 11h30 – Presencial
Cinema dos primeiros tempos, infância e a entrada na linguagem
Ludmila Moreira Macedo de Carvalho (UFRB/UFRJ)
No campo do cinema e educação, diversas atividades pedagógicas voltadas para crianças e jovens são pensadas a partir do surgimento do cinematógrafo. Partindo destes exercícios de criação, propomos uma investigação acerca das relações entre a infância e o cinema dos primeiros tempos. Podemos pensar na “invenção” do cinema como um gesto de infância? Infância, assim como o cinema dos primeiros tempos, serão compreendidos enquanto momentos marcados pela entrada na linguagem e suas complexidades.
CINEMA, SEMIÓTICA E EDUCAÇÃO
Sonia Maria Santos Pereira da Rocha (UFRGS)
A importância do conhecimento da linguagem cinematográfica na Educação é o tema deste trabalho. A partir da análise do filme “Precisamos falar sobre Kelvin” (2011), trago as questões semióticas apresentadas na obra e as possibilidades do filme como dispositivo pedagógico de educação do olhar. A fundamentação teórica se dá a partir da semiótica com Landowski e das questões educacionais com Pillar e Fischer.

Palavras-chave: Educação, Cinema, Semiótica discursiva, Formação de professores

O “DESTINO” (2003) DE DALÍ E DISNEY E SEUS USOS NA EDUCAÇÃO
Naiara Leonardo Araujo (UFSC)
O artigo pretende analisar as imagens do curta “Destino” (2003), dirigido por Monfery Dominique, a relação da estética de Salvador Dalí e Walt Disney e suas possibilidades de usos pedagógicos na Educação. Suas imagens entrelaçam signos da estética daliniana, da Walt Disney e de personagens da Mitologia Greco-romana que nos permite analisá-las de maneira interdisciplinar. Assim, investigamos desde seu contexto de produção, suas imagens e possibilidades de usos nas aulas de História e Artes.

PA 4 – E nós não somos mulheres? O protagonismo voltado para os papéis de gênero – Coordenação: Lívia Maria Gonçalves Cabrera

10/11 às 11h30 – Presencial
Feminilidades em duelo: o moral e o imoral em O dragão da maldade
Andrea Rosas de Almeida (UFSCar)
Este trabalho analisa como são representadas Santa e Laura, personagens femininas de maior destaque no filme O dragão da maldade contra o santo guerreiro (Glauber Rocha, 1969). Nesse cenário, Laura é o oposto de Santa, tendo em vista padrões de feminilidade distintos que as constituem como alegorias. Pela metodologia da análise fílmica, este estudo direciona um olhar crítico à análise proposta.
O protagonismo feminino no filme Carlota Joaquina de Carla Camurati.
Priscila Ferreira Gomes (Unicamp)
A investigação do protagonismo das mulheres, a partir da análise do filme histórico Carlota Joaquina, a Princesa do Brazil (Carla Camurati, 1995), possibilita compreender como a nova forma de fazer cinema no Brasil se relaciona com a construção estética feminina, estabelecendo um percurso histórico da presença da mulher no cinema nacional, sob a ótica das Epistemologias Feministas. O ideal é oferecer os meios para um novo pensamento crítico através da força das potências estéticas femininas.
Super-Heroínas da Marvel:Gênero, Colonialidade e Retóricas Neoliberais
Letícia Moreira de Oliveira (UNICAMP)
Ancorada nas noções de Colonialidade de Gênero (Lugones, 2020), Representação (hooks, 2019) e nos trabalhos sobre Feminismos Neoliberais e as Economias de Visibilidade (Fraser, 2019; Banet-Weiser, 2015), proponho analisar traços da construção das super-heroínas protagonistas de filmes recentes da Marvel (Homem Formiga e a Vespa, 2018; Capitã Marvel, 2019; Viúva Negra, 2021), observando como e em quais dimensões a retórica neoliberal e a colonialidade atravessam o gênero nos discursos fílmicos.
Papéis de Gênero em A Maldição da Residência Hill e seus contextos.
GIOVANA VERNILO MENDES (UAM)
O trabalho se dispõe a analisar as representações de papéis de gênero, da família nuclear e das estruturas patriarcais em A Maldição da Residência Hill. Entendendo como a série se constrói dentro do contexto histórico e cultural em que foi criada, levando com consideração o declínio do patriarcado e o estado cultural americano pós atentado do 11 de setembro. A pesquisa é baseada em uma análise narrativa usando como corpus os personagens Hugh, Olivia, Steven e Nell.

ST Estudos de Roteiro e Escrita Audiovisual – Formas e formatos do roteiro

10/11 às 11h30 – Presencial
Aproximações entre o design narrativo do conto e o roteiro de curtas
Joanise Levy (Jô Levy) (UEG)
A partir da constatação de que o aporte teórico-metodológico dedicado às especificidades do roteiro de curta-metragem é insuficiente, este estudo busca sistematizar algumas contribuições dos estudos literários para o desenvolvimento narrativo de roteiros de filmes curtos. Com base nas proposições de Piglia (2000) a respeito do conto, pretendemos analisar filmes de curta-metragem no intuito de identificar o design narrativo que estrutura tais enredos.
O roteiro enquanto formato escrito no cinema brasileiro
Natasha Romanzoti Graziano (UNICAMP)
Este trabalho pretende tecer algumas considerações sobre a cultura do roteiro enquanto formato escrito no cinema brasileiro de ficção através de levantamento bibliográfico e da análise de documentos que atravessam diferentes períodos da nossa cinematografia. O objetivo é mapear alguns dos modelos utilizados ao longo do tempo e levantar hipóteses sobre como as características formais dos roteiros podem se relacionar com o contexto cultural e de produção.
A pior pessoa do mundo: um roteiro audiovisual de ossatura literária
Maria Castanho Caú (UFRJ)
Indicado a diversos prêmios, o roteiro do filme norueguês A pior pessoa do mundo apresenta uma estrutura narrativa que espelha a de um romance, estabelecendo um jogo com a literatura que tem por lastro a conexão de alguns dos personagens centrais com esse universo. Pretende-se analisar a forma como certos elementos, em especial a divisão em capítulos e o recurso à voz-over extradiegética, se organizam dramaticamente para criar um filme de formação (Millenium) com a textura de um romance.

ST Cinema no Brasil: a história, a escrita da história e as estratégias de sobrevivência – Sessão 4

10/11 às 11h30 – Presencial
Trajetórias de uma história lacunar: o caso de “Reminiscências”
Luís Alberto Rocha Melo (UFJF)
Esta comunicação objetiva examinar a trajetória de reconhecimento e de institucionalização de “Reminiscências” (Aristides Junqueira, 1909) na historiografia do cinema brasileiro. O nosso foco de atenção volta-se para duas obras audiovisuais que se interessaram por esses registros familiares e pela figura de Aristides: a série de TV “90 anos de cinema: uma aventura brasileira” (Metavídeo, 1988), e o longa documental “Até onde pode chegar um filme de família” (Rodolfo Junqueira Fonseca, 2018).
A modernidade conservadora paulista singular de Fragmentos da vida
Rubens Luis Ribeiro Machado Júnior (ECA-USP)
Dos poucos ficcionais remanescentes do período mudo paulista que podemos ver hoje, nos pareceu que Fragmentos da vida de Medina, pode ser tomado naquele quadro, na pior hipótese, como artefato dos mais refinados, mesmo em âmbito nacional ou internacional. Algum debate de sua fortuna crítica traz certa apreciação admirada de sua fatura no aspecto formal e testemunha interpretação inequívoca de seu viés conservador no âmbito do conteúdo. Cumpre-nos analisar criticamente tal relação forma-conteúdo.
Dois documentários sob a perspectiva da historiografia audiovisual
Arthur Autran Franco de Sá Neto (UFSCar)
A comunicação proposta aborda os documentários São Paulo: sinfonia e cacofonia (1994) e Sobre os anos 60 (1999), dirigidos por Jean-Claude Bernardet. O objetivo é analisar estas obras a partir dos discursos historiográficos construídos por elas. A hipótese central de trabalho é que ambas são respostas à crise do discurso sobre o passado do cinema nacional que Bernardet diagnosticou no seu livro Historiografia clássica do cinema brasileiro.

ST Teoria de Cineastas – Sessão 4 – Teoria e processos de criação

10/11 às 11h30 – Presencial
Conceito de Cineasta: identificação, atividades e processo de criação
Eduardo Tulio Baggio (Unespar)
A proposta dessa comunicação é aprofundar esses três pontos distintivos do conceito de cineasta em relação ao conceito de autor. Pretendo trazer aportes para o conceito de cineasta com base em três princípios: cineasta enquanto pessoa com atividade criativa na feitura de filmes; cineasta como parte de equipes ou grupos que fazem filmes em processos coletivos; e cineastas enquanto pessoas que ao fazerem filmes tecem obras a partir de contextos e relações dialógicas inerentes à vida em sociedade.
O retorno em Velázquez: pensamento e forma no cinema de Jorge Furtado.
DANILO LUNA DE ALBUQUERQUE (UAM)
Em Velázquez e a teoria quântica da gravidade (2011), Furtado explora o uso das colagens e da voz over como método de construção cinemato1gráfica. O uso desses procedimentos acena um retorno ao estilo que destacou o cineasta gaúcho dentro da história do cinema brasileiro. Esta comunicação pretende examinar o uso desses marcadores estilísticos no curta metragem e, de forma complementar, a partir de entrevistas, discute o pensamento e o modo de elaboração fílmica por trás da obra do diretor.
“O Raio Verde” (1986) de Éric Rohmer: a entrada do acaso em cena
Giovanni Alencar Comodo (UNESPAR)
Situada no âmbito da Teoria de Cineastas, esta pesquisa aborda a presença do acaso no processo criativo do cinema de Éric Rohmer, especialmente em “O Raio Verde” (1986). A análise de uma cena próxima do final desta produção, aliada à escritos e entrevistas do realizador, revelam um cineasta até então mais conhecido pelo seu rigor formal disposto em sua poética a uma abertura e incorporação de eventos inesperados fora de seu controle (chamados aqui de acasos), atingindo resultados inovadores.

ST Cinema experimental: histórias, teorias e poéticas – Sessão 4

10/11 às 11h30 – Presencial
Pensar o intolerável: videoperformance do Portapack ao Facebook
Juliana Garzillo Cavalcanti (USP)
Esta reflexão parte da videoperformance sem título (2017) de Vera Holtz, publicada no Facebook oficial da atriz. Pensa-se a proximidade dela com as obras da primeira geração de videoartistas brasileiros da década de 1970 e sua atitude de resistência à repressão, apesar da distância cronológica e tecno midiática entre elas. O corpo que performa para a câmera em tempo real caracteriza tais vídeos, que pensam o intolerável (PARENTE, 2009) de suas respectivas épocas.
Videoperformance e arte de instruções: dispositivos de criação
Carla Miguelote (UNIRIO)
O trabalho investiga as relações entre videoperformance e arte de instruções. Buscamos, inicialmente, uma aproximação entre a arte de instruções e o que Fabião (2013) chama de “programa performativo”. Observando que ambas as noções remetem à ideia de partitura (GACHE, 2017), interessa-nos seu duplo estatuto: programa-execução. Nesse sentido, pensaremos a instrução para videoperformance não como roteiro a ser filmado, mas como “motor da experimentação” a ser vivida em confronto com a câmera.
Dança e ritual na obra de Maya Deren
Cristian Borges (USP)
Maya Deren explorou como poucos, no cinema, a noção de “geografia criativa” (Kulechov) e a natureza performática do transe, enfatizando seus aspectos coletivos. Afeita à psiconeurologia (Bekhterev), ela conjugará técnicas sociais e atividade mental em seus textos teóricos como em seus filmes, fazendo as sensações subjetivas das personagens corresponderem a trucagens fílmicas objetivas, com uma forma ritualística que despersonaliza o indivíduo em prol de um entendimento coletivo de transformação.

MESA Os estudos feministas, queer e transfeministas e os Estudos de Cinema

10/11 às 11h30 – Presencial
Mulheres negras e o QuilomboCinema
tatiana a c costa (UFMG)
O que fazem as mulheres negras no cinema brasileiro contemporâneo? Para além de dizer de um conjunto vigoroso de filmes realizado por e com essas mulheres, o que se propõe aqui é um olhar para um pensamento sobre mundo e sobre uma existência com e no cinema articulados a partir do feminismo negro. A noção de quilombo aqui encarna a genealogia que Maria Beatriz Nascimento faz do termo, apontando essa forma de resistência como “instrumento ideológico”, uma “ficção participativa”.
A rede Caleidoscópio e os Estudos Feministas de cinema
Karla Bessa (UNICAMP)
A Rede Caleidoscópio tem como objetivo instigar a constituição e fortalecimento das áreas de pesquisa em gênero, sexualidades e mulheres, em suas respectivas inserções disciplinares. Partindo do escopo e objetivos da rede e da conjuntura política atual, marcada pelo conservadorismo e por políticas antifeministas e antigênero, escassez de verbas para pesquisas; esta apresentação propõe breve balanço da chegada de novas abordagens feministas no interior dos estudos de cinema com foco na SOCINE
Figuras traçadas com os dedos: aproximação ao desejo lésbico no cinema
Ramayana Lira de Sousa (UNISUL)
O escopo deste trabalho é duplo: em um primeiro momento, busca oferecer um panorama das investigações sobre o cinema lésbico e sobre como as questões lésbicas atravessam os estudos do cinema apresentadas nos últimos 10 anos nos encontro da SOCINE. Um segundo movimento é pensar as linhas de força desse pensamento em construção dentro da SOCINE, salientando os principais nós temáticos, teórico-metodológicos, estéticos e políticos que podem apontar para a consolidação de um campo de estudos.

CI 16 – Potencialidades do documental

10/11 às 11h30 – Presencial
Pessoas embarcações em filmes no Porto de Santos ontem e hoje
Ana Caroline de Almeida (UFPE)
Porto de Santos, de Aloysio Raulino (1978) colide com Estamos todos aqui, de Chica Santos e Rafael Mellim (2017). Dois filmes que partem de pequenos ou grandes levantes dentro do território do Porto de Santos para elaborar dinâmicas diversas de relação entre câmera e os corpos por ela filmados. As conversas entre esses filmes abrem debates sobre subversões ao “modelo sociológico” (BERNARDET, 2003) e gestos ainda mais radicais de inundar as bordas entre o documental e a ficção.
Para una condición performativa del documental en Chile y Brasil 2010-
Ivan Pinto (Universidad de Chile)
La ponencia busca establecer un análisis comparativo de nuevos regímenes de representación documental surgidos en Brasil y Chile entre los años 2010 y 2020. Se instala aquí una pregunta en torno a una determinada “condición performativa” del cine documental, apelando a un giro sensible hacia las imágenes, desde problemáticas que tienen relación con lo material, el archivo y lo afectivo. Interrogamos obras de ambos países emergidas en los últimos años, interrogando, en definitiva, la cuestión de
Por um cinema que aumente o caudal dos rios
JANAINA WELLE (Unicamp)
A presente comunicação visa refletir sobre as potencialidades do cinema documentário enquanto produtor de narrativas anti-extrativistas a partir da análise de seis documentários sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte e seus impactos.

ST Montagem Audiovisual: Reflexões e Experiências – Sessão 3 – Da tecnologia à sensorialidade

10/11 às 11h30 – Presencial
Vídeos-cor: a tela monocromática na videografia de Brígida Baltar
Fernanda Bastos Braga Marques (UFRJ)
Nesse artigo analisamos seis dos mais de 50 vídeos da artista brasileira Brígida Baltar. Eles formam o grupo dos vídeos-cor, obras em que a ela utiliza a tela monocromática gerada eletronicamente como elemento estrutural da narrativa e da ambiência, uma vez que a luz emitida transborda a tela refletindo-se no espaço expositivo e no espectador. Em busca dessa sensorialidade, combinam-se diversos recursos da montagem, como as fusões longuíssimas e o slow-motion.
Host, Husserl e Horror: A Montagem de Emparelhamento
Alex Ferreira Damasceno (UFPA)
O trabalho reflete sobre a montagem do filme Host (2020) a partir do conceito de emparelhamento, de Husserl. Parte-se da ideia de que cada plano do filme delimita um sujeito-na-imagem, na corporificação dos personagens em uma videoconferência. O emparelhamento age como o componente de associação dos diferentes planos/corpos. Esse tipo de montagem é o fundamento do gênero de horror no filme, à medida que o medo é produzido das relações intercorpóreas entre personagens (e também com o espectador).
Espaço negativo – matéria, tempo e a inscrição da luz no cinema
Silvia Okumura Hayashi (FAAP)
Filmes produzidos em celulóide não desapareceram da produção cinematográfica mesmo com o desenvolvimento de câmeras de cinematografia digital de alta resolução. Este trabalho reflete sobre a persistência no uso do celulóide na produção cinematográfica recente e sobre os pontos de contato e conflito entre os processos analógico e digital de produção de imagens, com ênfase no processo de inscrição da luz e o registro do tempo no cinema.

ST Cinemas mundiais entre mulheres: feminismos contemporâneos em perspectiva – Sessão 3

10/11 às 14h30 – Presencial
Práticas decoloniais do coletivo colombiano Al Borde Producciones
Maíra Tristão Nogueira (UFRJ)
Analisamos o coletivo de cinema colombiano feminista Al Borde Producciones, a partir dos conceitos de colonialidade de gênero e colonialidade do ver. Al Borde atua com práticas artivistas, na formação, produção e distribuição dos trabalhos audiovisuais de mulheres e pessoas transgêneras. Dessa forma, a atuação e as imagens produzidas pelo coletivo se inserem nas resistências à diferença colonial, propiciando novas leituras estéticas dos políticos e um novo regime visual latino-americana.
Reencantar e perturbar o cinema com mulheres originárias
Sophia Pinheiro (PPGCine-UFF)
Busco historicizar o cinema indígena feminino brasileiro, dos anos 2000 até o presente. Com minhas interlocutoras, concebo que há uma articulação ao sentipensar (Orlando Fals Borba, [1984] 2002; Lia Pinheiro, 2019) e no sentir, pensar e agir (Mignolo, 2018) através da epistemologia ch’ixi (Cusicanqui, 2018) em que as cineastas perturbam e reencantam os cinemas através de seus processos cosmológicos com práticas artísticas e pensamentos visuais que acontecem junto com a vida.
Reflexões sobre os coletivos contemporâneos de mulheres do cinema
Danielle Parfentieff de Noronha (UFF)
Esta comunicação, fruto de uma pesquisa em desenvolvimento, tem o objetivo de entender a organização dos coletivos de mulheres do cinema e audiovisual brasileiros e refletir sobre os modos como estão tensionando para reconfigurar as equipes e a produção realizada no país . Nesse sentido, busco compreender como a lógica coletiva fomenta os debates sobre a importância da pluralidade no cinema, bem como entender como essa estratégia do coletivo possibilita mudanças nas vidas das profissionais.

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 3

10/11 às 14h30 – Presencial
Festa do catálogo: mídias físicas, tecnostalgias e descartabilidade
Talitha Gomes Ferraz (ESPM/PPGCine-UFF)Sabrina dos Santos Monteiro (PPGCine-UFF)
Este trabalho busca investigar à luz das noções de “tecnostalgia” e “descartabilidade das mídias”, as interações entre os colecionadores/consumidores e o mercado distribuidor de filmes em mídia física (DVD e blu-ray), a partir da análise de postagens nas páginas do Facebook: Fora de Catálogo, Blog do Jotacê e Curtindo filmes adoidado, enfatizando a “Festa do Catálogo”, ocorrida no Brasil em 2020, resultante da interação direta entre colecionadores/consumidores e distribuidoras de filmes.
O Marketing do Desejo II: 1997-2022
João Luiz Vieira (UFF)
A partir da contribuição de Ross Melnick no recente “Hollywood Embassies: How Movie Theaters Projected American Power Around The World” (2022), a pesquisa retorna a um texto pessoal de 1997 para investigar o engajamento do público feminino como consumidor de filmes e de cosméticos, promovendo um curto circuito entre o estrelismo das telas (star system), seu padrão de beleza hegemônico e espectadoras pelo Brasil. O caso estudado é o Cine Palácio, RJ e seu “powder room” (sala de maquiagem).
Tecnofilia: modos de ver e ouvir, tecnologias e colonialidade
JOSE CLAUDIO S CASTANHEIRA (UFF)
O contexto em que a cinefilia e a audiofilia ganham importância é aquele dentro do qual são desenvolvidos novos padrões técnicos de produzir e consumir filmes e músicas. A cinefilia era vista por muitos de seus praticantes como uma forma de “aprender a ver” (Baecque, 2010). A audiofilia definiu formas de se relacionar com o material sonoro e rígidos protocolos de controle técnico. A padronização de elementos técnicos e estéticos sujeita produções locais a uma dependência de soluções externas.

MESA Cinema negro brasileiro – concepções nativas, demandas locais

10/11 às 14h30 – Presencial
Antônio Pitanga: a persona revolucionária no Cinema Novo
Carolinne Mendes da Silva (PMSP)
A apresentação tem por objetivo realizar uma análise de alguns personagens de filmes que fizeram parte do Cinema Novo brasileiro e que foram vividos pelo ator Antônio Pitanga, tomando a masculinidade negra como categoria de análise. Objetiva-se compreender como as características de raça e gênero estiveram imbrincadas na construção de personagens considerados revolucionários e que, por vezes, expressavam a própria perspectiva dos diretores dos filmes.
Audiovisualidades negras e feministas: construção de novos imaginários
Rosane da Silva Borges (USP)
Este artigo tem como propósito examinar o debate em torno das representações imagéticas de mulheres negra, com ênfase no cinema, que tornou-se a pedra angular das reflexões atinentes às políticas de reconhecimento contemporâneas. Numa sociedade em que o racismo é categoria que hierarquiza as relações sociais, tornou-se inevitável o escrutínio das formas de representação dos grupos historicamente discriminados no audiovisual, considerando que a visibilidade é fator que garante a existência.
Sobre as propostas para o cinema negro brasileiro
Noel dos Santos Carvalho (UNICAMP)Teresa Cristina Furtado Matos (UFPB)
Nossa proposta é fazer uma reflexão crítica sobre os usos do termo cinema negro brasileiro. Para tanto faz uma breve passagem sobre as suas diversas concepções e em seguida procura reter algumas recorrências e dissonâncias.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 3: Projetos sonoros

10/11 às 14h30 – Presencial
Invisibilidades ameaçadoras em Zama (2019) e The Headless Woman (2008)
Damyler Ferreira Cunha (UFS)
Quais as particularidades do tratamento sonoro em Zama? Existe algum modo de organização dos sons que já estava presente em outros filmes realizados por Martel? Observamos, a partir da análise das trilhas sonoras de The Headless Woman e Zama, que algumas estratégias de uso dos efeitos sonoros e dos sons ambientes se repetem. Sons que podem ser sutis ou exagerados, mínimos ou densos e volumosos, pontuais ou ainda exageradamente rarefeitos, etéreos.
O som sintético artesanal de Norman McLaren
Maria Kauffmann (USP)
Norman McLaren tem uma obra marcada por experimentações com o aparato do cinema. Nesta apresentação, será enfocado seu trabalho com trilhas sonoras de som sintético, desenvolvidas entre as décadas de 1940 e 1970. Buscamos apresentar o funcionamento geral da técnica de síntese sonora em película e suas sonoridades, detalhar os procedimentos utilizados em seus filmes e apresentar ferramentas de análise destas trilhas sonoras a partir de um sistema de notação gráfica.
Parâmetros do desenho sonoro de documentários: o filme Guerra Cultural
Roberval de Jesus Leone dos Santos (UFBA)
Esta Comunicação discute uma pesquisa sobre os parâmetros necessários à constituição de um desenho sonoro planejado para o som de documentários, tomando como objeto de investigação o projeto de documentário intitulado Guerra Cultural, em fase de desenvolvimento, que tem por tema o direito à cultura a partir da trajetória institucional do extinto Ministério da Cultura.

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Sessão 3: Abordagens comparativistas

10/11 às 14h30 – Presencial
O que me move? Sagas da identidade nos docs de Carrasco e Descout
denise tavares da silva (UFF)
Os docs En el murmullo del vento (2018), de Nina Wara Carrasco, e Castelo de Terra (2020), de Oriane Descout, constroem narrativas norteadas pela busca da identidade e sentido da vida. Submetidos à matriz biográfica, os filmes se pautam por temporalidades distintas: enquanto no documentário de Carrasco a viagem se desenha pelo passado do pai, promovendo retorno a seu idílico lugar de infância, a obra de Oriane testemunha uma saga tracejada pelo sonho futuro de encontrar o “seu” lugar no mundo.
Os cursos de Cinema da UNL e da UnB: experiências teórico-práticas
Letícia Gomes de Assis (UFSCar)
Os cursos de Cinema oferecidos pelo Instituto de Cinematografía da Universidad Nacional del Litoral (UNL), na Argentina, e pela Universidade de Brasília (UnB), no Brasil, estão entre as primeiras experiências de ensino superior de Cinema em seus respectivos países. Neste sentido, propomos o estabelecimento de comparações entre as duas iniciativas, a fim de investigar a centralidade conferida às relações entre teoria e prática, no quadro do ensino superior de cinema na Argentina e no Brasil.
Empregadas domésticas na comédia latino-americana: questões metodológi
Fabián Rodrigo Magioli Núñez (UFF)
Nosso propósito é refletir questões teórico-metodológicas para um estudo de personagens de empregadas domésticas em comédias do cinema latino-americano clássica, com um estudo de caso entre ‘Cándida’ (Argentina, 1939), de Luis Bayón Herrera, e ‘Minervina vem aí!’ (Brasil, 1959), de Eurides Ramos.

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Sessão 3

10/11 às 14h30 – Presencial
No tempo da oralidade: estética e crítica em Apichatpong
EDUARDO CHATAGNIER BORGES PEREZ (USP)
Debruçados sobre os filmes Misterioso Objeto ao Meio Dia e Eternamente Sua de Apichatpong Weerasethakul, refletimos sobre o papel da oralidade e sua decorrente “movência” na obra do diretor, que acarreta na criação de “temporalidades imiscíveis” e diferentes perspectivas que desestabilizam a ideia de um narrador central, bem como desafiam o próprio aparato de registro do qual os filmes são, inevitavelmente, cria.
Pós-memória e trauma colonial em Um animal amarelo
Paulo Cunha (UBI)
O objetivo desta proposta é fazer uma leitura multidisciplinar deste filme de coprodução luso-brasileira a partir das abordagens trabalhadas nos estudos acerca da pós-memória (Hirsch) e do trauma (Andermahr, Kilomba), procurando compreender as complexas relações entre indivíduos, comunidades, e as relações de poder e de opressão. Interessa-me ainda refletir esta obra enquanto manifestação de trauma nos contextos local, nacional e transnacional.
Poéticas e estéticas decoloniais em videoclipes latino-americanos
Geisa Rodrigues (UFF)
Este trabalho busca investigar videoclipes latino-americanos produzidos a partir da segunda década do século XXI que configuram experiências poéticas e estéticas decoloniais com potencial transformador. As estratégias de ocupação destes corpos se dão por meio do uso de diferentes referências estéticas, numa espécie de profanação multifatorial de referências, instaurando um “lócus fraturado” e uma experiência de fronteira em obras audiovisuais com grande capacidade de circulação e disseminação.

ST Outros Filmes – Sessão 2

10/11 às 14h30 – Presencial
“Pira” e as tomadas da cidade pelo Super-8 subversivo
Mayra Coelho Jucá dos Santos (CPDOC)
“Pira”, dirigido por Sérgio Péo, é um curta metragem experimental realizado em Super-8 em 1972, no Rio de Janeiro. Ao analisar “Pira”, este trabalho investiga a produção em Super-8 nos anos 70 como documento histórico de uma prática cinematográfica artística-política, subversiva e espacializada. A ocupação do espaço público com uma câmera sob condições adversas, em pleno AI-5, instrumento de máxima repressão da ditadura militar vigente na época, é a chave de análise empregada neste trabalho.
ANTECEDENTES DE 1964: A TRAJETÓRIA DE UM FILME ÓRFÃO
Mariana Lambert Passos Rocha (FGV)
A partir da noção de “filmes órfãos” pretendo compreender a trajetória de patrimonialização no Arquivo Nacional do filme intitulado “1964 Antecedentes”, cuja proveniência e realizador permanecem desconhecidos. Apresenta em seus cerca de 30min imagens de situações-chave que fazem parte do contexto do golpe empresarial-militar de 1964. Discuto ainda a retomada dessas imagens em produções audiovisuais nas últimas décadas, a partir da perspectiva da historiadora Sylvie Lindeperg.
Inês e Norma : caminhos cruzados em imagens, arquivo e militância
Patricia Furtado Mendes Machado (PUC)Thais Blank (FGV CPDOC)
A presente comunicação é um desdobramento de uma pesquisa iniciada em 2018, que tem como objetivo mapear, coletar e analisar imagens em movimento realizadas no âmbito privado no Brasil no período da Ditadura Civil-Militar (1964 e 1985). Na caminho traçado pela pesquisa, fomos levadas ao encontro da atriz Norma Bengell, conhecida por encarnar papéis de vedetes e mulheres sensuais no cinema Brasileiro, com Inês Etienne, militante política e única sobrevivente da Casa da Morte.

ST Estética e teoria da direção de arte audiovisual – Sessão 2

10/11 às 14h30 – Presencial
Nos dilemas da visão: o papel da direção de arte na construção da visu
Elizabeth Motta Jacob (UFRJ)
Este estudo tem como objeto o filme Esplendor (2017) da realizadora japonesa Naomi Kawase. Analisaremos como, através de uma câmera que assume o lugar do olhar do espectador e trabalha a partir de uma proximidade participativa com o que vem a ser filmado e do hábil agenciamento dos meios expressivos próprios ao campo da direção de arte, se dá a construção de uma visualidade que desliza do ótico para o háptico capaz de atingir sensorial e sinestésicamente os espectadores.
Prata Palomares e o desenho da cena por Lina Bo Bardi
Rafael Vieira Blas (Mackenzie)
O artigo versa sobre os métodos adotados por Lina Bo Bardi na construção de Prata Palomares. O contexto político-social que ronda a feitura da película e a aproximação da arquiteta com o Teatro Oficina deixam lastros sobre as escolhas visuais arregimentadas. Técnica e poética se misturam em favor da dramaturgia surrealista, evocando soluções engenhosas para contar uma história de argumento espinhoso, de difícil deglutição, crítica ao regime ditatorial imposto ao Brasil desde a débâcle de 1964.

ST Cinema e Educação – Cinema, território e aprendizagens

10/11 às 14h30 – Presencial
Por uma pedagogia engajada para a (re)invenção de futuros no cinema
Yanara Cavalcanti Galvão (UFS)
Neste trabalho, inspiro-me nas propostas de pedagogia engajada e atitude revolucionária, pensadas por bell hooks (2013;2019), para então aproximá-las das nossas práticas que articulam o cinema e educação na contemporaneidade. Para tanto, parto de um relato de experiência.
Educação Audiovisual na Escola: O que podemos aprender com crianças?
Liana Lobo Baptista (UFMG)
Esta pesquisa-ensino cartografa encontros de uma turma de crianças do CP/UFMG com a Educação Audiovisual. A partir das interações nas aulas de Arte, a professora-pesquisadora busca escutar e evidenciar o que as crianças propõem, inventam e tensionam como Educação Audiovisual. Nos processos de criação e apreciação, as falas e envolvimento das crianças sugerem um espaço-tempo do estar juntos, do perguntar e perceber possibilidades, do dar risada, e do compartilhar.
Agenciamentos-escolares-audiovisuais em meio a avanços neoliberais
Luiz Augusto Coimbra de Rezende Filho (UFRJ)Luciana Ferrari Espíndola Cabral (CEFET-RJ)
Com o recrudescimento do projeto neoliberal na educação, discutimos aqui perspectivas para o audiovisual no ensino. Analisamos a despotencialização e a captura da agência de professores produtores de videoaulas. Discutimos ainda experiências de produção audiovisual que se apresentam como agenciamentos coletivos entre professores e alunos como vias de ação a serem trabalhadas na exterioridade do neoliberalismo, para uma educação pelo desenvolvimento da liberdade e da criticidade.

CI 10 – Sensorialidades

10/11 às 14h30 – Presencial
“Todas esas películas duermen en nosotros”: jogo de sonho em Raúl Ruiz
Marcel Gonnet Wainmayer (PPGCine-UFF)VANESSA TEIXEIRA DE OLIVEIRA (PPGAC-UNIRIO)
O presente trabalho analisa dois filmes do cineasta franco-chileno Raúl Ruiz (1941-2011): Combate de amor em sonho (Combat d’amour en songe, 2000) e A hipótese do quadro roubado (L’hypothèse du tableau volé, 1978), destacando procedimentos relacionados ao sono e ao sonho como motores de um antigênero cinematográfico: o jogo de sonho. Esta poética onírica estaria ligada, segundo Ruiz, a um “cinema xamânico”, um cinema que possibilitaria viagens entre mundos diferentes.
CINEMA E SUAS MANIFESTAÇÕES DE PRESENÇA: AS “NARRATIVAS SENSORIAIS”
Henrique Nogueira Neme (PUC-SP)
Propõe-se a análise e problematização de obras cinematográficas, no século XXI, que desenvolvem “narrativas sensoriais” (GONÇALVEZ, 2014). Estas são obras construídas por “blocos de afetos e sensações” e “efeitos de presença” (GUMBRECHT, 2010), explorados durante a relação entre articulação em imagens e os corpos inseridos no campo da imagem. Que presença tem a narrativa cinematográfica e de que modos as “narrativas sensoriais”, no cinema do século XXI, instituem outros caminhos narrativos?
Homens do Amanhã: O Super-Homem, o corpo e a assombrologia.
Matheus de Arruda Morais (UFPE)
O foco é na exploração do “super-herói” como uma ideia de corporalidade futurista para “O Homem do Amanhã” em futuros que nunca vieram, a partir da teoria do Cinema Háptico e do cinema como experiência fisiológica, como codificado por teóricos como Jennifer Barker, Linda Williams, Thomas Elsaesser e Malte Hagene em comparação com o conceito de “assombrologia” do futuro perdido de Mark Fisher. A análise será feita pelo recorte dos chamados “filmes de super-herói” em voga nas últimas duas décadas.

CI 18 – Pós-cinemas

10/11 às 14h30 – Presencial
O audiovisual em telas expandidas: possibilidades de imersão narrativa
João Cláudio Simões de Oliveira (JC Oliveira) (UFRJ)
Como pensar e escrever narrativas para realidades expandidas (XR)? Como as regras e os conceitos do audiovisual tradicional, do cinema e da TV, se adaptam em uma tela que não possui bordas? A proposta de comunicação pretende discutir as características de linguagem desses formatos, a partir de experiências práticas na realização de obras em XR.
Narrativas Alagmáticas, Escritas Tecnoestéticas
CARLOS FEDERICO BUONFIGLIO DOWLING (UFPB/UFRJ)
O presente trabalho analisa os processos de criação e desenvolvimento do filme-instalação ficcional digitalmente expandido em Realidade Virtual Interativa [RVi] , livremente adaptado do conto A ESCRITA DO DEUS (Jorge Luis Borges, 1998), desenvolvido através da metodologia de pesquisa-criação [research-creation], integrando simultaneamente a tese “KINE DATA: Cinemas_Dados: Imagens Cosmotécnicas, Narativas Alagmáticas”, e o projeto seriado em animação gráfica “ANIMA LATINA” (2017-2023).
Acenos para depois do cinema: The Deserted e Days, de Tsai Ming-Liang
RENATO TREVIZANO DOS SANTOS (USP)
O trabalho aborda The Deserted (2017) e Days (2020), de Tsai Ming-Liang: em ambos, o protagonista Hsiao Kang é observado de perto, detidamente. The Deserted, sendo um experimento em VR, levanta questionamentos sobre os limites das mídias e, como propõe Tsai, sobre o futuro do cinema. Days, como outros filmes de Tsai que contestam as fronteiras entre o espaço do cinema e o da galeria de arte, por exemplo, é ralentado, contemplativo e atmosférico, também expandindo o que o cinema pode ser.

PA 10 – Ficções contra-hegemônicas nos limites da representação e da tradição – Coordenação: Alexandre Kenichi Gouin

10/11 às 14h30 – Presencial
A Aposta de Elaine Benes
Francisco Gabriel Garcia (UAM)
O trabalho apresenta uma reflexão sobre a forma como a personagem Elaine Benes, da sitcom Seinfeld, comédia televisiva americana dos anos 1990, articula representações da mulher que destoam de uma cultura humorística em que predominam representações machistas. Considerando o contexto tanto de produção da série quanto de sua recente disponibilização na plataforma de streaming Netflix, são analisadas passagens importantes da personagem e textos que integram a circulação midiática da produção.
A construção do narrador na trilogia do luto, de Cristiano Burlan
Luís Fellipe dos Santos (UERJ)
Este trabalho versará sobre a construção do narrador que surge na trilogia de Burlan ao longo dos três filmes em questão, que tratam sobre a morte do seu pai, do seu irmão e de sua mãe, sobre a maneira com que esse narrador vai aparecendo e sendo construído. Tentará se compreender a maneira com que esse narrador vai se constituindo enquanto personagem e pessoa, lembrando do conceito Pessoa-Personagem de Bernardet, e vai se ficcionalizando em sua própria vida.
Trabalho e desejo em No Coração do Mundo
Jailson Ramos de Oliveira (Unicamp)
Nesta comunicação, falaremos sobre como o longa-metragem No coração do mundo (Gabriel Martins e Maurílio Martins, 2019) representa um conjunto de personagens trabalhadoras, distintas em suas formas de se relacionar com o trabalho e, por consequência, com desejos também diferentes. Para tanto, enfocaremos nossa análise nos elementos realistas da obra, nos atentando especialmente às questões do cotidiano, das paisagens e da performatividade das memórias e dos encontros.
A imagem do segredo e o segredo da imagem
Gustavo Mota Alves Assunção Nogueira (Gustavo Maan) (PPGCOM)
Este trabalho pretende investigar, a partir de uma análise comparativa, a forma com que os documentários Iaô (1976), de Geraldo Sarno, e Iyá-mi-agbá – Mito Metamorfose das Mães Nagô (1981), de Juana Elbein dos Santos, retratam a liturgia do candomblé no Brasil, focando particularmente no embate entre o carácter público da espectatorialidade cinematográfica e as dinâmicas de segredo que envolvem as religiões afro-brasileiras.
Palavras-Chave: Documentário; Candomblé; Segredo; Análise Comparativa

ST Cinema Comparado – Sessão 2: Revisões críticas do cinema brasileiro

10/11 às 14h30 – Presencial
Posteridades de Limite (Mário Peixoto, 1931) no Cinema Brasileiro
Mateus Araujo Silva (ECA-USP)Livia Azevedo Lima (ECA-USP)
A comunicação questiona o postulado historiográfico segundo o qual Limite (Mário Peixoto, 1931) não teve precursores nem sucessores no Brasil. Atendo-nos ao caso dos seus sucessores, apontamos três dimensões da sua posteridade no cinema brasileiro: 1) a iconografia que reforça o motivo do marasmo e da morte em meio a situações de precariedade material de vilarejos remotos; 2) a narrativa estruturada pelo retrospecto agônico dos personagens; 3) o trabalho de autonomização visual da câmera.
Oswald de Andrade no cinema brasileiro da Abertura: história e memória
Luiz Ancona (FFLCH-USP)
O trabalho analisará três filmes brasileiros do início dos anos 1980: O homem do pau-brasil (Joaquim Pedro de Andrade, 81), Tabu (Júlio Bressane, 82) e O rei da vela (José Celso Corrêa e Noilton Nunes, 82). Além da proximidade temporal, os filmes adaptam, cada qual a sua maneira, vida e obra do escritor brasileiro Oswald de Andrade. A comunicação identificará e contrastará as representações e memórias construídas por cada filme acerca do legado oswaldiano e da história do modernismo brasileiro.
“Um cinema divino e maravilhoso”: diálogos de Caetano e Glauber
Claudio Leal (USP)
Glauber Rocha e Caetano Veloso se conheceram superficialmente no ambiente cultural de Salvador, nos anos 60, e desenvolveram um diálogo posterior sobre cinema ainda não avaliado de forma concentrada. Entre as primeiras críticas de Caetano está uma análise de “Barravento”, em 1962. A partir de 1967, com “Terra em Transe”, essencial na deflagração do movimento tropicalista, a relação entre os dois se aprofunda. Este trabalho pretende abordar os pontos centrais desse diálogo crítico.

MESA Corpo, gesto e política no audiovisual contemporâneo

10/11 às 14h30 – Presencial
Cada passo é um gesto: Considerações sobre dois filmes de Tsai Ming-Li
Reno Beserra Almeida (UFPE)
Neste trabalho partimos de dois filmes do diretor taiwanês Tsai Ming-Liang, Walker (2012) e Journey to the West (2014), para discutirmos o gesto que se desdobra no caminhar do personagem em comum deste dois filmes, um monge que anda lentamente, vestido apenas com um robe vermelho. Argumentamos que tal gesto se situa entre a performance e a política, ensejando, mesmo que de maneira efêmera, novas possibilidades de vida e de representação da experiência sensível, as quais nos interessa discutir.
Gesto e política em Faz que Vai (2015)
NINA VELASCO E CRUZ (UFPE)
O trabalho “Faz que vai” (2015), de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, será analisado a partir do conceito de gesto (AGAMBEN). Pretende-se discutir como a relação entre o fixo e o estático na obra desses artistas promove uma imagem gestual em que o corpo se coloca como lugar de potência e resistência política.
Tecendo corpo, imagem e gesto em tempos de ruínas
andrea de arruda ferraz (UFPE – PPGCOM)
Partindo da criação e produção do longa-metragem AGORA (2020), o presente estudo atravessa noções de imagem, corpo e gesto, para pensar a hiper-exposição das imagens e seu consequente esvaziamento. Diante das visibilidades máximas de que nos fala Marie-José Mondzain, qual o gesto possível das imagens? Costurando linhas entre teoria e prática iniciamos uma reflexão sobre quais imagens nos libertam e quais nos aprisionam.

CI 21 – Cinemas brasileiros contra os conservadorismos

10/11 às 14h30 – Presencial
A dinâmica do caos nas distopias do cinema contemporâneo brasileiro
Arthur Fernandes Andrade Lins (UFF/UFPB)
Construindo seus mundos futuristas dentro de uma sensibilidade distópica impregnada pelos enormes retrocessos no campo da política institucional brasileira, os filmes ‘Era uma vez, Brasília’, de Adirley Queirós e ‘Sol Alegria’, de Tavinho Teixeira, incorporam a ruptura como crença em seu potencial desestabilizador, liberando as forças políticas do caos ao provocar um imaginário em desordem, abrindo espaço para novas relações de sentido que não se construam na progressão interna da narrativa.
A Sétima Arte: a extrema direita invade o audio-visual
Lucas Carlini Lespier (IA/Unicamp)
Este texto propõe uma reflexão sobre o cinema e suas conexões sociais e políticas. Como parte da série documental A Sétima Arte (2021) da produtora Brasil Paralelo. Analisamos o episódio – A teoria do parasita pós-moderno no cinema – apresentado pelos realizadores como central pois discute o caráter ideológico do cinema atual. O texto, elaborado em conjunto, é parte dos debates sobre a ascensão da extrema direita no Brasil tema de pesquisa de Iara Beleli nos últimos anos.
“Uma aidizinha aí vai bem, né?”: o vírus e o prazer na Boca do Lixo
Henrique Rodrigues Marques (UNICAMP)
A aids não foi apenas um fato biológico, mas um fenômeno culturalmente construído que se deu de modo síncrono, justamente, ao período de maior produção de filmes com sexo explícito do cinema nacional. Através da análise fílmica das obras “Sexo de todas as formas” (Juan Bajon), “Hospital da corrupção e dos prazeres” (Rajá de Aragão) e “AIDS – Furor do sexo explícito” (Fauzi Mansur), todos lançados em 1985, este trabalho visa compreender os primeiros discursos sobre hiv/aids no cinema brasileiro.

ST Cinemas mundiais entre mulheres: feminismos contemporâneos em perspectiva – Sessão 4

10/11 às 16h30 – Presencial
Cinema com mulheres e continuum cuir
Carla Ludmila Maia Martins (Una)
Ainda na tentativa de investigar as formas de encenação de relações afetivas no cinema com mulheres, buscamos elaborar uma conceituação do que poderia ser um “continuum cuir”. O termo é proposto em diálogo com Adrienne Rich e a partir da análise do filme “Sessão Bruta” (Coletivo Talavistas e ela.Ltda, 2022), em que artistas transexuais, travestis e não-binárias tomam a cena, entre a criação, o confronto, o cuidado e a resistência.
O lar queer em News From Home e No Home Movie de Chantal Akerman
Carolina Alves Pacheco (UFSC)
O que podemos chamar de lar no cinema de Chantal Akerman? Para isso, a pesquisa busca queerizar a noção de lar e maternidade nos filmes News From Home (1977) e No Home Movie (2015) da diretora. A hipótese de análise se baseia no atravessamento da figura da mãe como um possível lar perscrutado em ambas as obras. Para isso, a fundamentação teórica se direciona por dois eixos: o espaço da casa em que se encontra o pessoal e o político; e o relacionamento com a mãe atribuído no discurso dos filmes.
Cinema como lar cuir: uma curadoria reparativa do cuidado entre mulher
Alessandra Soares Brandão (UFSC)
Na perspectiva interseccional e cuir do cuidado de si e das outras, este trabalho se constitui como uma curadoria reparativa. Busca imagens que figuram alianças políticas e afetivas entre travestis, lésbicas e trans, produzindo espaços de acolhimento e pertencimento, que fazem do próprio cinema um lar queer, insólito e excêntrico, em um cotidiano permeado de afeto e de práticas de cuidado. Além de colocar em evidência as lutas diárias, lado a lado, em um engajamento ativo com o mundo das outras

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 4

10/11 às 16h30 – Presencial
Dramaturgia da luz, cor e som na performance de MIRELLA x MUEP
Patricia Moran Fernandes (USP)
A luz e o som tradicionalmente são elementos expressivos a serviço de uma fábula, nas performances da dupla MIRELLA x MUEP eles se instauram como presença, produzindo intensidades rítmicas rarefeitas e saturadas, de luz e som, de modo a sugerir uma dramaturgia através da cor e do som. Vamos problematizar as estratégias poéticas desta dramaturgia ampliada destacando a ocupação do espaço como suporte do drama e da performance. Fantasmagóricas instauram a dramaturgia como presença.
O vídeo vertical e a transformação do dispositivo cinematográfico
João Pedro Jacobe dos Santos (UFRJ)
O aplicativo de mídia social mais baixado do mundo desde 2020, o TikTok, funciona a partir do compartilhamento de vídeos e filmes que preenchem a tela na vertical. Mas para o TikTok, o Instagram Reels e o Youtube Shorts, a questão vai além da proporção de tela e engloba uma maneira de se conceber, produzir e consumir audiovisual. A partir da visão de Parente (2017), cabe então perguntar: de que modo o filme vertical transforma o dispositivo do cinema em suas dimensões tecnológicas e discursivas?
“Melting movie places”: Um remix de salas de cinema do Instagram à VR
Wilson Oliveira da Silva Filho (PPGCINE/UFF e UNESA)
As imagens de fachadas e outros espaços das salas de cinema de rua são fenômenos da rede. A partir de fotos e vídeos do verdadeiro lócus da exibição de filmes e da leitura trabalhos desse seminário, o DUO2x4 concebeu “Melting movie places”, gifs, glitches e anamorfoses em vídeo. Esse trabalho é uma análise dessa obra criada como webart para o Instagram e adaptada para a realidade virtual e nos convida a pensar temas como diferentes espectatorialidades e as possibilidades de artísticas do remix.

CI 34 – Cinemas indígenas

10/11 às 16h30 – Presencial
O processo de restituição do filme Kalapalo (1955) no Alto Xingu
Thomaz Marcondes Garcia Pedro (USP – DIVERSITAS)
A comunicação trata do processo de restituição – ou seja, a devolução das imagens aos protagonistas – do filme Kalapalo, de 1955, dirigido por William Gericke. Após a exibição do filme para o povo Kalapalo, no Território Indígena do Xingu, surgiu a proposta de criação de um novo filme. Acreditamos que a restituição ativou questões ligadas à memória e também desencadeou um impulso de criação de um novo filme, que conta a história a partir do ponto de vista dos próprios Kalapalo.
Imagem, xamanismo e tempo:pistas-ameríndias em “O Espírito da TV” 1990
Iulik Lomba de Farias (UFF)
O Espírito da TV-1990 de Vincent Carelli e Dominique Gallois, realizado entre os Wajãpi, acompanha a chegada do vídeo em uma das aldeias dessa etnia e faz registros das repercussões do acontecimento para o grupo. Uma vez os aparelhos funcionando está dado o alvoroço. Parentelas no entorno da tela e imagens documentadas pelo Projeto Vídeo nas Aldeias são exibidas e comentadas com efervescência pelos amazônicos. Alguma pistas da relação entre imagem, xamanismo e tempo, estão dispersas pelo filme.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 4: Escutas e ambiências II

10/11 às 16h30 – Presencial
Gravação de campo em Río Turbio (2020) e Quem de Direito (2022)
Guilherme Farkas (UFF)
A partir da prática da gravação de campo e do tensionamento entre montagem, som e memória, são analisados os filmes Río Turbio (2020) e Quem de Direito (2022). Tendo como metodologia a interdisciplinaridade que vai da arte sonora à ecologia acústica, a gravação de campo é convocada como possibilidade de criação de um espaço virtual em que passado e presente se contaminam na construção de significado em dois filmes documentários que utilizam material de arquivo em seu corpo fílmico.
Ocupação Sonora – enveredando com territórios ocupados
camila machado garcia de lima (UFF)
Este projeto investiga a transformação da sonoridade em territórios ocupados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Assim, permeando os estudos do som, como sonoridade, paisagem sonora, ruídos e voz, numa interseção com estudos de memória, territorialidade e fabulação, busca-se compreender e identificar o imaginário sonoro de territórios ocupados por movimentos sociais de luta pela terra, assim como perceber as variações de sonoridade antes, durante e depois da ocupação.
Pontos de escuta e produção de documentários coletivos de sound system
Leonardo Alvares Vidigal (UFMG)
A apresentação atual irá problematizar documentários de sound systems, que re-processam o reggae e outros gêneros para o audiovisual, se valendo de equipamentos customizados. Esse reprocessamento precisa atingir uma certa expectativa de veracidade, por se apresentar como uma apresentação menos mediada do real. Vamos investigar como a teoria do som e a noção de ponto de escuta podem ser analisadas nos filmes produzidos pelos próprios coletivos, propondo e apoiando a produção de novos filmes.

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Sessão 4: Cinema Novo e além

10/11 às 16h30 – Presencial
O surrealismo libertador de Buñuel no pensamento crítico de Glauber
Estevão de Pinho Garcia (IFG)
Entre as páginas dos artigos Os 12 mandamentos de Nosso Senhor Buñuel e A moral de um novo Cristo e as do texto Tropicalismo, Antropologia, Mito, Ideograma, Glauber Rocha reflete sobre a obra de Luís Buñuel com atenção. Nosso objetivo é, portanto, através da análise dos textos de Glauber dedicados ao cinema de Buñuel, identificar de que forma o surrealismo do cineasta espanhol foi tomado como referência para uma proposição de cinema revolucionário que ganhou corpo a partir de A estética do sonho
Trajetórias utópicas no cinema de Cacá Diegues dos anos oitenta.
Rafael Garcia Madalen Eiras (UFF)
Este trabalho faz uma análise de como a utopia se apresenta em dois filmes do diretor Carlos Diegues: Quilombo (1984) e Um Trem Para As Estrelas (1987). Obras que são produzidas em um período de redemocratização e apresentam a passagem do diretor de um cinema moderno brasileiro, para uma estética que assume a cultura pós-moderna na cinematografia nacional.
Mulheres, imagens e filmes
YANET AGUILERA VIRUEZ FRANKLIN DE MATOS (UNIFESP)
Ana sem título, filme de Lucia Murat, de 2021 é um documentário/ficção da relação que mulheres artistas latino-americanas estabeleceram entre si. Assim, nos proporemos a pensar a relação que se estabelece entre as imagens audiovisuais do filme e as imagens criadas pelas artistas elencadas na fita. Gostaríamos de saber o que está em jogo nessa relação?

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Sessão 4

10/11 às 16h30 – Presencial
A gira de Lázaro – Esú e Pomba Gira em Madame Satã
Guryva Cordeiro Portela (UNICAMP)
Proponho articular reflexões sobre o corpo preto, homossexual, periférico e marginalizado, a partir da análise do ator e da personagem do filme Madame Satã (Karim Aïnouz, 2002), debater a perspectiva do encantamento da macumba na prática de produção de conhecimento. Com foco no corpo, utilizo como referência metodológica a imagem pelo viés da epistemologia da macumba defendida por Luiz Antônio Simas e José Rufino, e tecer uma análise a partir da codificação gestual e de movimento de Lázaro Ramos
“Tá gravando?”: realismo contra-hegemônico no Pena Máxima
Daniela Moreira de Faria de Oliveira Rosa (UFRJ)
O Pena Máxima constitui aquilo que Bell Hooks considerou como uma existência contra-hemônica por si só, em sua própria presença (HOOKS, 1989). Como produtora audiovisual, escola de atores e um projeto social gerenciado e voltado por pessoas cuja existência é atravessada pela estimação e segregação social, racial e de gênero, o Pena Máxima instaura a disrupção necessária para uma revisão dos modos de representar estes grupos sociais.
Cinema coletivo e decolonial na produção audiovisual das bordas
Irislane Mendes Pereira (UNICAMP)
O que falar do cinema de borda, das margens, da quebrada, de garagem ou periférico? Muitos adjetivos para classificar um cinema que transcorre, avança e perfura as estruturas identitárias, contaminando todo um “centro”. Lançados em 2019, os curtas-metragens Bonde (Gleba do Pêssego) e Perifericú (Maloka Filmes), com direção coletiva, formada por realizadores LGBTs vindos das regiões periféricas da cidade de São Paulo, mostram-se como possibilidade de um cinema de representatividade e decolonial.

ST Outros Filmes – Sessão 3

10/11 às 16h30 – Presencial
A Fotogenia e a refração: do além-ficção ao arquivo
Nicholas Andueza (UFRJ e PARIS 1)
A partir de um breve histórico do termo “fotogenia”, muito citado na crítica cinematográfica dos anos 1920, aprofundamo-nos em seu uso por Jean Epstein, aplicando-o ao cinema de arquivo. O autor vê na fotogenia um meio para ultrapassar certas convenções da ficção, numa valorização não da transparência ou da opacidade, mas do que chamaremos “refração”. Observamos a afinidade dessa abordagem com certo cinema de arquivo que, ao explorar a polissemia das imagens, refratam-nas em imagens-outras.
Acervos fotográficos familiares na criação de narrativas audiovisuais
Ana Paula Málaga Carreiro (UNESPAR)
A presente comunicação analisará três curtas-metragens documentais brasileiros que fazem usos de fotografias analógicas produzidas na esfera familiar para refletir sobre a transmissão e ressignificação de memórias a partir de acervos particulares. Partindo dos filmes “Vó Maria” (Tomás von der Osten, 2011), “Inconfissões” (Ana Galizia, 2018) e “Antes de ontem” (Caio Franco, 2019), será discutida a forma como os curtas reformulam histórias contadas pela família a partir de imagens de arquivo.
Trajetória do fragmento e remontagem do arquivo yiddish: Mir Kumen On
Marcia Antabi (PUC-Rio)
A partir do movimento de resgate de contextos e histórias de fundo das produções do cinema yiddish no entreguerras na Polônia, olhamos para esta cinematografia como um cinema-passaporte. São filmes que servem como um passe, pelas imagens, para nos ajudar a transpor os limites do inimaginável. O objetivo é transmitir a importância da preservação da memória da cultura yiddish por meio do cinema. Desenterramos o documentário Mir Kumen On (Estamos Chegando, 1936) do diretor polonês Aleksander Ford.

ST Estética e teoria da direção de arte audiovisual – Sessão 3

10/11 às 16h30 – Presencial
Identificando o palco no gênero musical
Cesar de Siqueira Castanha (UFPE)
Analisando alguns filmes musicais, observa-se as dinâmicas intermidiáticas que se dão na encenação do palco no gênero. Essas dinâmicas, que atravessam criações cenográficas e coreográficas do e no palco, produzem identificações diversas do lugar como ficção performada, fabricando lugares ao mesmo tempo para o palco ficcional e para o cinema. Esta apresentação investiga os artifícios cênicos, narrativos e performáticos que são empregados para se fabricar lugares nos palcos dos filmes musicais.
A Caracterização do Corpo Gordo em “Dumplin'” e “Shrill”
Maria Eduarda Santos Medeiros (UNISUL)
Esse trabalho pretende abordar a Direção de Arte e principalmente a área da Caracterização em duas obras audiovisuais onde tem o corpo gordo da mulher como protagonista, e analisar o processo de criação dessas personagens, a relação que as imagens tem com a memória e a história desses corpos através do tempos e dentro do audiovisual: como a memória e as projeções sensíveis (NECKEL 2010) se marcam nas produções de Dumplin’ (2018) e Shrill (2019) determinando os sentidos sobre os corpos gordos?

ST Cinema e Educação – Cinemas, seus encontros e processos

10/11 às 16h30 – Presencial
Olhares dos velhos e dos jovens: diálogos na Terra Indígena Xakriabá
Clarisse Maria Castro de Alvarenga (UFMG)
Pretendo analisar processos de criação audiovisual e filmes realizados por professoras, professores e por estudantes da Terra Indígena Xakriabá nos anos de 2019 a 2021. A proposta é promover aproximações e distanciamentos entre os trabalhos realizados pelos mais velhos e pelos mais jovens, encontrando diálogos entre os olhares das diferentes gerações.
CINEMA NO BREJO: A FILMAÇÃO COMO BRINCADEIRA E AVENTURA COM OS ESPAÇOS
Leonardo Mont’Alverne Câmara (UFMG)
Esta pesquisa surge da experiência pedagógica vivenciada ao longo do projeto Cinema no Brejo, um itinerário formativo realizado em 2019 com jovens de diferentes localidades rurais que compõem o Maciço de Baturité, região serrana do interior do Ceará. Por meio da ideia de “filmação”, refletimos sobre as formas dos processos pedagógicos e de criação desenvolvidos ao longo da formação, percebendo os modos de manejo e apropriação da máquina-cinema pelos jovens como meio de relação com os espaços.

CI 19 – Festivais de cine

10/11 às 16h30 – Presencial
PREMIAÇÃO EM FESTIVAIS AUDIOVISUAIS NO BRASIL: PRÁTICAS E SENTIDOS
Tetê Mattos (Maria Teresa Mattos de Moraes) (UFF)
A comunicação buscará refletir sobre a cultura de premiação nos festivais de cinema e audiovisual no Brasil, analisando as estratégias políticas e de sentido de suas práticas. É de nosso interesse pensar os festivais e seus sistemas de premiação [júri, categorias de prêmios, troféus, cerimônias, protocolos] como instâncias de poder e legitimação, e as múltiplas relações culturais, sociais e políticas que estes estabelecem com os cineastas, os públicos, a mídia, os patrocinadores, e a crítica.
Os festivais de Santos e Guarujá na relação INC-festivais brasileiros
Paulo Vitor Luz Corrêa (UAM)
O Instituto Nacional de Cinema (INC) foi uma autarquia com objetivo de formular/executar a política pública cinematográfica sob diversas frentes, entre elas, os festivais de cinema brasileiros. Esta proposta apresentará como se dava a atuação do INC nestes eventos a partir dos quatro festivais realizados em Santos e Guarujá (1970 duas vezes, 1973 e 1974), que atividades foram levadas pelo Instituto na programação de cada evento e como se inserem nas linhas de atuação do órgão com os festivais.
MyFrenchFilmFestival: a presença online de uma cinematografia nacional
EDUARDO N VALENTE (UFF)
Criado em 2011 de maneira pioneira pela Unifrance para dar continuidade a suas
ações de promoção do cinema francês pelo mundo, buscando renovar o público destas a
partir do uso da internet como local de realização de um festival de cinema, o
MyFrenchFilmFestival completou dez edições em pleno domínio do mercado
audiovisual pelo conceito do streaming. A partir do estudo de sua história, busca-se
refletir acerca do lugar dos festivais hoje no trabalho de internacionalização de um
cinema nacional.

ST Cinema Comparado – Sessão 3: A vida sopra onde quer: religião, festa e existência

10/11 às 16h30 – Presencial
Festas no cinema, cinema como festa
Denilson Lopes Silva (UFRJ)
Por que só pensar o passado a partir do trauma e da ferida? Penso em uma constelação diversa de filmes como “Maria Antonieta” (Sofia Coppola, 2006), “As Regras do Jogo” (Jean Renoir, 1939), “Os brincos da Madame de…” (Max Ophüls, 1953), “O grande Gatsby” (Baz Luhrmann, 2013), “Cabaret” (Bob Fosse, 1972), “A doce vida” (Federico Fellini, 1960), “Studio 54” (Mark Christopher, 1998), entre outros. Esta viagem é a partir das festas no cinema, de um cinema de festas.
Cinema de contraintes: releituras do dispositivo, do ensaio e da vida
Patricia Rebello da Silva (UERJ)
Pode o cinema ser ocupação em um único frame? Este trabalho atualiza e pensa a noção de filme-dispositivo a partir do jogo de contraintes/constrangimentos propostos pelo grupo Oulipo. No lugar do autor, o contexto como imperativo na estrutura do jogo. Notadamente, interessa pensar os procedimentos das “contraintes” a uma noção de cinema “mise en abyme”: a recusa de um recorte baseado na expressão de sensibilidades na abordagem do objeto, a noção de filme-dispositivo atualizada.
As muitas faces de Deus – Sintonia, Milagres de Jesus e Divino Amor
Leandro Rocha Saraiva (UFSCar)
A proposta é a comparação entre Divino Amor (Gabriel Mascado, 2019), Sintonia (Kondzilla, 2020-2021) e Milagres de Jesus (Renato Modesto, 2014-2015), como três formas distintas de representação audiovisual da fé evangélica contemporânea.

CI 17 – Atravessamentos do cinema com outras artes

10/11 às 16h30 – Presencial
Realismo Mágico e a Ontologia Pós-Fotográfica do Cinema Asiático
Cecília Antakly de Mello (USP)
Minha intenção nesta comunicação será analisar a manifestação do que venho chamando de “realismo fantasmagórico” nos filmes Memória (2021), de Apichatpong Weerasethakul, e Longa Jornada Noite Adentro (2018), de Bi Gan. A principal hipótese a ser explorada é a de que esta manifestação deriva parcialmente de relações e interações desses filmes com a literatura, a geografia e a história da América Latina.
The Krazehouse ou as fotografias em movimento de Rineke Dijkstra
Maria Angélica Del Nery (USP)
Rineke Dijkstra é uma artista contemporânea conhecida e premiada por seus retratos de adolescentes e jovens. O objeto deste estudo é a videoinstalação “The Krazyhouse (Megan, Simon, Nicky, Philip, Dee), Liverpool, 2009”. A influência do fotográfico na produção videográfica da artista abre interrogações sobre intermidialidade no contemporâneo; permite retomar a experiência histórica da fronteira entre mídias no primeiro cinema e convoca reflexões sobre a relação entre o estático e o movimento.
Como o cinema pode aproveitar criativamente a improvisação teatral
Mauro Giuntini Viana (UNB)
Propõe-se reflexão sobre a aplicação de técnicas e jogos de improvisação, oriundas do teatro, na realização audiovisual. Serão examinados usos de improvisação na seleção e preparação de elenco, os quais objetivam estimular a espontaneidade na exploração de possibilidades intuitivas na construção de personagens e desenvolvimento de cenas. Pretende-se também analisar como técnicas de improvisação podem contribuir para mitigar os desgastes da repetição da encenação durante as filmagens.
Ensaio, imaginação e memória: sobre o caso Para-Sar
Luís Henrique Barbosa Leal Maranhão (UAB)
Proponho um exercício ensaístico, de imaginação em torno de um plano de terrorismo oficial que previa o bombardeio do gasômetro do Rio de Janeiro, durante a ditadura militar. Em diálogo com os conceitos de “ficção da memória” (Rancière), de “fabulação crítica” (Hartman) e levantando questões a partir da montagem e comentário de Level Five (Marker) e A imagem que falta (Panh), discuto os limites dos arquivos e proponho pensar uma forma de entendimento com a imaginação, as imagens e a História.

MESA Outros cinemas

10/11 às 16h30 – Presencial
Da videodança à sala de cinema – um impulso ao silêncio
Michel Schettert (N/A)
A partir do curta experimental “Dois Mowimentos”, esta comunicação faz uma reflexão sobre as questões de som inerentes à edição coreocinematográfica, envolvendo os conceitos de escuta e empatia para descrever uma suposta “telempatia” na atividade do editor.
Imaginar lugares: Modos de criação audiovisual em Cidade-Cenário.
Laís Lara (UFF)
A presente proposta visa pôr em debate questões sobre os processos de criação audiovisual e suas relações com os espaços relacionais de dois possíveis “caminhos” audiovisuais. Estes caminhos audiovisuais se justificam: um lado pela criação da obra em si e por outro pela instalação da mesma em ambiente virtual 3D. O objetivo é tratar a propositura da concepção da cidade como cenário e dedicar-se a análise dos processos criativos incidentes na trilogia de videodança/videoarte Cidade-Cenário.
O cinema relacional alternativo como verdade e relação aberta
Jorge Luiz Cruz (UERJ)
Ao propor o entendimento sobre o movimento de produção de cinema na Zona Oeste do Estado do Rio de Janeiro (que abrange diversos bairros) com uma população de 2.371.135, e como o seu uso pode estabelecer uma realidade, tentamos chamar a atenção para os artistas que encaram as suas limitações e constroem outras conexões, e proponham outros circuitos de realização e de exibição.

Mesa-redonda Série IndependênciaS – Exibição do primeiro episódio da série IndpendênciaS e debate com Cidinha da Silva, Kaká Werá e Luiz Fernando Carvalho com mediação de Esther Hamburger.

10/11 às 19h00 – Presencial

 
 

11/11


MESA A formação de cinema e audiovisual no ensino superior

11/11 às 9h30 – Presencial
Cine-Experiência: a criação no centro da formação universitária
Lis Paim Duarte (Unifor)
A mesa propõe uma reflexão coletiva em torno do programa Cine-Experiência, do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza (Unifor). Para além de um simples relato de experiência do programa, a proposta procura provocar o debate em torno das possibilidades de formação de cinema e audiovisual no ensino superior no Brasil.
Cine-Experiência: a criação no centro da formação universitária
Ana Elisabete Freitas Jaguaribe (UNIFOR)
A mesa propõe uma reflexão coletiva em torno do programa Cine-Experiência, do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza (Unifor). Para além de um simples relato de experiência do programa, a proposta procura provocar o debate em torno das possibilidades de formação de cinema e audiovisual no ensino superior no Brasil.
Cine-Experiência: a criação no centro da formação universitária
Isaac Pipano Alcantarilla (Unifor)
A mesa propõe uma reflexão coletiva em torno do programa Cine-Experiência, do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza (Unifor). Para além de um simples relato de experiência do programa, a proposta procura provocar o debate em torno das possibilidades de formação de cinema e audiovisual no ensino superior no Brasil.

CI 1 – Cinema e política

11/11 às 9h30 – Presencial
Reacender a cinza: autorias rasuradas em uma nebulosa anarquívica
Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro (UFBA)
Discutindo a atribuição de autoria como fundamento da inscrição do cinema no arquivo colonial, proponho um estudo comparativo de Afrique 50, Afrique sur Seine, Moi, un noir e Cabascabo, em uma nebulosa anarquívica. Entre duas constelações fílmicas, associadas, no contexto da África de colonização francesa, ao cinema colonial e ao cinema anti-colonial, essa nebulosa se caracteriza por passagens de imagens nas quais é possível reconhecer autorias rasuradas que perturbam a ordem do arquivo.
É impossível amar com fome: figurações da “revolução menor” em Glauber
Bruno Fabri Carneiro Valadão (UFRJ)
Este início de século se apresenta como uma coleção de sortilégios em que o futuro se tornou fonte de medo, em contraposição aos modernismos de antes, grávidos de expectativas. Mas Glauber Rocha parece ter algo a ensinar ainda hoje: diante do fracasso, o que resta? As personagens Rosa e Sara (de Deus e o diabo… de 1964 e de Terra em transe de 1967) nos ensinariam sobre uma “revolução menor” por vir, em que o voluntarismo daria lugar ao que poderia haver de mais comum e impessoal em nós.
De Javé ao Hotel Cambridge: comparação à luz da ascensão do fascismo
Daniel Feix (UFRGS)
Este trabalho apresenta parte da pesquisa de doutorado sobre os sintomas do fascismo nos filmes brasileiros lançados pré-eleição de Bolsonaro no país. Admitindo que o cinema antecipa sentimentos coletivos ainda não revelados situados na dimensão do inconsciente, propõe-se uma análise comparativa na qual características do ideário fascista se desvelam em um filme a partir do olhar cruzado com outro. Os títulos escolhidos, aqui, são Narradores de Javé e Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé.

ST Cinemas negros: estéticas, narrativas e políticas audiovisuais na África e nas afrodiásporas. – Sessão 5 – Mulheres, corpos e performances

11/11 às 9h30 – Presencial
A participação de mulheres na expansão do cinema negro brasileiro
Natasha Roberta dos Santos Rodrigues (UNICAMP)
O cinema brasileiro possui seus lugares de decisão partilhados de maneira desigual entre os sujeitos sociais. A luta dos movimentos de resistência e as políticas públicas para educação e cultura das últimas décadas propiciaram o aumento de mulheres negras realizadoras e pesquisadoras em cinema. Além do aprofundamento do campo reflexivo sobre o cinema negro, mulheres negras têm protagonizado também inovações na apropriação da linguagem cinematográfica para representar identidades negras.
Outro modo de olhar para o trauma colonial no trabalho de Aline Motta
Emmanuely Ribeiro de Abreu (UFPE)
Pontes sobre Abismos (2017), Se o mar tivesse Varandas (2017) e (Outros) Fundamentos (2017-2019), de Aline Motta, nos leva a refletir sobre trauma colonial, pertencimento e sobre as lacunas que constituem a formação das famílias negras no brasil. Aline parte das suas vivências e toca uma coletividade ao mesmo tempo em que suscita outros modos de olhar. Dito isto, tenho como objetivo questionar se a trilogia pode ser compreendida como uma forma de escrevivência (EVARISTO) audiovisual.
A tela por elas: conhecimento e noção de cinema negro por afro-latinas
Lilian Sola Santiago (ECA-USP)Andrea Rosendo da Silva (USP)
A proposta aponta contribuições das afro-latinas sobre a noção de cinemas negros. Parte-se da hipótese de que essa noção foi construída por homens, mas que é preciso uma revisão histórica e incluir mulheres, tais como Beatriz Nascimento – historiadora e crítica do cinema brasileiro nos anos de 1970 e 1980. Na atualidade, Edileusa Penha de Souza e Renata Martins organizam livros com contribuições de intelectuais para a noção de cinemas negros com o ponto de vista feminino.

CI 32 – Interlúdios fílmicos para o conflito

11/11 às 9h30 – Presencial
Espanha em luta: Projeções de futuro
Mauro Luiz Rovai (Unifesp)
A proposta desta apresentação é esboçar uma breve comparação entre dois filmes, Espagne, 1936 (1937) e España heroica (1938), dando mais ênfase, ao longo da análise, para a segunda produção, a do Lado nacional, considerada como uma das principais peças de propaganda realizada pelos sublevados durante a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939). A abordagem pretende aproximar sociologia e cinema, e a principal referência metodológica é a sugerida por Pierre Sorlin (1977).
Interlúdios fílmicos e o Realismo de Confronto
Marcela de Souza Amaral (UERJ)
Este artigo visa analisar o que chamamos de “interlúdios”, em filmes de ficção no cinema contemporâneo, gerados no processo de produção do Realismo de Confronto. Esta é uma expressão realista baseada no atrito entre elementos do âmbito da representação e os relacionados à reprodução da realidade pró-fílmica. O objetivo principal dessa expressão realista se traduz em um forte questionamento ao realismo fílmico e à própria vocação realista do cinema.
Representações da tortura no cinema contemporâneo à Ditadura Civil-Mil
Igor Araújo Porto (Ufrgs)
Nesta apresentação, busca-se observar como se dá esteticamente a representar da tortura no cinema produzido durante o período da Ditadura Civil-Militar no Brasil, em especial naquela produção relacionada ao que normalmente se descreve como “naturalismo de abertura”. Para tal, são revisadas a ideia de naturalismo a partir de Leites (2020) e de irrepresentável em Agamben (2008) e Ranciére (2011) em aproximação com alguns filmes pré-selecionados para análise.

ST Estética e plasticidade da direção de fotografia – Sessão 4 – Tensões e acordos de filmagem

11/11 às 9h30 – Presencial
O trato de filmagem
Matheus José Pessoa de Andrade (UFPB)
Este é um ensaio sobre o fenômeno de sociabilidade que ocorre no processo de gravação com uma câmera, o qual denomino de trato de filmagem. Naturalmente, os usuários da máquina filmadora estabelecem um tipo de relacionamento que se efetiva durante os registros audiovisuais. Nele, tanto quem filma quanto quem ou o que é filmado age em função da construção da informação fílmica que ali se codifica, o que me leva ao entendimento de que toda filmagem é constitutiva de um trato entre pessoas.
A cinematografia como refutação do inimaginável
Rogério Luiz Silva de Oliveira (UESB)
O trabalho propõe um estudo sobre a presença da direção de fotografia no documentário A Cordilheira dos Sonhos (2019), de Patrício Guzmán. O objetivo é promover uma análise sobre a experiência imagética, guiada pela ideia de que a cinematografia procede contra uma “política da desimaginação”, ideia proposta por Georges Didi-Huberman. A intenção é verificar o modo como a cinematografia do documentário configura uma ato de refutação contra a Ditadura Militar Chilena.

CI 23 – Outras poéticas

11/11 às 9h30 – Presencial
A PROTOPOÉTICA DE WOODY ALLEN COM INGMAR BERGMAN E FEDERICO FELLINI
Alexandre Silva Wolf (FAE)
A protopoética apresenta o fazer na busca da perfeição do diálogo intertextual, onde o artista criador busca dialogar com seu contexto intelectual, originando obras que trazem em seu corpo partes de outras obras. A partir da análise comparativa de filmes de Woody Allen em paralelo aos de Ingmar Bergman e Federico Fellini, são citados os subsídios para o estabelecimento conceitual da protopoética e a comprovação dessa práxis fílmica. É o combinar de traços intertextuais numa poética própria.
DIASPORÁTICAS – Processo técnico e estético de uma produção imersiva
Lyara Luisa de Oliveira Alvarenga (ECA/USP)
No exercício de inventar futuros para audiovisual vislumbramos uma intersecção inevitável: audiovisual, imersão e interatividade. Nesse sentido, apresentamos parte do desenvolvimento de DIASPORÁTICAS, uma obra audiovisual realizada com captura de imagem e som em 360 graus. Abordamos o processo de captação da obra com todos os seus desafios técnicos e estéticos. Focando na questão da falta de referência de enquadramento, nas dificuldades de condução da mise-en-scène e de desenvolver um projeto a
Poética dos rastros e da desaparição no cinema contemporâneo
Pedro Henrique Cândido da Silva (UFPE)
O presente trabalho pretende tecer a relação entre rastro, paisagem e tempo no cinema contemporâneo, a partir de uma análise comparada entre os filmes A vida após a vida (Hanyi Zhang, 2016) e O que arde (Oliver Laxe, 2019). Com esse intuito, busco inspiração no percurso feito por Didi-Huberman (2011), descrito em seu texto Cascas, no qual conta de sua visita ao campo Auschwitz-Birkenau e compartilha seu olhar arqueológico a respeito dos resquícios do passado impressos na paisagem.

PA 5 – Mais um capítulo para a história do audiovisual brasileiro: mulheres, salas de cinema e o streaming – Coordenação: Ryan Brandão Barbosa Reinh de Assis

11/11 às 9h30 – Presencial
Mulheres e o futuro da animação no Brasil: investigar e inventar rumos
Patrícia Lindoso de Barros (UFMG)
Considerando levantamentos que evidenciam a escassez de informações sobre participação de mulheres na historiografia da animação no Brasil, busca-se analisar movimentos realizados pelo pensamento feminista no cinema brasileiro considerando que podem refletir o estado das coisas também na animação. Analisando comparativamente demandas e reivindicações de manifestos escritos por grupos de mulheres em diferentes momentos históricos, o que ainda permaneceu depois de mais de três décadas entre elas?
Cines Groff, Luz e Ritz no circuito da Cinelândia Curitibana
Tamara Fernanda Carneiro Evangelista (UNESPAR)
A presente comunicação pretende discutir sobre a história dos cinemas da Fundação Cultural de Curitiba e sua importância para a formação de público e democratização do acesso ao cinema. Tratam-se de três cinemas que funcionaram no centro de Curitiba durante os anos 1980, até os anos 2000. A pesquisa pode ser classificada como documental e bibliográfica de caráter teórico-prático. O referencial teórico para essa pesquisa é composto pelas histórias das salas de cinema da FCC
Plataformização e curadoria transmídia em festivais de cinema
Andre Fischer (UFSCar)
O processo de transformação da indústria cinematográfica desde a chegada do streaming foi acelerado com a pandemia e impactou de forma permanente a cadeia de distribuição e exibição. A pesquisa aborda os efeitos da plataformização e da convergência de mídias na curadoria e organização dos festivais de cinema, o uso de recursos algorítmicos e as formas de entrega em variados formatos. São analisados festivais, entre eles o MixBrasil, que já estão implantando essas mudanças em sua estrutura.
Sonoridades do documentário experimental “Estes”
Ester Maria Silva Rosendo (UFS)
Este trabalho analisa como o som contribui com a estética e construção simbólica do documentário experimental “Estes”, de Torquato Joel.
Imagens minimalistas, abstratas, com poucos movimentos e informações se unem às vozes manipuladas, músicas e ruídos e desenvolvem um estilo particular. Como essas sonoridades, diante de tamanha rarefação visual, podem trazer complexidades e novas camadas de sentidos para o filme?

ST Estudos de Roteiro e Escrita Audiovisual – Métodos, teorias e processos de criação

11/11 às 9h30 – Presencial
Anotações para uma possível teoria do roteiro contemporâneo
Ana Patricia de Queiroz Carneiro Dourado (CIAC-UALG)
Com base no estudo das práticas de alguns realizadores do cinema brasileiro contemporâneo – Eliane Caffé, Anna Muylaert e Leonardo Mouramateus – por meio dos arquivos da criação desses cineastas e a partir da abordagem teórico-metodológica da teoria crítica dos processos de criação de Cecília Salles, reflete-se sobre o roteiro como ferramenta de tradução e experimentação contínua em busca de uma possível teorização do roteiro com base na prática contemporânea.
Autoetnografia e estudos de roteiro: parâmetros metodológicos
Marcel Vieira Barreto Silva (UFPB)
O objetivo dessa apresentação é discutir aspectos teóricos implicados nos estudos de roteiro através do método autoetnográfico. A partir de uma revisão da literatura e privilegiando uma abordagem epistemológica interdisciplinar, pretendemos sistematizar parâmetros metodológicos que orientem pesquisas em que o pesquisador analisa o seu próprio processo criativo, seja em contextos autorais de escrita individual, seja em dinâmicas colaborativas, como as salas de roteiristas.
Practice based research e o roteiro audiovisual na academia
Luiz Augusto Duarte Dantas (USP)
A tendência para aceitação de roteiros cinematográficos como objetos de pesquisa é parte de um movimento relativamente recente que, entre outras coisas, revaloriza o trabalho do roteirista mas que, além disso, incorpora esta produção como prática artística e pesquisa acadêmica. Este trabalho visa problematizar esta colocação e levantar questões sobre a inserção da prática de produção de roteiros audiovisuais na academia e seu estudo.

CI 26 – Atorias e autorias

11/11 às 9h30 – Presencial
Clint Eastwood e seu estilo como ator: ligações com o autor Eastwood
mauro baptista y vedia sarubbo (UNESPAR)
A comunicação propõe uma reflexão sobre Clint Eastwood como ator e as relações com seu estilo como cineasta. Destaca a enorme influência do Sistema de Constantin Stalisnavsy e sua aplicação nos Estados Unidos através do Método de Lee Strassberg. Eastwood se filia de interpretação contrária ao Método, que tem suas raízes no cinema clássico americano e na escola do russo Michael Tchekov e seu conceito de Gesto Psicológico. O estilo pós-clássico do Eastwood é cotejado com o estilo dele como autor.
Paulo Gustavo: autocelebração, autoria e o código histriônico
Eduardo Bordinhon de Moraes (Unicamp)
A terminologia “ator-autor”, cabe a Paulo Gustavo em suas duas acepções: a autoria declarada e aquela “subterrânea”. O ator é responsável tanto por aspectos relativos à produção do filme, quanto a sua persona e seu jogo, de qualidade histriônica, são elementos sobre os quais os filmes se arvoram, em especial a trilogia Minha Mãe é uma Peça. Assim, analisamos quais os elementos que determinam essa qualidade de “ator autor” bem como características do jogo atoral de Paulo Gustavo.
A cinescrita poética de Agnès Varda em A Ópera-Mouffe
Fernanda Albuquerque de Almeida (USP)
A Ópera-Mouffe (1958) pode ser compreendida como uma cinescrita poética que rompe os limites das convenções da linguagem, criando horizontes de sentido. Que horizontes são esses? Esta apresentação visa responder essa pergunta por meio de uma análise interpretativa das palavras-imagens usadas e concatenadas nesse filme para evocar a oscilação dos sentimentos de esperança pela vida e angústia diante da miséria. Também busca indicar certa resolução do impasse resultante dessa oscilação.

ST Cinema no Brasil: a história, a escrita da história e as estratégias de sobrevivência – Sessão 5

11/11 às 9h30 – Presencial
1ª e 2ª Retrospectivas do Cinema Brasileiro (1952 e 1954)
NEZI HEVERTON CAMPOS DE OLIVEIRA (COC)
Este trabalho busca analisar a programação das duas primeiras mostras retrospectivas do cinema brasileiro, realizadas pela Filmoteca do MAM de São Paulo em 1952 e 1954, com o objetivo de identificar os critérios que balizaram a seleção dos filmes e investigá-los à luz do cenário político-ideológico vivenciado pelo Cinema Brasileiro naquele momento.
A Embrafilme e o cinema brasileiro no Festival de Cannes (1970-1990)
Belisa Brião Figueiró (UFSCar)
Esta comunicação examina as políticas de difusão do cinema brasileiro no Festival de Cannes a partir da análise dos conflitos da coexistência do INC e da Embrafilme, quais filmes chegaram ao festival durante a gestão de Roberto Farias, qual foi o papel do diplomata Celso Amorim no estímulo às ações de política externa, e de que forma as coproduções internacionais foram decisivas para que alguns filmes chegassem a Cannes na última metade dos anos 1980.
Mapeando festivais de filme documentário e etnográfico no Brasil
Juliana Muylaert Mager (LABHOI/UFF)
Essa proposta de trabalho reflete sobre exercício de mapeamento histórico dos festivais de cinema etnográfico e documentário brasileiros, desenvolvido como parte de pesquisa de pós-doutorado em andamento no LABHOI/UFF desde 2021. Mais do que propor uma história dos eventos, nosso objetivo é propor um debate historiográfico a partir do processo da pesquisa cartográfica, discutindo questões como as transformações históricas dos festivais de cinema e os circuitos sociais do audiovisual no país

ST Teoria de Cineastas – Sessão 5 – Do pensamento às imagens do cinema

11/11 às 9h30 – Presencial
O pensamento cinematográfico e a Teoria de Cineastas: algumas notas
Marcelo Carvalho da Silva (UTP)
Esta proposta tem como objetivo dar sequência à discussão sobre o que poderia ser considerado como “pensamento cinematográfico” no âmbito da Teoria de Cineastas. Com este intuito, partiremos de um determinado aspecto da proposta de Cinema de Poesia de Pier Paolo Pasolini: a polifonia de vozes suscitada nos filmes pela subjetiva indireta livre. Acreditamos que o que ora chamamos de “pensamento cinematográfico” é uma noção que ainda precisa ser tensionada em seus limites e potencialidades.
ATOS TEÓRICOS DE COMOLLI NO CINEMA DOCUMENTÁRIO DE EVALDO MOCARZEL?
Cristiane do Rocio Wosniak (UNESPAR / UFPR)
Os atos teóricos e fílmicos de Evaldo Mocarzel poderiam estar permeados de um raciocínio que advém dos postulados de Jean-Louis Comolli? A partir de excertos de documentários sobre dança, ensaios, entrevistas e cartas de montagem, busca-se reconhecer, nesta reflexão analítica, possíveis traços de uma suposta mise-en-scène documentária e o estabelecimento de uma linguagem calcada na arte do tempo, na qual a questão da presença e da ausência são dois aspectos de um duplo especular.
Como filmar um espírito? notas sobre a imagem-aliança
Guilherme Gonçalves da Luz (UFGRS)
A partir de reflexões suscitadas pelo filme YamiYhex: As Mulheres-Espírito (2019), de Sueli Maxakali e Isael Maxakali, nossa proposta à este seminário temático versa sobre a possibilidade de pensarmos nos realizadores ameríndios como operadores cosmotécnicos de imagens que pensam a si mesmas, ou seja, ao tornar permeáveis as instancias do visível e do invisivel, tais cinestas postulam também proposições teóricas acerca da natureza das imagens.

ST Cinema experimental: histórias, teorias e poéticas – Sessão 5

11/11 às 9h30 – Presencial
Ablação, descarrilho, colapso: a autotomia no cinema experimental
Rodrigo Faustini dos Santos (USP)
Em propostas do cinema letrista, na avaria da imagem no filme de apropriação, e nos espasmos da tela nos flicker films, entre outros, temos práticas que vão da contração (ou ablação) até o dano direto às estruturas cinematográficas. Na chave de uma poética “sacrificial” (adaptada de Georges Bataille), buscarei discuti-las como práticas que põem o dispositivo em jogo, que comprometem-no explorando seus limites – na contramão do cinema expandido, quando esse assume o progresso tecnológico.
Duração e presentidade no cinema estrutural
Hermano Arraes Callou (UFRJ)
Esta comunicação pretende propor uma interpretação dos conceitos fundamentais da recepção crítica do cinema estrutural americano a partir de uma investigação da obra de Michael Fried. A minha proposta consiste em uma leitura retrospectiva dos conceitos trabalhados no seu ensaio de 1967, “Art and Objecthood”, tomando como ponto de partida as reelaborações e revisões que os conceitos sofreram nas décadas seguintes na obra posterior do autor.
Poesia é Risco: o cinema abstrato de Ivan Cardoso
Rodrigo Corrêa Gontijo (UEM)
Riscos, linhas, traços e pontos cintilam e dançam na tela, sobre imagens figurativas em fluxos. Esta pesquisa apresenta as abstrações presentes nos curtas experimentais “H.O.” (1979), “Hi-Fi” (1999) e “O colírio de Corman me deixou doido demais” (2020) de Ivan Cardoso, à luz de conceitos sobre filme-arte (Hans Richter), cinema-matéria (André Parente) e acinema (Jean-François Lyotard).

ST Cinema Comparado – Sessão 4: O visível e o invisível

11/11 às 9h30 – Presencial
Cinema do reencontro: sobre a trilogia fílmica de Vincent Carelli
André Guimarães Brasil (UFMG)
Constituída por imagens que cobrem um longo arco temporal, a trilogia fílmica de Vincent Carelli (formada por Corumbiara, Martírio e Adeus, Capitão) pode se definir como um cinema do reencontro. Arriscamos então a nos perguntar: junto às imagens, possibilitado por elas, o reencontro pode ser visto como lugar ou operação de comparação (seja no interior da cena, seja na montagem)? Seria ele, portanto, uma espécie de método constitutivo da elaboração da história pelo filme?
O invisível que se torna visível: fotos de famílias negras no cinema
Lúcia Ramos Monteiro (UFF)Izabel de Fátima Cruz Melo (UNEB)
Neste trabalho, analisaremos a presença de fotografias de família em filmes recentes de cineastas negres no Brasil. No contexto da “mise-en-film” da fotografia (Dubois, 2021; Vale, 2016; Monteiro, 2017), notadamente em sua relação com a memória, a história, o ensaio e a autobiografia, nos atemos ao olhar sobre registros de famílias negras em filmes como Travessia (Safira Moreira, 2017), Temporada (André Novais, 2018) e Um dia com Jerusa (Viviane Ferreira, 2020),
Da fábrica de sonhos aos sonhos com a fábrica cinematográfica
Pablo Gonçalo (UnB)
É possível comparar cinematografias que não aconteceram nas telas? A partir do contraste de papéis de roteiros não filmados de estúdios da Hollywood clássica com os roteiros inéditos de diretores centrais na história do cinema brasileiro, esta apresentação visa captar as diferenças de suas significações. Quais são as diferenças imaginários que eles revelam? Para que tipo de ficções históricas eles apontam? De um lado, temos estórias inativas; de outro, projetos interrompidos.

CI 22 – Autobiografias

11/11 às 9h30 – Presencial
Criação autobiográfica post-mortem: uma revisão de Silverlake Life
Gabriel Kitofi Tonelo (ECA-USP)
“Silverlake Life” ainda levanta questões sobre sua multiplicidade autoral. Oferecerei uma revisão do processo de “autobiografia compartilhada” no filme a partir de fontes extratextuais primárias pouco exploradas. Essas fontes são: 1) a proposta original do filme, escrita por Tom Joslin e que é mostrada no início de Silverlake Life; 2) O diário pessoal de Mark Massi, cedido a mim por Peter Friedman e; 3) a produção de extensas entrevistas realizadas com Peter Friedman sobre o assunto.
Nanni Moretti no Instagram: ponto de vista da intimidade mascarada
Gabriela Kvacek Betella (UNESP)
Autobiografia dell’uomo mascherato (2017), publicado no Instagram em 2020, mantém relações com a filmografia autobiográfica de Moretti, ao mesmo tempo em que lança mão de propósitos reelaborados em documentários e curtas da filmografia, assim como reafirma modos de manipulação do ponto de vista. Situamos o curta na obra do diretor romano e no cenário de produções experimentais que pedem formas de representação capazes de redefinir as próprias crises e de apontar soluções criativas.
Dimensões autobiográficas na obra de Olga Futemma
Hanna Henck Dias Esperança (USP)
A partir da análise de dois filmes dirigidos por Olga Futemma, curta-metragista brasileira que atuou entre as décadas de 1970 e 1980, proponho examinar os traços autobiográficos presentes nos documentários “Retratos de Hideko” (1981) e “Hia sá sá – hai yah!” (1985).

ST Montagem Audiovisual: Reflexões e Experiências – Sessão 4 – Continuidades e pós-continuidades na montagem

11/11 às 9h30 – Presencial
O cinema de ‘pós-continuidade(s)’ e a montagem fílmica
Márcia Bessa (Márcia C. S. Sousa) (UFF)
Partindo de conceitos e características das noções de continuidade intensificada e pós-continuidade – estabelecidas por Bordwell (2006) e Shaviro (2012), respectivamente –, esse trabalho tenta pensar o sistema de continuidade cinematográfico em suas relações com a montagem fílmica hoje; ressaltando as questões da hiperaceleração, sensorialidade e espetacularização espaço-temporal no cinema contemporâneo, sobretudo em filmes de ação comerciais mais afinados com o modelo dominante hollywoodiano.
Nostalgia em Hollywood: da montagem espacial à análise histórica
Fabiano Pereira de Souza (sem vínculo)
Estratégias de construção de nostalgia em Hollywood nos anos 2010 renderam diversas representações ficcionais dos anos 1980, como também nestes se produziu equivalentes dos anos 1950. A montagem pode intensificar simulacros do passado com marcadores cíclicos de contextos sociais conservadores da geopolítica dos Estados Unidos. Tal potencial pode desdobrar o conceito da montagem espacial, da composição de diferentes imagens para a de diferentes dados históricos que compõem um imaginário.
As temporalidades narrativas em Palace II e Cidade de Deus
LUCAS FURTADO ESTEVES (UFRGS)
Quais as diferenças da manipulação do tempo em um longa e em um curta-metragem? Embora sejam obras de duração diferentes, o tempo interno de suas narrativas pode construir conflitos densos à sua maneira? Esse trabalho pretende investigar como o tempo narrativo é construido nos filmes Palace II (2001), de Fernando Meirelles, e Cidade de Deus (2002), do mesmo diretor. Para isso, observaremos a montagem dos filmes e a maneira como a narrativa se arquiteta nas duas obras.

Oficina de roteiro ministrada pelo Prof.Dr. Rubens Rewald para alunos do nono ano da Escola de Aplicação da FEUSP

11/11 às 10h00 – Presencial

ST Cinemas mundiais entre mulheres: feminismos contemporâneos em perspectiva – Sessão 5

11/11 às 11h30 – Presencial
Carro Rei e Titane: Feminismo, Body Horror e Ficção Especulativa
Luiza Cristina Lusvarghi (Unicamp)
O objetivo dessa comunicação é estabelecer uma análise comparativa entre as personagens femininas monstruosas nas narrativas distópicas contemporâneas por meio da análise de Titane (2021), de Julia Ducournau, e Carro Rei (2021), de Renata Pinheiro, filmes que se colocam como parábolas da ascensão do totalitarismo e do fascismo por meio da discussão das relações de gênero e do corpo feminino, a partir do trabalho de Barbara Creed sobre o feminino monstruoso.
Mulheres de “Carne”: animação brasileira e resistência
Laryssa Gabriele Moreira do Prado (UNICAMP)
O presente trabalho analisa as representações das mulheres no premiado documentário animado “Carne” (2019), de Camila Kater. Utilizou-se das metodologias de análise fílmica, revisão bibliográfica e etnografia da tela para chegar à conclusão de que, para além da diversidade da categoria mulher, o curta-metragem traz importantes debates sobre gênero e suas interseccionalidades, e contribui para o fortalecimento da produção de mulheres na animação brasileira como resistência à sua invisibilização.
Performatividade no arquivo audiovisual em Cuatreros (2016)
Clara Bastos Marcondes Machado (ECA-USP)
Propomos uma análise do longa-metragem Cuatreros (2016), da argentina Albertina Carri. O filme parte da busca da diretora por um filme desaparecido, baseado em um livro escrito por seu pai sobre o rebelde gaucho Isidro Velázquez. A voz de Carri descreve sua saga como um diário, conforme uma multiplicidade de imagens de arquivo é mostrada na tela. Defendemos que Cuatreros pode contribuir com uma linguagem feminista do arquivo, ao dar lugar para a subjetividade de quem se apropria das imagens.

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 5

11/11 às 11h30 – Presencial
De Norte a Sul: O circuito de Darwin pelos cineteatros do Brasil
Sancler Ebert (PPGCine-UFF/FMU)
A comunicação investiga o circuito de Darwin, o imitador do belo sexo, pelos cineteatros do Brasil. Foram encontrados registros do transformista pelos cineteatros dos estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul entre os anos de 1914 e 1936. Para a pesquisa foi feita uma coleta em 39 periódicos na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, posteriormente organizada numa base de dados.
O pioneirismo da atriz Apolônia Pinto na exibição cinematográfica.
Lívia Maria Gonçalves Cabrera (PPGCine/UFF)Ryan Brandão Barbosa Reinh de Assis (UFF)
Desde o seu nascimento, em 1854, no camarim do Theatro São Luís, Apolônia Pinto teve o seu destino atrelado às artes. Com o passar dos anos, tornou-se uma das maiores atrizes do seu tempo. Em 1896, ao lado do ator Germano Alves, seu companheiro, ela conheceu em Portugal o cinematógrafo Lumière. De volta ao Brasil com o projetor, o casal se apresentou em várias cidades entre 1897 e 1899. A nossa comunicação irá reconstituir a trajetória dessa mulher pioneira na exibição cinematográfica.
Cinematographo Sensual: o caso do “Cinema Alegre” em Recife (1915)
Felipe Davson Pereira da Silva (UFF)
Este trabalho busca analisar as dinâmicas que envolveram uma sala de cinema dedicada a exibição de filmes adultos em Recife, no ano de 1915. Por conta do estabelecimento exibir esse tipo de fita, a imprensa pejorativamente o apelidou de “Cinema Alegre”. Tal espaço sofreu duras acusações, sendo obrigado a encerrar suas atividades por ordem judicial. Nossa metodologia será o paradigma indiciário (GINZBURG, 2007), tendo como principal fonte os jornais da época.

ST Cinemas negros: estéticas, narrativas e políticas audiovisuais na África e nas afrodiásporas. – Sessão 6 – Investigações e atravessamentos na imagem e no som

11/11 às 11h30 – Presencial
O cinema de Aline Motta: as superfícies e os espólios da colonização
Gilberto Alexandre Sobrinho (UNICAMP)
Aline Motta trabalha com diferentes técnicas e práticas artísticas tais como a fotografia, o cinema, a instalação, a performance, as mídias sonoras etc. Analisaremos os filmes Filha Natural (2018-2019), (Outros) Fundamentos (2017-2019), Pontes sobre Abismos (2017) e Se o mar tivesse varandas (2017). Filmes-ensaios em que pesam os sentidos de deslocamentos afro-diaspóricos, questões ancestrais em potente trabalho com as superfícies das imagens nas tensões com ruínas resultantes da colonização.
Cintilações transgressivas: algumas considerações sobre John Akomfrah
Rodrigo Sombra (UFMS)
A apresentação revisita as origens do coletivo britânico Black Audio Film Collective (1982-1998). Este trabalho pretende iluminar as iniciativas curatoriais empreendidas pelo Black Audio, o diálogo intelectual com o sociólogo Stuart Hall, além de explorar a ideia de “cinema negro” insinuada na costura poética experimental dos primeiros filmes de um de seus membros, John Akomfrah, examinando as controvérsias raciais nas quais o coletivo se vê envolvido em seus anos de formação.
Estesias audiovisuais de cinegrafias da luz em peles negras
Irene de Araújo Machado (USP)
Ao questionar o padrão de fotossensibilidade que definiu cor e pele brancas como referência, o estudo examina procedimentos do cinema que explora a luminosidade da pele negra. Para isso examina os filmes de O. Sembène, Joel Zito, Zózimo Bulbul e Pedro Costa. O enquadramento de pessoas pretas enunciando seus próprios discursos revelam a materialidade da imagem de corpos negros especulativos como sujeitos históricos abrindo caminhos para a emergência de novas políticas de sensibilidade estésica.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 5: Vozes e práticas

11/11 às 11h30 – Presencial
A voz de Fidel Castro no Noticiero ICAIC Latinoamericano
Glauber Brito Matos Lacerda (Uesb)
A presente comunicação trata dos usos da voz de Fidel Castro nas cinerreportagens Noticiero ICAIC Latinoamericano sobre o Vietnã. Ao analisar as edições 291 e 651, percebemos duas estratégias distintas. No primeiro exemplo, o Fidel “porta-voz”, imbuído de um ethos guerrilheiro, mobiliza as lideranças terceiro-mundistas nas lutas de libertação contra o Imperialismo. No segundo, o Castro “narrador” monumentaliza os logros dos vietnamitas como triunfos de todo Terceiro Mundo.
Considerações iniciais sobre a fala cinematográfica contemporânea
debora regina opolski (UFPR)
Nas últimas duas décadas, o cinema brasileiro passou por reorganizações de produção e realização que resultaram em um novo estilo de cinema, no que concerne a fala como elemento sonoro e como elemento semântico da produção audiovisual. A presente comunicação pretende realizar considerações iniciais sobre a fala cinematográfica, refletindo principalmente sobre as diferenças de estilo em um grupo de filmes ficcionais que utilizam a fala como como um evento de ação propulsora da mise en scène.
Noite que não finda
Pedro Cardoso Aspahan (ufmg)
Para esta apresentação propomos a exibição comentada e análise do curta “Noite que não finda” (Pedro Aspahan, 6′, 2020) realizado no contexto da pandemia. Trata-se de um filme estruturado, tanto na imagem quanto na composição musical, a partir de princípios matemáticos de progressão aritmética, tal como foi a curva de contaminação descontrolada da doença durante a pandemia no Brasil. O filme faz homenagem às vítimas da doença numa complexa relação entre imagem e música.

ST Estética e plasticidade da direção de fotografia – Sessão 5 – A cinematografia e os fenômenos sensoriais

11/11 às 11h30 – Presencial
Onda conservadora e retrocesso dos direitos da mulher em A Nuvem Rosa
Cyntia Gomes Calhado (ESPM)
O filme A Nuvem Rosa (Iuli Gerbase, 2021) foi escrito em 2017 e filmado em 2019, mas, na ocasião de seu lançamento em 2021, o que era para ser uma ficção científica distópica, se tornou o primeiro filme “sobre a pandemia”. O objetivo desta comunicação é analisar os procedimentos audiovisuais e a plasticidade das imagens do filme, a partir de análise fílmica e entrevista com o diretor de fotografia Bruno Polidoro, para pensar o aspecto político desta produção.
Host e as diegeses virtuais
Paulo Souza dos Santos Junior (UFPE/UNICAP)
Dentre os mais intrigantes fenômenos da cinematografia contemporânea está o acelerado crescimento de uma particular forma de fazer filmes, em que o espaço fílmico deixa de ser o universo material e se desloca para o ciberespaço, redes sociais, aplicativos de comunicação, telas de dispositivos móveis e outros aparatos comunicacionais. O presente artigo se propõe a investigar a construção imagética do longa britânico “Host”, produzido e distribuído integralmente a partir da internet.
Capitu: uma estética pictórico-sensorial na adaptação para a TV
Carolina Soares Pires (USP)
Análise da microssérie Capitu a partir das relações imagéticas engendradas por meio de diversos elementos, tendo como foco principal a cinematografia. Adotando a direção de fotografia como eixo central para a construção de sentidos, a análise de algumas sequências do primeiro capítulo da minissérie busca compreender as relações dos espaços sensoriais com os corpos, o movimento e a imagem e como a composição das imagens se faz correlata a uma composição pictórica.

PA 1 – Caminhar entre alegorias e narrativas: reinvenções geográficas no cinema – Coordenação: Samuel Alves Moreira Brasileiro

11/11 às 11h30 – Presencial
A intermidialidade pela narrativa geográfica de Amarelo manga (2003)
Giovanni Rei Ribeiro Ojeda (UFSCar)
Essa comunicação traz uma breve visão sobre a geração Árido Movie e a sua relação com os espaços urbanos de Recife. Para isso, iremos analisar Amarelo manga (2003) através dos estudos da intermidialidade e das passagens intermidiáticas. O objetivo é identificar de que modo o filme, de largo apelo sonoro, estético e literário, traça um caminho entre o mundo real e ficcional por meio das suas múltiplas histórias paralelas interconectadas – responsáveis pela composição de uma narrativa geográfica.
Entre Barra e Bacurau: Caminhos de uma Antropologia do Cinema
Gabriela Lucena de Oliveira Coutinho (UFPB)
Nesta comunicação mostrarei um relato e reflexões teóricas ligadas ao desenvolvimento de minha pesquisa de mestrado na Antropologia Visual, que vem buscando as possíveis relações entre um filme, Bacurau (2019) e o povoado de Barra, onde grande parte do filme foi filmado. Aqui a ficção cinematográfica, através de mecanismos de identificação, acabou por se incorporar às narrativas de Barra sobre si, bem como o filme parece incorporar modos de vidas dos habitantes do povoado.
Filme Demência, cidade e alegoria.
Cauê Costa Soares (PPGCOM – UAM)
Nesta pesquisa pretendemos analisar a obra Filme Demência de Carlos Reichenbach. Principalmente, tendo em vista a questão da experiência do personagem com relação a cidade de São Paulo. E se podemos enxergar esta obra como uma alegoria do período histórico dos anos 80 e do cinema paulista.
Mormaço – entre o realismo fantástico e o sensível
Monica Rodrigues Klemz (UFRJ)
Em Mormaço, filme de Maria Meliande, 2019, os conteúdos factuais relacionados à especulação imobiliária, na cidade do Rio de Janeiro, no período anterior às Olimpíadas, trazem como consequência imediata as remoções, as ocupações e, a longo prazo, imprime danos físicos às pessoas e à natureza. A diretora converte, artisticamente, o caráter filosófico, da experiência coletiva urbana, através do (neo)realismo sensório e fantástico, de forma constelar, em interlúdios exegéticos de verdade.

ST Estudos de Roteiro e Escrita Audiovisual – Tempo e espaço na escrita audiovisual

11/11 às 11h30 – Presencial
Fim de semana no paraíso selvagem: olhar com o tempo
Pedro Loureiro Severien (UFPE)
Uma investigação sobre os processos criativos e a relação com a urgência do tempo histórico-político na feitura do roteiro de Fim de semana no paraíso selvagem, longa-metragem de ficção escrito por mim em parceria com outros quatro corroteiristas. Ao analisar as transformações operadas nessa narrativa, procuro dar a ver um entrelaçamento entre um perspectivismo autoral e possibilidades de olhar com (potencial ajuntamento discursivo) ao invés de olhar para (paradigma da representação).
A construção de atmosferas fantasmagóricas no roteiro de Los Silencios
Natália Mendes Maia (UFC)
O filme “Los Silencios” (Beatriz Seigner, 2017), se passa na Ilha da Fantasia, situada fronteira tríplice entre Colômbia, Brasil e Peru. Este espaço também inscreve uma fronteira entre ficção e documentário e o mundo dos vivos e mortos, onde fantasmas habitam as margens, o “entrelugar”. A partir dessas presenças fantasmagóricas, é possível refletir sobre a construção de atmosferas no texto do roteiro, com base na discussão sobre atmosfera fílmica (GIL, 2012) e Stimmung (GUMBRECHT, 2011).
Espaço e lugar no processo criativo do roteiro de Los Silencios (2018)
Ester Marçal Fér (UNICAMP)
Apresenta o processo de criação do longa-metragem de ficção Los Silencios (2018) a partir dos conceitos teórico-metodológicos da crítica de processo (SALLES, 2016), utilizando como documentos de análise sinopses e tratamentos do roteiro. Observa, nos métodos da cineasta, o uso de procedimentos tanto das práticas de escrita da ficção quanto do documentário, a função dos espaços e lugares na construção da narrativa do filme, e reflete sobre os modos de produção e o projeto poético em questão.

ST Cinema e Educação – Olhares decoloniais

11/11 às 11h30 – Presencial
Filmes que descolonizam o ver
Eliany Salvatierra Machado (UFF)
O presente texto é o resultado parcial de uma pesquisa, apoiada pelo CNPq, e voltou-se para um estudo apurado das relações entre colonialidade e decolonialidade do ver, a partir do que se entende por colonialidade do saber, poder e do ser, com atenção especial para a identificação de filmes decoloniais. O objetivo da pesquisa visa à identificação de filmes que apresentam, ainda que de forma não sistemática, a perspectiva da decolonialidade do ver no cinema.
Pedagogias do cinema – corporeidades de empoderamento
Ana Paula Nunes (UFRB)
Parto do princípio de que todo cinema possui uma pedagogia interna, para o bem ou para o mal, pois compreendo o cinema como expressão de valores, visões de mundo, formas de pensar e sentir. Uma pedagogia, também, dos sentidos, da percepção, do sensível. Esta comunicação busca refletir sobre a união entre cinema, corpo e educação, por meio de pedagogias do cinema que trazem corporeidades de empoderamento. Para tal, serão analisados os filmes Café com Canela (2017) e Era o Hotel Cambridge (2016).
CINEMA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: por um cinema afirmativo nas escolas
Alexandre Silva Guerreiro (SEEDUC-RJ / UERJ)
Educação inclusiva é um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que entende igualdade e diferença como valores indissociáveis. O cinema dentro da escola inclusiva deve estar em sintonia com a diversidade enquanto valor positivo, contribuindo para uma educação de qualidade para todas e todos. Refletir sobre o cinema na escola dentro desse contexto traz questões que conjugam educação, inclusão e direitos humanos, pautando o uso de um cinema afirmativo na escola.

ST Cinema no Brasil: a história, a escrita da história e as estratégias de sobrevivência – Sessão 6 – Encerramento

11/11 às 11h30 – Presencial
O legado teatral de Vianinha no filme Um homem sem importância (1971)
Reinaldo Cardenuto Filho (UFF)
Em 1971, Vianinha interpretou o protagonista de Um homem sem importância. Em um contexto repressivo, o filme apresentava a trajetória de Flávio, jovem desempregado às voltas com o esmagamento de seus desejos de ascensão social. Ao materializar o popular oprimido, alquebrado em um país que soterra idealismos, Vianinha encarnava questões próximas a peças que escreveu durante a ditadura. A comunicação pretende tecer vínculos entre a criação teatral do dramaturgo e o filme Um homem sem importância.
Samba, a memória de um futuro
THIAGO MENDONCA (ECA-USP (PPGMPA))
A comunicação “Samba, a memória de um futuro” discutirá a presença marcante em filmes do cinema de invenção como Sem essa aranha (1974) e Tabu (1982), de sambistas que tiveram entre as décadas de 1930 e 1960 os seus anos áureos. A representação do samba como imagem nostálgica de um país que se perdeu após o golpe de 1964, mas também como a verdade de um Brasil a ser reencontrado no porvir.
Seu Nenê da Vila Matilde em Espaços Intermidiáticos do Samba Paulista
Samuel Paiva (UFSCar)
O documentário de curta-metragem Seu Nenê da Vila Matilde (direção de Carlos Cortez, 2001) é uma biografia de Alberto Alves da Silva – Seu Nenê (1921-2010) – na qual sua história se entrecruza à vida do bairro, da cidade, do estado, demarcando momentos de resiliência pela afirmação do samba como território da cultura negra em São Paulo. Em tal contexto, esta comunicação consiste em analisar o referido filme a partir da noção de “espaço”, segundo proposições do geógrafo Milton Santos.

ST Teoria de Cineastas – Sessão 6 – Arquivo, gesto e pensamento no cinema

11/11 às 11h30 – Presencial
Arquivo, memória e futuro: Kamal Aljafari e os espectros de Jaffa
Jamer Guterres de Mello (UAM)
O objetivo desta proposta é investigar os procedimentos adotados pelo cineasta palestino Kamal Aljafari ao utilizar imagens já existentes para restaurar uma memória em constante apagamento, sobretudo seu empenho em recriar um arquivo imagético da cidade de Jaffa a partir do endereçamento de um imaginário futuro. Interessa particularmente observar o filme “Recollection” (2015), em que Aljafari opera um gesto substancial ao restituir uma memória perdida às imagens da cidade.
A imagem enquanto gesto em Fernand Deligny
Maria Bogado (UFRJ)
Investiga-se a trajetória de Fernand Deligny para compreender como se dá sua concepção da imagem enquanto gesto. Transitando entre educação e clínica, ele que se apresentava como poeta e etólogo, investiga como a imagem pode operar como ferramenta de mediação de uma vida em comum. O fazer cinematográfico será uma de suas tentativas de utilização da imagem como mediação da coletividade e produtora de gestos que moldam a coreografia do meio compartilhado.
Repetição dos arquivos das guerras em Irradiés (2020), de Rithy Panh
Tomyo Costa Ito (UFMG)
Propomos analisar o filme Irradiés (2020), do cineasta cambojano Rithy Panh, à luz de seu comentário em voz over e de passagens do livro La paix avec les morts (2020), ambos escritos por Panh e Bataille. Neles está presente uma reflexão sobre a repetição como forma de aprendizagem do olhar e como pedagogia do cinema. O filme constrói coleções de imagens de arquivo: propaganda bélica, armas de destruição em massa, campos de concentração, a violência sobre os corpos, a mise-en-scène do genocídio.

ST Cinema experimental: histórias, teorias e poéticas – Sessão 6

11/11 às 11h30 – Presencial
O experimental no cinema operário do grupo Medvedkine de Besançon
Leonardo Esteves (UFMT)
Os grupos Medvedkine (Besançon e Sochaux) são formados por operários que produzem cinema nos entornos do Maio de 68. Esta comunicação propõe uma análise das duas últimas obras do agrupamento de Besançon – Lettre à mon ami Pol Cèbe (1971) e Le traîneau-échelle (1971). O debate será norteado pela mudança de paradigma que caracteriza tais títulos: abandona-se o discurso social, em torno de assuntos laborais, e se encaminha para um projeto estético, consolidando uma guinada pelo cinema experimental.
Cinema brasileiro e underground: diálogos e divergências nos anos 1960
Theo Costa Duarte (Unicamp)
A partir de pesquisa mais ampla entorno das divergências e intercâmbios nos anos 1960 entre cineastas brasileiros e cineastas do underground estadunidense pretende-se nessa comunicação discutir os efetivos encontros e embates entre esses em mostras de cinema e debates públicos, assim como a recepção na imprensa especializada destes eventos.

ST Cinema Comparado – Sessão 5: A comparação como forma

11/11 às 11h30 – Presencial
Uma imagem em relação a outra: Harun Farocki e a operação comparativa
LUÍS FELIPE DUARTE FLORES (UFMG)
Harun Farocki (1944-2014), expoente do cinema ensaístico e documental, realçou amiúde as operações de comparação para relacionar elementos díspares no fluxo de imagens e sons. A atitude do cotejo traz ritmo próprio aos movimentos de sua montagem, fomentando um pensamento crítico e insubmisso sobre o mundo social. Nesse sentido, interessa investigar o princípio mesmo da comparação praticado pelo seu cinema, a fim de apreender suas dinâmicas e seus efeitos distintivos.
Conexão cinema-internet: Intersecções online/offline em Tinta bruta
Regiane Akemi Ishii (USP)
Partindo da investigação de como o cinema contemporâneo tem sido instigado pelos processos de produção e circulação próprios da internet, propomos uma análise de Tinta Bruta (2018), de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon. Nele, Pedro dança coberto de tinta neon enquanto estranhos o assistem pela webcam. Gradativamente, o protagonista desenvolve novas narrativas para si por meio das orquestrações de olhar tanto com a webcam das plataformas de streaming quanto com a câmera de cinema.
“O cinema intelectual e suas vicissitudes”: um projeto comparativo
Lucas Bastos Guimarães Baptista (Egresso ECA-USP)
O que se propõe aqui é um olhar sobre os métodos comparativos presentes nos textos de Annette Michelson sobre o cinema soviético e a vanguarda norte-americana. Nossa ênfase é no tema do “cinema intelectual” como ligação entre as duas filmografias e referência para as comparações feitas por Michelson entre nomes como Sergei Eisenstein, Dziga Vertov, Stan Brakhage e Hollis Frampton.

CI 25 – Imagens e alteridades

11/11 às 11h30 – Presencial
Herança do colonialismo e artificialidade da imagem em Caché (2005)
Bruno Maya (PUCRS)
O presente trabalho analisa a noção de artificialidade da imagem no filme Caché (2005), do austríaco Michael Haneke, a partir da qual há uma referência a herança do colonialismo e a ubiquidade midiática por meio da figura de Georges, apresentador de um programa literário televisivo. Considera-se, para isso, a estratégia de reenquadramento da intriga de Caché (2005), no sentido de subverter algumas normas clássicas do thriller. Para isso, se fundamenta em Blanchard, Virilo e Rancière.
Desmontando Imagens, Recriando Imaginários
Samantha Ribeiro de Oliveira (PUC Rio)
Esta comunicação pretende tecer uma rede de cruzamentos entre os filmes “Looking for Langston” (1989), do vídeo-artista britânico Isaac Julien, e “Até o fim” (2019), de Glenda Nicácio e Ary Rosa, realizadores da Rosza Filmes, produtora sediada no Recôncavo da Bahia, tendo como fio condutor a ideia de contra estratégia para subversão do processo de representação, proposto por Stuart Hall no texto “O espetáculo do Outro”, em que o autor se debruça fundamentalmente sobre a questão do estereótipo.
Orixás no Cinema Brasileiro: Territórios e Tecnologias Ancestrais
Samuel Macêdo do Nascimento (PPGCOM/UFC)
Terra em Transe, Ôrí e outros filmes de diferentes fases do cinema brasileiro nos apresentam sequências guiadas pelos Orixás. Neste texto nos conectamos com o imaginário disruptivo e decolonial para compreender aspectos do território, do corpo, da política, da arte e da cultura. Sequências desses e mais filmes poderiam ser contrapostas, montadas e remontadas, como exercício de análise de um imenso e rizomático arquivo que nos leva ao passado-presente-futuro colonial.

ST Montagem Audiovisual: Reflexões e Experiências – Sessão 5 – Entre poética e aprendizado da montagem

11/11 às 11h30 – Presencial
O ensaio como campo de prática, criação e reflexão da montagem
ana rosa marques (UFRB)
Por suas potencialidades pedagógicas em relação à imagem e por sua abertura às experimentações formais, venho adotando o ensaio como um campo de prática e criação na disciplina de montagem do curso de cinema e audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia desde 2018. A proposta é apresentar a experiência e discutir o ensaio como um campo formativo técnico-estético-político a partir da análise de algumas das obras produzidas pelos estudantes e de nossa metodologia de trabalho.
Poéticas da montagem entre 360°, realidade virtual e live performances
Caio Victor da Silva Brito (UFC)MILENA SZAFIR (UFCE)
Partimos das problemáticas quanto à edição audiovisual para obras em realidade virtual (VR) e então nos vimos imersos nas poéticas da montagem tanto em 360° quanto em live performance. Assim, no encontro SOCINE 2022 propomos abrirmos o processo de criação de “3(D)ef-f-ectffect? […]”, do Coletivo Intervalos e Ritmos (#ir!/PPGARTES/ICA/UFC), conforme apresentado do Ceará/BR à África do Sul, de 2020 a 2021: diálogos entre Eisenstein e Manovich, a mise-en-cadre em estéticas neo-midiáticas.

ST Cinemas mundiais entre mulheres: feminismos contemporâneos em perspectiva – Sessão 6

11/11 às 14h30 – Presencial
Rosa abre caminhos em O Fim e o Princípio (2005), de Eduardo Coutinho
Kamilla Medeiros do Nascimento (UFRJ)
Este trabalho tem por objetivo abordar as reflexões de uma parte da pesquisa de mestrado em andamento sobre a relação do cinema de Eduardo Coutinho (1933-2014) com a região Nordeste. A partir do filme “O Fim e o Princípio”, de 2005, iremos analisar como o protagonismo feminino pode ser revisitado na obra do cineasta, tendo a personagem de Rosa, como recorte. Ela é uma espécie de arauto, portas e janelas se abrem ao seu chamado. Coutinho é o diretor, mas é Rosa quem conduz.
Elizabeth Teixeira: militância e maternidade no redemoinho da história
Cláudia Cardoso Mesquita (UFMG)
Elizabeth Teixeira foi filmada por Eduardo Coutinho em 1962, 1964, 1981 e 2013, quando ele retornou à Paraíba para reencontros filmados com os personagens de Cabra marcado (1984). Esse processo-cinema, abrigo de 50 anos de história, não apenas registrou imagens de Elizabeth, mas interveio de modo decisivo em sua vida. Propomos abrir a história através de algumas imagens, reconstituindo e analisando, de uma perspectiva feminista, o encontro entre o cinema e a trajetória de Elizabeth Teixeira.
Gesto, Corpo e Cena de um cinema realizado por mulheres
Rúbia Mércia de O.Medeiros (Ppgcom/UFC)
A partir do diálogo com um cinema realizado por mulheres através de espaços formativos em audiovisual, esta exposição, traçara algumas experiências do processo formativo “Cinema Realizado por Mulheres”, tendo como diálogo, as práticas elaboradas em sala de aula para dar a ver os modos de vida de cada uma das alunas e de como a centralidade dos encontros deram ferramentas para a composição de imagens e sons.

ST Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil – Sessão 6

11/11 às 14h30 – Presencial
Os cinemas pela Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco
Filipe Brito Gama (UFF/UESB)
A presente comunicação busca analisar a exibição cinematográfica nas três primeiras décadas do século XX nas principais cidades da rota da Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco, que ligava Salvador ao Norte do estado. Observando a bibliografia existente e analisando alguns jornais locais, pretende-se apresentar os cinemas do referido período nas cidades de Alagoinhas, Serrinha, Senhor do Bonfim e Juazeiro, bem como na vizinha Petrolina, em Pernambuco.
Um mapa digital dos espaços de exibição de Juiz de Fora
Natália Teles Silva e Fróes (UFJF)
O objetivo desta apresentação é discutir a criação de um mapa digital, no portal do projeto de pesquisa Minas é Cinema, que funcione como ferramenta de pesquisa sobre os espaços de exibição da cidade. Esse mapa permite o acesso a informações, imagens e bibliografia sobre salas de cinema e outras formas de exibição em Juiz de Fora. A apresentação busca contextualizar o mapa no campo das histórias de cinemas e descrever o processo de criação dessa ferramenta.
Trajetórias e exibições cinematográficas em Feira de Santana (1950-60)
ALISSON OLIVEIRA SOARES DE SANTANA (PPGCINE-UFF)
Esta comunicação apresenta reflexões de um estudo que teve como uma das propostas discutir a modernidade urbana na cidade de Feira de Santana, Bahia, a partir dos processos históricos constitutivos das duas principais salas de cinemas que coexistiram na cidade entre as décadas de 1950 e 1960: o Cine Teatro Íris e o Cine Santanópólis. Buscou-se pensar essas salas de exibições através de uma análise histórico-historiográfica do cinema enquanto lugar da experiência social e da produção de memórias.

CI 35 – Políticas e políticas públicas

11/11 às 14h30 – Presencial
Trajetórias do político no cinema brasileiro recente
Eduardo Paschoal de Sousa (ECA-USP)
A presente comunicação busca refletir sobre a produção recente do cinema brasileiro, de 2012 a 2018, em três esferas: seus agentes, integrados ao contexto de produção por meio das políticas públicas de incentivo direto; as temáticas predominantes, em especial aquelas que se dirigem ao político; e uma rede de ruídos, mobilizada por meio da circulação dos filmes e de suas presenças nas mídias e nas redes sociais como ferramentas de debate.
Financiamento ao Setor Audiovisual na Bahia (2011-2020)
André Ricardo Araujo Virgens (UFBA)
Este trabalho tem como objetivo identificar e analisar os mecanismos de financiamento público voltados para o fomento ao setor audiovisual na Bahia, no período entre 2011 e 2020. Buscamos, num primeiro momento, identificar as principais fontes de financiamento e agentes envolvidos com o desenvolvimento de políticas de fomento ao audiovisual, que repercutam na Bahia. E, em seguida, descrever resultados preliminares dos resultados obtidos pelo processo coleta de informações sobre a execução dele
A frustração do cinema nacional e o modelo industrial norte-americano
Debora Regina Taño (UFSCar)
As discussões acerca de como e o que seria o cinema brasileiro por excelência, a partir da década de 1920, encontraram no modelo norte-americano o ideal de indústria. A partir disso, propõem-se examinar as chamadas tentativas de industrialização do cinema brasileiro por meio das teorias institucionais, identificando as práticas de legitimação do cinema nacional diante de um modelo artístico e de produção institucionalmente mimetizado do contexto hollywoodiano clássico.

ST Estilo e som no audiovisual – Sessão 6: Estilo e música

11/11 às 14h30 – Presencial
Música e estilo no cinema de Hong Sang-soo
Luíza Beatriz Amorim Melo Alvim (UFRJ)
Consideramos o estilo do diretor sul-coreano Hong Sang-soo quanto ao uso de música, caracterizado pela parcimônia e pela presença de repertório clássico ocidental, algo que associamos ao conceito de “música de autor” (Gorbman, 2007). Analisamos os filmes “Filha de ninguém” (2013) e “Silvestre” (2018): no primeiro, destaca-se a estrutura paramétrica (Bordwell, 1985) em que a música de Beethoven se insere; no segundo, óperas de Wagner diegéticas estão ao fundo de conversas sobre relacionamentos.
Vozes africanas de arquivo: Minha avó era palhaço e Medida provisória
GEÓRGIA CYNARA COELHO DE SOUZA (UEG/UFG/USP)
Implicações estético-narrativas do uso dos mesmos samples de “vozes africanas” de bibliotecas musicais digitais no documentário Minha avó era palhaço (Mariana Gabriel, São Paulo, 2016, média) e na ficção Medida provisória (Lázaro Ramos, Rio de Janeiro, 2022, longa-metragem). Estudo amparado em análise fílmica, pesquisas bibliográficas sobre som e música no audiovisual, e entrevistas com compositores usam stock music em seu cotidiano (Abdalla, 2021; Pierrobom, 2021; Ludwig, 2018; Domene, 2018).

ST Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados – Sessão 5: Cinema Documental Latino-americano

11/11 às 14h30 – Presencial
Apenas el sol: um encontro de dois documentaristas no Chaco paraguaio.
Andrea C. Scansani (UFSC)
A partir de uma entrevista realizada, em fevereiro deste ano, com a cineasta paraguaia Arami Ullón, investigaremos os caminhos da realização de seu último longa-metragem, Apenas el sol (2020), que conta com o protagonismo do líder Ayoreo Mateo Sobode Chiqueno. Mateo é o que poderíamos chamar de um colecionador de palavras e sons, que em fitas cassete, desde 1979, grava conversas, canções, depoimentos de seus parentes Ayoreo, numa espécie de auto-etnografia oral do norte do Chaco paraguaio.
Coffea Arábiga, Congo e o documentarismo latino-americano a contrapelo
Marcelo Vieira Prioste (PUC-SP)
Esta comunicação se propõe a estabelecer um cotejamento entre duas obras emblemáticas do documentarismo latino-americano, primeiramente Coffea Arábiga (Cuba, 1968), e de outro lado Congo (Brasil, 1972). Ambos transitam no interior de uma imprecisa definição de “antidocumentários” ao adotarem subterfúgios de linguagem no trato a temas sensíveis, tanto à Cuba revolucionária dos anos 1960 como à ditadura brasileira na década seguinte.
Mauricio Berú: o documental argentino entre a política e as artes
Natacha Muriel López Gallucci (UFAL)
Abordamos aspectos da trajetória de Mauricio Berú (1927), documentalista argentino e exilado em São Paulo, Brasil, durante a última ditadura cívico militar na Argentina. Buscamos construir uma primeira aproximação estética da sua obra fruto da entrevista pessoal e da análise fílmica seus trabalhos mais reconhecidos Fuelle Querido (1967), Certas Palavras com Chico Buarque (1980), Quinteto (1971), Tango y Tango (1984), Vamos Tango Todavia (1990-1992) e Piazzolla em Buenos Aires (2005)

ST Cinemas pós-coloniais e periféricos – Encerramento

11/11 às 14h30 – Presencial
A origem é o alvo: imagens que tocam o futuro do lado de cá
Angelita Maria Bogado (UFRB/UFSCar)Scheilla Franca de Souza (PPGCOM/UFRB)
Fazem parte desta gira imagens forjadas em uma estética anticolonial, em que o corpo deixa de ser alvo e se apresenta como corpo-memória. Inspirado no movimento do Samba de Roda, uma imagem convoca a outra para o centro da roda. Entendemos que essa circularidade potencializa a aparição do corpo-memória, seus saberes, suas temporalidades e põe para circular sua força vital, o axé. As imagens dos territórios periféricos alçam voo sem deixar o chão e juntas praticam um futuro ancestral.
“Eu me escondo, se você também se esconder”
VINICIOS KABRAL RIBEIRO (UFRJ)
Reparação e um possível arquivo de pessoas LGBTIA+? A proposta é pensar os dois conceitos e suas implicações para a produção e recepção de cinemas em dissidência, que habitam as periferias da história e da historiografia do cinema. a apresentação buscará articular reparação, cura e a potência de amar nas/pelas imagens do cinema, sob o prisma da espectatorialidade, especificamente nos filmes GAY USA (1978) e Buddies (1985), de Arthur J. Bressan Jr. (1978).

ST Outros Filmes – Sessão 4

11/11 às 14h30 – Presencial
Noticiero ICAIC: percursos dos arquivos de um cinema à margem.
Tainá Carvalho Ottoni de Menezes (PUC-Rio)
Esta comunicação traça os percursos que levaram a coleção do Noticiero ICAIC Latinoamericano a sobreviver e reemergir no espaço público internacional. A retomada no documentário Memória Cubana (2009); a inscrição no Registro da Memória do Mundo da UNESCO (2009); a restauração, pelo Institut National de l’Audiovisuel (INA); e a pesquisa da Sorbonne Université (2020 – 2021), são ações que demonstram o valor desses filmes propagandísticos, deixados à margem pelos manuais de cinema.
Filmes de viagem e o olhar estrangeiro
Arlindo Rebechi Junior (UNESP)
Esta comunicação mobiliza as filmagens de viajantes-cinegrafistas estrangeiros, dentro de um contexto colonial, para discutir as formas de apropriação, disciplinarização e construção imaginária sobre o outro. Para promover essa discussão, este trabalho pretende percorrer os filmes de viagens de duas companhias surgidas ao redor de duas grandes figuras do primeiro cinema: Charles Urban e Burton Holmes.
A memoria e a nostalgia nos arquivos afrodiasporicos
Gabriel Filgueira Marinho (ESPM)
O agenciamento colonial na produção e nas políticas de conservação de imagens atravessa a realização dos documentários históricos onde a África é o centro narrativo. A partir da análise dos processos de migração e ressignificação, procuramos entender como dois diferentes documentaristas afrodiaspóricos lançam seu olhar para a História do líder da independência do Congo, Patrice Lumumba (1925-1961). Como o acesso ao mesmo escasso material iconográfico, gera duas narrativas-memória distintas.

PA 8 – Ensaiar semelhanças e diferenças das formas lado a lado no cinema – Coordenação: Guilherme Augusto Bonini

11/11 às 14h30 – Presencial
A linguagem de Orson Welles: Sganzerla no limite do herói fechado
Emilio Gonzalez Diez Junior (ECA USP)
O presente trabalho busca analisar como Rogério Sganzerla em A Linguagem de Orson Welles (1991) emprega o seu conceito do herói fechado para transpor, em forma ensaística, elementos estruturais de Citizen Kane (1941) na composição de um panorama complexo da figura de Orson Welles.
Ecos de Antígona no Cinema
Leonardo Medeiros da Silva (UFOP)
Este trabalho discute as reescritas que a tragédia grega efetua no cinema. Para tanto, objetiva-se uma análise da obra Antígona (441 a.C.), de Sófocles, tendo como eixo de reflexão um exame de duas versões fílmicas da tragédia, a saber: Antigone (Yorgos Javellas, 1961) e Antígona – A Resistência Está no Sangue (Sophie Deraspe, 2019). A partir do legado que caracteriza a tragédia de Antígona, pretende-se considerar as interdiscursividades desse mito trágico no cinema.
Os padrões de intenção incorporados ao ensaístico em Welles
Victor Cardozo Barbosa (UNICAMP)
Este trabalho propõe uma análise comparativa entre os filmes ensaísticos de Orson Welles, F for Fake (1972) e Filming Othello (1978), tendo como ponto de partida domínio do filme-ensaio (Teixeira, 2015) e a incorporação dos padrões de intenção (Baxandall, 2006) para compreender como ele se vale das possibilidades e fragmentos de sua própria obra anterior para reconfigurá-la no domínio ensaístico.
PASSAGENS: uma jornada emotiva e comparada pelo cinema de Miguel Gomes
Renato Souto Maior Sampaio (UFPE)
Este trabalho intenta abordar a questão do deslocamento e da viagem na obra do cineasta português Miguel Gomes, por meio de um aspecto da emoção nestas jornadas fílmicas. Para tanto, um viés háptico perpassará alguns caminhos e itinerários nesta investigação, como também o uso de uma abordagem comparada entre o objeto aqui proposto e filmes viajantes pertencentes ao movimento cinematográfico do primeiro cinema.

ST Cinema e Educação – Políticas das imagens

11/11 às 14h30 – Presencial
ENUNCIAÇÕES DE CRIANÇAS NO CINEMA DOCUMENTÁRIO PARA FABULAR FUTUROS
Milene Migliano Gonzaga (UFRB)Leticia Machado Santinon (UFRB)
Com Mutirão: O filme, de Lincoln Péricles, Olhos de Êre, de Luan Manzo e Pohã Re’yi – A família dos remédios, da Associação Añetete da Comunidade Indígena Guaiviry, propomos uma constelação fílmica anticolonial para aprender e apreender cinema em contextos nos quais protagonizam enunciações de crianças: uma menina negra da periferia em São Paulo, um menino negro que vive em um quilombo/terreiro nas bordas de Belo Horizonte e uma menina Guarani Kaiowá que vive em exíguo território indígena no MS.
Revolta no CAC: cinema com crianças em Venda Nova (BH)
Bernard Belisário (UFSB)
Propomos uma análise de uma das gravações realizadas por crianças de Venda Nova, periferia de Belo Horizonte, no âmbito das oficinas de audiovisual do Programa de Socialização Infanto-Juvenil (SMAS/PBH) em junho de 2005. O vídeo, filmado e editado na própria câmera em formato Hi8, acompanha um processo de crise vivido pelas crianças diante da sensação de injustiça, e seus desdobramentos, envolvendo educadores, gestores, guardas, mães e até um cachorro.
Montagem e agenciamento, passagens entre cinema e esquizoanálise
Cezar Migliorin (UFF)
A partir dos trabalhos com Cinema de Grupo e com a prática clínica, procuro pensar como o cinema inventou meios que se colocam disponíveis para que possamos operar nesses campos. Trago a esquizoanálise como um pensamento entre processos subjetivos, estéticos e políticos que nos ajuda a manejar as práticas de cuidado que se efetivam na educação e na clínica. Nessa comunicação me concentro nas aproximações e efetivações das noções operadoras: montagem e agenciamento.

CI 28 – Gêneros no cinema

11/11 às 14h30 – Presencial
O cinema policial de João Batista de Andrade
Vinícius da Cunha Bisterço (USP)
Essa apresentação analisa os diálogos presentes na produção cinematográfica de João Batista de Andrade com o gênero do cinema policial, particularmente no caso dos filmes Doramundo (1978), O Homem que Virou Suco (1981) e A Próxima Vítima (1983). Busca-se, assim, compreender a maneira com que as convenções desse gênero cinematográfica são mobilizadas para representar o período da transição democrática da ditadura militar brasileira (1974-1985)
Reflexões sobre um gênero: a comédia histórica no cinema brasileiro
Míriam Silvestre (SEEDF / UnB)
A reflexão sobre formas de narrativa da história em filmes cômicos brasileiros realizados em diferentes épocas, propondo a análise de um outro gênero cinematográfico: a comédia histórica. O conceito de gênero cinematográfico e suas diversas ramificações remete-nos à riqueza do que se configura por trás do modelo histórico e as possibilidades narrativas quando de sua conexão com a comédia.
Resquícios de um cinema estrutural no contemporâneo
Davi Marques Camargo de Mello (UPM)
Com base nos critérios de um cinema estrutural propostos por P. Adams Sitney e posteriormente estendidos por Peter Gidal, observando tendências nos filmes de vanguarda norte-americanos e britânicos compreendidos entre 1965 e 1978, cuja forma seria a primeira impressão desses filmes, pretende-se investigar o lugar do cinema estrutural/materialista na contemporaneidade, buscando compreender como os novos meios e a digitalização se comportam a partir de suas transformações estéticas e aperceptivas.

Assembleia

11/11 às 16h30 – Presencial

Festa de encerramento – *Entrada franca com apresentação do crachá da Socine

11/11 às 22h00 – Presencial

Mesa com entidades de pesquisadores de cinema e audiovisual (SEPANCINE, AsAECA, AIM, SOCINE)

11/11 às 16h30 – Remoto

 
 

14/11


CI 2 – Outras perspectivas em Cinemas Indígenas

14/11 às 9h30 – Remoto
Entre a mitologia indígena e o fora de campo em Hamaca paraguaya
Ricardo Lessa Filho (UFMG)
O presente ensaio analisará, a partir do filme Hamaca paraguaya, de Paz Encina, a maneira como a cineasta paraguaia concebe a transmutação do mito indígena dos guaranis para a linguagem cinematográfica e ficcional. O texto examinará escolhas formais do filme de Encina, tais como a dessincronização entre a imagem e o som ou, sobretudo, seu importante e singular exercício estético e temporal com o fora de campo a partir de sua espectralidade – e de suas encenações entre o visível e o invisível.
A cosmologia guarani-kaiowá e O coração da terra (Gomes e Gomes, 2020)
Carlos Eduardo da Silva Ribeiro (UFRGS)
Partimos do curta-metragem Yvy Pyte – Coração da terra (Genito Gomes e Johnn Nara, 2020), realizado no tekoha Guaiviry (MS), em contexto de retomada. O filme homenageia postumamente o rezador guarani-kaiowá Valdomiro Flores, cuja voz em off conta como e onde surgiu o mundo: no Rio Paraguai, entre o Paraguai e o Mato Grosso do Sul. Como a cosmologia guarani-kaiowá pensa a sua relação com a terra e de que maneira a força dessa cosmologia reconfigura a história da retomada a partir do filme?
O que aprender com os cinemas indígenas para fazer cinema na escola
WAGNER SANTOS DE BARROS (PPGE – UFRJ)
A pesquisa traça relações entre os cinemas indígenas brasileiros a partir da década de 1980 e experiências de produção de cinema documentário em escolas do ensino fundamental, buscando compor um campo comum de questões pedagógicas a partir desses universos. A pesquisa deverá se orientar a partir de conceitos como cinema-processo e tecnodiversidade para produzir reflexões e procedimentos que indiquem caminhos de compartilhamento entre os conhecimentos indígenas e as experiências nas escolas

CI 6 – Documentários Brasileiros

14/11 às 9h30 – Remoto
A política das imagens em O índio cor de rosa contra a fera invisível
fernanda ribeiro de salvo (Ufac)
O trabalho refletirá sobre os engajamentos do documentário brasileiro, tomando como objeto de discussão o filme O índio cor de rosa contra a fera invisível — a peleja de Noel Nutels (Tiago Carvalho, 2020). Discutiremos sobre os investimentos formais da narrativa, capazes de instaurar perspectivas contra-colonizadoras e de revisão das historicidades dos contextos amazônicos. Para tanto, nos valeremos da contribuição dos estudos decoloniais e dos estudos focados na estética e política das imagens.
Roteiros e ficções da queda de Dilma Rousseff
Daniel Velasco Leão (PPGAVUDESC)
Este artigo tem por objetivo analisar como o processo que levou à queda de Dilma Rousseff foi estruturado dramaticamente em alguns dos filmes documentário dedicados a ela, relacionando-se essas estruturas tanto à realidade histórica quanto aos procedimentos de registros adotados. Analisamos, especialmente, Filme Manifesto (Fabiano, 2017), Tchau, querida (Aranda, 2019), Não vai ter golpe! (Rauh e Santos, 2019) e Democracia em vertigem (Costa, 2019).
Identidades sob rasura no documentário brasileiro contemporâneo.
Giulianna Nogueira Ronna (PUCRS)
Considerando a concepção de uma escrita sob rasura (DERRIDA, 1991), pela qual a identidade biografada passa a ser apreendida sob o regime da instabilidade, busco analisar a forma como o documentário reconfigura a história a partir da recorrência gráfica no interior da imagem. Para tanto, trago uma reflexão acerca da identidade narrativa (RICOEUR, 2010) que, valendo-se da espectatorialidade do traço em seu percurso constitutivo, é capaz de reelaborar a experiência histórica do espectador.

MESA Incidencias de las canciones populares en el cine latinoamericano

14/11 às 9h30 – Remoto
El tango como conector afectivo con el pasado en el cine de terror arg
Valeria Arévalos (UBA)
El objetivo de esta exposición será repasar la potencia afectiva y como constructora de memoria del tango en dos largometrajes de terror argentinos contemporáneos
Violencia, afectos y política: las canción popular en Raymundo (Virna
Pablo Piedras (CONICET-UBA-UNA)
En América Latina los primeros años setenta, con su concentración de ideales revolucionarios y represiones sangrientas han sido objeto de procesos de memoria pública, cultural y cinematográfica. En esta ponencia examinaré la construcción fílmica de una memoria nostálgica de los primeros años setenta en América Latina a través de un estudio del documental argentino Raymundo (Virna Molina y Ernesto Ardito, 2002).
“Com o braço levantado e o semblante carregado”: as canções de Bacurau
Guilherme Maia de Jesus (UFBA)
Em diálogo com estudos recentes sobre o uso de coletâneas de canções pré-existentes no cinema contemporâneo, esta comunicação apresenta os resultados de uma análise das estratégias de uso de canções populares em Bacurau (Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, 2019). A jornada analítica sugere que a poética musical de Bacurau se alinha a uma tendência contemporânea de uso de canções como meio de presentificação de um tempo pretérito ao da diegese, produzindo atmosferas de nostalgia e utopias.

MESA Imagens em conflito: estética e política no cinema do Oriente Médio

14/11 às 9h30 – Remoto
Tartarugas podem voar: a infância no cinema curdo de Bahman Ghobadi
Stephanie Oliveira da Silva (UAM)Juliana Santoros Miranda (UAM)
Neste trabalho, realizamos a análise fílmica de “Tartarugas podem voar” (2004), do primeiro diretor iraniano a produzir filmes em curdo, Bahman Ghobadi. É notável o protagonismo de crianças nas produções de Ghobadi, tal como no cinema iraniano, com o qual estabelecemos um paralelo. Referenciamos conceitualmente a análise no cinema de fronteira, além do orientalismo e eurocentrismo, sendo estes presentes devido à questão ideológica que envolve os diversos pontos de vista acerca das infâncias.
Reflexões sobre filmes críticos realizados por cineastas israelenses.
Marília Xavier de Lima (UAM)Natália Pinheiro Gondim de Albuquerque (UAM)
Esta comunicação analisa três filmes israelenses que abordam em sua temática as políticas do Estado de Israel. Tendo em vista o modo como a narrativa enseja criticamente os conflitos entre Israel e a Palestina, serão analisados os filmes “Tantura”, “Our Natural Right” e “Shir”. Refletiremos, a partir disso, sobre a maneira pela qual os cineastas constroem novas imagens de si e reconhecem os crimes contra a população palestina, buscando incluir narrativas silenciadas à sua História.
Afeganistão e a Guerra no Cinema de Atiq Rahimi
Jansen Hinkel Molineti Tavares (UAM)
A comunicação apresenta a análise de dois filmes do escritor e cineasta afegão Atiq Rahimi: “Terra e Cinzas” (2004) e “A Pedra da Paciência” (2012), livros homônimos do próprio autor. As obras retratam o povo do país e os efeitos da guerra, singularizados em personagens que precisam continuar a vida após o contato com a extrema violência. A partir dos filmes pretende-se elaborar uma discussão sobre a realidade do Afeganistão e as escolhas estéticas do cineasta.

CI 16 – Cinema e cidades

14/11 às 9h30 – Remoto
São Paulo: sinfonias, cacofonias, imaginários, tonalidades e ritmos
Thaís Itaboraí Vasconcelos (UFJF)
A partir da análise comparada entre São Paulo, a sinfonia da metrópole (1929), de Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny, e o filme São Paulo – Sinfonia e Cacofonia (1994) de Jean-Claude Bernardet, refletiremos sobre os imaginários da capital paulista, destacando como a cidade é representada como dinâmica e pungente, em especial nos anos 1920. Ambos os filmes se aproximam das sinfonias urbanas, bem como abordam e colaboram na construção do imaginário da capital paulista.
Cinema e Resistência no Maranhão (1970/80)
Leide Ana Oliveira Caldas (IFMA/UFMA)
Com a perspectiva no campo da História e Cinema o presente trabalho problematiza os discursos produzidos acerca da dinâmica sócio- histórica da cidade, a sociedade, a política e, o cotidiano, através das maneiras de fazer e dizer na construção de espaços fílmicos de realizadores e realizadoras do cinema superoitista no Maranhão no período da ditadura civil-militar-empresarial no país com recorte temporal nas décadas de 1970/80.

PA 3 – Telas abertas do audiovisual brasileiro: as transformações dos dois lados da câmera a partir dos anos 2000 – Coordenação: Kamilla Medeiros do Nascimento

14/11 às 9h30 – Remoto
A busca por telas 20 anos depois do chamado ‘boom’ do documentário
Joana Guedes Nin Ferreira (PUC-Rio)
O interesse súbito crescente por documentários em salas de cinema foi um acontecimento mundial inesperado registrado entre 2002 e 2004, conhecido como ‘boom’ do documentário. Números até então impensáveis de bilheteria de alguns títulos puxaram uma quantidade crescente de lançamentos do gênero nos anos seguintes. Duas décadas depois, o movimento se mantém, mas a baixa procura do público ameaça a permanência dos filmes nas salas. Novas estratégias de distribuição tentam transformar este cenário.
Filme censura livre para adultos – um olhar sobre O MENINO E O MUNDO
TAÍS DE BARROS (PUCRS)
Uma observação sobre filmes de animação recente sugere que podem ter classificação indicativa livre e dialogar também com o público adulto, além do infantil. Questionamos que elementos estão presentes em “O Menino e o Mundo” (2014) e como se apresentam em diferentes níveis narrativos que apelam a estes públicos, usando o conceito do duplo código apresentado por Umberto Eco, em sua obra Confissões de um Jovem Romancista (2018).
OBJETOS, TEORIAS E METODOLOGIAS NOS ESTUDOS DE FESTIVAIS DE CINEMA
nathan dos santos alves (UNESPAR)
O presente trabalho busca contribuir com o prematuro campo de estudos de festivais de cinema no Brasil ao realizar um levantamento e uma análise de trabalhos acadêmicos recentes, publicados no país nos últimos cinco anos, que têm por temática tais fenômenos. Empreendemos uma análise crítica a fim de compreender como se tem abordado esse assunto (metodologias empregadas), quais os tratamentos (abordagens teóricas), os recortes (corpus de análise).
Impactos da Pandemia de Covid-19 no setor audiovisual
Débora Rosenente (UTP)
Este recorte da pesquisa de mestrado em construção apresentará os impactos sofridos no setor audiovisual durante a pandemia de Covid-19. Levando em conta as alterações sofridas por trás das câmeras nas produções, como protocolos de saúde implantados nos períodos mais caóticos da pandemia até os protocolos que serão mantidos. Além das mudanças sofridas no consumo das mídias por parte dos telespectadores.

CI 14 – Territorialidades

14/11 às 11h30 – Remoto
Quilombismo e Territorialidades: “Quilombo Rio dos Macacos” (2017)
Matheus Vianna Matos (UFBA)
A partir dos estudos de Abdias do Nascimento, proponho uma articulação entre o quilombismo e as resistências quilombolas no Brasil contemporâneo, tomando como objeto analítico o documentário Quilombo Rio dos Macacos (2017), de Josias Pires, que acompanhou as lutas e as violências sofridas por essa comunidade. Propomos também uma aproximação com o trabalho de André Brasil, ao compreender que no cinema temos relações de continuidades e descontinuidades entre os modos de vida e as formas de imagem.
O colonialismo no cinema contemporâneo latino-americano de mulheres
Manuela Bezerra Gouveia de Andrade (UFF)
O estudo tem como objetivo a partir de um escopo de análise focado em filmes que tematizam o colonialismo, dedicar-se a uma análise de obras de mulheres que falam de pontos de partida distintos: tanto mulheres brancas como mulheres indígenas de diferentes países de Abya Ayla. Este trabalho se dedicará especificamente ao estudo das narrativas fílmicas no intuito de esmiuçar como as diretoras tecem questões como o tempo e o território.
Linguagem cinematográfica e (des)territorialização no filme “Atlantis”
João Paulo de Carvalho dos Reis e Cunha (Uniso)
O objetivo é analisar sequências do filme ucraniano Atlantis (2019) dos pontos de vista histórico e formal. Sua estética, caracterizada por planos abertos e longos, câmera estática e ações na profundidade de campo aproximam-no do Primeiro Cinema e do cinema moderno do pós-guerra. Discutiremos, enfim, como essa estética imprime no quadro fílmico linhas de fuga e (des)territorialização, refletindo, no campo simbólico, a busca dos personagens por reconstrução pessoal e do país assolado pela guerra.

CI 7 – Políticas da imagem documental

14/11 às 11h30 – Remoto
O Documentário, a rádio e a palavra de Deus – o exemplo de Sutatenza.
Fernando Weller (UFPE)
Analisaremos o documentário “Sutatenza, Un mensaje de Paz” (1955), com duração de 18 minutos, dirigido pelo cineasta, teórico do cinema e, nos anos 1960, diretor da Seção de Filmes da Unesco, Enrico Fulchignoni. O filme retrata a criação de uma rádio no município de Sutatenza, na Colômbia, pela Igreja Católica, com apoio da Unesco. Além do filme, abordamos a documentação envolvendo as tratativas para a produção e posterior exibição do filme, disponível nos Arquivos da Unesco.
Configurações do poder desaparecedor – O botão de pérola
Ana Daniela de Souza Gillone (USAL)
Narração, depoimentos, imagens de arquivo – de etnias indígenas desaparecidas que habitavam o Chile e de militantes políticos desaparecidos na ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990) – ilustrações, sons diversos compõem um mosaico narrativo de repúdio às opressões em O botão de pérola (El botón de nácar, Espanha/ França/ Chile/ Suíça, 2015) de Patricio Guzmán.
DOCUMENTÁRIOS EM TEMPOS DE PANDEMIA (COVID-19): SABER FAZER COM O REAL
Eliane Vasconcelos Diógenes (UNIFOR)Edvaldo Siqueira Albuquerque (UNIFOR)
O mundo foi abalado pela pandemia de Covid-19. Investigamos a imposição do real no ato de fazer documentário, a partir de articulações entre a perspectiva de Comolli sobre o fazer documentário sob o risco do real e o debate da psicanálise, sob o paradigma de Lacan, sobre o saber fazer dos artistas com o real. Abordamos os documentários: In my room (Diop, 2020), Citadel (Smith, 2020), Janelas daqui (Vidigal, Sherman, 2021), Strasbourg 1518 (Glazer, 2020) , Me cuidem-se (Abrantes, Borges, 2021).

MESA Cinemas africanos no feminino e plural

14/11 às 11h30 – Remoto
Safi Faye e a etnografia na ficção
evelyn santos sacramento (UFBA)
Safi Faye propõe em seus documentários um modelo narrativo observacional, ao mesmo tempo em que a relação de intimidade é colocada em jogo, a relação de intimidade do olhar que é estabelecida pela autora que fala de um “nós”, a partir de uma voz que é sua, de seus familiares e companheiros de aldeia. Nesse sentido, sua pesquisa antropológica e os filmes possibilitam uma reflexão sobre si, sobre o território, e sobre seu lugar de africana em constante movimento, que vai e que volta.
Cinemas africanos e autobiografia:documentários dirigidos por mulheres
Ana Camila de Souza Esteves (UFBA)
Examino aqui o longa-metragem “Nous” (2021), da cineasta franco-senegalesa Alice Diop, com o intuito de observar como o elemento autobiográfico da narrativa se constrói em discurso e em estilo, e como dialoga com a experiência coletiva não só dos outros personagens sociais do filme, mas com a das mulheres africanas em diáspora de uma forma geral. O longa faz parte de uma constelação de filmes autobiográficos contemporâneos dirigidos por mulheres africanas, pesquisa em desenvolvimento.
“La Nouba des femmes du Mont Chenoua”: memória entre contos e cantos
Morgana Gama de Lima (UFBA/UFRB)
“La Nouba des femmes du Mont Chenoua” (1977) é o primeiro longa-metragem da escritora e cineasta argelina Assia Djebar. É através da análise dessa produção pioneira que o objetivo da nossa comunicação é examinar a presença das tradições orais em narrativas cinematográficas de diferentes regiões do continente africano, abordando a oralidade como um fenômeno a ser aprofundado nos estudos teóricos de cinema, não somente enquanto estratégia poética da narrativa fílmica, mas, sobretudo, retórica.

MESA Experimental Expandido, Cine de Bolso & VR Platform + Interator Avatar

14/11 às 11h30 – Remoto
Experimental Expandido, Cine de Bolso & VR Platform + Interator Avatar
Flávio Carvalho (UTP)
A proposta é apresentar o projeto “Memórias do Futuro: Inovação Midiática Multimodal”, já aprovado pelo Edital CNPq Universal, enfatizando o CLUSTER CINEX e suas seis mostras de curtas experimentais e três editorias de e-books com pesquisadores nacionais e internacionais. O objetivo é criar um diálogo entre o conhecimento teórico e a produção experimental, enfatizando as criações do NPPA – Núcleo de Pesquisa e Produção Audiovisual do GP CIC (CNPq-em parceria com o CIAC-Portugal) do PPGCom-UTP.
Experimental Expandido, Cine de Bolso & VR Platform + Interator Avatar
Denize Correa Araujo (UTP)
A proposta é apresentar o projeto “Memórias do Futuro: Inovação Midiática Multimodal”, já aprovado pelo Edital CNPq Universal, enfatizando o CLUSTER CINEX e suas seis mostras de curtas experimentais e três editorias de e-books com pesquisadores nacionais e internacionais. O objetivo é criar um diálogo entre o conhecimento teórico e a produção experimental, enfatizando as criações do NPPA – Núcleo de Pesquisa e Produção Audiovisual do GP CIC (CNPq-em parceria com o CIAC-Portugal) do PPGCom-UTP.
Experimental Expandido, Cine de Bolso & VR Platform + Interator Avatar
Claudia Maria Queiroz Lambach (UTP)
A proposta é apresentar o projeto “Memórias do Futuro: Inovação Midiática Multimodal”, já aprovado pelo Edital CNPq Universal, enfatizando o CLUSTER CINEX e suas seis mostras de curtas experimentais e três editorias de e-books com pesquisadores nacionais e internacionais. O objetivo é criar um diálogo entre o conhecimento teórico e a produção experimental, enfatizando as criações do NPPA – Núcleo de Pesquisa e Produção Audiovisual do GP CIC (CNPq-em parceria com o CIAC-Portugal) do PPGCom-UTP.

CI 17 – Inimigos invisíveis

14/11 às 11h30 – Remoto
O inimigo invisível: memórias de um futuro pandêmico
Letícia Xavier de Lemos Capanema (UFMT)
A partir de um breve percurso sobre as formas de representação visual de epidemias e pandemias que acometeram a humanidade, busca-se discutir, de modo correlacionado, os aspectos estéticos, narrativos e discursivos da visualidalidade de inimigos invisíveis (vírus, germes e bactérias). Tal discussão se detém nas representações audiovisuais (distópicas, catastróficas e pandêmicas) que narram experiências de crises sanitárias, ficcionais ou não, anteriores e posteriores à pandemia de covid-19.
Patogenia fantástica: subversão narrativa em Cemitério do Esplendor
Lucas Camargo de Barros (FBAUL)
“Cemitério do Esplendor” (Apichatpong Weerasethakul, 2015) parte da patologia tripanossomíase africana para compor uma fábula que atravessa tempos, espaços e planos – físicos, espirituais e cinematográficos. Nesta análise fílmica, proponho abordar as ferramentas estético-formais contidas na longa-metragem que geram uma narrativa subversiva. A “patogenia fantástica” é a base estrutural que gera os sintomas que adoecem os soldados protagonistas e o próprio corpo fílmico.

PA 5 – Tensionar as formas do filme: aspectos do ensaio, da montagem e da memória – Coordenação: Álvaro Renan José de Brito Alves

14/11 às 11h30 – Remoto
Herança do ensaio literário no filme-ensaio
Marcele Sales Alves Gomes (UERJ)
A partir de reflexões sobre o ensaio literário e o filme-ensaio, o intuito deste trabalho é compreender como a herança da literatura têm forma na realização de filmes ensaístas. O ensaio literário possui diversas características que são vistas, também, no cinema, apesar de não existir uma única forma de fazer o filme-ensaio. Além da pesquisa bibliográfica, foi realizada uma análise fílmica de Carta da Sibéria (1957), a fim de analisar elementos do ensaio no filme.
O Drama das Formas: A montagem polivalente de Nathaniel Dorsky
Gabriel Linhares Falcão (PPG-Cine UFF)
A partir do início dos anos 1960, Nathaniel Dorsky, Jerome Hiler e Warren Sonbert desenvolveram e especularam, em grupo e independentemente, uma forma aberta de cinema que culminaria na montagem polivalente, que se move de uma tomada a outra fora de quaisquer outras necessidades, exceto, o acúmulo de ser. Analisaremos a possibilidade de uma transparência descontínua e do estabelecimento de um drama das formas na montagem polivalente de Nathaniel Dorsky nos filmes Variations e Threnody.
Titanic: pensamentos sobre a relação entre história, memória e ficção
Pedro Gabriel de Souza e Costa (UTP)
Este trabalho é um recorte de pesquisa de mestrado e tem o objetivo de investigar a interligação entre história, memória e ficção que instigam uma reflexão acerca de suas participações no cinema, especificamente no filme Titanic (1997). Para tal, uma pesquisa bibliográfica foi realizada com base nos materiais e ideias de Hayden White, Paul Ricoeur, Robert Rosenstone, Marc Vernet, Walter Lord e a produção de James Cameron.
Possibilidades de memórias: realização e preservação audiovisual no BR
Manoela Veloso Passos (UFS)
Memórias individuais ou coletivas são construídas através das narrativas e representações a que se tem acesso. O cinema é profundamente influenciado pela narrativa hollywoodiana e suas estruturas simplificadas e controladoras, no entanto há cinemas capazes de transmitir saberes indígenas, contra hegemônicos, dissidentes, através de auto-representações que podem transformar as bases de nossa memória social.

CI 8 – Corporalidades e sensorialidades

14/11 às 14h30 – Remoto
Sensorialidade e hapticidade nas imagens de “Le corps sublimé” (2007)
Vitória Garcia Galhardo (UNESP)
Através das correntes fenomenológicas dos estudos do cinema, observamos a importância da experiência háptica do espectador. Proponho investigar através do filme “Le corps sublime” (2007) de Jérôme de Missolz, como as imagens são potenciais hápticos da experiência. Considero que as noções sensíveis de tocar, sentir e degustar as imagens estão inseridas em um contexto individualizado do sujeito, mas também, composto de configurações sociais que conduzem as sensibilidades por meio da cultura.
Divino Tempo Transfigurado: Os gestos filmados por Maya Deren
Camila Dutervil (UnB)
Essa comunicação propõe uma aproximação entre a obra de Maya Deren, fundadora da ciné-dança, e a última criação da artista da dança e da imagem Ana Pi, denominada The Divine Cypher, em referência à The Divine Horsemen, filme documentário póstumo de Maya. O cinema e a dança compartilham uma relação ontológica com o movimento e nessa pesquisa a dança emerge como interrogação ao cinema: Qual é o papel do audiovisual na transmissão dos gestos ordinários e das danças sagradas, na projeção de futuros?
A parada na imagem em A namorada do meu pai e proibido pular.
Annádia Leite Brito (PPGCOM-ECO/UFRJ)
As obras A namorada do meu pai (2011), de Lara Vasconcelos e Luciana Vieira, e proibido pular. (2012), de Lucas Coelho, trazem o estancamento momentâneo do fluxo para ressaltar passagens importantes. No entanto, tal gesto comum estabelece diferentes relações temporais: a bifurcação e adensamento. Através da discussão sobre esses trabalhos são introduzidas as estéticas dos interstícios, conceito plural de composições variáveis entre o fixo e o movimento articuladas através de tecnologias mistas.

CI 22 – A imagem que testemunha

14/11 às 14h30 – Remoto
Ciclos de totalitarismo no Cinquentenário de Os inconfidentes (1972)
MEIRE OLIVEIRA SILVA (UFMA)
O cinema de Joaquim Pedro de Andrade configura-se por histórias que aludem a memórias da chamada brasilidade, em consonância com as investigações acerca da controversa identidade nacional no curso de quase 30 anos. O longa-metragem Os inconfidentes (1972), lançado no Sesquicentenário da Independência, em meio aos anos de chumbo, estabelece dialogismos com o século XVIII, contudo, remete também a resquícios de totalitarismos que ainda ecoam no país atualizando tristemente o seu Cinquentenário.
Da cena da justiça à cena da palavra: cinema e testemunho
Ilana Feldman (UFRJ)
Esta comunicação pretende retomar a assombrosa história da filmagem do julgamento do oficial nazista Adolf Eichmann, em 1961, para, em cotejo com diversas repercussões no campo do cinema e do debate filosófico, problematizar o estatuto sempre paradoxal do testemunho dos sobreviventes e a passagem da cena da justiça à cena da palavra.
The Show: considerações sobre a exibição da violência racista
Pedro de Alencar Sant’Ana do Nascimento (UFBA)
Traremos reflexões trazidas pelo cineasta Cruz Angeles em seu curta-metragem The Show (2003), no qual ele questiona a persistente exibição em museus de imagens de linchamentos produzidas pelos linchadores e, por extensão, a exibição da imagem de violência racista no geral. Buscamos articular tais reflexões com conceitos como o de dispositivo de visibilidade (RANCIÈRE, 2012) e gramática da violência (HARTMAN, 2020).

CI 23 – Bressane

14/11 às 14h30 – Remoto
NEGATIVIDADE E HUMORISMO EM “BRÁS CUBAS”, DE JÚLIO BRESSANE
Raquel Cristina Ribeiro Pedroso (UNESP/UNIFESP)
o presente trabalho propõe-se a promover um diálogo acerca da manifestação da negatividade, do humorismo e da composição poética da imagem elaborada por Júlio Bressane para o longa “Brás Cubas”, de 1985. Para tanto, pretende-se direcionar o olhar para os três planos que compreendem a negatividade, interligados nos modos: ético, temático e expressional, para alcançar motivos como a melancolia, o humorismo e a tessitura das imagens em cena.
Cinema, música, luz: o jogo atoral de Caetano Veloso em “Tabu”
Isabel Paz Sales Ximenes Carmo (Unicamp/Montpellier3)
Este trabalho tem como objetivo explorar a figura de Caetano Veloso em “Tabu”, filme divisor de águas na obra de Júlio Bressane. Levaremos em consideração a persona artística do músico, construída a partir de seus posicionamentos para imprensa e suas apresentações artísticas, além de seu jogo atoral dentro do filme, ou seja, sua atuação, a fim de analisá-lo enquanto forma fílmica potente que rompe as expectativas de um cinema clássico e contribui para uma experiência cinematográfica poética.

MESA Como pensam as imagens no cinema? Exercícios de cruzamento de imagens

14/11 às 14h30 – Remoto
CINEMA, MODA E PINTURA: DISCURSO E INTERICONICIDADE EM BELA DA TARDE
Helio Ricardo Sauthier (Unespar)
O trabalho proposto objetiva investigar o processo de intericonicidade, ou seja, a “rede de reminiscências pessoais e de memórias coletivas que religam as imagens umas às outras” (Courtine, 2013, p. 157), a partir do cruzamento de imagens do filme A Bela da Tarde (Luis Buñuel, 1967), de imagens da pintura renascentista e de revistas contemporâneas de moda. A partir de tal cruzamento, buscarei discutir o funcionamento discursivo das imagens e evidenciar a construção icônica advinda das representa
A mise-en-scène dionisíaca de Me chame pelo seu nome
Rafael Alessandro Viana (UNESPAR)
A partir da reflexão de Nietzsche acerca das duas pulsões que se manifestam nas artes – a apolínea e a dionisíaca –, neste trabalho proponho uma análise de como a mise-en-scène em Me chame pelo seu nome (2017), de Luca Guadagnino, retoma nos corpos de seus personagens imagens sobreviventes da arte estatuária, que ao herdar uma tradição da fotografia homoerótica na maneira de pôr esses corpos em cena, desperta o dionisíaco dessas formas, tal qual o fotógrafo Alair Gomes propôs em sua obra.
Dar a ver o pensamento de imagens a partir de Rituais e Festas Bororo
Beatriz Avila Vasconcelos (Unespar)
Partindo da ideia de que as imagens participam de um tempo muito profundo e constroem uma atividade pensante (Samain 2012), utilizo-me do dispositivo warburguiano do cruzamento de imagens para pensar com alguns frames do filme Rituais e Festas Bororo, realizado em 1917 por Luiz Thomaz Reis, cinegrafista da Comissão Rondon. O objetivo é buscar revelar, “em termos sintomais e fantasmais” (Didi-Hubeman 2013) a ressurgência de formas de representação do corpo colonizado no filme de Reis.

CI 1 – O horror no cinema

14/11 às 14h30 – Remoto
A alegria e o tédio: o cinema de horror no recente contexto brasileiro
Gabriel Perrone Vianna (UFES)
Aos jovens, herdeiros de uma democracia readquirida, foi estimulada a liberdade. Ao mesmo tempo, parece ter emergido certa ausência a criar lugar ao insólito. A atual ascensão de filmes brasileiros que se associam ao horror pode ser analisada associada a um certo tédio juvenil. Por meio dos conceitos sobre o inquietante de Freud (1919) e atmosferas de Gumbrecht (2012), A alegria (2010) se desenha como um cinema onde jovens são, como pontua Martín-Barbero (2008), os senhores eternos do presente.
Sexo, sangue e luta de classes em O clube dos canibais (2018)
Tiago José Lemos Monteiro (IFRJ)
“O clube dos canibais” é uma sátira de horror dirigida pelo cearense Guto Parente em 2018. Tal como a figura que se faz presente no título da obra, a qual tende a habitar espaços de fronteira, o filme é um objeto liminar em si mesmo, situado entre os códigos do cinema de exploração e pretensões mais “artísticas”. A obra também efetua comentários ferozes sobre as lutas de classes por meio de imagens grotescas e abjetas, principalmente relacionadas a supostos “homens de bem”.
O Cinema Fantástico no Rio Grande do Sul (1960-2020)
Rodrigo Figueiredo Nunes (PUCRS)
A pesquisa buscou localizar a presença do gênero fantástico dentro do cinema gaúcho. A proposta abrangeu obras em vários formatos de captação (película, VHS, digital), com as respectivas modalidades de duração (curtas, médias e longas-metragens). No total, foram localizados 165 filmes, divididos em onze categorias: horror humano, monstros, fantasia, desconhecido, relação com os mortos, terror psicológico, ficção científica, mundos alternativos, mitos/lendas do Rio Grande do Sul e antologias.

PA 6 – Caminhe à vontade e se perca pela mise-en-scène! – Coordenação: João Paulo De Freitas Campos

14/11 às 14h30 – Remoto
Muito Prazer (1979): O erro e o tempero do imprevisível de David Neves
Gabriel Philippini Ferreira Borges da Silva (Unespar)
Nesta comunicação, analisamos o filme Muito Prazer (1979), dirigido por David Neves, à luz da abordagem proposta pela Teoria de Cineastas, nos aproximando do filme a partir dos registros de pensamento deixados pelo crítico-cineasta e de entrevistas e relatos de seus colegas de realização. Em especial, destaca-se a incorporação do erro e do imprevisível na mise en scène do filme, a partir de conceitos descritos pelo próprio Neves em suas notas e diários.
DEAMBULAÇÃO E OS ESPAÇOS NA MISE-EM-SCÈNE DO FILME ANTES DO AMANHECER
Baruch Blumberg Carvalho de Matos (FAP/UNESPAR)
O presente trabalho visa analisar como o diretor Richard Linklater usa a deambulação e os espaços como forma de direção em “Antes do Amanhecer” (1995). Linklater se utiliza da deambulação por lugares da cidade de Viena, na Áustria, para a construção narrativa do filme e, claro, como cenário. Com isso, busco entender de que forma esses elementos se constituem como estilo, na composição da mise-en-scène, com e sem os personagens principais do filme no quadro, para criação e reforço de sentido.
Narrativa cotidiana no Cinema de Kiarostami e no Mangá de Taniguchi
Thiago Henrique Gonçalves Alves (UFC)
O trabalho busca, por meio de uma análise das teorias narrativas do cinema e dos quadrinhos, o estudo comparativo e a relação do cotidiano para construção entre essas duas linguagens artísticas, através do filme Onde fica a casa do meu amigo?, de Abbas Kiarostami, e do mangá O Homem Que Passeia, de Jiro Taniguchi. Aliados a esses textos, temos como base a teoria de Semiótica da Cultura (LOTMAN, 2000) e a fronteira entre essas duas linguagens, mostrando aproximações e distanciamentos.
O recriar de mundos em Marinheiro das Montanhas, de Karim Aïnouz
Mariana de Paula Costa (UFRJ)Daniela Martins Nigri (UFRJ)
O presente trabalho se debruça sobre o filme Marinheiro das Montanhas (2021), de Karim Aïnouz, que pela primeira vez vai à Argélia, país em que seu pai nasceu. Sozinho, ele parte em busca de si mesmo em direção a um país vivo apenas em seu imaginário. Com tom ensaístico, a montagem é composta por imagens dos encontros feitos na viagem, materiais de arquivo e filmagens caseiras. A memória aciona novos vínculos entre o Brasil e a Argélia, e aponta, inclusive, para novos futuros.

 
 

15/11


CI 15 – Experimental

15/11 às 9h30 – Remoto
[in] Transition, a prática do vídeo-ensaio como crítica acadêmica
Wanderley de Mattos Teixeira Neto (UFBA)
O intuito da comunicação é analisar a produção de vídeo-ensaio da revista [in]Transition à luz do objetivo editorial da publicação: a proposição da crítica de cinema em formato audiovisual como um “novo modo de escrita acadêmica”. Ao longo das análises, notamos uma produção ainda validada pela palavra (escrita e falada), mas que encontra expedientes de linguagem que tornam a comunicação acadêmica mais performática, além do exercício da criatividade através da variedade de proposições críticas.
A Trilogia Férrea – A locomotiva no Cinema de Peter Tscherkassky
Barbara Bergamaschi Novaes (PPGCOM – UFRJ)
Analisaremos três filmes miniaturas de Peter Tscherkassky, laureado cineasta experimental, que funcionam como espécie de opúsculo, pequenas obras do diretor, mas que nem por isso deixam de ser densas e complexas. As três fazem parte do que nomeamos como “trilogia férrea”, sendo eles: Motion Picture (1984), L’Arriveé (1998) e, seu mais recente filme, Train Again (2021). Veremos como se relacionam com o Primeiro Cinema, o Cinema Métrico vienense e o Cinema Estrutural norte americano.
(Re)construções de família em três filmes de Su Friedrich
Carla Italiano (UFMG)
A filmografia da cineasta estadunidense Su Friedrich transita entre diferentes regimes, carregando as marcas de uma criação ensaística, do cinema documental e de uma postura experimental. Um de seus tropos recorrentes concerne os diferentes retratos de membros de sua família em filme. Assim, esta comunicação propõe analisar os modos de (re)construção de laços familiares em três de seus trabalhos: “The ties that bind” (1984), “Sink or Swim” (1990) e “I cannot tell you how I feel” (2016).

CI 9 – Adaptações

15/11 às 9h30 – Remoto
ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA: Singularidades tradutórias e interpretativa
Maria Cristina Mendes (UNESPAR)
A problematização das fronteiras que separam literatura e cinema, campo de pesquisa que engloba as traduções intersemióticas, visa potencializar sentidos e lançar luz sobre processos de organização de formas e conteúdos. Ao reunir as contribuições de Bazin, Stam, Hutcheon, Sanders, Campos, Plaza e Pignatari, acredito contribuir para o aprofundamento das discussões que envolvem a adaptação cinematográfica em sua capacidade de gerar novas percepções e ampliar a fruição estética.
Adaptação de “Grande sertão: veredas” para o cinema em 2022?
Fábio Ricardo Gioppo (UTP)
Este trabalho se propõe a discutir, a partir dos teóricos Dominique Maingueneau, Julia Sanders e Linda Hutcheon questões relativas a adaptações fílmicas, utilizando-se, também, a noção de ethos discursivo e pré-discursivo. Para isso, foi analisada uma entrevista de Guel Arraes e Jorge Furtado ao programa “Roda Viva” da TV Cultura em novembro de 2021. Nessa conversa, eles respondem a respeito da adaptação para o cinema que estão realizando do livro “Grande sertão: veredas” de João Guimarães Rosa.
Narrativas de Mundo: Geografias Fílmicas e Imaginário
Maria Helena Braga e Vaz da Costa (UFRN)
Considerando imaginário e as ressignificações do mito, os filmes do gênero de Fantasia oferecem boas oportunidades de interpretação para compreensão do espaço geográfico e dos discursos a respeito dele. Partindo desses pressupostos, este artigo propõe compreender os discursos presentes na obra cinematográfica ‘O Senhor dos Anéis’ (2001-2003). Discute-se aqui sobre os entrelaces entre Geografia e Cinema, enfatizando o conceito de personagem geográfico no contexto da teoria do imaginário.

CI 13 – Som no cinema

15/11 às 9h30 – Remoto
Vasco Pimentel: O som como espaço de criação subjetiva
Tiago Jorge Alves Fernandes (UBI)
O trabalho de sonorização de uma obra cinematográfica é frequentemente associado a uma dimensão puramente técnica e, por vezes, é menosprezado o potencial criativo das diversas camadas sonoras. A partir desta investigação é pretendido analisar o contributo do histórico Diretor de Som Vasco Pimentel para um trabalho de criação sonora com forte pendor criativo a partir das suas diversas colaborações em filmes produzidos na América Latina.
O som hiper-realista sob o prisma da teoria paródica
Ian Costa Cavalcanti (UFPE)
Este estudo traça aproximações entre a constituição de sonoridades hiper-realistas no campo audiovisual e teorias do gênero paródico a partir do princípio da sonoridade renderizada proposta por Michel Chion (2008). Investiga princípios do som hiper-realidade através da autorreflexão de suas instâncias teóricas e técnicas, relacionando-as às teorias da paródia postuladas por Mikhail Bakhtin (1997), Gérard Genette (2010) e Linda Hutcheon (1985).
Que venham os palhaços: Canção popular e caos social em Coringa
Lucas Ravazzano de Mattos Batista (UNIFTC)
O presente trabalho visa analisar o uso da canção Send in the Clowns em uma cena do filme Coringa (2019). O trabalho irá partir de considerações de autores como Piedras e Dufays (2018) ou Depetris-Chauvin (2016) da capacidade da canção popular, em seu uso no cinema, de poder expressar pontos de vista de um determinado personagem, mudar nossa percepção da cena, além de criar relações intertextuais entre o filme no qual estão sendo usadas e o contexto receptivo construído ao redor da canção.

CI 12 – Masculinidades em questão

15/11 às 9h30 – Remoto
Feminilidade como valor? Homens héteros femininos no neo-noir
Fernando Mascarello (Pesq. Independente)
No interior da vertente mais progressista do neo-noir, a feminização dos homens héteros protagonistas é ocasionalmente representada como possibilidade de dissidência às masculinidades hegemônicas. Exploro algumas variantes dessa espécie de representação, contrastando-as com o habitual repúdio à feminilidade que define a maior parte das filmografias noir e neo-noir. Tomo como base os estudos noir e alguns conceitos da psicanálise não-falocêntrica e dos estudos dos homens e das masculinidades.
Masculinidades Hegemônicas em negociação: “Mad Men” e o homem de 1960
Giancarlo Casellato Gozzi (ECA-USP)
Esta apresentação consiste em analisar formas de masculinidade hegemônica em negociação na série televisiva “Mad Men” a partir de dois de seus personagens principais. Partindo do conceito de “masculinidade hegemônica” elaborado por Connell e Messerschmidt, pretendo comparar as performances de masculinidade em ação, identificando nelas algumas negociações de gênero presentes nos Estados Unidos dos anos 1960, e comparando-as com as de outros personagens de séries lançadas no mesmo período.
Peplum, o cinema popular italiano nos anos 1960 e o mundo em mutação
Fabio Luciano Francener Pinheiro (UNESPAR)
Conhecido como filme de espada e sandália, o Peplum foi um gênero de grande popularidade no cinema italiano nos anos 1960. Surgido no rastro dos épicos religiosos produzidos por Hollywood na Itália, o Peplum se popularizou por suas narrativas situadas essencialmente na antiguidade, como Grécia e Roma, protagonizadas por um herói interpretado por um homem musculoso. A mensagem destes filmes apontava para um enfrentamento imaginário nas mudanças econômicas que atingiam a Itália no período.

MESA FilmEU – Pedagogias e Inovação no Ensino

15/11 às 9h30 – Remoto
Encontro de imagens: Estratégias Criativas no Ensino de Cinema.
Julio Manuel Lopes Alves (CICANT)Filipe Brilha Roque do Vale (CICANT)
Propomos a apresentação de uma estratégia pedagógica para o ensino de cinema. O método foi desenvolvido na Licenciatura de Cinema da Universidade Lusófona e constitui um dos alicerces do desenho de uma licenciatura internacional, à escala europeia, no contexto do consórcio FilmEU. Parte-se de um caso de estudo para proceder ao seu enquadramento a nível local e posteriormente a nível europeu. A estratégia pedagógica consiste num método de criação de projetos cinematográficos.
Ensino Criativo – O Papel do Professor
Possidonio Cachapa (ULHT)
O envolvimento dos professores em todas as fases de implementação de uma reforma curricular ou alteração de metodologias de trabalho tradicionais é fundamental. Contudo, raramente se consideram fatores como a sua prática anterior de ensino, o seu ponto de vista individual sobre conteúdos ou métodos bem como as suas resistências pessoais à mudança e as interações junto do restante grupo de docentes. Esse é o objeto desta reflexão baseada na experiência do projeto internacional “FilmEu”.
FilmEU e o futuro próximo do estudante de cinema europeu
Érica Faleiro Rodriguess (ULHT)
FilmEU é uma aliança de instituições de ensino superior europeias que inclui a Universidade Lusófona, em Portugal, a Baltic Film and Media School, na Estónia, a LUCA, na Bélgica, e a IADT, na Irlanda. Juntas, estas quatro instituições estão a trabalhar para criar uma Universidade de Cinema e Artes dos Media europeia. Esta comunicação pretende elucidar o seu projeto piloto, que consistiu, durante o ano letivo de 2021/22, numa unidade curricular intitulada de “Desafio-Piloto”.

PA 2 – E nós não somos mulheres? As faces audiovisuais femininas contemporâneas – Coordenação: Carolina de Oliveira Silva

15/11 às 9h30 – Remoto
AMOR DE MÃE E O PROTAGONISMO DA MULHER NEGRA NA CONTEMPORANEIDADE
Matheus Effgen Santos (UFES)Gabriela Santos Alves (UFES)
O trabalho busca compreender quais foram as eventuais contribuições da telenovela Amor de Mãe (2019) para a representatividade da mulher negra ao contexto contemporâneo das telenovelas brasileiras. A análise foi feita por meio dos aspectos textuais e imagéticos da segunda parte da história. Toma-se como referência trabalhos como o Gonzalez (2010). A análise mostra em que aspectos houveram rupturas e/ou permanências na forma como as mulheres negras têm sido retratadas.
Ô Mainha, ó: as Representações do Feminino Negro no Filme “Ó Paí, Ó”
Cinthia Martins Xavier de Lima (UFF)
Com direção de Monique Gardenberg, o filme “Ó Paí, Ó” (2007) destaca-se por sua representatividade racial e de gênero, no qual um elenco majoritariamente formado por mulheres negras tem suas histórias entrelaçadas em uma narrativa contemporânea e plural. A partir disso, o objetivo desta análise é direcionado às representações femininas da obra, com intuito de investigar suas narrativas interseccionais e representações possíveis para mulheres negras no audiovisual brasileiro.
Atlantique: Amor, (de)Colonialidade e Processos Migratórios
Roger Gomes Ghil (UFES)
A partir da obra cinematográfica de longa-metragem Atlantique (Mati Diop; Bélgica, França e Senegal; 2019), analisada sob a ótica da análise fílmica (PENAFRIA, 2009), investigaremos como a espectatorialidade, a presença de um “olhar opositor” (HOOKS, 2019), e o acesso à memória e à ancestralidade (lembrança), agenciam uma performance anticolonial feminina que reivindica, estetiza, gesta e concebe novos territórios (cartográficos e afetivos) diaspóricos.
100% Maria Bruaquer: Pantanal na era digital
Ana lucia pinto da silva nabeiro (UAM)
Quase 32 anos depois da exibição da primeira versão de “Pantanal” pela Manchete, o remake da telenovela, atualmente no ar pela Rede Globo, faz sucesso em memes publicados em redes sociais. Considerando o caso de “Pantanal” como foco de atenção, este trabalho busca compreender as formas pelas quais memes medeiam o consumo contemporâneo da telenovela, com negociações de sentido que apontam para relações estabelecidas entre o texto televisual e a realidade social brasileira.

CI 3 – Outras linguagens e suportes

15/11 às 11h30 – Remoto
SOBRE TECNOLOGIAS DAS IMAGENS, SUPORTES E LINGUAGENS NO ESPAÇO-TEMPO
João Guilherme Barone Reis e Silva (PUCRS)
Esta comunicação propõe uma reflexão imersiva sobre a construção das imagens, suas tecnologias e suportes, como elementos de linguagem que caracterizam a experiência humana no espaço-tempo. Da arte rupestre ao audiovisual contemporâneo, analisamos como as linguagens se constroem pela configuração dos suportes, suas ferramentas e suas tipologias de permanência no tempo e circulação no espaço. O cinema e o audiovisual fazem parte dessa grande aventura humana pela busca da expressão imagética.
Análise audiovisual auxiliada por técnicas digitais: um relato
Roberto Tietzmann (PUCRS)
Com a crescente digitalização dos conteúdos e suportes audiovisuais e a versatilidade do computador pessoal, questionamos como esta proximidade poderia fomentar metodologias de análise audiovisual potencializadas por ferramentas digitais. Apresentamos nesta comunicação resultados em andamento de projetos de pesquisa dedicados a desenvolver metodologias para identificar protagonistas e visualizar estruturas narrativas a partir de ferramentas digitais não customizadas e amplamente acessíveis.
Filme-ensaio e cultura dos arquivos
Francisco Elinaldo Teixeira (UNICAMP)
Em pesquisa em parte concluída e em parte em processo, o propósito da comunicação é apresentar um material de composição de suma importância na criação filmíca-ensaística contemporânea, o material de arquivo. Tal espírito arquivista, com gênese e desdobramentos na “arqueologia do presente” foucaultiana, mantém correlações intensas com a categoria de found footage do cinema experimental, com seus deslocamentos e investimentos no cinema ensaístico, embora de modos disjuntivos.

CI 10 – Roteiro

15/11 às 11h30 – Remoto
Lendo Fantasmas e Na sua Companhia: roteiro e espaço em off
Fabiano Grendene de Souza (PUCRS)
Na comunicação analisamos os roteiros dos curtas-metragens Fantasmas (2010), de André Novais Oliveira, e Na sua Companhia (2011), de Marcelo Caetano, evidenciando como a utilização expressiva do espaço em off que caracteriza tais filmes já tinha sido concebida no momento da escrita. Ao mesmo tempo, mapeiam-se não só as maneiras de descrever este espaço nos roteiros, como as formas de tal utilização, levando em conta a relação dos personagens com câmeras amadoras que aparece nas duas obras.
Relatos de um processo: análise do diário de produção de Temporada
ROBERTO RIBEIRO MIRANDA COTTA (UFPel)
Este trabalho analisa o percurso de realização do longa-metragem Temporada (2018), com base no diário de produção escrito pelo roteirista e diretor André Novais Oliveira. O estudo pretende examinar a preparação e o desenvolvimento das três etapas de confecção do filme (pré-produção, produção e pós-produção), questionando como as experiências cotidianas podem contribuir com a tomada de decisões para a execução da obra.
Borat e a construção involuntária do Mocamentário
Brian Hagemann (UTP)
Este estudo analisa comparativamente o filme Borat (2006) com outras obras do gênero mockumentary para comprová-lo como um “mocamentário” (mocar=enganar). Enquanto em outros mockumentaries os envolvidos na produção estão cientes da sua ficcionalidade, em Borat não-atores acreditam estar em um documentário, reagindo naturalmente ao serem entrevistados em uma mise-en-scène documental, mas estão participando inconscientemente de pontos de virada do roteiro ficional, afetando a narrativa

CI 18 – Gêneros narrativos

15/11 às 11h30 – Remoto
Dario Argento: a mise-en-scène do absurdo na “trilogia dos animais”
Gabriel Costa Correia (UNICAMP)
Esta apresentação irá discutir alguns aspectos da obra do cineasta italiano Dario Argento, explorando em primeiro plano sua relação com o filone giallo em seus três primeiros longas-metragens (a “trilogia dos animais”), procurando estabelecer relações entre mise-en-scène, gênero cinematográfico e o Absurdo camusiano.
O ataque de Jujuba: rastros do imaginário kaiju no cinema brasileiro
Rodolfo Stancki (PUCPR)
O presente trabalho traz os resultados iniciais de uma pesquisa que busca identificar imagens no cinema brasileiro que dialoguem com o imaginário dos filmes kaiju. O gênero é inaugurado com Godzilla (1954), de Ishirô Honda, e é definido como narrativas com monstros gigantes. A filmografia nacional referencia esse imaginário como paródia ou homenagem em obras como Costinha e o King Mong (1977), O Trapalhão na Arca de Noé (1983), Zoando na TV (1999), Mar Negro (2013) e A Mata Negra (2018).
O Dispositivo Melodramático em “Um Céu de Estrelas (Tatá Amaral, 1996)
David Ken Gomes Terao (UNICAMP)
Pensando a inserção do melodrama dentro da cultura de massas brasileira, observo que ele extrapola a categoria Gênero Cinematográfico, se apresentando de maneira bem mais flagrante na telenovela e no jornalismo sensacionalista. Nisso, levando em consideração as implicações políticas de seu discurso, proponho uma reconceituação do melodrama a partir do conceito de Dispositivo a partir de Foucault e Agamben. Para melhor exposição dessa ideia, proponho uma análise do filme “Um céu de Estrelas”.

CI 24 – Corpos em cena

15/11 às 11h30 – Remoto
Ousadias Femininas: o Cinema de Alice Guy
Fernanda Aguiar Carneiro Martins (UFRB)
Injustiçada pelos historiadores do cinema ao longo de quase toda a sua vida, Alice Guy-Blaché (1873-1968) esteve presente nas primeiras projeções dos irmãos Lumière em 1895, a serviço de Léon Gaumont. Desde então um série de pioneirismos marca a trajetória dessa cineasta francesa tão prolífica, cuja produção compreende desde os primórdios do cinema até 1920. Cabe estudar suas personagens femininas, cujo protagonismo merece uma atenção toda especial formando um conjunto de imagens inéditas.
Sexo e o Cinema Queer Brasileiro: uma análise do filme Corpo Elétrico
João Paulo Pinto Wandscheer (PUCRS)
Resultado de uma dissertação que estuda a conexão entre homossexualidade e cinema queer brasileiro, este trabalho consiste em uma análise das cenas de sexo no longa-metragem Corpo Elétrico (2017), dirigido por Marcelo Caetano. Serão analisadas aproximações entre atitudes dos protagonistas Elias e Wellington com o termo queer, o qual não apenas se distancia do conceito de assimilação, como também acaba por tensionar a heterossexualidade como uma sexualidade dominante e a imposição da monogamia.
Notas sobre a relação humano/animal em O Fantasma e Wolf
João Victor de Sousa Cavalcante (UFPE)
O trabalho propõe uma leitura comparada dos filmes O Fantasma (João Pedro Rodrigues, 2000) e Wolf (Nathalie Biancheri, 2021), a partir da relação entre corpo, desejo e animalidade. O objetivo é pensar as dinâmicas entre o humano e a animalidade como a proposição de modos de existir e de habitar o mundo. Interessa, sobretudo, entender essas relações a partir de filiações e devires que subvertem modos canônicos de pensar corpo, identidade e reconhecimento.

MESA Públicos ibero-americanos do cinema mexicano da Época de Ouro

15/11 às 11h30 – Remoto
Los públicos del cine mexicano dorado en las redes sociales.
Bianca Salles Pires (UAM-I)Flor del Rosario Lara Gómez (IMCINE)
La ponencia presenta los resultados de la etnografía digital realizada en redes sociales y plataformas de internet sobre los públicos iberoamericanos del cine mexicano de la Época de Oro, a lo largo de 2021. Incluyó testimonios de 60 voces de 20 países de Iberoamérica, incluyendo experiencias a lo largo de los siglos XX y XXI. Analizamos la penetración, permanencia y vigencia de las obras del cine dorado en el imaginario de los públicos de la región.
La edad de oro de los públicos iberoamericanos del cine mexicano
ANA ROSAS MANTECON (UAM-I)
La conferencia mostrará los resultados de una investigación realizada sobre públicos iberoamericanos del cine mexicano de la época de oro en Cuba y Colombia. La metodología aplicada se basó en búsqueda documental, entrevistas a públicos y análisis del discurso en redes digitales.
Convergencia cultural en la apropiación del cine mexicano clásico
Juan Carlos Domínguez Domingo (CRIM-UNAM)
La amplia circulación internacional del cine mexicano de la época de oro por las salas de Iberoamérica, Estados Unidos y de otros países europeos, desarrollada con diversa intensidad entre las décadas de los años treinta a los cincuenta del siglo XX, lo convirtió en un fenómeno de gran influencia, que le permitió erigirse en el seno de ciertos sectores sociales en una competencia para Hollywood. La ponencia retoma la convergencia cultural

PA 1 – Alucinações sonoras: ouvir o mundo de corpo inteiro – Coordenação: Ana Camila de Souza Esteves

15/11 às 11h30 – Remoto
“The Heart Part 5”: deepfake e masculinidades negras nas Américas
Maria Amália Borges Cursino de Freitas Arruda (PPRER CEFET/RJ)
Este painel tem como objetivo dissecar as camadas líricas e imagéticas presentes na linguagem videoclíptica de “The Heart Part 5”, do rapper estadunidense Kendrick Lamar, a partir da incorporação de técnicas digitais / algotítmicas – deepfake – como reveladoras de uma “cultura” ora constitutiva, ora destrutiva, ora subversiva de Masculinidades Negras Afrodiaspóricas, na intenção de produzir sentidos afrofuturistas no audiovisual localizados na experiência do homem negro nas Américas.
O afrofuturismo presente no videoclipe “Liberdade”, de MC Xuxú
Noah Mancini (UNESPAR)
O presente estudo propõe-se a analisar as características afrofuturistas presentes no videoclipe “Liberdade”, da artista MC Xuxú. O texto buscará tratar onde, quais, e como as ações de aquilombamento contemporâneo que reivindicam outros futuros para corpos marginalizados podem ser exercidas no audiovisual. Os conceitos de afrofuturismo partirão de Kênia Freitas, Ytasha Womack e Mark Dery, enquanto noções de linguagem serão tomadas de Jean-Claude Bernadet e Décio Pignatari.
Música Visual: movimentos do som e da imagem no audiovisual abstrato
Luciana Droppa Wadowski (UNESPAR)
A comunicação apresentará a pesquisa em desenvolvimento no Mestrado em Cinema e Artes do Vídeo da UNESPAR. O projeto investiga a Música Visual no campo experimental do audiovisual brasileiro, focalizando artistas contemporâneos que exploram tal conceito a partir da estética abstrata. Para tanto, contextualiza diferentes abordagens de criação da Música Visual em meio a história das audiovisualidades, articulando concepções distintas do conceito para compreender seus mais recentes desdobramentos.

CI 4 – Cinema e educação

15/11 às 14h30 – Remoto
O AUDIOVISUAL NA ESCOLA DA FAVELA DIANTE DE UM CENÁRIO DE INCERTEZAS
Marta Cardoso Guedes (SME)
Desde 2015, a Escola de Cinema do Djalma (CINEAD) pesquisa a história da favela do Vidigal. Restauramos, em parceria com a Cinemateca do MAM-Rio, imagens Super-8, fotografias e fitas cassete sobre a luta dos moradores da favela contra sua remoção para Santa Cruz/Antares em 1977/78. Em 2019, realizamos as gravações de Morro do Vidigal pelo confronto das imagens de arquivo com as testemunhas da história. Como retomar esse trabalho interrompido pela pandemia do Covid-19 em um cenário de incertezas?
Corpo, improvisação e desvio no cinema de grupo com professores
Viviane de Carvalho Cid (PPGCINE)
Desde 2018, o Laboratório Kumã (UFF) desenvolve o projeto de extensão Cinema de Grupo com professores. Dinamizado pela pedagogia do dispositivo, este projeto recebe docentes de educação básica de diversas áreas, profissionais de saúde e do cinema. Trago reflexões sobre processo inventivo disparado pelo cinema de grupo que se faz na indiscernibilidade entre cinema, clínica e educação.

CI 20 – Precariedade e resistências

15/11 às 14h30 – Remoto
No museu e além: o Rio de Janeiro de “Subterrânea”
Guilherme Carréra Campos Leal (UFRJ)
Analisamos o filme “Subterrânea” (Pedro Urano, 2021), cuja abertura traz imagens do incêndio no Museu Nacional. Entendemos que a sequência não apenas apresenta o tom apocalíptico adotado pelo filme, mas também aponta para a maneira como a paisagem do Rio de Janeiro vem sendo forjada. Isto é, através de remoções, implosões e destruições, como a do próprio museu. Discutimos as estratégias cinematográficas utilizadas pelo diretor, entremeadas por noções de memória e ruína na cultura contemporânea.
“O sonho é muito pouco, eu quero é mais”, Mato seco em chamas
Vitor Zan (UFMS)
Três eixos principais balizam este primeiro esforço analítico diante de Mato seco em chamas: a perspectiva histórica em relação aos filmes pregressos de Joana Pimenta e Adirley Queiros; a descrição das diversas estratégias formais, ficcionais e documentais, coligadas nesse longa-metragem; e a tentativa de entender os tipos de relação (de resistência, proposição, elaboração histórica) estabelecidos entre o filme e a conjuntura social, histórica e política em que está inserido.
A imagem precária e o estilo na montagem documentária
Gabriela Lopes Saldanha (UNICAMP)
O que torna uma imagem caseira (Machado, 2017) em monumental? Quando a imagem precária (Schaeffer, 1996) é alçada à condição de obra de arte? A proposta deste trabalho é avaliar a condição de imagens avatares em futuros possíveis. Ou seja, de que forma a montagem vem sendo utilizada principalmente em documentários para se pensar uma nova ordem para a mise-en-scène cinematográfica. Nesta discussão, tomaremos os filmes Pacific (2009) e Doméstica (2012) como índices contingentes de tais imagens.

CI 11 – Streaming e serializações

15/11 às 14h30 – Remoto
Novelas e publicidade: aproximações entre o streaming e a TV aberta
Claudia Erthal (UFSCar)
Em busca da consolidação de um consumo de massa e de um usuário/investidor cada vez mais fidelizado, as plataformas de streaming Netflix e HBOMax anunciam a produção de novelas no Brasil e adoção de intervalos comerciais em nível global. Este trabalho investiga sobre como estas mudanças nas estratégicas de negócio, na entrega de conteúdo ao assinante e no modelo inicialmente apresentado ao mercado, fazem o streaming se aproximar do ecossistema da TV aberta.
Modos de endereçamento e apelos ao consumo em programas culinários
Nara Lya Cabral Scabin (UAM)
Partindo de um contexto marcado por tensionamentos discursivos no estatuto da comida e da cozinha no panorama da cultural audiovisual contemporânea, o trabalho discute os modos de endereçamento em programas culinários, que propomos compreender como gênero do discurso televisual. Por meio da análise dos programas Tempero de Família – Não joga fora (2021) e Que Marravilha – Delivery (2020), do GNT, o trabalho identifica convocações ao consumo que atendem a demandas latentes de bem-viver.
Entre hombres: policial negro y su vínculo con otros medios
Carolina Soria (CONICET-UBA)
Los convenios comerciales entre las productoras de televisión y las plataformas de streaming constituyen una modalidad cada vez más asentada en la actual dinámica de negocios audiovisuales en la Argentina, la cual reúne formas de representación de procedencia diversa que desafían los esquemas tradicionales de producción, distribución y exhibición. Con el objetivo de sumergirnos al interior de estas nuevas formas productivas proponemos examinar la ficción Entre hombres (2021) de Pablo Fendrik.

CI 26 – Deslocamentos nas e das imagens

15/11 às 14h30 – Remoto
Por um olhar de superfície: uma abordagem sobre o cinema de Sissako
Hannah Serrat de Souza Santos (UFMG)
Tendo em vista a noção de "superfície da imagem”, utilizada para pensar fotografias pós-coloniais, traçamos uma aproximação junto ao cinema de Abderrahamane Sissako que retrata deslocamentos e trânsitos no oeste africano, mas também interessa-se por uma forma de mobilidade endereçada ao próprio olhar. Atentos a isto, buscamos desenvolver uma proposta metodológica de análise fílmica.
Da informalidade à distribuição independente: o caso Erlanes Duarte
Andréia de Lima Silva (UFF)
Com o boom de produções de longas-metragens de ficção no Maranhão nos anos 2000, os filmes passaram a ser distribuídos em salas de cinema fora do Estado, fato até então inédito. Um desses casos emblemáticos é o do cineasta Erlanes Duarte que começou com um modelo de distribuição própria em 2014, e em 2021, após o grande sucesso no Maranhão da franquia Muleque té doido!, já pôde contar com um modelo de distribuição de uma empresa que promove a circulação de filmes em nível nacional.

MESA SPECULUM 1. Filmar-se e ver-se ao espelho

15/11 às 14h30 – Remoto
Rastros do tempo, paisagens e espaços de intimidade em três diretoras
Angela Freire Prysthon (UFPE)
Este artigo propõe investigar três filmes da década passada: “A toca do lobo” de Catarina Mourão (2015), “El silencio es un cuerpo que cae” de Agustina Comedi (2017) e “A volta ao mundo quando tinhas 30 anos” de Aya Koretsky (2018). O objetivo é comparar e analisar as três obras a partir da sua composição do espaço e do que chamaremos de “paisagens familiares” (combinação que as três cineastas fazem entre as imagens de arquivos familiares, figurações do banal e espaços do presente).
Olmo e a Gaivota: Retrato de uma gestante distanciada do mundo
Ana Catarina Pereira (UBI)
Olmo e a Gaivota (2015) é uma corealização de Petra Costa com a cineasta dinamarquesa Lea Glob, sendo que a ficha técnica do próprio filme reserva a Olivia Corsini e ao progenitor da criança, Serge Nicolaï, o estatuto de “colaboradores” no processo. Invoca-se, dessa forma, a obra de arte como uma criação coletiva, gerada a partir da própria gestação da actriz-realizadora, enquanto a protagonista se eleva no término de outras que Olivia encenou em palco.
Sobre “A metamorfose dos pássaros” (PT) e as suas materialidades
Caterina Cucinotta (IHC – NOVA de Lisboa)Marta Pinho Alves (IPS)
Sobre o filme “A metamorfose dos pássaros”, de 2020, foi dito que a sua realizadora, a portuguesa Catarina Vasconcelos, trabalhou as questões do autorretrato e das suas histórias familiares como uma verdadeira artesã do cinema.

PA 4 – Novas elaborações sobre o horror, o terror e o real: gênero, racialidade e desastre – Coordenação: Beatriz Saldanha

15/11 às 14h30 – Remoto
Nas fronteiras: gêneros cinematográficos e as mulheres negras lésbicas
Beatriz Lizaviêta Vasconcelos Viana (UFC)
As boas maneiras (Juliana Rojas e Marco Dutra, 2017), Tremor Iê (Livia de Paiva e Elena Meirelles, 2018) e Um dia com Jerusa (Viviane Ferreira, 2020) são três longa-metragens nacionais que se aproximam em seus gestos de retomar/reinventar os gêneros cinematográficos e por terem mulheres negras lésbicas como protagonistas. São filmes que operam nas fronteiras lotmanianas e nas bordelands anzalduzianas: eles brincam com os centros e escancaram as feridas geradas pelo trauma colonial.
A possível narração do horror natural em United 93 (2006)
Fernando de Barros Honda Xavier (UTP)
A análise do filme United 93 (2006) visa compreender de qual forma há a construção de um possível horror natural. A hipótese é: a narração utilizaria o tempo cronológico dos eventos de 11/09 para recriar – ou mostrar – o que teria ocorrido durante o voo que nomeia o filme. Utilizamos a diferenciação de horror natural e artístico em Noël Carroll (1991) bem como o entendimento de narração no filme de ficção abordada por David Bordwell (1985).
Terrores Racias: Racialidade e terror no filme As boas maneiras
José Laerton Santos da Silva (UFRN)
O texto reflete sobre a dimensão da racialidade e sua relação com as narrativas de terror no cinema brasileiro a partir do filme As boas maneiras (BR, 2017). A pergunta norteadora é: O que pode ser encontrado se a visualidade de pessoas pretas em filmes de terror brasileiros for tomada como índices para pensar o colonialismo, capitalismo e patriarcado? Assim, foi possível concluir que a narrativa do filme mergulha na complexidade das relações raciais contemporâneas como elemento de terror.
Os aspectos representantes do real em Duna de David Lynch
Alexandre Teixeira Dias (UAM)
O artigo tem o objetivo de analisar a relação do filme Duna, dirigido por David Lynch, com o real. A adaptação do romance de mesmo nome, de Frank Herbert, traz aspectos representantes da nossa realidade por meio da própria mídia a qual está inserida — o cinema —, pelo período histórico a qual se localiza — década de 1980 — e devido ao gênero que faz parte — ficção científica. A pesquisa tem a finalidade de compreender o contexto do longa e a sua conexão com os dias atuais.

CI 5 – Cinema e ensino

15/11 às 16h30 – Remoto
Sociologia e cinema: aproximações didático-metodológicas
Pedro Miguel Camargo da Cunha Rêgo (UNIFESP/IFSP)
Discutiremos como, com o auxílio de instrumentos heurísticos (“tipos ideais”), podemos medir as distâncias que apartam os diferentes usos que se faz do cinema no ensino da Sociologia (tanto na sala de aula quanto nas situações preconizadas por materiais didáticos). Desse modo, a partir de uma revisão da literatura especializada, procuraremos identificar os principais enfoques metodológicos que, uma vez abstraídos, podem auxliar os docentes a esclarecer sua própria ação didático-pedagógica.
O Centro de Estudos Cinematográficos de São Paulo e o ensino de cinema
Danielle de Carla Divardin (UNICAMP)
Apresentação que pretende detalhar a atuação do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), cineclube fundado, em 1948, no Museu de Arte de São Paulo, o Masp. É também objetivo da comunicação analisar a atuação do CEC relacionada, principalmente, aos cursos de formação, criados em um momento de grande demanda por profissionais especializados para o trabalho nas companhias cinematográficas que surgiam na capital paulista no início da década de 1950.

CI 21 – Historiografia para além dos filmes

15/11 às 16h30 – Remoto
O cinema latino-americano no Forum des Jungen Films
Liciane Timoteo de Mamede (Unicamp)
Esta comunicação tem como objetivo abordar e refletir sobre a seleção de filmes latino-americanos apresentada na primeira década de existência do Internationales Forum des Jungen Films, do Festival de Berlim. Por meio desta análise, o objetivo é compreender de que maneira esse conjunto de filmes encaixava-se na proposta curatorial dessa mostra, que estava emergindo, naquela época, enquanto um projeto de renovação anexo ao Festival Internacional de Cinema Berlim, criado em 1951.
Uma análise da relação entre Pornochanchada e Censura
Maria Isabela Buzolin Lucreddi Busson (USP)
A atuação da Censura sobre as produções culturais no Brasil da ditadura foi vigorosa, sobretudo no pós-AI-5, esmagando manifestações artísticas consideradas subversivas. No campo do cinema, foi também durante essa década que proliferaram as chamadas pornochanchadas, grupo de filmes eróticos que floresceram na década de 1970. Enfrentando uma censura moral praticada contras obras culturais, o gênero foi integrado e regulado de acordo com as necessidades da ordem vigente.
A circulação de A classe roceira (1985) nos registros da repressão
Rafael Wandratsch Urban (Unespar)
A classe roceira (1985), de Berenice Mendes, trata do surgimento do Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST) no Paraná. Ao investigar as temporalidades e espaços de circulação do média-metragem na época de seu lançamento, nos deparamos com um processo documentado pelos órgãos oficiais, que mostram como agentes públicos encarnavam a herança do regime civil-militar ao dar continuidade ao modus operandi da repressão ao registrar as ideias progressistas da cineasta.

CI 25 – Discussões sobre espectatorialidade e percepção

15/11 às 16h30 – Remoto
A posição relacional na espectatorialidade fílmica
Regina Lucia Gomes Souza e Silva (UFBA)
Historicamente, podemos afirmar que as pesquisas sobre espectatorialidade fílmica são infrequentes e herdeiras dos estudos sobre recepção vinculados incialmente à Literatura, embora no cinema, desde os primórdios, o diálogo entre o filme e o espectador tenha despertado o interesse dos teóricos pioneiros. Proponho, nesta comunicação, iluminar a noção de espectatorialidade, a partir do que chamo de aspecto relacional da experiência do filme com o espectador, o prazer (ou desprazer) dela derivado,
Narrativa seriada no streaming: uma análise da 1ª temporada de 3%
Anaurelino Negri da Costa Silva (PUCRS)
Neste trabalho analiso a 1ª temporada da série 3%, criada por Pedro Aguilera para a Netflix em 2015. Utilizo conceitos de uma poética audiovisual a partir de Gomes (2005), Branigan (1992) e demais. Procuro compreender características narrativas micro e macroestruturais voltadas para um espectador-modelo do streaming. Como resultado, observo fenômenos narrativos como um duplo engajamento sensorial do espectador e uma estratégia de disparidade cognitiva no desvelamento da trama.
A incerteza como potência no cinema de Peter Mettler
Lyana Guimarães Martins (UFRJ)
A partir do documentário Picture of Light (1994), do diretor Peter Mettler, procura-se refletir sobre as potências das incertezas da percepção e da imagem técnica na criação cinematográfica. Se ao longo da história tais incertezas foram negadas ou evitadas por filósofos, cientistas e até mesmo por artistas, em Mettler percebe-se o contrário. Em diálogo com Arlindo Machado, Jonathan Crary e Rudolf Arnheim, discute-se como perceção e imagem podem ser entendidas como um lugar de invenção.

CI 19 – Problematizando as representações

15/11 às 16h30 – Remoto
Clichês visuais sobre a Amazônia no cinema narrativo estrangeiro
Gustavo Soranz (UFPA)
Apresentaremos o corpus de filmes do projeto de pesquisa A Amazônia (re)imagina no cinema, que se debruça sobre filmes narrativos estrangeiros que tematizaram a região, à partir do qual indicaremos clichês visuais identificados e uma proposta de sua sistematização à partir das categorias Oriente, Selvagem e Natureza (SANTOS, 2008), a fim de demonstrar como a Amazônia foi frequentemente representada no cinema a partir de um senso comum de estereótipos cristalizados sobre a região.
Variações da empregada doméstica no cinema latino-americano recente
Lígia Maciel Ferraz (UBI)
Esta comunicação objetiva apresentar a figura da empregada doméstica em filmes latino-americanos do século XXI como parte de uma tendência recente de destacá-la como chave para se pensar nas relações de classes atuais a partir do espaço doméstico. Assim, organizo constelações fílmicas que relacionam obras com empregadas — sejam elas figurantes ou protagonistas — a partir de eixos visuais, estéticos e narrativos para identificar as suas semelhanças e diferenças formais.
Imagens do operário em dois tempos de cinema brasileiro
MAURICIO VASSALI (PUCRS)
O trabalho se debruça sobre imagens de operários em filmes brasileiros produzidos em dois momentos históricos distintos: entre os anos 1978-1983 e entre 2015-2020. O intuito é de localizar e compreender como tais imagens sobrevivem e se atualizam a partir destes dois tempos. Repetições temáticas e de fórmulas possibilitam a categorização das imagens que, montadas em tendências, revelam percepções a partir do choque temporal entre elas.
A operária sob tramas: a respeito de uma personagem em Redemoinho
Monique Alves Oliveira (UFJF)
O trabalho apresenta uma análise de Redemoinho (2016), filme de José Luiz Villamarim, voltada para a figuração da personagem Hélia. Trata-se de uma personagem que aparece poucas vezes na história, exclusivamente na fábrica em que trabalha. Cabe discutir como essa figura surge enclausurada no espaço laboral, como sua inserção na narrativa se dá unicamente pela via profissional e como esses dados se associam à representação das novas configurações do trabalho pelo cinema brasileiro contemporâneo.

MESA SPECULUM 2: Filmar-se e ver-se ao espelho

15/11 às 16h30 – Remoto
O Ato de Criação Queer como autofabulação e resistência
Daniel Oliveira Silva (UBI)
Pensar em um cinema queer é refletir sobre como o cinema pode contribuir para uma proposta antinormativa e disruptiva de padrões rígidos de gênero e sexualidade. Esta investigação pretende colocar à prova a noção de que uma série de produções contemporâneas concretiza esse propósito a partir da encenação de um ato de criação queer, por meio do qual sujeitos e personagens não-heterossexuais fabulam e reinventam suas existências fazendo uso de gestos de autonarrativização e criação artística.
Videoarte de mulheres, identidade e a estética da abjeção
Anna Clara da Silva Petracca (UBI)
Esta comunicação pretende discutir a relação de aproximação com uma estética abjeta – a partir do conceito de abjeto proposto por Julia Kristeva – e sua relação com a construção e ressignificação da identidade da mulher em obras de videoartistas, principalmente: Carolee Schneemann (1939-2019), Ana Mendieta (1948-1985) e Pipilotti Rist (1962-).
Filhas de Lilith – Autoidentificação como forma de transgressão
Ana Isabel Soares (UAlg)Claudia Maria Azevedo Nascimento Clemente (CIAC)
Propomos uma abordagem a algumas obras fotográficas que têm por objeto (e, em casos relevantes, autoras) mulheres que se veem a si mesmas em imagens especulares. Traremos para análise a figura da Condessa de Castiglione, assim como fotografias da série “Playing with Myself”, de Cláudia Clemente.

PA 7 – De corpo, alma e uma pitada de sangue: os processos de criação de personagens – Coordenação: Henrique Rodrigues Marques

15/11 às 16h30 – Remoto
Excessos e dissidências na trilogia do corpo de Jean Garrett
Bruno de Sousa Araujo (Unicamp)
Por meio do estudo enviesado pelo excesso cinematográfico e os gêneros do corpo, esse trabalho visa identificar e analisar fissuras estéticas, narrativas e representacionais em uma trilogia de filmes da pornochanchada realizados por Jean Garrett, buscando compreender como as dimensões políticas do corpo, das sexualidades e dos gêneros articulam-se a regimes econômicos de imagem, tais como o excesso, o artifício e a sensorialidade.
Masumura x Reichenbach
RODRIGO AUGUSTO FERREIRA DE MORAES (UFRJ)
O presente artigo investiga as influências dos filmes Manji (1964), Tatuagem Irezumi (1966) e Mojû (1969) do cineasta japonês Yasuzô Masumura na obra de Carlos Reichenbach. Com a utilização do sangue e da morte como elementos simbólicos, nota-se a influência de Georges Bataille na filmografia de ambos, assim como a construção de personagens femininas fortes que acabam por conduzir as narrativas nas obras citadas nesse trabalho.
Pandemia, humor e erotismo em Seguindo Todos os Protocolos (2021)
Eduarda de Oliveira Figueiredo (UFMT)
A partir do filme Seguindo Todos os Protocolos (2021), de Fábio Leal, feito durante a pandemia de Covid-19, em 2021, este trabalho busca refletir como o filme aborda a existência e os impasses pandêmicos. Ao mostrar um personagem disposto a transar e, para isso, subverter o isolamento social, o filme propõe ultrapassar a pandemia pela maneira que diferentes aspectos da narrativa, do humor e do erótico, reúnem-se em quadro. Espera-se, nesta apresentação, fomentar a discussão sobre tais questões.
Os Outros de Abbas Kiarostami: Sabzian, o Impostor
Fernanda Luá Brandão Rocha (UFC)
Abbas Kiarostami costuma se projetar em sua cinematografia a partir de seus personagens em uma relação de alteridade para com estes. Sabzian, personagem principal do filme “Close up” (1990) é o que podemos considerar como o primeiro outro de Kiarostami. Sabendo dessa relação particular, este trabalho busca entender como Kiarostami entrega a Sabzian a chance de este ser um sujeito de si e não apenas um outro do cineasta, baseado em uma análise decolonial do conceito de outros e sujeitos.
O foco de interesse em O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho
Pedro Oliveira G. de Arruda (Unesp)
Quem é o protagonista de O Som ao Redor (Kleber Mendonça Filho, 2012)? Analisando o filme, notamos que várias personagens disputam o foco de interesse, isto é, o protagonismo. Este trabalho apresenta um conjunto de indicadores (con)textuais que auxiliam o espectador a determinar o foco de interesse de uma narrativa. Em seguida, aplicamos esses critérios na análise de O Som ao Redor com o objetivo de investigar os efeitos que indicadores contraditórios têm sobre a experiência do espectador.
TOTAL: 202 SESSÕES