Trabalhos Aprovados 2017

Ficha do Proponente

Proponente

    DANIELE C GRAZINOLI (UFRJ)

Minicurrículo

    Pedagoga formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2001), especialista em educação infantil formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008) e mestre em educação formada pela Universidade Federal Fluminense. Doutoranda no PPGE UFRJ e integrante do Laboratório de Educação, Cinema e Audiovisual da Faculdade de Educação e do grupo de pesquisa CINEAD. Ocupa o cargo de técnica em assuntos educacionais na Universidade Federal e coordena a Escola de Cinema CINEMENTO.

Ficha do Trabalho

Título

    ESCOLA DE CINEMA CINEMENTO

Resumo

    As realizações da CINEMENTO têm como horizonte a experiência do cinema como parte das vivências na e da escola, através dos encontros com os filmes e das ações de criação audiovisual das quais participam bebês, crianças e adultos da comunidade escolar (famílias, responsáveis – parentais ou não – e servidoras/es da EEI-UFRJ), conforme seus desejos e tempos, já que não se trata de uma atividade cuja participação é obrigatória.

Resumo expandido

    Nossas maneiras de aprender e desaprender foram revistas por diversas vezes durante o primeiro semestre de 2016, porque é fundamental para a nossa atividade a relação com as rotinas da EEI e a atenção aos fundamentos da CINEMENTO: cinema como experiência do encontro com a arte materializada em filmes; participação das pessoas por desejo e não por obrigação; ver filmes para experimentar criar nossos filmes. Mantivemos a estratégia de exibições de curtas nacionais e produções audiovisuais durante a semana, com sessões para todos os grupos. Para atender às demandas da rotina da escola, essa estratégia foi alterada por diversas vezes, como, por exemplo, no início do ano, pela necessidade da nossa presença no cotidiano das salas de referência, para que fosse possível realizar o atendimento das crianças enquanto as novas professoras resolviam o processo de posse e passavam pelo tempo de inserção na escola. Outro movimento que alterou a nossa estratégia foi a produção do documentário “O vapor do cinema: um olho na tela e outro na panela”, idealizado pelas pessoas que atuam na cozinha da escola e produzido em parceria com o Laboratório de Educação, Cinema e Audiovisual (LECAV) da Faculdade de Educação da UFRJ. Nossas atividades de criação de filmes e de apresentação das especificidades das linguagens no cinema seguiram também sob a influência das condições de trabalho com as crianças. Conseguimos, por exemplo, a realização de ações de criação de filmes com as crianças de alguns grupos, em atividades que contaram com a participação de professoras e de familiares. Dentre os grupos de bebês, apenas as crianças do grupo Balão Mágico participaram de uma dessas atividades e algumas quiseram participar da criação de filmes com a câmera em movimento. Os filmes criados pelas crianças foram exibidos na Mostra de Cinema de Ouro Preto, mais conhecida como CINEOP, juntamente com as produções realizadas durante uma oficina de criação de minutos Lumière, da qual participaram servidoras/es, contratadas/os e a equipe do programa de extensão do CINEAD/LECAV. Foi na CINEOP 2016 que exibimos publicamente o nosso primeiro documentário. Nossa escola de cinema foi muito bem representada na CINEOP, com a presença de representantes dos segmentos que compõem tanto a EEI e a própria CINEMENTO. A nossa organização para a viagem também promoveu alterações na rotina da escola, que foi ocupada por pessoas que disponibilizaram seu tempo e suas habilidades para realizar as ações de mobilização que financiaram a hospedagem e a alimentação para as duas representantes do documentário sobre os encontros com o cinema na cozinha da EEI, Mari Leandra e Denise. Mantivemos o nosso cineclube mensal para as crianças, com a exibição de filmes longas, mas continuamos com a dificuldade de divulgação desse momento para as famílias. Entendemos que esse cineclube tem um grande potencial de promoção de encontros entre crianças e adultos, mediados pela a arte fílmica e pela experiência do cinema, por isso, a curto prazo, nosso desafio é fazer com que as famílias tomem conhecimento da programação antecipadamente. Quando falamos dos fundamentos da Escola de Cinema CINEMENTO, com frequência percebemos uma necessidade de explicação de como eles influenciam as práticas de construção das experiências com o cinema no cotidiano escolar e ficamos felizes quando temos a oportunidade de mostrar com as vivências das crianças o que aprendemos e desaprendemos. A limitação para o texto nos fez decidir por dar a ver alguns casos que chamaram a nossa atenção e nos fizeram refletir sobre o que ensinamos e aprendemos nos encontros e desencontros entre bebês, crianças, adultos e o cinema.

Bibliografia

    BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Vol. I: Magia e técnica, arte e política – ensaios sobre literatura e história da
    cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987.
    ________. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Summus Editorial, 1984.
    BERGALA, Alain. A Hipótese-Cinema: pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora da escola. Rio de
    Janeiro: Booklink; CINEAD-LISE-FE/UFRJ, 2008.
    FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987
    FRESQUET, Adriana. Cinema e Educação: Reflexões e práticas com professores e estudantes de Educação Básica.
    Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
    VIII Seminário Internacional As Redes Educativas e as Tecnologias: Movimentos Sociais e Educação • (Junho/2015)
    MIGLIORIN, Cézar. Cinema e Escola, sob o risco da democracia. Revista Contemporânea de Educação, vol 5.n.9.
    Jul/Dez, 2010.
    RANCIERE, Jacques. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica,
    2002.