Ficha do Proponente
Proponente
- Mateus Araujo Silva (ECA-USP)
Minicurrículo
- Doutor em filosofia (Sorbonne / UFMG), professor de teoria e história do cinema na ECA-USP (graduação e pós). Organizou ou co-organizou os volumes coletivos Glauber Rocha / Nelson Rodrigues (Magic Cinéma, 2005), Jean Rouch 2009: Retrospectivas e Colóquios no Brasil (Balafon, 2010), Straub-Huillet (CCBB, 2012), Charles Chaplin (Fundação Clóvis Salgado, 2012), Jacques Rivette (CCBB, 2013) e Godard inteiro ou o mundo em pedaços (CCBB / Heco, 2015). É um dos editores da revista Devires (UFMG)
Ficha do Trabalho
Título
- Dimensões da crítica em Jean-Claude Bernardet e Ismail Xavier
Resumo
- A comunicação sugere uma comparação entre as trajetórias e as contribuições críticas de J.-C. Bernardet e I. Xavier aos estudos de cinema no Brasil, atentando para suas convergências e suas diferenças. Suas obras de pensamento nasceram sob a influência comum de Paulo Emílio, e sob o desafio trazido pela emergência do melhor cinema brasileiro moderno (Cinema novo, Cinema marginal e seus desdobramentos), do qual propuseram interpretações que se tornaram nosso patrimônio hermenêutico comum.
Resumo expandido
- Iniciados na crítica, a dez anos de intervalo, sob a influência e o estímulo de Paulo Emilio, J.-C. Bernardet e I. Xavier forjaram sua sensibilidade e seu gosto na lida com o melhor cinema brasileiro moderno, para o qual propuseram abordagens muito mais atentas e desenvolvidas do que aquelas deixadas pelo mestre comum. Nos limites da brevidade e sem tempo para maiores detalhamentos, a comunicação pretende assinalar algumas diferenças entre eles de formação (autodidata em JCB, universitária em IX), de perfil intelectual (mais crítico em JCB, mais teórico em IX), de itinerário (de rupturas e abjurações sucessivas em JCB, de aprofundamento e ciclos longos em IX), mas pretende sobretudo examinar suas convergências (de gosto, de abordagem, de escolhas, de apostas, de posicionamentos estéticos e políticos) diante da história do cinema brasileiro moderno e de suas relações com a sociedade.
Examinando tais diferenças e tais convergências, vamos sugerir que a obra de pensamento construída por eles em quatro (IX) ou cinco décadas (JCB) de atividade intelectual constitui talvez, nas suas dimensões teórica, histórica e crítica, o ponto mais alto da tradição de estudos cinematográficos no Brasil. Por ocasião dos 70 anos de Ismail Xavier, e no rastro das comemorações em 2016 dos 80 anos de Bernardet, parece oportuno nos debruçar por um momento sobre as suas lições.
Bibliografia
- 1. Bernardet, J.-Claude. Brasil em Tempo de Cinema. Rio: Civilização Brasileira, 1967.
2. ____. Trajetória crítica. S. Paulo: Pólis, 1978.
3. ____. Cinema Brasileiro: Propostas para uma história. Rio: Paz e Terra, 1979.
4. ____. Piranha no mar de rosas. S. Paulo: Nobel, 1982.
5. ____. Cineastas e imagens do povo. S. Paulo: Brasiliense, 1985 (2a Ed. 2003).
6. ____. O Vôo dos anjos. S. Paulo: Brasiliense, 1991.
7. ____. O autor no Cinema. S. Paulo: Brasiliense, 1994.
6. ____. Historiografia clássica do cinema brasileiro. S. Paulo: Annablume, 1995.
7. XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência. S. Paulo: Paz e Terra, 1977.
8. ____. Sertão Mar – Glauber Rocha e a estética da fome. S. Paulo: Brasiliense, 1983.
9. ____. Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo, cinema marginal. S. Paulo: Brasiliense, 1993.
10. ____. O cinema brasileiro moderno. S. Paulo: Paz e Terra, 2001.
11. _____. O Olhar e a cena. S. Paulo: Cosac Naify, 2003.