Ficha do Proponente
Proponente
- Dario de Souza Mesquita Júnior (UFSCAR)
Minicurrículo
- Doutorando em Design pela Universidade Anhembi Morumbi. Mestre em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos. Professor adjunto do curso de graduação em Imagem e Som da UFSCar. Membro do Grupo de Estudos sobre Mídias Interativas em Imagem e Som (GEMInIS) e do Obitel UFSCar.
Ficha do Trabalho
Título
- Design Transmídia – Modelos de Experiências em Multiplataformas
Mesa
- Plataformas transmídia: espaço de experimentação de midias audiovisuais
Resumo
- A presente apresentação pretende abordar a noção de design transmídia visando o desenvolvimento de projetos para multiplataformas, no qual o audiovisual desempenha um papel estratégico. O estudo do design relacionado a lógica transmídia será feito através da analise de diferentes modelos de propostas conceituais e projetuais de integração de conteudo audiovisual que estimulem a participação e experiêncais de imersão, descritas por Robert Pratten (2015), Gary Hayes (2013) e Nuno Bernardo (2014).
Resumo expandido
- No atual contexto das mídias, há um grande fluxo de conteúdos interligados por redes que interagem constantemente com o público, que busca por experiências participativas e transita por diferentes plataformas de mídiá – o que corrobora para o que Jenkins (2009) denomina como cultura da convergência. O estabelecimento de um ambiente marcado por experências em multiplataformas de mídias tornou mais tênue os limites tradicionais entre o realizador e o público consumidor, que passam a interagir constantemente a partir da apropriação de propriedades intelectuais através das mídias. Surgem, assim, modelos de análise e produção de mídia que contemplem obras ramificadas por distintas mídias e que rompem a ideia de obra única, a exemplo da narrativa transmídia (JENKINS, 2003). São difundidas práticas não só voltadas para contar distintas histórias de um mesmo universo ficcional em cada mídia, mas também criar experiências coordenadas e lúdicas para os usuários por espaços de comunicação diferenciados, em torno de uma mesma proposta midiática – seja ela ficcional, artística, publicitária ou jornalística (DENA, 2009). O audiovisual, nesse contexto, é um elemento estratégico em constituir uma relação e uma identificação da obra multiplataforma com o público, especialmente por sua capacidade de representação e propagação pelas redes. Diante da complexidade de lidar com diferentes linguagens de mídia e a demanda de participação do público, a noção de design pode tornar-se importante por ser capaz de conjugar teoria e prática – o material e a imaterial (FLUSSER, 2007) – recorrido por diversos campos do conhecimento como uma forma de ordenar e planejar suas práticas, já que incorpora técnicas metodológicas para ordenar problemas capciosos e criar estratégias de ação em resposta dentro de uma demanda requerida (MARGOLIN, 2014). Ao transitar por várias áreas de conhecimento (engenharia de produção, arquitetura, arte, comunicação gráfica, criação de produtos, etc.) e em diferentes contextos, a prática do design trás consigo a ampla noção de organizar toda uma ordem de informações complexas, não só em seu aspecto estético e funcional, mas também de sentidos, significados e sensações (CARDOSO, 2011). Nesse sentido, a apresentação pretende problematizar e discutir o papel do design em específico no contexto da convergência de mídia, em que emergem discussões ainda recentes sobre estratégias que objetivam a manutenção de uma experiência de consumo de conteúdos transmídia, considerando-se o audiovisual como um elemento estratégico de constituição criativa e de relação com o público. Para tanto, serão discutidos alguns dos principais modelos de design de projetos transmídia, definidos por autores como Robert Pratten (2015), Gary Hayes (2013) e Nuno Bernardo (2014). Cada autor tem características próprias, Robert Pratten (2015), em seu livro “Getting started with transmedia storytelling: a practical guide for beginners”, detalha de forma extensiva os elementos de documento de design transmídia; já Gary Hayes (2013), apresenta de forma sucinta um guia a elaboração do mesmo documento em seu livro “How to Write a Transmedia Production Bible: a template for multi-platform producers”; enquanto Nuno Bernado (2004), em “Transmedia 2.0”, apresenta uma preocupação maior em relatar sobre o processo de trabalho na elaboração do documento, sem apontar uma modelo pré-acabado. Desse modo, a apresentação pretende abordar cada um desses autores e características de sues modelos.
Bibliografia
- BERNARDO, Nuno. Transmedia 2.0 (Kindle Edition). Lisboa, beActive, 2014.
CARDOSO, Rafael. Design para um Mundo Complexo. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
DENA, Christy. Transmedia Practice: Theorising the Practice of Expressing a Fictional World across Distinct Media and Environments. Sydney: University of Sydney, 2009.
FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação. São Paulo: Cosac Naif, 2007.
HAYES, Gary. How to Write a Transmedia Production Bible: a template for multi-platform producers. Austrália, 2011.
JENKINS, Henry. Transmedia storytelling – Moving characters from books to films to video games can make them stronger and more compelling. MIT Technology Review, 15 jan. 2003.
MURRAY, Janet. Hamlet no Holodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço. São Paulo: Itaú Cultural: UNESP, 2003.
PRATTEN, Robert. Getting started with transmedia storytelling: a practical guide for beginners. 2 ed. 2015.