Ficha do Proponente
Proponente
- Wilton Garcia Sobrinho (Fatec/Uniso)
Minicurrículo
- Pesquisador e artista visual, possui graduação (1992) em Letras pela PUC-SP; Mestrado (1997) e Doutorado (2002) em Comunicação pela ECA-USP; e Pós-Doutorado (2006) em Multimeios pelo IA-UNICAMP. Professor da FATEC-Itaquá/SP e do Mestrado em Comunicação e Cultura da UNISO. Desenvolve pesquisa sobre artes, corpo, cinema, fotografia, homoerotismo e estudos contemporâneos. É autor de Feito aos poucos_anotações de blog (Factash/Hagrado Edições, 2011), entre outros, e membro da Socine desde 1998.
Ficha do Trabalho
Título
- Idiossincrasias da diversidade no filme português O fantasma
Seminário
- Cinemas em português: aproximações – relações
Resumo
- Este trabalho organiza uma leitura crítico-conceitual sobre a diversidade no filme português “O fantasma” (2000, 90 minutos), com direção de João Pedro Rodrigues. Tal escopo mostra idiossincrasias da diversidade em suas variantes pontuais, a inscrever alteridade e diferença – entre corpo, performance e fetiche. Como resultado dessa escrita ensaística, estratégias discursivas privilegiam a produção de conhecimento e subjetividade no campo do cinema atual (Stam, 2003; Waugh, 2000; Nagib, 2012).
Resumo expandido
- O que comporta a cena cinematográfica contemporânea são tendências razoavelmente imprecisas de temáticas complexas. Idiossincrasias da diversidade, no cinema atual, ajuda a equacionar a qualidade inventiva de ver/ler sobre coisas divergentes no mundo. Trata-se de uma inclusão político-cultural que pretende, de algum modo, tentar alargar o jeito de pensar, fazer e/ou assistir um filme hoje.
O cinema cada vez mais permite o desenvolvimento criativo de diferentes abordagens, como a condição adaptativa das relações humanas. Pensar a respeito da capacidade de tocar metaforicamente o/a espectador/a faz qualquer película tornar-se especial para estimular a sensibilidade da plateia. Reconhecer essas atitudes no discurso cinematográfico seria potencializar a percepção sobre a vida. O papel da ficção entrelaça-se à dinâmica da sociedade em busca da felicidade. É fascinaste a ideia de ser feliz. Por isso, a expressão da felicidade no cinema, então, floresce o encantamento do desejo, sobretudo com a diversidade.
A constituição do cinema, agora, coloca “novas/outras” manifestações narrativas, temáticas e tecnológicas no contexto fílmico, as quais envolvem questões de atualização e inovação, inclusive com o fluxo da criatividade. Essas manifestações produzem a ampliação no universo cinematográfico, ao abranger os meios audiovisuais na cultura contemporânea. A congruência de desfechos técnicos, estéticos e éticos sinalizam o campo da produção da imagem, ainda mais no cinema atual.
Nesse sentido, a linguagem (a cultura, a representação e/ou a estética) do cinema atual torna-se transnacional. Observa-se, cada vez mais, valores globalizados que se desdobram nas narrativas atuais, pois tem o interesse globalizante, divergente da situação mais regional e/ou local). Nesse caso, observar o cinema português é fundamental como exemplificação para a nossa realidade cinematográfica brasileira.
E, disso, surge a inquietação em forma de pergunta: o que caracteriza os produtos audiovisuais como estratégico da diversidade hoje? Ou ainda, como o cinema pode/deve tratar a diversidade?
Este trabalho organiza uma leitura crítico-conceitual sobre a diversidade no filme português “O fantasma” (2000, 90 minutos), com direção de João Pedro Rodrigues. Tal escopo mostra idiossincrasias da diversidade em suas variantes pontuais, a inscrever alteridade e diferença – entre corpo, performance e fetiche.
Nesta película, o/a espectador/a testemunha nebulosos caminhos secretos do protagonista Sérgio (Ricardo Meneses). Seus mistérios e segredos pulsam em uma carga intensa de experiência e subjetividade, perante mediações sincréticas de uma narrativa profusa e insólita. Durante a trama, esse personagem vivencia uma experiência insólita (de)marcada de artimanhas.
Assim, a produção de conhecimento atrela-se à produção de subjetividade, ao estabelecer os estudos contemporâneos. Tais estudos aproximam uma linhagem entre os estudos culturais (Canclini, 2016; Eagleton, 2012; Hall, 2002) e as tecnologias emergentes (Yúdice, 2016). Essa aproximação promove uma atualização de qualquer leitura.
Já o percurso metodológico, neste estudo, ancora-se em uma leitura crítico-reflexiva com três níveis distintos, porém complementares: observar, descrever e discutir fragmentos dessa narrativa cinematográfica, baseada pelo campo teórico-conceitual dos estudos contemporâneos. Esses níveis arquitetam o modus operandi dessa leitura, a fim de explorar alguns aspectos econômicos, identitários, socioculturais e/ou políticos.
Como resultado dessa escrita ensaística, estratégias discursivas privilegiam a produção de conhecimento e subjetividade no campo do cinema atual (Stam, 2003; Waugh, 2000; Nagib, 2012). Da dimensão teórico-política, trata-se de um esforço – como desafios da linguagem emergidos na narrativa fílmica – que tangencia quatro tópicos – Da Película; Do Corpo; Da Performance; e Do Fetiche.
Bibliografia
- AREAL, L. Os tabus do cinema português. In: Atas do II encontro anual da AIM. Lisboa, p. 340-35, 2013.
CANCLINI, N. G. O mundo inteiro como lugar estranho. São Paulo: EdUSP, 2016.
EAGLETON, T. A morte de Deus na cultura. Rio de Janeiro: Record, 2016.
GERACE, R. das N. Cinema explícito: representações cinematográficas do sexo. São Paulo: Sesc/Perspectiva, 2016.
GIANNETTI, E. Trópicos utópicos. São Paulo: Cia das Letras, 2016.
GUMBRECHT, H. U. Nosso amplo presente: o tempo e a cultura contemporânea. São Paulo: Unesp editora, 2015.
MURARI, L.; NAGINE, M. (Orgs.) New queer cinema. São Paulo: Caixa Cultural, 2015.
NAGIB, L. Além da diferença: a mulher no cinema da retomada. Devires, UFMG, 9, 1, p. 14-29, jan./jun, 2012.
O FANTASMA. Dir. João Pedro Rodrigues. Rosa filmes, Portugal, 2000.
SANTOS, R. PoÉtica da diferença: um olhar queer. São Paulo: Hagrado, 2014.
VILLARMEA ÁLVAREZ, I. Mudar de perspetiva: a dimensão transnacional do cinema português contemporâneo. Aniki, vol. 3, n. 1, p. 101-1