Ficha do Proponente
Proponente
- MILENA SZAFIR (UFCE)
Minicurrículo
- Milena Szafir é doutora em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA-USP, com a tese “Retóricas Audiovisuais 2.1 [Ensino e Aprendizagem Compartilhada: Passado, Presente, Futuro ou Por uma Arqueologia-Cartografia da Montagem]”, 2011-2015. Professora de montagem no curso de Cinema e Audiovisual [ICA-UFCE], co-coordenadora do “Grupo de Estudos em Animação e Motion Graphics” [ECA-USP] e supervisora da bolsa “Projet’ares Audiovisuais v.3: gestos de montagem” [SECULT-ARTE]. Profmilena[at]manifesto21.tv
Ficha do Trabalho
Título
- Projet’ares Audiovisuais v.5 [montagem, sci-fi & motion graphics]
Seminário
- Cinema e literatura, palavra e imagem
Resumo
- Visamos dialogar junto a esse novo seminário temático, pesquisas que temos desenvolvido ao longo dos últimos quinze anos: “cinema e literatura” pensados desde obras no gênero da fantasia e ficção científica, “palavra e imagem” analisadas e trabalhadas também na prática [entre a teoria e a experiência estética] em realizações de videoarte, videoinstalação, performances audiovisuais, filme-ensaio e vídeo-remix na transdiciplinaridade com os estudos de motion graphics [design em movimento].
Resumo expandido
- Visamos dialogar junto a esse novo Seminário Temático, sobre uma pesquisa que temos incubada [por vezes em desenvolvimento] ao longo dos últimos quinze anos: “cinema e literatura” pensados desde obras no gênero da fantasia e ficção científica [surgidas com os precursores do cinema, assim como os realizadores dos cinemas de vanguarda] , “palavra e imagem” analisadas e trabalhadas também na prática [entre a teoria e a experiência estética] em realizações de videoarte, videoinstalação, performances audiovisuais, webTV, filme-ensaio, vídeo-remix e vídeo online na transdiciplinaridade com os estudos de motion graphics [design em movimento], que têm Saul Bass e Norman McLaren como precursores.
Ainda que tal apresentação se origine do projeto original de mestrado (2007) sobre as obras de Phillip K. Dick em comunhão às “novas” tecnologias e um cinema sci-fi – em que pensávamos a linguagem videográfica como propulsora de afetos distópicos auto-conscientizadores sobre a realidade através de experimentações entre a palavra escrita, o som, a imagem gráfica (extra-figurativa) e a performance interativa –, partiremos de um viés metodológico do processo audiovisual desenvolvido junto aos alunos de graduação nas disciplinas “Expressões Contemporâneas II” (2013, 2015), “Laboratório de Efeitos Especiais” (2016) e “Oficina de Edição e Montagem” (2013-2016) que tenho ministrado no curso de Cinema e Audiovisual da UFCE.
Assim, ao trabalharmos através de uma aprendizagem compartilhada sobre processos de montagem como base de toda e qualquer produção artística (Benjamin, 1996), voltamos a mergulhar nas obras literárias de E.T.A. Hoffmann e em um leque de cinematografias que intermediam debates sobre a construção estética no âmbito da imagem-linguagem audiovisual entre Farocki, Protazanov, Lucas, Scott, Lang e outros, que em comum possuem uma esfera conceitual-contextual, ainda que numa heterogeneidade de gênero, o que enriquece, acreditamos, a pesquisa sobre o fazer videográfico.
Reiteramos nosso viés anti-fetichista com respeito à utilização das “novas” tecnologias, ainda que trabalhemos em experimentações entre a moviola, as mesas de edição eletrônico-analógicas, a edição não-linear computacional [softwares], dispositivos móveis e Internet.
Dessa maneira, a palavra falada – declamação de poesias e textos diversos – aliada à música e efeitos sonoros torna-se o fio condutor de processos de edição e montagem audiovisual em nossas experiências (o contrário do que costumeiramente ocorre no processo cinematográfico não-experimental, em que as imagens são trabalhadas previamente à trilha sonora). Aqui, as imagens não visam traduzir tais estímulos sonoros, mas são elaboradas sinestesicamente afim da geração de um filme-ensaio na cultura digital, para diálogo reflexivo com o e[x-]spectador.
Ou seja, em companhia de autores como Ginzburg, Lupton, Rush, Eisenstein, Dondis, Krasner, entre outros, tentaremos expor nossas análises – de maneira alguma conclusivas – sobre o cruzamento entre cinema, design gráfico e experimentação da/ na(s) forma(s) audiovisual(is). O audiovisual como um instrumento de conhecimento que, aliado ao kino-grafismo [motion graphics], amplia e complexifica possibilidades estéticas da montagem a uma politização da arte: o vídeo como uma forma de pensamento e escrita dialógica com o(s) outro(s).
Bibliografia
- AMIEL, V. Estéticas da Montagem. Lisboa: Ed. Texto&Grafia, 2010.
BARTHES, R. Image-music-text. New York: Hill, 1977
BENJAMIN, W. Obras Escolhidas, vol.1. SP: Ed.Brasiliense, 1993.
BURKE, E. A Philosophical Enquiry into the Origins of the Sublime and Beautiful. New York: Penguin, 1998.
DONDIS, D.A. Sintaxe da linguagem visual. SP: Martins Fontes, 2007
DUBOIS, P. Cinema, vídeo, Godard. Cosac Naify: São Paulo, 2004.
EISENSTEIN, S. A Forma do Filme. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 1990.
_____________. O Sentido do Filme. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 1997.
GINZBURG, C. Medo, Reverência, Terror. São Paulo: Cia das Letras, 2014.
KRASNER, J. Motion Graphic Design and Fine Art Animation. Woburn: Focal Press, 2004.
LUPTON, E. Pensar com tipos. SP:Cosac Naify, 2006.
McLAREN, N.
RUSH, M. Novas mídias na arte contemporânea. SP: Martins Fontes, 2006.
YOUNGBLOOD, G. Expanded Cinema. 1970. .