Trabalhos Aprovados 2016

Ficha do Proponente

Proponente

    Míriam Silvestre (SEEDF)

Minicurrículo

    Mestre em História pela Universidade de Brasília (2004), Especialista em Gestão Escolar pela Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação (CEFORM – UnB – 2014). Professora de História da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF). Contato: silvestrelimeira@gmail.com

Ficha do Trabalho

Título

    Outros espaços, outros filmes: cineclubes escolares e cinema nacional

Resumo

    Para esta comunicação procurou-se refletir a respeito de duas questões pertinentes para pensarmos cinema e educação. O cineclube e a exibição de produções nacionais no ambiente escolar pode ser um espaço de promoção da reflexão crítica sobre a sociedade. Ao mesmo tempo, de que maneira seria possível articular, no ambiente escolar, a exibição de filmes de produção nacional (com base no acréscimo ao artigo 26 da LDB)?

Resumo expandido

    O cineclube e a exibição de produções nacionais no ambiente escolar pode promover a reflexão crítica sobre a sociedade. A exibição sistemática desses filmes no cineclube escolar rege tanto o cumprimento legal da LDB, a Lei nº 13006/2014 (que acrescentou um item ao artigo nº 26 da LDB, sobre a exibição de filmes brasileiros nas escolas), como abre o espaço da escola para comunidade. Os filmes de produção nacional seriam exibidos nas escolas de maneira a integrarem-se às suas propostas pedagógicas que viabilizam no ambiente escolar o exercício da prática democrática. O cineclube se caracteriza por um espaço no qual se discute e assiste a filmes, sem um caráter lucrativo. A atividade cineclubista tem início na França ao final da década de 1910. O principal objetivo deste tipo de espaço é estimular o público a ver e discutir cinema (conforme é explicado na página do Conselho Nacional de Cineclubes). Durante muito tempo no Brasil, quando não existiam cursos voltados para a produção de cinema, os cineclubes eram o local para esta formação (tal como foi o caso do Clube de Cinema de São Paulo, inaugurado em 1940). Os cineclubes no Brasil tiveram força na década de 1960, com intensificação de debates voltados para não somente para a Sétima Arte, como para a fomentação de uma discussão sobre a produção nacional. Ao se considerar a força das imagens em movimento não podemos esquecer que vivemos em uma sociedade midiática. As novas gerações estão em constante e direto contato com material audiovisual. No âmbito da história, a abrangência do filme como fonte documental já é trabalhada e refletida desde a década de 1970. Para o historiador Marc Ferro “o cinema fascina e inquieta”, o espectador desprender-se de sua realidade e outras representações de mundo passam a ser criadas e recriadas. A experiência crítica com o cinema, no espaço da escola é pedagogicamente uma das perspectivas que podem estabelecer plenamente a formação emancipatória do protagonismo e da autonomia da comunidade escolar. Uma pedagogia pautada no debate, na qualidade da educação pelo viés da intervenção cultural. O crescimento do número de cineclubes escolares demonstra o potencial deste espaço, graças a iniciativas que possibilitaram o fornecimento de equipamentos, além da formação de professores (em 2014, no DF, 77 escolas públicas estavam equipadas).

Bibliografia

    ALVES, Giovanni. Tela crítica: a metodologia. Londrina, PR: Práxis; Bauru, SP: Canal 6, 2010.
    _______; MACEDO, Felipe (org.). Cineclube, cinema e educação. Londrina, PR: Práxis; Bauru, SP: Canal 6, 2010.
    ______. Lei 9394, de 29 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em . Acesso em maio de 2014.
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    FERRO, Marc. Cinema e história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
    FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 39ª, 2009.
    FRESQUET, Adriana. Cinema e educação: reflexões e experiências com professores e estudantes de educação básica, dentro e “fora” da escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
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